sexta-feira, 17 de maio de 2013

P.021.Paisagem da Janela - Lô Borges/Fernando Brant

Da janela lateral do quarto de dormir Vejo uma igreja, um sinal de glória Vejo um muro branco e um vôo pássaro Vejo uma grade, um velho sinal Mensageiro natural de coisas naturais Quando eu falava dessas cores mórbidas Quando eu falava desses homens sórdidos Quando eu falava desse temporal Você não me escutou Você não quer acreditar Mas isso é tão normal Você não quer acreditar E eu era apenas Cavaleiro marginal lavado em ribeirão Cavaleiro negro que viveu mistérios Cavaleiro e senhor de casa e árvores Sem querer descanso nem dominical Cavaleiro marginal, banhado em ribeirão Conheci as torres e os cemitérios Conheci os homens e os seus velórios Eu olhava da janela lateral Do quarto de dormir Você não quer acreditar, mas isso tão normal Você não quer acreditar, mas isso tão normal um cavaleiro marginal, banhado em ribeirão Você não quer acreditar

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