segunda-feira, 31 de março de 2014

L.040.Lua lua lua lua - Caetano Veloso


Lua, lua, lua, lua
Por um momento meu canto contigo compactuar
E mesmo o vento canta-se
Compacto no tempo
Estanca
Branca, branca, branca, branca
A minha, nossa voz atua sendo silêncio
Meu canto não tem nada a ver com a lua

L.039.Lua de São Jorge - Caetano Veloso


lua de são jorge
lua deslumbrante
azul verdejante
cauda de pavão
lua de são jorge
cheia branca inteira
oh minha bandeira
solta na amplidão
lua de são jorge
lua brasileira
lua do meu coração
lua de são jorge
lua maravilha
mãe, irmã e filha
de todo esplendor
lua de são jorge
brilha nos altares
brilha nos lugares
onde estou e vou
lua de são jorge
brilha sobre os mares
brilha sobre o meu amor
lua de são jorge
lua soberana
nobre porcelana
sobre a seda azul
lua de são jorge
lua da alegria
não se vê o dia
claro como tu
lua de são jorge
serás minha guia
no brasil de norte a sul

L.038.Logrador - Orlando Morais/Antonio Cícero


Você habita o próprio centro
De um coração que já foi meu
Por dentro torço pra que dentro
Em pouco lá só more eu
Livre de todos os negócios
E vícios que advém de amar
Lá seja o centro de alguns ócios
Que escolherei pra cultivar
E pra que os sócios vis do amor
Rancor, dor ódio, solidão
Não mais consumam meu vigor
Amada e amor banir-se-ão
Do centro rumo ao logrador
Subúrbio desse coração

L.037.Lua de Mel - Lulú Santos


Lua-de-mel
Ma-ma-mamãe
Eu tô em lua-de-mel
Eu tô morando
Num pedaço do céu
Como o diabo gosta!

Todo delito
Doce deleite
Todo desfrute
Tem permissão
Tudo que der prazer
Tentação

O dia inteiro
Nadar no mar
Banco de areia
Imensidão
Tarde desmaia
Nossa canção

Que diz

Lua-de-mel
Ma-ma-mamãe
Eu tô em lua-de-mel
Eu tô morando
Num pedaço do céu
Como o diabo gosta!

Da vida eu já conheço
A dor de não poder
Viver como eu queria
Mas uma coisa eu posso
E quando quero canto
E canto:

Lua-de-mel

L.036.Linda Flor - Henrique Vogeller/Luiz Peixoto


Ai, Ioiô
Eu nasci pra sofrer
Fui olhar pra você, meus olhinhos fechou
E quando os olhos abri, quis gritar, quis fugir
Mas você, eu não sei porque
Você me chamou

Ai, Ioiô
Tenha pena de mim
Meu Senhor do Bonfim pode inté se zangá
Se ele um dia souber
Que você é que é, o Ioiô de Iaiá
Chorei toda noite, pensei
Nos beijos de amor que te dei
Ioiô, meu benzinho do meu coração
Me leva pra casa, me deixa mais não
Ai, Ioiô
Tenha pena de mim
Meu Senhor do Bonfim pode inté se zangá
Se ele um dia souber
Que você é que é, o Ioiô de Iaiá

L.035.Lá Vem o Sol - George Harrison Vs: Lulu Santos


Lá vem o Sol
Lá vem o Sol, eu já sei
Tá legal

Minha linda
Foi um inverno tão comprido
Minha linda
Faz eras que você partiu

Lá vem o Sol
Lá vem o Sol, eu já sei
Tá legal

Minha linda
O riso retornando às bocas
Minha linda
Tem sido raramente assim

Lá vem o Sol
Lá vem o Sol, eu já sei
Tá legal

Sol, Sol, Sol
Sol, Sol, Sol
Sol, Sol, Sol
Temporão
Sol, Sol, Sol
Brilha então

Minha linda
O velho gelo derretendo
Minha linda
Não, nunca mais volte a partir

Lá vem o Sol
Lá vem o Sol, eu já sei
Tá legal

Lá vem o Sol
Lá vem o Sol, eu já sei
Tá legal

Tá legal

L.034.Lamento Sertanejo - Dominguinhos/Gilberto Gil


por ser de lá
do sertão, lá do cerrado
lá do interior do mato
da caatinga, do roçado
eu quase não saio
eu quase não tenho amigo
eu quase que não consigo
viver na cidade
sem ficar contrariado
por ser de lá
na certa por isso mesmo
não gosto de cama mole
não sei comer sem torresmo
eu quase não falo
eu quase não sei de nada
sou como rês desgarrada
nessa multidão
boiada caminhando a esmo

L.033.Luz e Mistério - Beto Guedes/Caetano Veloso


Ah! Meu grande bem
Pudesse eu ver a estrada
Pudesse eu ter
A rota certa que levasse
Até dentro de ti
Oh! Meu grande bem
Só vejo pistas falsas
É sempre assim
Cada picada aberta me tem mais
Fechado em mim

És um luar
Ao mesmo tempo luz e mistério
Como encontrar
A chave desse teu riso sério

Doçura de luz ,
Amargo e sombra escura
Procuro em vão
Banhar-me em ti
E poder decifrar teu coração

Oh! Grande mistério, meu bem,
doce luz
Abrir as portas desse império teu
E ser feliz

L.032.Lua Vermelha - Carlinhos Brown/Arnaldo Antunes


Lua vermelha
quase sem amor
minha luz alheia
brilho sem calor

lua vermelha
branca lua preta
lambe a minha orelha
com a sua cor

lua vermelha
10 da madrugada
sapos na calçada
de nenhum país

lua vermelha
noite sem luís
toda sertaneja
eu sempre te quis

lua vermelha
minha namorada
flor desabrochada
leite de pequim

lua vermelha
noite que menstrua
lua lua lua
por cima de mim

lua vermelha
pedra que flutua
que ilumina o poste
que ilumina a rua

lua vermelha
meia de luís
toda sertaneja
eu sempre te quis

lua vermelha
ave flecha pluma
pérola madura
sono do dragão

lua vermelha
só uma centelha
dura enquanto dura
bolha de sabão

lua vermelha
fora da bandeira
bola japonesa
no céu do sertão

lua vermelha
negra de luís
toda sertaneja
eu sempre te quis

L.031.Lugar Comum - João Donato/Gilberto Gil


Beira do mar
Lugar comum
Começo do caminhar
Pra beira de outro lugar
À beira do mar

Todo mar é um
Começo do caminhar
Pra dentro do fundo azul.
A água bateu, o vento soprou
O fogo do sol
O sal do senhor
Tudo isso vem
Tudo isso vai
Pro mesmo lugar, de onde tudo sai

quinta-feira, 27 de março de 2014

L.030.Lua e Estrela - Vinicius Cantuária


Menina do anel de lua e estrela
Raios de sol no céu da cidade
Brilho da lua
Noite é bem tarde
Penso em você
Fico com saudade
Manhã chegando
l.uzes morrendo
Nesse espelho que é nossa cidade
Quem é você?
Qual o seu nome
Conta pra mim
Diz como eu te encontro
Mas deixo ao destino
Deixo ao acaso
Quem sabe te encontro
De noite no baixo
Brilho da lua, . .
Mas deixo ao destino
Deixo ao seu castro
Quem sabe te encontro
De noite no baixo

L.029.Lua Azul - Richard Hodgers/Lorenz Hart Vs:Pasos


Lua azul
Da cor dos sonhos de amor!
Vem suavizar minha dor...
Com teu clarão que seduz
Lua azul!
Oh luz de sonho e luar...
Vem juntar ao meu penar
Teus beijos quentes de luz!

Oh lua azul da minha mocidade,
Enche de luz a minha inspiração!
Guarda os meus versos cheios de
saudade,
Meu sonho lindo de amor e ilusão!

Luz azul!
Oh luz de sonho e luar
Vem juntar ao meu penar
Teus beijos quentes de luz!

L.028.Lola - Chico Buarque


Sabia
Gosto de você chegar assim
Arrancando páginas dentro de mim
Desde o primeiro dia

Sabia
Me apagando filmes geniais
Rebobinando o século
Meus velhos carnavais
Minha melancolia

Sabia
Que você ia trazer seus instrumentos
E invadir minha cabeça
Onde um dia tocava uma orquestra
Pra companhia dançar

Sabia
Que ia acontecer você, um dia
E claro que já não valeria nada
Tudo o que eu sabia
Um dia

L.027.Ludo Real - Vinicius Cantuária/Chico Buarque


Que nobreza você tem
Que seus lábios são reais
Que seus olhos vão além
Que uma noite faz o bem
E nunca mais
Que salta de sonho em sonho
E não quebra telha
Que passa atrás do amor
E não se atrapalha
Que cruza o rio
E não se molha

L.026.Liberdade - Djavan


Um amor ou um gen da mesma cor cintila em mim
O chão a tremer conduz a luz
Meu amor e quer me matar de amor
Que seja assim por obedecer viver por mim
E voar onde o longe é pouco
Cruzar os muros do além
E assim pousar na Terra
E amar muito mais que poucos
Pousar a vida em tuas mãos
E assim cruzar a Terra
Liberdade vai na poesia

L.025.Lembrança - Gilson Peranzzetta/Ivan Lins/Vitor Martins



Sei que o papel que me oferece, por ora
Me entristece, me apavora
Não me acrescenta, não me interessa
Me violenta

Sinceramente agradeço, não posso
Conheço o preço de um remorso
De uma maldade
De urna tortura
De uma saudade

Fica na carne, nos ossos e no coração
Doendo prá sempre
Lembrando a gente

Acreditar nos seus projetos, seus planos
Será, por certo, um outro engano
Mais um tropeço
Mais um fracasso
Que eu não mereço.

L.024.Lua Cirandeira - Ivan Lins/Vitor Martins


Lua cirandeira fique no abandono
Coisa tão bonita não pode ter dono
Lua cirandeira, eu não quero tê-la
Eu não quero tanto, eu só quero vê-Ia

Oh, cirandeiro acende esse luar
Pois o candieiro, não demora, vai se apagar

Vou passar na ponte
Vou cruzar o rio
Quando eu chegar do outro lado
Dou um assovio.

L.023.Lava Mágoas - Alceu Valença/Carlos Drumont de Andrade


Nessas tardes molhadas de agosto
sinto a chuva lavando minha alma
sinto o frio entrando pelos ossos
como uma coisa um troço
não sei explicar
Nessas tardes molhadas de agosto
sinto a chuva lavando minha mágoa
sinto o frio entrando pelos ossos
como uma coisa um troço
não sei explicar
Lavei as mágoas nos pingos da chuva
e aquela velha dúvida de te encontrar
tô molhado como um passarinho
perdi o ninho já nem sei voar
eu tô molhado
pingando chovendo
chovendo pingando
pingando tão só
tô molhado
chovendo doendo
doendo sangrando
sangrando de fazer dó
tô chuviscando estou chovendo
estou sofrendo de fazer dó
chuviscando estou chovendo
estou sofrendo tô causando dó
mês de agosto é mês de chuva
mês de agosto lava a alma
mês de agosto é mês de chuva
mês de agosto é mês de chuva
o mês de agosto lava a alma
a mágoa a mágoa

L.022.Lumiar 0 Beto Guedes/Ronaldo Bastos


Anda, vem jantar, vem comer, vem beber, farrear
Até chegar lumiar
E depois deitar no sereno
Só pra poder dormir e sonhar
Pra passar a noite
Caçando sapo
Contando caso
De como deve ser lumiar
Acordar lumiar sem chorar, sem falar, sem querer
Acordar em lumiar
Levantar e fazer café
Só pra sair, caçar e pescar
E passar o dia
Moendo cana
Caçando lua
Clarear de vez lumiar
Amor lumiar pra viver, pra gostar, pra chover
Pra tratar de vadiar
Descansar os olhos, olhar e ver
E respirar
Só pra não ver o tempo passar
Pra passar o tempo
Até chover
Até lembrar
De como deve ser lumiar
Anda, vem jantar, vem dormir, vem sonhar pra viver
Até chegar lumiar
Estender o sol na varanda, até queimar
Só pra não ter mais nada a perder
Pra perder o medo
Mudar de céu
Mudar de ar
Clarear de vez lumiar

L.021.Lá vem Mangueira - Paquito/Romeu Gentil


Mangueira querida
Vem descendo o morro
Evolundo as cabrochas
Sua escola vale ouro
ô...ô...ô...ô...
Mangueira rainnha do samba chegou

Mangueira
Estação primeira
Vem pra disputar
No asfalto o primeiro lugar
ô...ô...ô...ô...
Mangueira rainnha do samba chegou

L.020.Lapa da Lapa - Marino Pinto


Foi na Lapa que eu nasci
Foi na Lapa que eu aprendi a ler
Foi na Lapa que eu cresci
E na Lapa eu quero morrer

A Lapa também tem a sua igreija
Prá que toda a gente veja
Onde eu fui batizado
A Lapa, onde já não há conflito
Fica no 5º distrito
Aonde eu fui criado

Um samba
Um sorriso de mulher
Bate-papo de café
Eis ai a Lapa

L.019.Lágrimas do Sul - Marco Antonio Guimarães/Milton Nascimento


Reviver
Tudo o que sofreu
Porto de desesperança e lágrima
Dor de solidão
Reza prá teus orixás
Guarda o toque do tambor
Pra saudar tua beleza
Na volta da razão
Pele negra, quente e meiga
Teu corpo e o suor
Para a dança da alegria
E mil asas pra voar
Que haverão de vir um dia
E que chegue já, não demore não
Hora de humildade, de acordar
Continente e mais
A canção segue a seguir por ti

África, berço de meu país
Ouço a voz de seu lamento
De multidão
Grade e escravidão
A vergonha dia a dia
E o vento do teu sul
É semente de outra história
Que já se repetiu
A aurora que esperamos
E o homem não sentiu
Que o fim dessa maldade
É o gás que gera o caos
É a marca da loucura
África, em nome de Deus
Cala a boca desse mundo
E caminha, até nunca mais
A canção segue a torcr por nós

L.018.Luz Branca - Chiquinha Gonzaga


O! lua branca de fulgores e de encanto,
Se é verdade que ao amor tu dás abrigo
Vem tirar dos olhos meus, o pranto
Ai vem matar essa paixão que anda comigo,
Aí! Por quem és, desce do céu, ó! lua branca
Essa amargura do meu peito, ó! vem e arranca
Dá-me o luar da tua compaixão
O! vem, por Deus, iluminar meu coração.
E quantas vezes lá no céu me aparecias
A brilhar em noite calma e constelada,
A sua luz então me surpreendia
Ajoelhado junto aos pés da minha amada
Ela a chorar, a soluçar, cheia de pejo
Vinha em seus lábios me ofertar um doce beijo...
Ela partiu, me abandonou assim
O! lua branca, por quem és, tem dó de mim!...

L.017.Lábios que Beijei - J.Cascata/Leonel Azevedo


Lábios que beijei
Mãos que afaguei
Numa noite de luar, assim,
O mar na sol idão bramia
E o vento, a soluçar, pedia
Que fosses sincera para mim.
Nada tu ouviste
E logo partiste
Para os braços de outro amor.
Eu fiquei chorando
Minha mágoa cantando
Sou a estátua perenal da dor.
Passo os dias soluçando com meu pinho
Carpindo a minha dor, sozinho
Sem esperanças de vê-la jamais
Deus tem compaixão deste infeliz
Porque sofrer assim
Compadecei-vos dos meus ais.
Tua imagem permanece imaculada
Em minha retina cansada
De chorar por teu amor.
Lábios que beijei
Mãos que afaguei
Volta! dá lenitivo à minha dor.

L.016.Louvação a Mariana - Milton Nascimento/Pedro Terra


- Mariana,
Iya, Iya, ô,
Mão do Bom Senhor!

Maria Mulata,
Maria daquela
colônia favela
que foi Nazaré.

Morena formosa,
Mater dolorosa,
Sinhá vitoriosa,
Rosário dos pretos mistérios da Fé.

Mãe do Santo, Santa,
Comadre de tantas,
liberta mulhé.

Pobre do Presépio, Forte do Calvário,
Saravá da Páscoa de Ressurreição,
Roseira e corrente do nosso Rosário,
Fiel Companheira da Libertação.

Por teu Ventre Livre, que é o verdadeiro,
pois nos gera livres no Libertador,
acalanta o Povo que está em cativeiro,
Mucama Senhora e Mãe do Senhor.

Canta sobre o Morro tua Profecia,
que derruba os ricos e os grandes, Maria.

Ergue os submetidos, marca os renegados,
samba na alegria dos pés congregados.

Encoraja os gritos, acende os olhares,
ajunta os escravos em novos Palmares.

Desce novamente às redes da vida
do teu Povo Negro, Negra Aparecida!

L.015.Luar do Sertão - Catullo da Paixão Cearense/João Pernambuco


Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão

Oh, que saudade do luar da minha terra, lá na serra,
Branquejando folhas secas pelo chão!
Este luar cá da cidade, tão escuro,
Não tem aquela saudade do luar lá do sertão.

Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata prateando a solidão
E a gente pega na viola que ponteia,
E a canção é lua cheia a nos nascer do coração

Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão

Coisa mais bela neste mundo não existe
Do que ouvir um galo triste, no sertão se faz luar!
Parece até que a alma da lua é que descanta,
Escondida na garganta desse galo, a soluçar!

Ai! Quem me dera que eu morresse lá na serra,
Abraçado à minha terra, e dormindo de uma vez!
Ser enterrado numa grota pequenina,
Onde à tarde a sururina chora a sua viuvez!
Não há, ó gente, oh não,

Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão

................................................................
Aqui termina a letra que compõe esta gravação e, por mais que
tenhamos buscado, não encontramos nenhuma interpretação
que contivesse a letra completa, como se segue:
................................................................

Oh, que saudade do luar da minha terra, lá na serra,
Branquejando folhas secas pelo chão!
Este luar cá da cidade, tão escuro,
Não tem aquela saudade do luar lá do sertão.

Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão

Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata prateando a solidão
E a gente pega na viola que ponteia,
E a canção é lua cheia a nos nascer do coração

Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão

Quando vermelha, no sertão, desponta a lua,
Dentro d'alma, onde flutua, também rubra, nasce a dor!
E a lua sobe, e o sangue muda em claridade,
E a nossa dor muda em saudade, branca assim, da mesma cor!

Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão

Ai! Quem me dera que eu morresse lá na serra,
Abraçado à minha terra, e dormindo de uma vez!
Ser enterrado numa grota pequenina,
Onde à tarde a sururina chora a sua viuvez!

Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão

Diz uma trova, que o sertão todo conhece,
Que, se à noite o céu floresce, nos encanta e nos seduz,
É porque rouba dos sertões as flores belas
Com que faz essas estrelas lá no seu jardim de luz!!!

Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão

Mas como é lindo ver, depois por entre o mato,
Deslizar, calmo o regato, transparente como um véu
No leito azul das suas águas murmurando,
Ir por sua vez roubando as estrelas lá do céu!

Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão

A gente fria desta terra, sem poesia,
Não se importa com esta lua, nem faz caso do luar!
Enquanto a onça, lá na verde capoeira,
Leva uma hora inteira vendo a lua, a meditar!

Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão

Coisa mais bela neste mundo não existe
Do que ouvir um galo triste, no sertão se faz luar!
Parece até que a alma da lua é que descanta,
Escondida na garganta desse galo, a soluçar!

Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão

Se Deus me ouvisse com amor e caridade,
Me faria esta vontade - o ideal do coração!
Era que a morte, a descantar, me surpreendesse,
E eu morresse numa noite de luar, no meu sertão!

Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão

E quando a lua surge em noites estreladas
Nessas noites enluaradas, em divina aparição,
Deus faz cantar o coração da Natureza
Para ver toda a beleza do luar do Maranhão.

Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão

Deus lá no céu, ouvindo um dia essa harmonia,
A canção do meu sertão, do meu sertão primaveril
Disse aos arcanjos que era o Hino da Poesia,
E também a Ave Maria da grandeza do Brasil.

Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão

Pois só nas noites do sertão de lua plena,
Quando a lua é uma açucena, é uma flor primaveril,
É que o poeta, descantado, a noite inteira,
Vê na Lua Brasileira toda a alma do Brasil.

L.014.Linda - Alexandre Pires


É uma coisa sem explicação
Que eu não posso acreditar
É um amor é uma pura paixão
Não podemos separar

Com você nada tive a perder
E aprendi que amar é viver
É tão bom quando a gente
Se transforma em um só ser

Ao teu lado eu não temo mais a solidão
Nos prazeres não consigo esconder a emoção
Sou escravo desse amor, dessa paixão

Vem, vem linda
O teu beijo tem sabor de quero mais
Vem, vem linda
Você é a minha luz, a minha paz

L.013.Lá Vou Eu - Rita Lee/Luis Carlini


Num apartamento
Perdido na cidade
Alguém está tentando acreditar
Que as coisas vão melhorar
Ultimamente
A gente não consegue
Ficar indiferente
Debaixo desse céu
Do meu apartamento
Você não sabe o quanto eu voei
O quanto me aproximei
De lá da Terra
As luzes da cidade
Não chegam nas estrelas
Sem antes me buscar
E na medida do impossível
Tá dando pra se viver
Na cidade de São Paulo
O amor é imprevisível como você
E eu
E o céu

Lá vou eu
Com o que Deus me deu
Escutando o som
Conquistando o céu
Desprezando o chão
Da janela do sétimo andar
Sem elevador
E a cara feia do zelador
Venha correndo
Venha, venha me dar amor

L.012.Laura - Alcir Pires Vermelho/João de Barro


O vale em flor... a ponte... o rio cantando
O sol banhando a estrada... frases de amor
Laura,
Um sorriso de criança:
Laura,
Nos cabelos uma flor,
Ô Laura
Como é linda a vida
Ô Laura
Como é grande o amor!
Depois o adeus... um lenço... a estrada... a distância
O asfalto... a noite... o bar... as taças de dor
Laura,
Que é da rosa dos cabelos?
Laura,
Que é do vale sempre em flor?
O Laura,
Que é do teu sorriso
O Laura,
Que e do nosso amor?

L.011.Luzes da Ribalta - Charles Chaplin


Vidas que se acabam a sorrir
Luzes que se apagam
Nada mais
É sonhar em vão
Tentar aos outros iludir
Se o que se foi
Prá nos não voltará jamais
Para que chorar o que passou
Lamentar perdidas ilusões
Se o ideal que sempre nós acalentou -
Renascerá em outros corações