segunda-feira, 24 de julho de 2023

O.157.O Homem Bom - Paulo Sete/Clayton Querido/Adap: Roberto Carlos


Vai como um vento solto numa campina
Desliza na relva verde
E vai subindo pela colina
Todas as folhas secas
Viram tapete aqui neste chão
Nos pés desse homem bom
Que só tem amor no seu coração.

Vê outra madrugada que vem chegando
Fala com os passarinhos
brinca com as flores, vai meditando
Ele é um mensageiro
da alegria e jamais da dor
Quer a felicidade da humanidade
Seja onde for.

Ela é uma pessoa
Que ama e perdoa e não vê a quem
Anda pelos caminhos
Levando a paz, ajudando alguém
Por todos os lugares
Cruzando os mares e fazendo o bem
Ele é um homem bom
Distribui amor e tudo o que tem.

Cheio de amor e fé ele é nosso irmão
Aquele grande amigo
Que no perigo estende a mão
Tem no olhar a calma
Tem luz na alma e na sua voz
Tem sempre uma palavra
De amor e paz pra dizer pra nós.

Sabe tudo o que diz o livro sagrado
E tudo o que ele ensina
Em seu coração ele tem guardado
Quem sabe o nome dele
Se é Pedro ou Paulo ou se é João
Só sei que é um homem bom
Porque tem Jesus no seu coração.

O.156.O Careta - Roberto Carlos/Erasmo Carlos


Abro a camisa e enfrento esse mundo de frente
Olho p'ra vida sem medo sabendo onde vou
Digo que não que não quero
Passo batido, acelero
São outras coisas que mexem com a minha cabeça
Por isso esqueça.
Meu grande barato é o cheiro da brisa do mar
Me ligo na onda do rádio do meu coração
Viajo na luz das estrelas me sinto feliz só de vê-las
E fico contente de ser
Esse grande careta Careta Careta.
Droga quem afinal é você
Que está se entregando e não vê
Que a vida oferece outras coisas Droga
Por tudo, por nada e porque
Nadar nessa prais p'ra que?
A vida oferece outras coisas.
Às vezes quem sabe de tudo tem mais p'ra saber
Que a porta tão larga na entrada se estreita depois
E quando lá dentro se apaga
A luz da estrada perdida
É duro esmurrar as paredes
Buscando a saída de volta pra vida.
Talvez você ache uma droga essas coisas que eu falo
Mas certas verdades nem sempre são fáceis de ouvir
Não custa pensar no que eu digo
Eu só quero ser seu amigo
Mas pense no grande barato de ser um careta
Careta Careta. Droga quem afinal é você
Que está se entregando e não vê
Que a vida oferece outras coisas.
Droga, por tudo, por nada e porque
Nadar nessa praia pra que?
Você não merece essas coisas.

O.155.Outra Vez - Isolda


Você foi o maior dos meus casos
De todos os abraços o que eu nunca esqueci
Você foi dos amores que eu tive
O mais complicado e o mais simples p'ra mim.
Você foi o melhor dos meus erros
A mais estranha história que alguém já escreveu
E é por essas e outras que a minha saudade
Faz lembrar de tudo outra vez.
Você foi a mentira sincera
Brincadeira mais séria que me aconteceu
Você foi o caso mais antigo
O amor mais amigo que me apareceu
Das lembranças que eu trago na vida
Você é a saudade que eu gosto de ter
Só assim sinto você bem perto de mim outra vez.
Esqueci de tentar te esquecer
Resolví te querer por querer
Decidi te lembrar quantas vezes eu tenha vontade
Sem nada perder.
Você foi toda a felicidade
Você foi a maldade que só me fez bem
Você foi o melhor dos meus planos
E o pior dos enganos que eu pude fazer
Das lembranças que eu trago na vida
Você é a saudade que eu gosto de ter
Só assim sinto você bem perto de mim outra vez.

O.154.Olha - Roberto Carlos/Erasmo Carlos


Olha você tem todas as coisas
Que um dia eu sonhei prá mim
A cabeça cheia de problemas
Não me importo eu gosto
Mesmo assim
Tem os olhos cheios de
Esperança
De uma cor que mais
Ninguém possui
Me traz meu passado
E as lembranças
Coisas que eu quis ser e não fui.
Olha você vive tão distante
Muito além do que eu posso ter
Eu que sempre fui tão inconstante
Te juro meu amor,
Agora é p'ra valer
Olha vem comigo aonde eu for
Seja minha amante e meu amor
Vem seguir comigo
O meu caminho
E viver a vida só de amor.

O.153.Oia eu aqui de novo - Antonio Barros


Oia eu aqui de novo
Xaxando
Óia eu aqui de novo
Para xaxar

Vou mostrar presses cabras
Que eu ainda dou no couro
Isso é um desaforo
Que eu não posso levar
Óia eu aqui de novo cantando
Óia eu aqui de novo xaxando
Óia eu aqui de novo mostrando
Como se deve xaxar

Vem cá morena linda
Vestida de chita
Você é a mais bonita
Desse meu lugar
Vai chamar Maria, chamar Luzia,
Vai chamar Zabé, chamar Raqué
Diz que tõ aqui com alegria
Seja noite ou seja dia
Eu tô aqui prá ensinar, xaxado,
Eu tô aqui prá ensinar, xaxado

O.152.Outro carnaval - Luciano Maia/J.Ernesto


Eu amei só de passagem
Uma linda companheira de viagem
Dizendo que a vida é bela
Eu falei de amor pra ela
Companheira de avião
E durante quatro dias
Foram beijos e alegrias
No reinado da ilusão
Amei essa colombina
Graciosa bailarina
De presente para mim
E durante o meu reinado
Foi seu par, seu namorado
Seu Pierrô, seu Alequim

Eu amei só de passagem
Uma linda companheira de viagem...
Aquela grande cidade
Hoje chora de saudade
A ausência de nós dois
Sonhando rever ainda
Minha paissageira linda
Num carnaval de depois
Um amor de carnaval
Vem e se vai afinal
Seja do jeito que for...

Mas eu juro que queria
Nem que fosse por um dia
Ter de volta aquele amor
Eu amei só de passagem
Uma linda companheira de viagem...

O.151.Os Seus Botões - Roberto Carlos/Erasmo Carlos


Os botões da blusa que você usava
E meio confusa desabotoava
Iam pouco a pouco me deixando ver
No meio de tudo um pouco de você.
Nos lençóis macios amantes se dão
Travesseiros soltos, roupas pelo chão
Braços que se abraçam, bocas que murmuram
Palavras de amor enquanto se procuram.
Chovia lá fora e a capa pendurada
Assistia a tudo e não dizia nada
E aquela blusa que você usava
Num canto qualquer tranquila esperava.

O.150.Ontem ao luar - Catulo da Paixão Cearense


Ontem ao luar
Nós dois em plena solidão
Tu me perguntaste
O que era a dor de uma paixão
Nada respondi, calmo assim fiquei
Mas fitando o azul
Do azul do céu a lua azul
Eu te mostrei, mostrando a ti
Dos olhos meus, correr sem ti
Uma nívea lágrima e assim te respondi
Fiquei a sorrir
Por ter o prazer de ver a
Lágrima dos olhos a sofrer
A dor da paixão não tem explicação
Como definir o que só sei sentir
É mister sofrer, para se saber
O que no peito o coração não quer dizer
Pergunta ao luar, travesso e tão taful
De noite a chorar na onda toda azul
Pergunta ao luar, do mar a canção
Qual o ministério que há na dor de uma paixão
Se tu desejas saber o que é o amor
Sentir o seu calor
O amaríssimo travor do seu dulçor
Sobe o monte a beira mar ao luar
Ouve a onda sobre a areia lacrimar
Ouve o silêncio a falar na solidão de calado coração
A penar a derramar os prantos seus
Ouve o choro perenal, a dor silente universal
E a dor maior que é a dor de Deus
Se tu queres mais saber a fonte dos meus ais,
Põe o ouvido aqui
Ná rósea flor do coração
Ouve a inquetação
Da merencória pulsação
Busca saber qual a razão
Porque ele vive assim
Tão triste a suspirar
A palpitar em desesperação
A queimar de amar
Um insensível coração
Qua a ninguém dirá no peito
Ingrato em que ele está
Mas que ao sepulcro
Fatalmente o levará

O.149.O preço de um homem - Luiz Fidélis


Eu já tô de cara lisa
De pedir o teu perdão
Se todo homem tem um preço
Eu só valho um tostão
Sou carta fora do barralho
Sou cacimba que secou
Sou caneta esferográfica
Que a tinta se acabou

Mas não adianta
A gente se desesperar
A lua que clareia a lama
É a mesma lua que clareia o mar

O.148.Outra luz - Zélia Duncam


Hoje eu sei daquele desejo
De voar, sumir devagar
Hoje eu sinto e acordo todo dia
Longe desse lugar
Hoje em dia eu volto pra casa
No caminho eu vou mudar
Oh! E a noite inteira eu te chamo
A sede pode acabar
Mas tudo aqui me diz
O tempo não pode esperar

Hoje é mais do que passou
Hoje é mais do que será
Quero ver outra luz nascer
De cada luz que eu apagar

Meu desejo chama teu nome
E anoitece cedo demais
O tempo quer me levar pra longe
Eu sei, não dá pra voltar'
E tudo aqui me diz
O mundo não vai esperar

O.147.O lado bom da tristeza - Chico Viola


O gosto amargo da tristeza
Tem um toque de magia
Tem no fundo a alegria
Procurando espremidinha
Um jeito de se libertar
Às vezes vem de uma saudade
Ou de uma paixão antiga

Tristeza vem da solidão
Mas da inspiração, faz pensar na vida
Às vezes nasce de um sorriso
Mal recebido
Que alguém negou
Mudando a fisionomia, de quem sorria
Amenizando a dor
Criando rugas pelo rosto
Abrindo chagas no coração
Tristeza nasce da maldade
De uma falsidade, uma decepção

Mas a tristeza às vezes
Leva a gente a ser poeta
A gente ser cantor
Viajar, voar no tempo
É bom de vez em quando
Ser um sofredor
Faz a gente pensar fundo
Descobrir no mundo um colorido tom
Por isso eu canto com muita alegria
Que a tristeza com certeza
Tem seu lado bom

O.146.Oh! Doce mistério da vida - Herbert/Young


Tom :A
Intro: Bm E7 A


A Cº Bm
Minha vida que parece muito calma
F#7 Bm E7 A
Tem segredos que eu não posso revelar
Cº E
Escondidos bem no fundo de minh'alma
B7 E5+
Não transparecem nem sequer em um olhar
A Cº Bm E
Vive sempre conversando à sós comigo
F#m E Em
Uma voz eu escuto com fervor
A7 F#7 Bm
Escolheu meu coração pra seu abrigo
Dm G C#m F#m Bm E7 A
E dele fez um roseiral em flor
A7 F#7 Bm
A ninguém revelarei o meu segredo
Dm G C#m F#m Bm E7 A

O.145.O xote das meninas - Zé Dantas/Luiz Gonzaga


Mandacaru
Quando fulora na seca
É um sinal
Que a chuva chega no sertão
Toda menina
Que enjôa da boneca
É sinal de que o amor
Já chegou ao coração
Meia comprida
Não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado
Não quer mais vestir de mão...

Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Hum! hum! Hum!
Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer, siii!
Só pensa em namorar...

De manhã cedo
Já está pintada
Só vive suspirando
Sonhando acordada
O pai leva ao doutor
A filha adoentada
Não come, nem estuda
Não dorme, nem quer nada...

Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Iôiôiô iôiô!
Ela só quer
Só pensa em namorar...

Mas o doutor nem examina
Chamando o pai de lado
Lhe diz logo em surdina
O mal é da idade
Que prá tal menina
Não há um só remédio
Em toda medicina...

Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Iôiôiô iôiô!
Ele só quer, hum!
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...

De manhã cedo
Já está pintada
Só vive suspirando
Sonhando acordada
O pai leva ao doutor
A filha adoentada
Não come, nem estuda
Não dorme, nem quer nada...

Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer, si, i i!
Só pensa em namorar
Ela só quer
Iôiôiô ôi ôi!
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...

Mas o doutor nem examina
Chamando o pai de lado
Lhe diz logo em surdina
O mal é da idade
Que prá tal menina
Não há um só remédio
Em toda medicina...

Ela só quer
Só pensa em namorar...(6x)

Ele tá de olho
É na butique dela...(4x)

Ela só quer
Só pensa em namorar...(10x)

O.144.O trovador - Jair Amorim/Evaldo Gouveia


Sonhei que eu era um dia um trovador
Dos velhos tempos que não voltam mais
Cantava assim a toda hora
As mais lindas modinhas

De meu rio de outrora
Sinhá mocinha de olhar fugaz
Se encantava com meus versos de rapaz

Qual seresteiro ou menestrel do amor
A suspirar sob os balcões em flor
Na noite antiga do meu Rio
Pelas ruas do Rio
Eu passava a cantar novas trovas

Em provas de amor ao luar
E via então de um lampião de gás
Na janela a flor mais bela em tristes ais

O.143.O caminho da estrela = Mihai Eminescu/J.Ernesto


Até a estrela que reluz
Há uma distância de trespasse
Correu milênios sua luz
Para que enfim nos alcançasse
Talvez há muito já se fora
No longe azul o extinto astro
Porém seus raios só agora
Ao nosso olhar mostram seu rastro
A aura da estrela que morreu
No alto do céu se faz dar fé
Era e ninguém a percebeu
Hoje que a vemos já não é
Também assim a nossa dor
Na abissal noite se finda
Porém a luz do extinto amor
Os nossos passos segue ainda

O.142.O samba da minha terra - Dorival Caymmi


O samba da minha terra deixa a gente mole
Quando se canta todo mundo bole
Quando se canta todo mundo bole
Quando se canta todo mundo bole
O samba da minha terra deixa a gente mole
Quando se canta todo mundo bole
Quando se canta todo mundo, todo mundo
Todo mundo, todo mundo, todo mundo bole
Quando se canta todo mundo bole

Quem não gosta de samba bom sujeito não é
É ruim da cabeça ou doente do pé
Eu nasci com o samba, no samba me criei
E do danado do samba eu nunca me separei

Samba lá da Bahia deixa a gente mole
Quando se canta todo mundo bole
Quando se canta todo mundo bole
Quando se canta todo mundo bole
É que o samba lá da Bahia deixa a gente mole
Quando se canta todo mundo bole
Quando se canta todo mundo bole
Quando se canta todo mundo bole

O.141.O rancho da goiabeira - João Bosco/Aldir Blanc


Os bóias-frias quando tomam umas birita
Espantando a tristeza
Sonham com bife-a-cavalo, batata-frita
E a sobremesa

É goiabada-cascão com muito queijo
Depois café, cigarro e um beijo
De uma mulata chamada Leonor ou Dagmar

Amar
O rádio-de-pilha, o fogão-jacaré, a marmita, o domingo
no bar
Onde tantos iguais se reúnem contando mentiras
Pra poder suportar

Ai, são pais-de-santo, paus-de-arara são passistas
São flagelados, são pingentes, balconistas
Palhaços, marcianos, canibais, lírios, pirados
Dançando dormindo de olhos abertos à sombra da alegoria
Dos faraós embalsamados

O.140.O morro não tem vez - Tom Jobim/Vinícius de Moraes


Refrão (2x):
O morro não tem vez
E o que ele fez já foi demais
Mas olhem bem vocês
Quando derem vez ao morro
Toda a cidade vai cantar

Samba pede pasagem
O morro que só estar
Abram alas pro morro
Tamborim vai falar
É 1, é 2, é 3, é 100
São 1000 a batucar
O morro não tem vez
Quando derem vez ao morro
O mundo inteiro vai cantar
Samba pede passagem
O morro quer se mostrar

Abram alas pro morro
Tamborim vai falar
É 1, é 2, é 3, é 100
É 100 a batucar
O morro não tem vez
Mas se derem vez ao morro
O mundo inteiro vai cantar
Vai cantar, vai cantar

O.139.O moço velho - Sylvio Cézar


Eu sou um livro aberto sem histórias
Um sonho incerto sem memórias
Do meu passado que ficou
Eu sou um porto amigo sem navios
Um mar abrigo a muitos rios
Eu sou apenas o que sou.
Eu sou um moço-velho
Que já viveu muito
Que já sefreu tudo
Que já morreu cedo
Eu sou um velho-moço
Que não viveu cedo
Que não sofreu muito
Mas não morreu tudo
Eu sou alguém livre
Não sou escravo e nuca fui senhor
Eu simplesmente sou um homem
Que ainda crê no amor.

O.138.O mestre sala dos mares - João Bosco/Aldir Blanc


Há muito tempo nas águas
Da guanabara
O dragão no mar reapareceu
Na figura de um bravo
Feiticeiro
A quem a história
Não esqueceu
Conhecido como
Navegante negro
Tinha a dignidade de um
Mestre-sala
E ao acenar pelo mar
Na alegria das regatas
Foi saudado no porto
Pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por
Batalhões de mulatas
Rubras cascatas jorravam
Das costas
Dos santos entre cantos
E chibatas
Inundando o coração,
Do pessoal do porão
Que a exemplo do feiticeiro
Gritava então
Glória aos piratas, às
Mulatas, às sereias
Glória à farofa, à cachaça,
Às baleias
Glórias a todas as lutas
Inglórias
Que através da
Nossa história
Não esquecemos jamais
Salve o navegante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais.
Mas faz muito tempo...

O.137.O bem e o mal - Rita de Cássia


Alguem me perguntou sobre você
E o que eu podia dizer
Disse tudo que sentia
Disse que você era o sol
Que brilha, que ilumina
Mas não pertence a um só alguem
Disse que era uma estrela
Que a gente olha o ceu
Pra vê-la
E ela continua bem ali
Disse que tens um perfume
E desperta um tal ciume
Que nos faz enloquecer
Um beija flor que nina as flores
Mas que deixa seus amores
Muito a desejar
E falei que era uma solidão
Que desperta um fascínio
Mas quando a gente precisa
Se encontra sempre sozinha
Disse era um relampago
Iluminando uma escuridão
Mas que era um perigo
Pra qualquer coração

Me perdoe
Seu eu falei demais
Só disse o que sentia
Você é como o bem e o mal
Que caminham juntos todo dia

O.136.O menino da porteira - Teddy Vieira/Luizinho


Toda vez que eu viajava pela Estrada de Ouro Fino
de longe eu avistava a figura de um menino
que corria abrir a porteira e depois vinha me pedindo:
- Toque o berrante seu moço que é pra eu ficar ouvindo.

Quando a boiada passava e a poeira ia baixando,
eu jogava uma moeda e ele saía pulando:
- Obrigado boiadeiro, que Deus vá lhe acompanhando
pra aquele sertão à fora meu berrante ia tocando.

Nos caminhos desta vida muitos espinhos eu encontrei,
mas nenhum calou mais fundo do que isso que eu passei
Na minha viagem de volta qualquer coisa eu cismei
Vendo a porteira fechada o menino não avistei.

Apeei do meu cavalo e no ranchinho a beira chão
Ví uma mulher chorando, quis saber qual a razão
- Boiadeiro veio tarde, veja a cruz no estradão!
Quem matou o meu filhinho foi um boi sem coração!

Lá pras bandas de Ouro Fino levando gado selvagem
quando passo na porteira até vejo a sua imagem
O seu rangido tão triste mais parece uma mensagem
Daquele rosto trigueiro desejando-me boa viagem.

A cruzinha no estradão do pensamento não sai
Eu já fiz um juramento que não esqueço jamais
Nem que o meu gado estoure, e eu precise ir atrás
Neste pedaço de chão berrante eu não toco mais.

O.135.Out Door - Beto Correa/Jorge Cardoso


Já coloquei no out door
Em todos os jornais
Meu retrato, o telefone e o endereço
Não acredito que você
Não vá me procurar
Já sofri demais
E além do que mereço

Ah... telefona por favor
Tô morrendo de saudade
Doido pra te ver

Foi tão bonito aquele encontro
Que marcou demais
No fundo do meu coração
Depois que você foi embora
Nunca mais te vi
Pois fiquei assim
Te querendo toda hora

O.134.O cio da terra - Milton Nascimento/Chico Buarque


Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão e se fartar de pão

Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel, se lambuzar de mel

Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, propícia estação
De fecundar o chão.

O.133.O cadero - Toquinho/Mutinho


Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco até o be-a-ba
Em todos os desenhos coloridos vou estar
A casa, a montanha, duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel
Sou eu que vou ser seu colega,
Seus problemas ajudar a resolver
te acompanhar nas provas bimestrais você vai vê
Serei de você confidente fiel,
Se seu pranto molhar meu papel
Sou eu que vou ser seu amigo,
Vou lhe dar abrigo, se você quiser
Quando surgirem seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel
O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado, se lhe dá prazer
A vida segue sempre em frente, o que se há de fazer
Só peço a você um favor, se puder:
Não me esqueça num canto qualquer

O.132.O amor e a rosa - Pernambuco/Antônio Maria


Guarda a rosa que eu te dei
Esquece os males que eu te fiz
A rosa vale mais que a tua dor
Se tudo passou,
Se o amor acabou
A rosa deve ficar
Num canto qualquer do teu coração
O amor reviverá.
Que a tua dor (p/terminar)

O.131.Orgulho de sambista - Gilson de Souza


Você falou que junto comigo não mais desfilava
que se a minha escola perdesse você não ligava
Você falou que junto comigo não mais desfilava
e que se a minha escola perdesse você não ligava
Ensaiei o meu samba-enredo pra minha escola ganhar
e na ala de porta-bandeira você não quis desfilar
o meu povo inteiro chorou e você sorria
pois trocou nossa escola de tempos
por um simples amor de três dias
sufoquei minha dor em sorrisos para não chorar
tudo isso ajudou minha escola a ganhar
Mas esse orgulho eu vou levar comigo pro resto da vida
me contaram que você chorou quando eu passei na avenida
vendo outra de porta-bandeira
desfilando em seu lugar
comissão julgadora presente falou que o meu samba ia ganhar
Meu bem o azar foi seu
eu ganhei o carnaval
porque você perdeu
e me perdeu...

O.130.Os meninos da mangueira - Rildo Hora/Cabral


Um menino da Mangueira
Recebeu pelo Natal
Um pandeiro e uma cuíca
Que lhe deu Papai Noel
Um mulato sarará
Primo irmão de dona Zica
Foi correndo organizar
Uma linda bateria
Carnaval já vem chegando
E tem gente batucando
São meninos da mangueira
Carlos Cachaça,o menestrel
Mestre Cartola,o bacharel
Seu Delegado,um dançarino
Faz coisas que aprendeu
Com Marcelino
Um menino da Mangueira
Recebeu pel Natal
Um pandeiro e uma cuíca
Que lhe deu Papai Noel
Um mulato sarará
Primo irmão de dona Zica
Ea velha guarda se une
Aos meninos lá na passarela
Abram alas que vem ela
A mangueira toda bela
Um menino da Mangueira
Recebeu pelo Natal
Um pandeiro euma cuíca
Que lhe deu Papai Noel
Um mulato sarará
Primo irmão de dona Zica
Ô pandeirinho,cadê Xangô
Ô preto rico,chama o sinhô
E dona Neuma maravilhosa
É a primeira mulher
Da verde-rosa
e onde é que se juntam
O passado,o futuro e o presente
Onde o samba é permanente
Na mangueira,minha gente

O.129.O tubarão - Paulinho Pimpão


A dança do tubarão, tubarão, tubarão
A dança do tubarão, tubarão, tubarão
A dança do tubarão, tubarão, tubarão
Essa é a nova onda que chegou nesse verão.

De noite saio prá caçar vou pro mar, vou pro mar
E chego lá no barzinho ligo logo meu radar
Encontro uma sereia vou chamando pro meu mar
Mas chegue de vagarinho, se você sabe nadar
Menina tome cuidado vê se você não afunda
Porque se você afundar eu vou morder a sua bunda

A dança do tubarão, tubarão, tubarão
A dança do tubarão, tubarão, tubarão
A dança do tubarão, tubarão, tubarão
Essa é a nova onda que chegou nesse verão.

De noite saio prá caçar vou pro mar, vou pro mar
E chego lá no barzinho ligo logo meu radar
Encontro uma sereia vou chamando pro meu mar
Mas chegue de vagarinho, se você sabe nadar
Menina tome cuidado o tubarão não é tão mau
Mas se você der vacilo eu vou comer seu bacalhau

Olha a mordida na frente olha a mordida atrás
Dá uma voltinha que ele não te morde mais

A dança do tubarão, tubarão, tubarão
A dança do tubarão, tubarão, tubarão
A dança do tubarão, tubarão, tubarão
Essa é a nova onda que chegou nesse verão.

Eu não sou gatinho, eu não sou leão eu não sou
coelhinho, eu não sou bicho papão
Venho lá do fundo pra lanchar pé de surfista sou de maresia,
sou do sol, sou tubarão.

A dança do tubarão, tubarão, tubarão...

O.128.O homem e a núvem - Ritchie/Bernardo Vilhena


O homem e a nuvem
Uma tarde de outono
O sol esquece o dia
Noite desce o pano

O homem vai tranquilo
A nuvem voa longe
É pai, avô e filho
Ontem, amanhã e hoje

Uma estrela no espaço
Um desenho no céu
O homem e a nuvem
O rosto e o véu

O homem e a nuvem
E a vida continua
Corre feito o rio
Não ensina, insinua

A nuvem está chovendo
O homem está chorando
A nuvem vai ao vento
E o homem, até quando

Uma estrela no espaço
Um desejo no céu
O homem e a nuvem
O rosto e o véu

....E o sol não esquece a noite
O sol aquece a noite
Sombra e silêncio....fim

O.127.Os amantes - Luiz Ayrão


Qualquer dia, qualquer hora
A gente se encontra
Seja aonde for, prá falar de amor (Bis)

Prá matar a saudade,
Da felicidade
Dos instantes que juntos passamos
E promessas juramos
Reviver os momentos
De sonho e de paixão
Das palavras loucas
Vindas do coração

Meu amor
Ah se eu pudesse te abraçar agora
Poder parar o tempo nessa hora
Prá nunca mais eu ver você partir (Meu amor) (Bis)

O.126.O bem e o mal - Dorival Caymmi


O pescador tem dois amor
Um bem na terra, um bem no mar

O bem de terra é aquela que fica

Na beira da praia quando a gente sai
O bem de terra é aquela que chora
Mas faz que não chora quando a gente sai
O bem do mar é o mar, é o mar
Que carrega com a gente

Pra gente pescar

O.125.O penetra - Zé Roberto


Quem é ele?
Não sei quem convidou
Sei lá, ninguém soube
Dizer como fez prá entrar
Já bolado, pensei:
"Isso não vai prestar"
O cara pagava mico
Soprava um apito
Cismou de zuar
O que é dele tá guardado
No final da festa
O bicho vai pegar...

Quem é ele? Quem é?
Não sei quem convidou
Sei lá, ninguém soube
Dizer como fez prá entrar
Já bolado, eu pensei:
"Isso não vai prestar"
O cara pagava mico
Soprava um apito
Cismou de zuar
O que é dele tá guardado
No final da festa
O bicho vai pegar...

Bebeu demais
Comeu de tudo
Dançou sozinho
Encheu o bolso
De salgadinho
Foi prá fila da pipoca
Roubou o pedaço do bolo
E o refrigerante
Que estava na mão
Do aniversariante
Fez a criança chorar...

O danado bebeu!
Bebeu demais
Comeu de tudo
Dançou sozinho
Encheu o bolso
De salgadinho
Foi prá fila da pipoca
Roubou o pedaço de bolo
E um refrigerante
Que estava na mão
Do aniversariante
Fez a criança chorar
Ai, ai, ai...

Ai, ai, ai
O coro comeu
Antes mesmo da festa acabar
Ai, ai, ai
Teve que sair na marra
Penetra!
Bem feito
Foi expulso
Ralou peito
Depois de tanto apanhar...(2x)

Quem é ele? Quem é?
Não sei quem convidou
Sei lá, ninguém soube
Dizer como fez prá entrar
Já bolado, pensei:
"Isso não vai prestar"
O cara pagava mico
Soprando um apito
Cismou de zuar
O que é dele tá guardado
No final da festa
O bicho vai pegar...

Bebeu demais
Comeu de tudo
Dançou sozinho
Encheu o bolso
De salgadinho
Foi prá fila da pipoca
Roubou o pedaço de bolo
E o refrigerante
Que estava na mão
Do aniversariante
Fez a criança chorar...

O danado bebeu!
Bebeu demais
Comeu de tudo
Dançou sozinho
Encheu o bolso
De salgadinho
Foi prá fila da pipoca
Roubou o pedaço de bolo
E um refrigerante
Que estava na mão
Do aniversariante
Fez a criança chorar
Ai, ai, ai...

Ai, ai, ai
O coro comeu
Antes mesmo da festa acabar
Ai, ai, ai
Teve que sair na marra
Penetra!
Bem feito
Foi expulso
Ralou peito
Depois de tanto apanhar...(2x)

Quem é ele?

O.124.Oração pela libertação da América do Sul - Gilberto Gil


Se o rei zulu já não pode andar nu
Se o rei zulu já não pode andar nu

Salve a batina do bispo tutu
Salve a batina do bispo tutu

Ó deus do céu da áfrica do sul

Do céu azul da áfrica do sul

Tornai vermelho todo sangue azul

Tornai vermelho todo sangue azul
Já que vermelho tem sido

Todo sangue derramado

Todo corpo

Todo irmão, chicoteado, yê

Senhor da selva africana
Irmã da selva americana
Nossa selva brasileira, de tupã


Senhor irmão do tupi fazei
Com que o chicote seja por fim
Pendurado

Revogai da intolerância a lei

Devolvei do chão a quem do chão

Foi criado
Ô cristo rei
Branco de oxalufã
Cristo rei

Branco de oxalufã

Zelai por nossa

Negra flor pagã
Zelai por nossa
Negra flor pagã
Sabei que o papa
Já pediu perdão

Sabei que o papa

Já pediu perdão

O.123.O ovo e a galinha - Alceu Valença


Você devia
Deveria advinhar
Que atrás do samba havia o semba
Você devia
Deveria advinhar
Que atrás do semba havia a África
Você devia
Deveria advinhar
Que atrás de tudo havia o açúcar
Doce doce doce como o mel
Doce doce doce como o fel
Não acredito
Não tem mistério
O velho é novo
O novo é velho
É como o ovo
E a galinha
A culpa é nossa
A culpa é minha

O.122.Olha eu ai - Ed Grandão


Olha...ê...
Olha ê, ê, ê, ê...ô
Olha ê, ê, ê...ô, sim

Olha eu aí
Passeando no seu pensamento
Olha eu aí
Fazendo o seu corpo só me desejar
Pra qeu fingir?
Fazer que não me quer quando só me deseja
Abre seu coração e vem aqui, me beija
Assim vou te amar

Olha eu aí
Em sua emoção quando me vê passar
Olha eu aí
No seu triste olhar quando me vê com alguém
Pra que fingir
Fazer que não me quer quando só me deseja
Abre seu coração e vem aqui, me beija
Assim vou te amar

Olha...ê...
Olha ê, ê, ê, ê...ô
Olha ê, ê, ê...ô, sim
Ê, ê, ê, ê
Olha ê, ê, ê, ê...ô
Olha ê, ê, ê...ô, sim
(

Olha...ê...
Olha ê, ê, ê, ê...ô
Olha ê, ê, ê...ô, sim

Olha eu aí
Passeando no seu pensamento
Olha eu aí
Fazendo o seu corpo só me desejar
Pra qeu fingir?
Fazer que não me quer quando só me deseja
Abre seu coração e vem aqui, me beija
Assim vou te amar

Olha eu aí
Em sua emoção quando me vê passar
Olha eu aí
No seu triste olhar quando me vê com alguém
Pra que fingir
Fazer que não me quer quando só me deseja
Abre seu coração e vem aqui, me beija
Assim vou te amar

Olha...ê...
Olha ê, ê, ê, ê...ô
Olha ê, ê, ê...ô, sim
Ê, ê, ê, ê
Olha ê, ê, ê, ê...ô
Olha ê, ê, ê...ô, sim

O.121.Os sertões - Edeor de Paula


Marcado pela própria natureza
O Nordeste do meu Brasil
Oh! solitário sertão
De sofrimento e solidão
A terra é seca
Não se pode cultivar
Morrem as plantas
E foge o ar
A vida é triste
Nesse lugar

Sertanejo é forte
Supera a miséria sem fim
Sertanejo homem forte
Dizia o poeta assim

Foi no século passado
No interior da Bahia
O homem revoltado com a sorte
Do mundo em que vivia
Ocultou-se no sertão
Espalhando a rebeldia
Se revoltando contra a lei
Que a sociedade oferecia

Os jagunços lutaram
Defendendo Canudos
Naquela guerra fatal

O.120.O vendedor de biscoito - Gordurinha/Nelinho


Eu sou o Zé Paraíba
Vim lá de riba só pra trabalhar
Pode me chamar de pau-de-arara
Se não vai com a minha cara
Que eu não vou ligar

Sou pai de família, sujeito honrado
Não compro fiado, não devo a ninguém
Não sou vigarista, eu acho isso feio
Não pego no alheio, pois não me convém

Talvez você não saiba, servi na Itália
Não tenho medalha, não sou Zé-Ninguém
Viver de trabalho é que eu compreendo
Por isso é que eu vendo biscoito no trem

eu sou o Zé Paraíba ...

Eu tenho um filhinho pequeno demais
Mas ele já faz o que vou lhe ensinar
Já assina o seu nome, já lê a cartilha
Já sabe que Brasília é a capitá

É um brasileirinho esperto e sadio
Não é um vadio, não ri de ninguém
Eu quero que na vida ele compreenda
Pra que ele não venda biscoito no trem

O.119.O Chamado - Marina Lima/Giovanni Bizzotto


Vou seguir o chamado
E onde é que vai dar, onde é que vai dar?
Não sei...

Arriscar ser derrotado
Por mentiras que vão
Mentiras que vêm punir

Um coração cansado de sofrer
E de amar até o fim
Acho que vou desistir

Céu abriga o recado
Que é pra eu me guardar
Mudanças estão por vir

Esperar ser proclamado
O grande final,
O grande final feliz!

Que tal aquele brinde que faltou?
Será que teria sido assim?
Acho que vou resistir

Que tal aquele brinde que faltou?
Será que teria sido assim?
Acho que vou resistir...
Onde é que vai dar?
Onde é que vai dar?

quinta-feira, 20 de julho de 2023

O.118.Onde o sol bate e se firma - Luiz Melodia


Estou em torno da cidade
Trajes elegantes sobre mim
Vejo vitrines, vejo boutiques
Só não vejo quem eu quis
Os transeuntes me agitam
Me perco sobre a multidão
Mas vejo através das lentes negras
Lindo, teu corpo lindo
Serás amor minha canção
Giro a cidade sem juízo
Caminhe e se encontre lá comigo
Pois ainda sou o seu amor
A minha blusa tem seu nome
Mas perto bem perto da esquina
Onde o sol bate e se firma
Estou lá, bem pra lá do que pra cá
Estou lá, bem pra lá do que pra cá