segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

C.153.Choro Bandido - Edú Lobo/Chico Buarque


Mesmo que os cantores sejam falsos como eu
Serão bonitas, não importa, são bonitas as canções
Mesmo miseráveis os poetas os seus versos serão bons
Mesmo porque as notas eram surdas quando um deus sonso e ladrão
Fez das tripas a primeira lira que animou todos os sons
E daí nasceram as baladas e os arroubos de bandidos como eu
Cantando assim: você nasceu para mim, você nasceu para mim
Mesmo que você feche os ouvidos e as janelas do vestido
Minha musa vai cair em tentação
Mesmo porque estou falando grego com sua imaginação
Mesmo que você fuja de mim por labirintos e alçapões
Saiba que os poetas como os cegos podem ver na escuridão
E eis que, menos sábios do que antes os seus lábios ofegantes
Hão de se entregar assim: me leve até o fim, me leve até o fim
Mesmo que os romances sejam falsos como o nosso
São bonitas, não importa, são bonitas as canções
Mesmo sendo errados os amantes seus amores serão bons

C.152.Cavalo enxuto - Moacyr dos Santos/Lourival Santos


Eu tenho um vizinho rico
Fazendeiro endinheirado
Não anda mais a cavalo
Só compra carro importado

Eu conservo a minha tropa
O meu cavalo ensinado
O fazendeiro moderno
Só me chama de quadrado
Namoramos a mesma moça
Veja só o resultado

Um dia a moça falou
Pra não haver discussão
Vamos fazer uma aposta
A corrida da paixão
Granfino corre no carro
Você no seu alazão

Eu vou pra minha fazenda
Esperar lá no portão
Quem dos dois chegar primeiro
Vai ganhar meu coração

Ele calibrou os pneus
Apertou bem as arruelas
Eu ferrei o meu cavalo
Que tem asas nas canelas
O granfino entrou no carro
Pulei em cima da sela

Ele funcionou o motor
E fechou bem as janelas
Chamei o macho na espora
Bem por baixo das costelas

Eu entrei pelos atalhos
Pulando cerca e pinguela
Quando terminou o asfalto
Ele entro numa esparrela
Numa estrada boiadeira
Toda cheia de cancela

Cheguei no portão primeiro
Dei um beijo na donzela
Quando o granfino chegou,
Eu já estava nos braços dela

O progresso é coisa boa
Reconheço e não discuto
Mas aqui no meu sertão
Meu cavalo é absoluto
Foi Deus a natureza
Que criou esse produto

Essa vitória foi minha
E do meu cavalo enxuto
A menina hoje vive
Nos braços deste matuto

C.151.Corcovado - Tom Jobim


Um cantinho e um violão, este amor uma
canção... Pra fazer feliz a quem se ama

Muita calma pra pensar, e ter tempo pra
sonhar. Da janela vê-se o Corcovado
O Redentor que lindo,
Quero a vida sempre assim, com voce perto
de mim, até o apagar da velha chama,
E eu que era triste, descrente desse mundo,
ao encontrar voce eu compreendi,
o que é felicidade meu amor.

C.150.Cotidiano N.2 - Toquinho/Vinicius de Moraes


Há dias que eu não sei o que me passa
Eu abro o meu Neruda e apago o sol
Misturo poesia com cachaça
E acabo discutindo futebol

Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão

Acordo de manhã, pão sem manteiga
E muito, muito sangue no jornal
Aí a criançada toda chega
E eu chego a achar Herodes natural

Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão

Depois faço a loteca com a patroa
Quem sabe nosso dia vai chegar
E rio porque rico ri à toa
Também não custa nada imaginar

Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão

Aos sábados em casa tomo um porre
E sonho soluções fenomenais
Mas quando o sono vem e a noite morre
O dia conta histórias sempre iguais

Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão

Às vezes quero crer mas não consigo
É tudo uma total insensatez
Aí pergunto a Deus: escute, amigo
Se foi pra desfazer, por que é que fez?

Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão

C.149.Carta ao Tom 74 - Toquinho/Vinicíus de Moraes


Rua Nascimento Silva, 107
Voce ensinando pra Elizeth
As canções
De canção do amor demais
Lembra que tempo feliz
Ah! Que saudade
Ipanema era só felicidade
Era como se o amor
Doesse em paz
Nossa famosa garota nem sabia
A que ponto a cidade turvaria
Esse rio de amor que se perdeu
Mesmo a tristeza da gente era mais bela
E alem disso se via da janela
Um cantinho do ceu o Redentor

É, meu amigo
Só resta uma certeza
É preciso acabar com a natureza
É melhor lotear o nosso amor

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Rua Nascimento Silva, 107
Eu saio correndo do pivete
Tentando alcançar o elevador

Minha janela não passa de um quadrado
A gente só vê Sérgio Dourado
Onde antes se via o Redentor

É, meu amigo
Só resta uma certeza
É preciso acabar com a natureza
É melhor lotear o nosso amor

C.148.Choro chorado pra Paulinho Nogueira - Vinicius de Moraes/Toquinho/Paulinho Nogueira


Quanta saudade antiga
Quanta recordação
O toque paciente
De tua mão amiga
Me ensinando os caminhos
Corrigindo os defeitos
Dando todos os jeitos
Pras notas brotarem
Do meu violão

Ah, como eu me lembro ainda
Cheio de gratidão
A hora entardecente
A nostalgia infinda
No modesto ambiente
Da casinha da praça
E eu em estado de graça
De estar aprendendo a tocar violão

E hoje nós dois
Tempos depois
Damos com nova emoção
Um novo aperto de mão
Neste chorinho chorado juntos
E que, tomara, renasça em muitos

Pois a maior alegria
É chorar de parceria
Num chorinho que é só coração
E relembrar que o passado
Vive num choro chorado
Pelo teu e o meu violão

C.147.Chorando pra Pixinguinha - Toquinho Vinicius de Moraes


Meu velho amigo
Chorão primeiro
Tão Rio antigo
Tão brasileiro

Teu companheiro
Chora contigo
Toda a dor de ter vivido
O que não volta nunca mais
E na emoção deste chorinho carinhoso
Te pede uma bênção de amor e de paz

C.146.Conceição - Jair Amorim/Dunga


Conceição
Eu me lembro muito bem
Vivia no morro a sonhar
Com coisas que o morro não tem
Foi então
Que lá em cima apareceu
Alguém que lhe disse a sorrir
Que, descendo à cidade, ela iria subir
Se subiu
Ninguém sabe, ninguém viu
Pois hoje o seu nome mudou
E estranhos caminhos pisou
Só eu sei
Que tentando a subida, desceu
E agora daria um milhão
Para ser outra vez
Conceição

C.145.Cidadão - Capinan


Na mão do poeta
O sol se levanta
E a lua se deita
Na côncava praça
Aponta o poente
O apronte o levante
Crescente da massa

Aos pés do poeta
A raça descansa
De olho na festa
E o céu abençoa
Essa fé tão profana
Oh! Minha gente baiana
Goza mesmo que doa


*Refrão

Abolição
No coração do poeta
Cabe a multidão
Quem sabe essa praça repleta

Navio negreiro já era
Agora quem manda é a galera
Nessa cidade nação
Cidadão
Abolição

C.144.Café de padaria - Helena Elis


Repete: Me dá um beijo
Com gosto e me faça sentir
Completamente amada
Repete: Seu beijo é muito mais
Gostoso que café de padaria
Na quina da avenida

Bom na vida é ter você
Me chamando de amor
Gosto muito de alfajor
Não dispenso o violão
Não deixo escapar da mão
Uma nova inspiração
Para minha composição
Adoro viver mas a vida
Seria perfeita com tudo isso e você

Adoro viver e o seu beijo
É muito mais gostoso que
Café de padaria na quina da avenida

- Sei que é querer demais
- Sei que é pedir demais

mas para mim tanto não faz
ter você ou não

Repete: Me dá um beijo ...

Café de padaria é gostoso
Você é maravilhoso
Alfajor é tentador
Você é sedutor
A canção é bonitinha
Com você é maravilhosa

C.143.Caboclo sonhador - Maciel Melo


Sou um caboclo sonhador
Meu senhor, viu?
Não queira mudar meu verso
Se é assim não tem conversa
Meu regresso para o brejo
Diminui a minha reza

Coração tão sertanejo
Vejam como anda plangente o meu olhar
Mergulhado nos becos do meu passado
Perdido na imensidão desse lugar

Ao lembrar-me das bravuras de neném
Perguntar-me a todo instante por Bahia
Mega e Quinha, como vão, tá tudo bem ?
Meu canto é tanto, quanta canta o sabiá

Sou devoto de padim Ciço Romão
Sou tiete do nosso rei do cangaço
Em meu regaço, fulminado em pensamentos
Em meu rebento, sedento eu quero chegar
Deixem que eu cante cantigo de ninar
Abram alas para um novo cantador
Deixem meu verso passar na avenida
Num forró fiado tão da bexiga de bom

C.142.Cavaleiro Alado - Alcymar Monteiro/João Paulo


E Boi, e Boi
E Boi, e Boi
E Boi, e Boi, e Boi, e Boi
E Boi, e Boi

Um cavaleiro que corre no meio da noite
No meio do chuva, corisco e trovão
No brilho de um raio
Num cavalo baio, na escuridão

Voando, aboiando num cavalo alado
Levando seu gado, p"rum reino encantado
Já velho cansado, marcado, ferrado
No seu coração

E Boi, e Boi

Mugindo seu gado no pé do mourão
Num grito de sorte
Um agôro de morte
Explode a boiada do seu coração

A porteiro se abriu
O cavaleiro partiu
E na boca do noite
Uma estrela surgiu

C.141.Conversa - Evaldo Gouveia/Jair Amorim


Veja você
O que esta noite aconteceu
O meu grande amor
Me confessar que não é meu
Tantos projetos fiz
Sonhos do coração
Coisas que o amor não diz
Sem emoção

Logo a mim que sou
Tão sentimental
Aconteceu
Tanta gente aí
E a saudade a mim
Escolheu

C.140.Capim de ribanceira - Almir Sater/Paulo Simões


É madrugada e eu na beira da estrada
A lua cheia minguada e de repente apareceu
Um cavaleiro de bota e chapéu de couro
Me lembrando um velho mouro
Lá fiquemo ele mais eu
Cruzou os pés, apiou do seu cavalo
Dexou a rédea no talo de uma roseira sem flor
Diz que seguia pelo mundo solitário
E quebrava todo galho
Apartando toda dor

Quem não ouviu falar
Quem não quis conhecer
Aquele cavaleiro que vive pela fronteira
Divulgando a reza brava do capim de ribanceira
Aquele cavaleiro que vive pela fronteira
Divulgando a reza brava do capim de ribanceira

Enquanto o bule de café bulia a brasa da fogueira
Refletia o seu olhar, eu pude ver
Que ele sabia coisa até do outro mundo
E essa noite eu fui aluno do seu estranho poder
Com sete ponta duma rama trepadera
E um ramo de avitera
O meu corpo ele tocô
Naquele instante me bateu uma zonzera
E duma tosse cuspidera o velhinho me livrô

E quem não ouviu falar
Quem não quis conhecer
Aquele cavaleiro que vive pela fronteira
Divulgando a reza brava do capim de ribanceira
Aquele cavaleiro que vive pela fronteira
Divulgando a reza brava do capim de ribanceira

C.139.Chorando sozinho - Antonio Carlos Carvalho/Júlio Trindade


Tá na hora
De você parar com isso
Eu sei que nem tudo é perfeito
Mas acho que a gente tem jeito
Não esqueça mais
Do nosso compromisso
Juramos amor de verdade
Não brinque com a felicidade
As noites eu passo acordado
Os sonhos me fazem chorar
Porque você não vem me abraçar
O nosso amor não pode se acabar...
Assim é de doer
Você nem quer me atender
Já ando chorando sozinho
Por falta de amor e carinho...
Você tem que entender
Nada é eterno, nem vai ser
O tempo não é nosso amigo
Vem logo vem ficar comigo


C.138.Como nossos pais - Belchior


Não quero lhe falar
Meu grande amor
Das coisas que aprendi
Nos discos...

Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa...

Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado prá nós
Que somos jovens...

Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina, na rua
É que se fez, o seu braço
O seu lábio e a sua voz...

Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantada
Como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pr'o sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro da nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva
Do meu coração...

Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como Os Nossos Pais...

Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando...

Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...

Hoje eu sei
Que quem me deu a idéia
De uma nova consciência
E juventude
Tá em casa
Guardado por Deus
Contando vil metal...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo
Tudo o que fizemos
Nós ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como Os Nossos Pais...

C.137.Cabô meu pai - Moacyr Luz/Luis Carlos da Vila/Aldir Blanc


O pai me disse que a tradição é lanterna
Vem do ancestral, é moderna
Bem mais que o modernoso
E aí é o meu coração que governa
Na treva é a luz mais eterna
O Todo Mais Poderoso

Também me disse
Com aquele jeito orgulhoso
Que o samba é mais que formoso
Que ninguém lhe passa a perna
É a marola que vira o mar furioso
Netuno misterioso o tesouro das cavernas

A jura é pra quem rezar
A reza é pra quem jurar
A alma pra sempre é do fundador
Maré muda com o luar
Futuro é pra quem lembrar
Se é isso que o pai ensinou
Cabô

Cabô, meu pai, Cabô, ô
Cabô, meu pai, Cabô

C.136.Chegança - Edú Lobo


Estamos chegando daqui e dali
E de todo lugar que se tem pra partir
Estamos chegando daqui e dali
E de todo lugar que se tem pra partir
Trazendo na chegança
Foice velha, mulher nova
E uma quadra de esperança
E uma quadra de esperança
Ah, se vier fosse chegar
Ah, se vier fosse chegar
... Chegar sem parar
Parar pra casar
Casar os filhos e escolher
Por um mundo
Não tá de rolar por um mundo
Não tá de ro..dar

C.135.Cabelo no Pente - Alceu Valença


Andei pisando pelas ruas do passado
Criando calo no meu pé caminhador
Dançando um xote,
Tropecei com harmonia
Na melodia de "Pisa na Fulô"

Andei passando como as águas como o vento
Como todo sofrimento que enfim me calejou
terei futuro deslizando no presente
Como o cabelo no pente que penteia meu amor

C.134.Como uma onda - Lulu Santos/Nelson Mota


Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará

A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito

Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo

Não adianta fugir
Nem mentir
Pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar

Nada do que foi será
De novo do jeito
Que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará

A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito

Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo

Não adianta fugir
Nem mentir pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre

Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar

C.133.Cadê Tereza - Jorge Bem


La, la, la, la, la, la, la, la

Tereza foi ao samba lá no morro
E não me avisou
Será que arrumou outro crioulo
Pois ainda não voltou

Cadê Tereza
La, la, la, la, la, la, la, la

Tereza minha nêga minha musa
Eu gosto muito de você
Sou um malandro enciumado, machucado
Que espera por você
Juro por Deus se você voltar
Eu vou me regenerar
Jogo fora meu chinelo,
Meu baralho
E a minha navalha
E vou trabalhar.

C.132.Chico Brito - Wilson Batita/Afonso Teixeira


Lá vem o Chico Brito
Descendo o morro
Na mão do Peçanha
É mais um processo
É mais uma façanha
O Chico Brito fez do baralho
Seu melhor esporte
É valente no morro
E dizem que fuma uma erva do norte

Ele, menino, ia ao colégio
Era aplicado, tinha religião
Muito estimado
E jogava bola
Era indicado para capitão
"Mas a vida tem os seus reveses
Dizia Chico defendendo teses
Se o homem nasceu bom
E bom não se conservou
A culpa é da sociedade
Que o transformou"

C.131.Coração Leviano - Paulinho da Viola


Trama em segredo teus planos
Parte sem dizer adeus
Nem lembra dos meus desenganos
Fere quem tudo perdeu
Ah! Coração leviano
Não sabe o que fez do meu

Este pobre navegante
Meu coração amante
Enfrentou a tempestade
No mar da paixão e da loucura
Fruto da minha aventura
Em busca da felicidade

Ah! Coração teu engano
Foi esperar por um bem
De um coração leviano
Que nunca será de ninguém

C.130.Casa de Bamba - Martinho da Vila


Na minha casa todo é bamba
Todo mundo bebe, todo mundo samba

Na minha casa não tem bola pra vizinha
Não se fala do alheio, não se liga pra candinha

Na minha casa ninguém liga pra intriga
Todo mundo xinga, todo mundo briga

Macumba lá na minha casa
Tem galinha preta, azeite de dendê
A ladainha lá na minha casa
Tem reza bonitinha e canjiquinha pra comer

Se tem alguém aflito
Todo mundo chora, todo mundo sofre
Logo se reza pra são benedito
Pra nossa senhora e pra santo antônio

Mas, se tem alguém cantando
Todo mundo canta, todo mundo dança
Todo mundo samba e ninguém se cansa
Minha casa é casa de bamba

C.129.Cristo Nasceu na Bahia - Sebastião Cirino/Duque


Dizem que Cristo nasceu na Bahia
A história se enganou
Cristo nasceu na Bahia, meu bem
E o baiano o criou
Na Bahia tem vatapá
Na Bahia tem carurú
Muqueca e arroz de auça
Manga, laranja e caju

C.128.Caboca di Caxangá - Catulo da Paixão Cearense


Laurindo punga, chico dunga, zé vicente
Essa gente tão valente do sertão de jatobá
E o danado do afamado zeca lima
Tudo chora numa prima e tudo quer te traquejá

Cabôca di caxangá (bis)
Minha cabôca venha cá. (bis)

Queria ver se essa gente também sente
Tanto amor como eu senti
Quando eu te vi em cariri
Atravessava um regato no patau
E escutava lá no mato
O canto triste do urutau.

Cabôca, demônio mau, (bis)
Sou triste como o urutau. (bis)
Cabôca de caxangá (bis)
Minha cabôca, vem cá (bis)

Há muito tempo lá nas moita
Da taquara junto ao monte das coivara
Eu não te vejo tu passar
Todo os dia até a boca da noite
Eu te canto uma toada
Lá de baixo do indaiá.

Vem cá, cabôca, vem cá (bis)
Rainha di caxangá (bis)

Da noite santa do natal na encruzilhada
Eu te esperei e descansei
Até o romper da manhã
Quando eu saia do arraiá o sol nascia
E lá na mata já se ouvia
Pipiando a acauã.

Cabôca, toda manhã
Som triste de acauã (bis)
Cabôca de caxangá (bis)
Minha cabôca, vem cá (bis)

C.127.Coisas do mundo minha nega - Paulinho da Viola


Hoje eu vim minha nêga
Como venho quando posso
Na boca as mesmas palavras
No peito o mesmo remorso
Nas mãos a mesma viola
onde gravei o teu nome

Nas mãos a mesma viola
onde gravei o teu nome

Venho do samba há tempo, nêga
Vim parando por ai
Primeiro achei Zé Fuleiro
Que me falou de doença
Que a sorte nunca lhe chega
Está sem amor e sem dinheiro
Perguntou se eu não dispunha
De algum que pudesse dar
Puxei, então da viola
Cantei um samba pra ele
Foi um samba sincopado
Que zombou do seu azar

Hoje eu vim minha nêga
Andar contigo no espaço
Tentar fazer em teus braços
Um samba puro de amor
Sem melodia ou palavra
pra não perder o amor

Sem melodia ou palavra
pra não perder o amor

C.126.Caçada - Chico Buarque


Não conheço seu nome ou paradeiro
Adivinho seu rastro e cheiro
Vou armado de dentes e coragem
Vou morder sua carne selvagem
Varo a noite sem cochilar, aflito
Amanheço imitando o seu grito
Me aproximo rondando a sua toca
E ao me ver você me provoca
Você canta a sua agonia louca
Água me borbulha na boca
Minha presa rugindo sua raça
Pernas se debatendo e o seu terror
Hoje é o dia da graça, hoje é o dia da caça e do caçador
Eu me espicho no espaço feito um gato
Pra pegar você, bicho do mato
Saciar a sua avidez mestiça
Que ao me ver se encolhe e me atiça
E num mesmo impulso me expulsa e abraça
Nossas peles grudando de suor
Hoje é o dia da graça, hoje é o dia da caça e do caçador
De tocaia fico a espreitar a fera
Logo dou-lhe o bote certeiro
Já conheço seu dorso de gazela
Cavalo brabo montado em pelo
Dominante, não se desembaraça
Ofegante, é dona do seu senhor

C.125.Contrato com Deus - Ed Motta/Nom Bom


Me deram liberdade pra tomar
As minhas próprias dimensões
Viver o que quiser, o que mandar
A minha imaginação
Contrato é contrato,
eu não vou
Te deixar na mão
Assim como eu
Outros pensam também
Eu tenho um contrato com Deus
Eu tenho um contrato com Deus
Eu tenho um contrato com Deus
Eu tenho um contrato... e não abro mão
Entendo você
Suas verdades e explicações
A sua verdade, aquela que você me diz
Querendo mentir ou não
Ou não!

C.124.Carneiro - Ednardo/Augusto Pontes


Amanhã se der o carneiro
O carneiro
Vou m'imbora daqui pro Rio de Janeiro
Amanhã se der o carneiro
O carneiro
Vou m'imbora daqui pro Rio de Janeiro
As coisas vem de lá
Eu mesmo vou buscar
E vou voltar em vídeo tapes
E revistas supercoloridas
Pra menina meio distraída
Repetir a minha voz
Que Deus salve todos nós
E Deus guarde todos vós

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

S.060.Sedução - Helena Elis


Você indo embora com aquele seu cabelo
Você, cabelo, boca e tudo
E o maldito tchau nas mãos
Me deixando tão traumatizada com tudo que lembra você
Seu nome em outra pessoa
As suas preferências
O nosso tema de amor
Fico vendo até você beijar
Outra boca enquanto faz arrepiar
Outra pele, dizendo as mesmas coisas
Que tanto eu ouvi
Tenho pena de quem ainda vai chorar
Seu amor e em vão acreditar
Em você que logo, logo cantará
Em outra freguesia

Sedução é fazer o que você fez
Eu em paz, você atacar de vez
Parecendo ter a chave do meu íntimo
Descobriu e até curou traumas antigos
Com seus gestos, fala, olhares (estilo) e carícias
Pro meu corpo, mente e alma deu comida
E de brinde, até um doentio ciúme,
Simulando um falso amor

Se fazendo mais carente do que eu
Outra parte desse mesmo jogo seu
Parecendo invadir os meus segredos foi perfeito
E eu me envolvi sem medo
Mas cuidado, pois na vida é bem possível
Seduzir um sedutor

S.059.Serena Estrela - Pedro Luiz


Serena estrela, no ,meu céu não vieste
Pálida e triste vai morrer além...
Hoje findou-se meu extremo gozo
E é já forçoso que me vá também.

Amei-te muito, foi paixão sincera,
Na primavera nosso amor nasceu.
­Chegamos hoje ao derradeiro lance
Desse romance que me enloqueceu.

Não tenhas medo do meu ar sombrio
Antes do estio, chegarã meu fim...
E já não tremo no fatal delírio...
Foi o martírio que me fez assim.

O bardo é triste no florir da idade
Pranto e saudade foram seus troféus
Que tem o bardo que viveu sem flores
Chore de amores e te caia aos pés

S.058.Se eu fosse o teu patrão - Chico Buarque


Eu te adivinhava
E te cobiçava
E te arrematava em leilão
Te ferrava a boca, morena
Se eu fosse o teu patrão
Ai, eu te tratava
Como uma escrava
Aí, eu não te dava perdão
Te rasgava a roupa, morena
Se eu fosse o teu patrão
Eu te encarcerava
Te acorrentava
Te atava ao pé do fogão
Não te dava sopa, morena
Se eu fosse o teu patrão
Eu te encurralava
Te dominava
Te violava no chão
Te deixava rota, morena
Se eu fosse o teu patrão
Quando tu quebrava
E tu desmontava
E tu não prestava mais não
Eu comprava outra, morena
Se eu fosse o teu patrão
Pois eu te pagava direito
Soldo de cidadão
Punha uma medalha em teu peito
Se eu fosse o teu patrão
O tempo passava sereno
E sem reclamação
Tu nem reparava, moreno
Na tua maldição
E tu só pegava veneno
Beijando a minha mão
Ódio te abrandava, moreno
Ódio do teu irmão
Teu filho pegava gangrena
Raiva, peste e sezão
Cólera na tua morena
E tu não chiava não
Eu te dava café pequeno
E manteiga no pão
Depois te afagava, moreno
Como se afaga um cão
Eu sempre te dava esperança
D'um futuro bão
Tu me idolatrava, criança
Seu eu fosse o teu patrão

S.057.Solidão - Tom Jobim/Alcides Fernandes


Sofro calado
Na solidão
Guarda comigo
A memória do teu vulto
Em vão
Eu fui tão bom prá você
E o resultado
Desilusão
O dia passa
A noite vem
A solução desse caso
Cansei de buscar
Eu vou rezar
Pra você me querer
Outra vez
Como um dia me quis
Quandoa saudade apertar
Não se acanhe comigo
Pode me procurar.

S.056.Só voce - Marina Lina/Antonio Cícero


Só você amor
Esse sopro sobre a pele, amor
Vem de leve e anuncia
Uma nova melodia

Você veio feito música
Minha própria luz e canção
Numa exata sintonia
Em que capto esta paixão

Só pra você
Só você

Só pra você, amor
Esse sopro, amor
Vai de leve e se insinua
Sob sua pele nua

Eu vivo de música
Só transo luz e canções
Ou no palco ou na rua
Irradio paixões

Só pra você
Só você

S.055.San Vicente Milton Nascimento/Fernando Brant


A D E
Coração ame.......ricano
D E
acordei de um sonho estranho
A D
Um gosto de vidro e corte
C#m
Um sabor de chocolate
D A E A
No corpo e na cida.....de
E F#m
Um sabor de vida e morte
B7
Coração americano
D A
Com sabor de vidro e corte
A D E D A C G E
A D E
A espera na fila imensa
D E
E o corpo negro se esqueçeu
A D
Estava em San Vicente
C#m
A cidade e suas luzes
D A E A
Estava em San Vicen.....te
E F#m
As mulheres e os homens
B7
Coração americano
D A
Com sabor de vidro e corte
A D E D A C G E
A D E
As horas não se contavam
D E
E o que era negro anoiteceu
A D
Enquanto se esperava
C#m
Eu estava em San Vicente
D A E A
Enquanto acon....tecia
E F#m
Eu estava em San Vicente
B7
Coração americano
D A

S.054.Sarará Miolo - Gilberto Gil


Sara, sara, sara, sarará
Sara, sara, sara, sarará
Sarará miolo
Sara, sara, sara cura
Dessa doença de branco
Sara, sara, sara cura
Dessa doença de branco
De querer cabelo liso
Já tendo cabelo louro
Cabelo duro é preciso
Que é para ser você, crioulo

S.053.Sete cantigas para voar - Vital Farias


Cantiga de campo de concentração
A gente bem sente com precisão
Mas recordo a sua imagem
Naquela viagem que eu fiz pro sertão
Eu que nasci na floresta
Canto e faço festa no seu coração
Voa, voa, azulão...
Cantiga de roça de um cego apaixonado
Cantiga de moça lá do cercado
Que canta a fauna e a flora
E ninguém ignora se ela quer brotar
Bota uma flor no cabelo
Com alegria e zelo para não secar
Voa, voa, azulão...
Cantiga de ninar a criança na rede
Mentira de água é matar a sede
Diz pra mãe que eu fui pro açude
Fui pescar um peixe, isso eu não fui não
Tava era com umnamorado
Pra alegria e festa do meu coração
Voa, voa, azulão...
Cantiga de índio que perdeu sua taba
No peito esse incêndio, céu não se apaga
Deixe o índio no seu canto
Que eu canto um acalanto,
Faço outra canção
Deixe o peixe deixe o rio
Que o rio é um fio de inspiração
Voa, voa, azulão...

S.052.Separação - José Augusto/Sérgio Vale


Melhor assim
A gente já não se entendia muito bem
E a discussão já era coisa mais comum
E havia tanta indiferença em teu olhar
Melhor assim
Pra que fingir se você já não tem amor
Se os teus desejos já não me procuram mais
Se na verdade pra você eu já não sou ninguém
De coração, eu só queria que você fosse feliz
Que outro consiga te fazer o que eu não fiz
Que você tenha tudo aquilo, que sonhou
Mas vá embora
Antes que a dor machuque mais meu coração
Antes que eu morra me humilhando de paixão
E me ajoelhe te implorando pra ficar comigo
Não diz mais nada
A dor é minha, eu me aguento pode crer
Mesmo que eu tenha que chorar pra aprender
Como esquecer você
Mas vá embora
Antes que a dor machuque mais meu coração
Antes que eu morra me humilhando de paixão
E me ajoelhe te implorando pra ficar comigo
Não diz mais nada
A dor é minha, eu me aguento pode crer
Mesmo que eu tenha que chorar pra aprender
Como esquecer você

S.051.Super Homem (A canção) - Gilberto Gil


Um dia,
Vivi a ilusão de que ser homem bastaria
Que o mundo masculino tudo me daria
Do que eu quisesse ter
Que nada, minha porção mulher que até então se resguardara
É a porção melhor que trago em mim agora
É o que me faz viver
Quem dera
Pudesse todo homem compreender, ó mãe quem dera
Ser o verão no apogeu da primavera
E só por ela ser
Quem sabe
O super-homem venha nos restituir a glória
Mudando como um Deus o curso da história
Por causa da mulher

Quem sabe
O super-homem venha nos restituir a glória
Mudando como um Deus o curso da história
Por causa da mulher

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

S.050.Sim ou Não - Djavan


Introdução: F7+/9 G/F F9 F9/5+
F7+/9 G/F F9 F9/5+
Um dia preciso ir
F7+/9 G/F D/E A7/5+
Na casa da solidão
D7+/9 G7/13
Só pra saber
Cm7/9 F4/7 F7
Se o que sofri
Am7 D7/9
Dá pra beber
B7/9- F#7/9+
Outra paixão
F7+/9 G/F F9 F9/5+
Em mim o amor se fez
F7+/9 G/F D/E A7/5+
Do jeito que se inventou
D7+/9 G7/13 Cm7/9 F4/7 F7
Toda razão perde o seu fim
Am7 D7/9 B7/9- F#7/9+
Se um coração for o juiz
Gm7
Vai redimir
F#7/5-
O medo de amar
A6
Saudade
F7+/9 G/F F9 F9/5+
Enquanto o amor ferir
F7+/9 G/F D/E A7/5+
E o pranto a dor sarar
D7+/9 G7/13
Não digo não
Cm7/9 F4/7 F7
Nem dou o sim
Am7 D7/9
Deixo o meu coração
B7/9- F#7/9+
Chorar por mim

S.049.Salva vidas - Caetano Veloso


Místico pôr-do-sol no mar da Bahia
E eu já não tenho medo de me afogar
Conheço um moço lindo que é salva-vida
Vida
Um da turma legal de Salvador
Que é fera
Na doçira, na força e na graça
Ai, ai
Quem me dera
Que eu também pertencera a essa raça
Salva vida

S.048.Seu sabão - Djalminha


Ele é meu homem
Me deu seu nome
Quando dele me tornei mulher
Ele me beija, me aperta
Com carinho me desperta
Faz de mim o que bem quer

Sou seu sabão, sou seu denguinho
Sou seu cheiro, seu carinho
E tudo mais o que ele quer
E até meu nome é flor, é rosa
É onçà, é cobra venenosa
Para o que der e vier

Me arrepio feito gata
Quando sinto as suas patas
No meu corpo desnudado
Se é depois de forte briga
O nosso amor parece intriga
De gemidos no calado

Ele me afaga,
Eu gemo e grito
Torno o dito por não dito
E me sinto mais mulher
Quado em seus braços ele me pisa
E com seus beijos me agoniza
Quem ama atura o que vier

S.047.Superstafa - Luis Carlos/Paulo Coelho


A linha dá sempre ocupado
O sinal vai demorar a abrir

O carro tá sempre enguiçado
Choro na hora de sorrir
Ah! deixa estar que eu me vingo dela

Ah! deixa estar vou tocar para ela
Ah! deixa estar meus amigos

Mas o que se passa e a superstafa
Sempre tem que pagar a taxa
Na guitarra falta uma corda
Custo muito pra dormir
Mas qualquer coisinha me acorda
Chove só nos fins de semana

Quando a gente quer ir a praia
A caneta vive falhando
Sempre pinga aqui na saia
O filme que a gente quer ver
Tá com lotação esgotada
A água para de correr
Quando estou toda ensaboada

S.046.Sonho de moço - Francis Hime/Milton Nascimento


C7M Bb7/C
Pensam que não vale mais eu vir cantar
C7M Bb7/C
Rumos de povo e coisa e tal
Ab7M/Eb D7
E sonhos de moço pensam ser devagar
Ab7M/Eb D7
Morreram com quem já não é
D6 C#m7
É hoje, sempre, amanhã, sempre está
F#7 F#7(13b) B7M E7
Sou homem, sou jovem, menino, sou eu
C/E D7(9b)/Eb
Por mais que me mate o amanhã
D7 E E7
A fé me transborda essa manhã
C/E F#m7(11)
O pão, mais um dia, o Dom da vida
B7(9b) E7/4(9)
O sol da vida, eu quero acreditar
C/E D7(9b)/Eb
O pão, me mereça essa manhã
D7 E E7
Que importa se estou a repetir
C/E F#m7(11) B7(9b) E7/4(9) E7(9)
68, qualquer dano, o dano todo, quero acreditar
C7M Bb7/C
Mas de quem tá atrás de mim quero ver
C7M Bb7/C
Um amanhã em tudo meu
C7M Bb7/C
Dar liberdade quem está atrás de mim
C7M Bb7/C
Menino, quero acreditar
C7M Bb7/C
Ah, isso eu quero acreditar
C7M Bb7/C
Façam por onde acreditar

O.087.Os dez mandamentos - Dadá Di Moreno/Jeova de Carvalho


Os dez mandamentos do amor
Para conquistar uma mulher
Tem que ter carinho
Tem que ter jeitinho
Tem que ter aquilo
Que ela quer

Primeiro, tudo começa com uma paquera
Com seu olhar dentro do olhar dela
Com jeitinho para dançar
Dance macio para ela se aconchegar

Segundo, um papo pra derrubar avião
suavemente ja pegando em sua mão

Terceiro, um cheiro pra sentir o seu perfume
Olhando as outras pra ela sentir ciúmes

O quarto, é brincar no escurinho
Ser o lobo mau e ela a chapeuzinho

Quinto, tem que ser bem safadinho

Preste atenção agora
Ao sexto mandamento
Que ela, não vai lhe esquecer
Um só momento
Repita a dose se sentir
Que ela gostou
Na hora H, lhe chame
De meu amor

Sétimo toque, é lhe falar de paixão
Falar somente das coisas do coração

Oitavo mandamento, diz para jurar
Lhe ser fiel, até a morte lhe levar

No nono, você diz que vai voltar
Diz que amanhã vai telefonar

No décimo...
Deixe ela esperar

O.086.O Pedido - J.Barreto/J. da Silva


Vim, vim, vim
Eu vim, oi
Vim, vim, vim,
Eu vim...

Atravessei o mar
Vim trazer enfeite
Me vesti rainha
E dançar a festa
No avarandado da mata cerrinha
No avarandado da mata cerrinha.

Vim, vim, vim
Eu vim, oi
Vim, vim, vim,
Eu vim...

Na margem passeio cheguei
Vim trazer doce, ponche bom
Pra meu coração rodeador
Cair descanso na mata cerrinha
No avarandado da mata cerrinha.

Vim, vim, vim
Eu vim, oi
Vim, vim, vim,
Eu vim...

Atendi teu pedido e vim...
Atendi teu pedido e vim...
Atendi teu pedido e vim...
Atendi teu pedido e vim...

O.085.O ciúme - Caetano Veloso


Dorme o sol à flor do Chico, meio-dia
Tudo esbarra embriagado de seu lume
Dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia
Só vigia um ponto negro: o meu ciúme
O ciúme lançou sua flecha preta
E se viu ferido justo na garganta
Quem nem alegre nem triste nem poeta
Entre Petrolina e Juazeiro canta
Velho Chico vens de Minas
De onde o oculto do mistério se escondeu
Sei que o levas todo em ti, não me ensinas
E eu sou só, eu só, eu só, eu
Juazeiro, nem te lembras dessa tarde
Petrolina, nem chegaste a perceber
Mas, na voz que canta tudo ainda arde
Tudo é perda, tudo quer buscar, cadê
Tanta gente canta, tanta gente cala
Tantas almas esticadas no curtume
Sobre toda estrada, sobre toda sala
Paira, monstruosa, a sombra do ciúme

O.084.Olha pro céu - Luiz Gonzaga/José Fernandes


Olha pro céu, meu amor
Vê como ele está lindo
Olha praquele balão multicor
Como no céu vai sumindo
Foi numa noite, igual a esta
Que tu me deste o teu coração
O céu estava, assim em festa
Pois era noite de São João
Havia balões no ar
Xóte, baião no salão
E no terreiro
O teu olhar, que incendiou
Meu coração.

O.083.Oh Jah, Oh Jah


Destinos livres num mundo em degradação
Mentes mantidas na prisão,
Dos falsos preceitos, da doutrinação,
Excluídos e eleitos no reino da perdição.

Líderes malignos, dominadores,
Ensinam e fanatizam seus fiéis seguidores,
Não sabem da dor no desprezo, da rejeição,
Não sabem do desespero dos que esperam em vão.

Falsos profetas, enganadores,
Comerciantes da fé, sacerdotes dos valores,
Missionários mercenários, devotos do dinheiro,
Exploram nos cultos diários o sofrimento alheio.

Oh Jah, Oh Jah-Jah! Quanta desonestidade,
Não se sabe em que acreditar,
Doutores em falsidade,
Aproveitadores por todo lugar,

Querem construir o seu céu na Terra
E acham que pra isso tudo podem comprar,
Vendem suas almas, declaram a guerra,
Só a cobiça lhe faz respirar.

Oh Jah, Oh Jah-Jah,
Que grande abominação!
Oh Jah, Oh Jah-Jah,
Discipulos da maldição!
Oh Jah, Oh Jah-Jah,
Quanta hipocrisia!
Oh Jah, Oh Jah-Jah,
Livrai-me dessa heresia!
Não se sabe em quem acreditar,
Perdoe se eu tropeçar,
Mundo em degeneração,
Eu clamo pelo Seu perdão.

O.082.O travesti - Luis Carioca


Na minha rua mora uma pequena
Pedaço de morena, carne ele primeira
Mas o crioulo que é mando dela
Um fundo de panela
Que não vê bombril
Se acha no direto de se ver perfeito
Mas ele não merece a nega que ele tem

Mas nesse dia a nega quebrou a corrente
Dando um passo a frente, chegou no portão
Fiquei admirado com o seu rebolado
Respirando fundo, me aproximei
Meio nervoso dei uma piscada
E a nega esnobava, fingindo não viu

Mas, de repente, a coisa ficou diferente
O nego apareceu como um tufão na
minha frente
Fiquei apavorado, tentei me explicar
Mas o criioulo apressado
Quis me atacar

Corri o baino inteiro
Feito uma gazela
Foi tudo resultado daquela paquera
Mas fui alcançado
Pois escorreguei
Parei no hospital
com a surra que levei

Três costelas quebradas
A cara amassada
Por causa de uma nega
Feia, desgraçada
E depois da surra que eu recebi
Descobri que aquela nega era um
travesti
Descobri que aquela nega era um
travesti

Era um travesti
Um travesti
Um travesti

O.081.O nome da nega - Carlinhos Ganso/Badegão


Eu vinha todo bonitinho
Vinha todo engraçadinho
De repente, olhei pro lado
Eu vi a neguinha com seu requebrado

Diga o nome desta nega
Que bole, bole, bole, embole
Diga o nome dessa nega
Que bole, embole

Estava sambando com a nega
E veja o que aconteceu
Estava indo atê embaixo
E de repente a coluna doeu

Diga o nome desta nega
Que bole, bole, bole, embole
Diga o nome dessa nega
Que bole, embole

Pm ficar legal
Vem pra Companhia quebrar
Requebrando aqui, requebrando ali,
requebrando lá
No bambolê aqui, bambolê ali,bamboleia
Bota o dedo na boquinha, ai
Ai, meu Deus, que safadinha, ui
Vai descendo, vai mainha, assim
Vai descendo dengosinha
Dê agora uma paradinha
Sobe, empina o bumbum
Quebrando de bandinha

O.080.Os camelos - Luiz Barbosa/Alvaro Gomes


Um dia de sol ardente, no infinito...
Infinito céu anil
Ondas de vento forte levantavam a poeira...
Era assim...
Era assim lá em Belém

Religiosos, os reis homens religiosos
Caminhavam, caminhavam em procissão
Prá cidade iluminada em busca do seu senhor
Em direção...
prá cidade do Senhor

Mestre de muitas lendas
Dito por muitos profetas
Vem consagrar a lei...

Os camelos, carregados de presentes
Lentamente, lentamente caminhavam
Suas forças se multiplicavam, a cada dia que
seguia
Parecia que sabiam...
Que além dos três Reis Magos
Outro Rei os esperava
Sob a luz da estrela guia...

mestre de muitas lendas...

Os camelos, carregados de presentes...

O.079.O Nosso amor - Tom Jobim/Vinicius de Moraes


O nosso amor, Vai ser assim,
Eu prá voce, Voce prá mim
O nosso amor, Vai ser assim,
Eu prá voce, Voce prá mim
Tristeza, Eu nao quero nunca mais,
Vou fazer voce feliz,
Vou querer viver em paz,
O destino é quem me diz

O.078.Outra Vez - Tom Jobim


Outra vez sem você, outra vez semamor

Outra vez vou sofrer, vou chorar, até você voltar

Outra vez vou vagar, por aí praesquecer

Outra vez vou falar mal do mundo, até você voltar

Todo mundo me pergunta, porque ando triste assim

Ninguém sabe o que é que eu sinto, com você longe de mim

Vejo o sol quando ele sai, vejo a chuva quando cai

Tudo agora é só tristeza, traz saudade de você

Outra vez sem você, outra vez semamor

O.077.O barquinho - Roberto Menescal/Ronaldo Boscoli


Dia de luz,
festa de sol
e o barquinho a deslizar
no macio azul do mar.
tudo é verão,
o amor se faz
num barquinho pelo mar,
que desliza sem parar,
sem intenção, nossa canção
vai saindo desse mar
e o sol beija o barco e luz,
dias tão azuis.

Volta do mar,
desmaia o sol
e o barquinho a deslizar.
a vontade de cantar
Céu tão azul,
ilhas do sul
e o barquinho é um coração
deslizando na canção.
Tudo isso é paz,
tudo isso traz
uma calma de verão e então
o barquinho vai,
a tardinha cai,
o barquinho vai.

O.076.O amor em paz - Tom Jobim/Vinicius de Moraes


Eu amei
E amei ai de mim muito mais
Do que devia amar
E chorei
Ao sentir que iria sofrer
E me desesperar
Foi então
Que da minha infinita tristeza
Aconteceu você
Encontrei em você
A razão de viver
E de amar em paz
E não sofrer mais
Nunca mais
Pois o amor
É a coisa mais triste
Quando se desfaz
O amor é a coisa mais triste
Quando se desfaz

O.075.O pato - Jaime Silva/Neuza Teixeira


C6/9 D7/9
O pato vinha cantando alegremente, quém, quém
Dm7/9 G6/7
Quando um marreco sorridente pediu
C6/9
Pra entrar também no samba, no samba, no samba
C6/9 D7/9
O ganso gostou da dupla e fez também quém, quém
Dm7/9 G6/7
Olhou pro cisne e disse assim "vem, vem"
C6/9 F6/7 C6/9 C7/9
Que o quarteto ficará bem, muito bom, muito bem
F7+
Na beira da lagoa foram ensaiar
D7/9 G6/7 C6/9 C7/9
Para começar o tico-tico no fubá
F7+ Fm6 C7+/E C7/9
A voz do pato era mesmo um desacato
F7+ Fm6 C7+/E C7/9 F7+
Jogo de cena com o ganso era mato
Fm6 C7+/E D7/9
Mas eu gostei do final quando caíram n'água
G6/7 C6/9
E ensaiando o vocal
(C6/9 D7/9 Dm7/9 G6/7)
quém, quém, quém, quém
quém, quém, quém, quém

O.074.O filho que eu quero ter - Toquinho/Vinicius de Moraes


É comum a gente sonhar, eu sei, quando vem o entardecer
Pois eu também dei de sonhar um sonho lindo de morrer
Vejo um berço e nele eu me debruçar com o pranto a me correr
E assim chorando acalentar o filho que eu quero ter
Dorme, meu pequenininho, dorme que a noite já vem
Teu pai está muito sozinho de tanto amor que ele tem


De repente eu vejo se transformar num menino igual à mim
Que vem correndo me beijar quando eu chegar lá de onde eu vim
Um menino sempre a me perguntar um porque que não tem fim
Um filho a quem só queira bem e a quem só diga que sim
Dorme menino levado, dorme que a vida já vem
Teu pai está muito cansado de tanta dor que ele tem


Quando a vida enfim me quiser levar pelo tanto que me deu
Sentir-lhe a barba me roçar no derradeiro bei..jo seu
E ao sentir também sua mão vedar meu olhar dos olhos seus
Ouvir-lhe a voz a me embalar num acalanto de adeus
Dorme meu pai sem cuidado, dorme que ao entardecer
Teu filho sonha acordado, com o filho que ele quer Ter.

O.073.O velho e a flor - Toquinho/Vinicius de Moraes


Por céus e mares eu andei
Vi um poeta e vi um rei
Na esperança de saber o que é o amor
Ninguém sabia me dizer
E eu já queria até morrer
Quando um velhinho com uma flor assim falou:

O amor é o carinho
É o espinho que não se vê em cada flor
É a vida quando
Chega sangrando
Aberta em pétalas de amor

N.077.Não dá prá guardar - Martinho da Vila/Cabana


Dinheiro de pobre não dá pra guardar
Não dá, não dá
Quando mais ele ganha
Mais tem que pagar
Pagar, pagar
Pobre recebe no dia primeiro
No dia dois tá pedindo dinheiro
Ao patrão pra comprar o feijão

Ele paga o armazém
Deve lá na padaria
Não tá pendurado no açougue
Porque o açougueiro não fia
O dinheiro do biscate
Vem com praga de urubu
Se ele bota na poupança
Passa fome ou anda nu

N.076.Nossa música - Helena Elis


Você adora Rock e eu te toco MPB
Mas se você quer Rock
Eu também toco pra você
Você sabe: Por você eu faço qualquer coisa
Até toco sua música sertaneja
As poucas que você gosta
Ficam tão deliciosas
Cantadas pra você
Tocadas pra você, por mim

M Incidental
E nessa loucura, de dizer que não te quero
Vou negando as aparências
Disfarçando as evidências
Mas para que viver fingindo
Eu não posso enganar
Meu coração

Você diz que eu preciso
Da falta pra escrever
Porque você sabe, minha falta é você
Pois fique com a falta
Que eu fico com você
Tocando e cantando
Sua música sertaneja
Aprendendo a gostar do seu rock americano

Você gosta de rock e eu te toco MPB
Mas se você quer rock
Eu também toco pra você !
Escuta aí:
(Instrumental Rock)

N.075.Negros - Adriana Calcanhoto


O sol desbota as cores
O sol dá cor aos negros
O sol bate nos cheiros
O sol faz se deslocarem as sombras
A chuva cai sobre os telhados
Sobre as telhas
E dá sentido as goteiras
A chuva faz viverem as poças
E os negros recolhem as roupas
A música dos brancos é negra
A pele dos negros é negra
Os dentes dos negros são brancos
Os brancos são só brancos
Os negros são retintos
Os brancos têm culpa e castigo
E os negros têm os santos
Os negros na cozinha
Os brancos na sala
A valsa na camarinha
A salsa na senzala
A música dos brancos é negra
A pele dos negros é negra
Os dentes dos negros são brancos
Os brancos são só brancos
Os negros são azuis
Os brancos ficam vermelhos
E os negros não
Os negros ficam brancos de medo
Os negros são só negros
Os brancos são troianos
Os negros não são gregos
Os negros não são brancos
Os olhos dos negros são negros
Os olhos dos brancos podem ser negros
Os olhos, os zíperes, os pêlos
Os brancos, os negros e o desejo
A música dos brancos é negra
A pele dos negros é negra
Os dentes dos negros são brancos
A música dos brancos
A música dos pretos
A música da fala
A dança das ancas
O andar das mulatas
"O essa dona caminhando"
A música dos brancos é negra
Os dentes dos negros são brancos
A pele dos negros é negra
Lanço o meu olhar sobre o Brasil e não entendo nada

N.074.Nabucodonosor - Alfredo Moura


Na boca e na boquinha
E foi papai quem falou
Menina linda, dengosa
Sou sua naja

Sou seu amor
Silenciosa gatinha, fofinha
Sou sua abelha rainha

Beijo com gosto de sal
Vou consultar meu peji
Um alto astral
Jeito louco de ser

Uma babá por ali
Sou odalisca do seu metiê
Vou casar com você

Ouvi dizer que Babilônia é Salvador
É Salvador, é Salvador
Ouvi dizer que Babilônia é Salvador
Ouvi da boca de Nabucodonosor

Na boca e na boquinha
E foi mamãe quem falou
Tremendamente dengosa
Esse meu-bem querer te viciou

Todo manhoso
Vem cá, meu gatinho
E me enche de beijinhos

Beijo com gosto de sal
Do Oiapoque ao Chuí
Um alto astral
Jeito louco de ser

Uma babá por ali
Sou odalisca do seu metiê
Quero casar com você

Ouvi dizer que Babilônia é Salvador
É Salvador, é Salvador
Ouvi dizer a que Babilônia é Salvador
Ouvi da boca de Nabucodonosor

N.073.Naná, Naná - Cay/Lula Novaes


É Naná, Naná
Naná, Naná
Quero sentir do teu corpo
Um abraço forte
E do seu olhar
A vontade de me ver

Sei que queres este momento
Eu também esperei tanto
Por você
Oh! Meu encanto

É Naná, Naná
É Naná, Naná

Eu vivo num mundo de sonhos
Querendo alguém pra me amar
Viver desse jeito, assim
Oh! Baby, não dá

Quero sentir do teu corpo
Um abraço forte
E do seu olhar
A vontade de me ter

Sei que queres este momento
Eu também esperei tanto
Por você
Oh! Meu encanto

É Naná, Naná
É Naná, Naná

Eu vivo num mundo de sonhos
Querendo alguém pra me amar
Viver desse jeito, assim
Oh! Baby, não dá

É Naná, Naná
É Naná, Naná

M.089.Minha metade - David Gates


Será que a gente entrega o coração
Sei lá
Tentando fugir da solidão
Sem pensar
Nas conseqüências que o amor pode causar
Ao me entregar
E assim
Eu me feri, me machuquei
Jurei não mais me dar como eu me dei
Mas não sou
Capaz de controlar meu próprio coração
E outra paixão
Eu vou procurar
A esperança voltou a me dominar
Quem será, quem será
A metade que irá me completar

D.092.Degraus da vida - Nelson Cavaquinho/César Brasil


Sei que estou
No último degrau da vida, meu amor
Já estou envelhecido, acabado
Por isso muito eu tenho chorado
Eu não posso esquecer o meu passado
Foram-se meus vinte anos de idade
Já vai muito longe a minha mocidade
Sinto uma lágrima rolar sobre meu rosto
É tão grande o meu desgosto

D.091.Dois bicudos - Totonho Volleroy


Quando eu te vi andava tão desprevenido
Que nem ouvi tocar o alarme de perigo
E você foi me conquistando devagar
Quando notei já não tinha como recuar

E foi assim que nos juntamos distraídos
Que no começo tudo é muito divertido
Mas sempre tinha um amigo pra falar
Que o nosso amor nunca foi feito pra durar

Por mais que eu durma eu não descanso
Por mais que eu corra eu não te alcanço
Mas não tem jeito eu não sei como esperar
Desesperar também não vou
Não vou deixar você passar
Como água escorrendo nos dedos
Fluindo pra outro lugar

Ninguém pode negar que o nosso amor é tudo
Tudo que pode acontecer com dois bicudos
Não são tão poucas as arestas pra aparar
Mas é que o meu desejo não deseja se calar

Até os erros já parecem ter sentido
Não sei se eu traí primeiro ou fui traído
Não te pedi uma conduta exemplar
Mas é que a sua ausência é o que me dói no calcanhar


Por mais que eu durma eu não descanso
Por mais que eu corra eu não te alcanço
Mas não tem jeito eu não sei como esperar
Desesperar também não vou
Não vou deixar você passar
Como água escorrendo nos dedos
Fluindo pra outro lugar
Será sempre será
O nosso amor não morrerá
Depois que eu perdi o meu medo
Não vou mais te deixar

D.090.Droba a Língua - João Bosco/Aldir Blanc


É lá de Ramos a tal morena
Que fez Zé Zuza zuretá
Zé Zuza era filho de Maria
E debochava dos orixás
Mais dos exus
Diante da tentação
Sacava do rosário
E arrepiava em trote de avestruz

Mas foi em Ramos que a tal morena
Fez o Zé Zuza zuretá
A moça era bamba dos Cacique
Iniciado em Iemanjá

Molema Yoê
Mexia um balde grande
Muito mais modo
Que o boto cor-de-rosa do Cousteau

Vejam só
O Zé Zuza cismou de ser pesquisador
E se mandou de gravador
Pro terreiro onde se desenvolvia aí a Yaô

Oi larêie
Deu umbigada na moça
Bebeu
Acendeu pito, fungou
Zoiando Yaô a Zé Zuza zuretô
Oi oi oi oi oi oi oi oi oi oi

D.089.Divina Dama - Cartola


Tudo acabado
E o baile encerrado
Atordoado fiquei
Eu dancei com você
Divina dama
Com o coração
Queimando em chama

BIS 1ª parte

Fiquei louco
Pasmado por completo
Quando me vi tão perto
De quem tenho amizade
Na febre da dança
Senti tamanha emoção
Devorar-me o coração
Divina dama

BIS 1ª parte

Quando eu vi
Que a festa estava encerrada
E não restava mais nada
De felicidade
Vinguei-me nas cordas
Da lira de um trovador
Condenando o teu amor
Tudo acabado

D.088.Devaneios - Lusi Gardey


Ou me queres ou me deixas
Não dá mais prá conviver
Prá estar assim contigo
Eu prefiro te esquecer

Que eu te quero tu bem sabes
Mas jamais posso aceitar
Esse jogo de caprichos
Do teu modo de pensar

Me diga de verdade
O que sentes comigo
Se eu sou o teu amante
Ou apenas amigo
Quero me convencer se ficou já nem sei
Alguma coisa boa, do amor que eu te dei

Me diga se mentias quando me abraçavas
E ao me dar teu corpo depois me enganavas
Se os teus caprichos e sonhos são feios
Já não me interessa com teus devaneios

Muitas vezes me arrependo
E outras me deixo levar
Pelos vagos sentimentos
Do teu modo de pensar

Já não sei mais o que faço
Nem meu coração me diz
Não me queres nem me deixas
Eu não posso ser feliz

Quisera eu saber
O que se passa comigo
Pois tento esquecer
De uma vez não consigo
Não sei se é desejo, paixão ou loucura
Ou um mal tão grande
Que não tem mais cura

Porém eu te asseguro
Que é chegada a hora
Em que ficas comigo
Ou então vais embora
Teu jogo acabou, sufoquei meus anseios
Já não me interessas com teus devaneios

D.087.Da melhor qualidade - Almir Guineto/Arlindo Cruz


É por que meu samba é...da melhor qualidade, }
De acordo com a maré... vou cantando novidade }

Meu samba é barco de difícil de afundar,
É bombardeado mas consegue se salvar,
É forte aliado pro povo se libertar,
Feliz quem tem o samba como um par, é por que
REFRÃO

Meu samba resiste, insiste, renasce em fim,
Rebate, combate, e abate o que é ruim,
Ele ressucita, agita e não faz motim,
Por isso eu canto o samba assim, é por que
REFRÃO

Meu samba não é um modismo que vem e vai,
Meu samba enfrenta a furia dos vendavais,
Meu samba é uma tinta que mancha e nunca sai,
Quem samba não esquece mais, é por que

D.086.Deixa a menina - Chico Buarque


Não é por estar na sua presença
Meu prezado rapaz
Mas você vai mal
Mas vai mal demais
São dez horas
E o samba tá quente
Deixa a morena contente

Deixa a menina sambar em paz
Eu não queria jogar confete

Mas tenho que dizer

Cê tá de lascar

Cê tá de doer

E se vai continuar enrustido
Com essa cara de marido

A moça é capaz de se aborrecer
Por trás de um homem triste
Há sempre uma mulher feliz
E atrás dessa mulher
Mil homens sempre tão gentis

Por isso para o seu bem

Ou tira ela cabeça
Ou mereça a moça que você tem
Não sei se é pra ficar exultante
Meu querido rapaz

Mas aqui ninguém
O agüenta mais

São três horas

E o samba tá quente
Deixe a morena contente

A.273.A última estrofe - Cândido das Neves


A noite estava assim enluarada, quando a voz
Já bem cansada
Eu ouvi de um trovador
Nos versos que vibravam de harmonia, ele em
Lágrimas dizia
Da saudade de um amor

Falava de um beijo aapaixonado, de um amor
Desesperado, que tão cedo teve fim
E, dos seus gritos e lamentos, eu guardei no pensamento
Uma estrofe que era assim:

Lua, vinha perto a madrugada, quando, em ânsias, minha amada
Em meus braços desmaiou.
E o beijo do pecado
Em seu véu estrelejado
A luzir glorificou
Lua, hoje eu vivo tão sozinho, ao relento, sem carinho
Na esperança mais atroz,
De que cantando em noite linda
Esta ingrata, volte ainda, escutando a minha voz

A estrofe derradeira merencórea revelava toda a história
De um amor que não morreu. e a lua que rondava a natureza,
Solidária com a tristeza
Entre as nuvens se escondeu.

Cantor! que assim falas à lua, minha história é igual à tua
Meu amor também fugiu. disse a ele em ais convulsos
Ele então entre soluços toda a estrofe repetiu
Lua ...


A.272.A última canção - Guilherme Pereira


Esta será a última canção
Que cantarei ao me despedir
Depois verás então
Em breve eu partir
Para não ver em vão
O teu sorrir.
Esta será a última canção
Que cantarei ao me despedir
Quando eu te abraçar chorando
Para seguir e te deixar cantando.

FALADO:

Com os olhos rasos d´água
Olhos que vivem cheios de mágoas
Ao partir venho triste, soluçando, me
despedir,
Dar-te o último adeus.
Lamento que os olhos meus
Não tenham sido os olhos teus
Para terem chorado tanto,
Tanto, tanto quanto os meus.

(Retorna a estrofe primeira e finaliza.)

A.271.A saudade mata a gente - João de Barro/Antonio de Almeida


Fiz meu rancho na beira do rio
Meu amor foi comigo morar
E nas redes nas noites de frio
Meu bem me abraçava pra me agasalhar
Mas agora, meu Deus, vou-me embora
Vou-me embora e não sei se voi voltar
A saudade nas noites de frio
Em meu peito vazio virá se aninhar

A saudade é dor pungente, morena
A saudade mata a gente, morena
A saudade é dor pungente, morena
A saudade mata a gente

A.270.A Praça - Carlos Imperial


Hoje eu acordei com saudades de você
Beijei aquela foto que você me ofertou
Sentei naquele banco da pracinha só porque
Foi lá que começou o nosso amor
Senti que os passarinhos todos me reconheceram
E eles entenderam toda a minha solidão
Ficaram tão tristonhos e até emudeceram
E então eu fiz esta canção

A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores e o mesmo jardim
Tudo é igual, mas estou triste, porque não tenho você perto de mim

Beijei aquela arvore tão linda onde eu,
Com o meu canivete um coração desenhei
Escrevi no coração o meu nome junto ao seu
Ser seu grande amor então jurei
O guarda ainda é o mesmo que um dia me pegou
Roubando uma rosa amarela prá você
Ainda tem balanço tem gangorra meu amor
Crianças que não param de correr

A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores e o mesmo jardim
Tudo é igual, mas estou triste, porque não tenho você perto de mim

Aquele bom velhinho pipoqueiro foi quem viu
Quando envergonhado de namoro eu lhe falei
Ainda é o mesmo sorveteiro que assistiu
Ao primeiro beijo que eu lhe dei
A gente vai crescendo, vai crescendo e o tempo passa
Nunca esquece a felicidade que encontrou
Sempre eu vou me lembrar do nosso banco lá da praça
Onde começou o nosso amor

A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores e o mesmo jardim
Tudo é igual, mas estou triste, porque não tenho você perto de mim

A.269.A Partida - Evaldo Gouveia/Jair Amorim


Ah! se você me deixar
Me deixe devagar
Se é hora de partir
Que parta sem eu ver
Não custa me mentir
Não custa eu não saber
E no instante de seguir
Que siga sem sorrir
Aperte a minha mão
Me cante uma canção
Me faça acreditar
Que tudo vai voltar
Não
Não diga que se vai
Me engane quando for
Invente se puder
Qualquer frase de amor
Não fite os olhos meus
Pra eu não ver o adeus

E vá com deus
Deixe em paz minha vida
Me acostumei
A ver tanta partida
E se eu chamar
Nunca olhe pra tráz
Para eu não chorar

A.268.A noiva - João Prieto


Branca e radiante,
Vai a noiva,
Logo a seguir,
O noivo amado,
Quando se unirem os corações,
Vão destruir ilusões.

Aos pés do altar
Está chorando,
Todos dirão,
Que é de alegria,
Dentro em sua alma,
Está gritando,
Ave Maria.

Chorará também,
Ao dizer o sim,
Ao beijar a cruz,
Pedirá perdão,
E eu sei,
Que esquecer,
Não poderia,
Que era outro,
O amor que ela queria.

A.267.Argumento - Adelino Moreira


Sei que este argumento é muito pobre
Mas sabendo quanto és nobre
Sei que podes perdoar
Sei que este farrapo de desculpa
Não redime a minha culpa
Mas enfim eu vou tentar
Sei que fui ousado no meu gesto
Não ouvindo o teu protesto
Para ouvir meu coração
Sei que uma desculpa não redime
Meu pecado quase crime
De um beijo sem permissão
Mas se fui pecador condeno a lua
Que abandonou a rua
E fugiu com o luar
Pois ela adivinhando o meu desejo
Provocou aquele beijo
E assim me fez pecar
Se impetuoso fui tem compaixão
E em nome do amor suplico o teu perdão
Perdoa meu amor este pecado
Sublime impulso de te haver beijado

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

N.072.Neide Candolina - Caetano Veloso


Preta chique, essa preta é bem linda
Essa preta é muito fina
Essa preta é toda a glória do brau
Preta preta, essa preta é correta
Essa preta é mesmo preta
É democrata social racial
Ela é modal

Tem um Gol que ela mesma comprou
Com o dinheiro que juntou
Ensinando português no Central
Salvador, isso é só Salvador
Sua suja Salvador
E ela nunca furou um sinal
Isso é legal

E eu e eu e eu sem ela
Nobreza brau, nobreza brau

Preta sã, ela é filha de Iansã
Ela é muito cidadã
Ela tem trabalho e tem carnaval
Elegante, ela é muito elegante
Ela é superelegante
Roupa Europa e pixaim Senegal

Transcendental
Liberdade, bairro da Liberdade
Palavra da liberdade
Ela é Neide Candolina total
E a cidade, a baía da cidade

A porcaria da cidade
Tem que reverter o quadro atual
Pra lhe ser igual

E eu e eu e eu sem ela
Nobreza brau, nobreza brau

N.071.No Ceará é assim - Carlos Barroso


Eu só queria
Que você fosse um dia
Ver as praias bonitas do meu Ceará

Tenho certeza
Que você gostaria
Dos mares bravios
Das praias de lá

Onde o coqueiro
Tem palma bem verde
Balançando ao vento
Pertinho do céu
E lá nasceu a virgem do poema
A linda Iracema dos lábios de mel

Oh! Quanta saudade
Que eu tenho de lá
Oh! Quanta saudade

A jangadinha vai no mar deslizando
O pescador o peixe vai pescando
O verde mar ...
Que não tem fim
No Ceará é assim

N.070.Noites brasileiras - Zé Dantas/Luiz Gonzaga


Ai, que saudades que eu sinto
Das noites de São João
Das noites tão brasileiras nas fogueiras
Sob o luar do sertão

Meninos brincando de roda
Velhos soltando balão
Moços em volta á fogueira
Brincando com o coração
Eita, São João dos meus sonhos
Eita, saudoso sertão

N.069.No compasso do criador - Salgadinho


Ao teu lado sou criança
Nosso amor é feito um rio
E a gente navegando nele
Deságua dentro da paixão
Nossos barcos são as nossas emoções
Nosso amor é feito um vinho
Destilando nos corações
O nosso amor é infinito
É tudo o que a gente quiser
Basta eu ser o seu homem
E você minha mulher

Meu amor te chamo
Na minha canção
Vem me beija
Vamos viver essa emoção
Chuva cai e abençoa essa nossa união

Devagar a gente chega
No compasso do criador
A gente chega nas estrelas
Chega onde a gente quiser
Só não chega se acabar
A nossa fé

N.068.Neguinha - Fauzi Beydoun


Uma princesa negra nas terras da América do Sul,
Raios de sol, ondas de calor,
Um gosto afro em seu rastro, sob o céu azul,
Das praias morenas da Ilhas do Amor.
Viajando na paisagem do teu corpo,
Neguinha, o desejo é um mar revolto.
Viajando na paisagem do teu corpo,
Neguinha, o desejo é um mar revolto.
Queria navegar nas delícias da tua tez escura,
Naufragar no desejo, matar a fissura,
Penetrando o segredo de suas enseadas macias,
Até me derramar na baía...
Divino visual, afro o astral,
Quando você passeia na Ponte D?Areia,
No feitiço das formas, nas curvas vertiginosas,
Eu colho o que você semeia,
Duas pérolas negras num olhar galático...
Neguinha, neguinha, neguinha,
Gatinha voraz, black menina,
Neguinha, neguinha, neguinha.

N.067.Não basta ser rasta - Fauzi Beydoun/Frazão


A Tribo tá na Jamaica,
culture está no Maranhão
A tribo se aquece para o Sun Splach
e deixa a sua marca
na meca do sol
Eric e Stanley em São Luís
Grande performance do reggae
raiz
Wailers e outros vêm novamente culture segue
para Paris
O reggae cruza os continentes Miami é a esquina
da conexão Estados Unidos, Canadá Oriente ,
Africa, Europa, Brasil e Japão

O reggae voa pelo mundo
Nas asas do avião
O reggae via...ja
Subindo ao céu, rolando no chão

Reggae keep flying
on the hwings, on the airlines
Going around
Reggae keep flying
Touch in the sky
rolling in the ground

Solidão na estrada
Amor perdido em vagas rotas, escalas
Remota destinação, uh yeah!

Ainda uma longa jornada
Que se segue, oooo...

uh! baby..ooo..

Reggae keep flying,
keep flying

A tribo roda a Jamaica
E cruza a linha em toda
a sua extensão
Muitas pedras na bagagem
segue viagem pro Maranhão
entra nas entranhas do Nordeste
Rasga a caatinga seca do sertão
Levando mensagens pelo agreste
Lembra as passadas de Lampião
O reggae é apenas
entretenimento
Mas pode libertar mentes e almas
Dança e música com sentimento
Rolando sem ódio
rolando sem trauma
Não basta ser rasta
É preciso ser puro em seu coração
Não basta ser rasta, não
Pra obter graça é preciso perdão
Não basta ser rasta
É preciso estar certo da
convicção
Não basta ser rasta, não
É preciso ser justo em sua razão

Yo no soy rastafari hombre!
apenas me gusta la musica reggae
soy um rapaz latino-americano
E creo que há solamente um Dios soberano
Yo no soy rasta, pero soy hirro, de Dios, entende?

N.066.Na boquinha da garrafa - Eleonor Sacramento/Willys


No samba ela me disse que rala
No samba eu já vi ela quebrar

No samba ela gosta do rala, rala
Me trocou pela garrafa
Não agüentou e foi ralar

Vai ralando na boquinha da garrafa
É na boca da garrafa
Vai descendo na boquinha da garrafa
É na boca da garrafa

Desce mais, desce mais um pouquinho
Desce mais, desce devagarinho

Vai saindo da boquinha da garrafa
É da boca da garrafa
Vai subindo na boquinha da garrafa
É da boca da garrafa

Sobe mais, sobe mais um pouquinho
Sobe mais, sobe devagarinho

Sim, ela gosta do rala, rala e no embalo do samba
Ela só pensa em ralar
Ela gosta do rala, rala, viu a boca da garrafa
Não agüentou e foi ralar

Vai ralando na boquinha da garrafa
É na boca da garrafa
Sobe e desce na boquinha da garrafa
É na boca da garrafa

N.065.Nana ê - Wadinho Marques/Alexandre Pires


Me diga quem é que já vem balançando com jeito moleque
Me diga quem é que está suingando ao som do Chiclete
Espalhando alegria de noite, de dia, esse jeito de amar
Nessa onda, morena, eu vou te levar
Na pele dourada, um beijo de fada, suspiro de amor
Sorriso maneiro no peito faceiro guardado na cor
De onde vem este canto que canta e que mexe essa massa legal?
Vem correndo, me abraça... a alegria é geral!
Ô, Nana, ê, vem bananear, ê, ô,
Vem bananear, ê, á,
Vem Nanã, Naná,
Ô, Nana, ê, vem bananear, ê, ô,
Vem bananear, ê, á,

N.064.Na hora do almoço - Belchior


No centro da sala,
diante da mesa,
no fundo do prato,
comida e tristeza.
A gente se olha,
se toca e se cala
E se desentende
no instante em que fala.

Cada um guarda mais o seu segredo,
sua mão fechada
sua boca aberta
seu peito deserto,
sua mão parada,
lacrada,
selada,
molhada de medo.

Pai na cabeceira: É hora do almoço.
Minha mãe me chama: É hora do almoço.
Minha irmã mais nova, negra cabeleira...
Minha avó me chama: É hora do almoço.

... E eu inda sou bem moço
pra tanta tristeza.
Deixemos de coisas,
cuidemos da vida,
senão chega a morte
ou coisa parecida,
e nos arrasta moço
sem ter visto a vida
ou coisa parecida aparecida

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

N.063.Nego Maluco - Edú Lobo/Chico Buarque


E6 A7/9 E6 A7/9 E6
Eu tava jogando vinte e um
A7/9 G#7/5+ C#7(9/4)
Um nego maluco apareceu
C#7/13 F#7/13 E/G#
Vinha com baita de um rádio no colo
Aº F#/A# B7(9/4)
Tocando um samba a mil
B7/13 E7+/9 A7+ D7+/9 B7(9/4) B7/13 E6
E dizia pro povo que o samba era meu
A7/9 E6 A7/9 E6
Pintou saia justa no salão
A7/9 G#7/5+ C#7(9/4)
Por culpa daquele fariseu
C#7/13 F#7/13 E/G# Aº F#/A# B7(9/4)
Dando, batendo no mesmo bordão
B7/13
Toma aqui, toma aqui,
E7+/9 Bb7/5-
Toma que o samba é teu
A7+ Am6/9 G#m7
Sou da banda do jazz
Gº F#m7 B7/9 Bm7/9 Bb7/5-
Ganzá jamais me apeteceu
A7+ Am6/9 G#7/5+
Não conheço o rapaz
C#7/9+ F#7/13 B7(9/4) B7/13 E6

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

A.263.A casinha da colina - Luiz Peixoto/Pedro Sá


Você sabe de onde eu venho?
Duma casinha que tenho
Fica dentro de um pomar
É uma casa pequeninha,
Lá no alto da colina,
De onde se ouve ao longe o mar
Entre as palmeiras bizarras,
Cantam todas as cigarras, sob o por, de ouro, do sol,
Do beiral vê-se o horizonte,
No jardim canta uma fonte,
E há na fonte um rouxinol.
Do jasmineiro tão branco, a flor que ninguém colheu,
No canteiro há uma rosinha,
No aprisco uma ovelhinha, e em casa, meu cão e eu.
Junto à minha cabeceira,
Minha santa padroeira,
Que está sempre em meu altar,
Cuida de mim, se adoeço,
Vela por mim se adormeço, e me acorda devagar.
Quando eu desço pela estrada
E olho a casa abandonada
Sinto, ao vê-la, não sei que...
Anda em tudo uma tristeza...
Como é triste a natureza!
Com saudade de você.
Se você é minha amiguinha,
Venha ver minha casinha,
Minha santa, meu pomar...
Meu cavalo é ligeiro;
É uma légua só, do outeiro,
Chega a tempo de voltar
Mas, se acaso anoitecer;
Tudo pode acontecer,
Que será de mim depois?
A casinha pequeninha, lá do alto da colina,
Chega bem para nós dois...

A.266.Argumento - Paulinho da Viola


Tá legal, eu aceito o argumento
Mas, não me altere o samba tanto assim
Olha que a rapaziada está sentindo a falta
De um cavaco, de um pandeiro ou de um tamborim
Tá legal

Sem preconceito ou mania de passado
Sem querer ficar do lado de quem não quer navegar
Faça como o velho marinheiro
Que durante o nevoeiro leva o barco devagar

A.265.A flor do meu bairro - Adelino Moreira


A flor do meu bairro
Tinha o lirismo da lua
Morava na minha rua
Num chalé fronteiro ao meu

Eu conheci
O seu primeiro amor
A sua primeira dor
E o primeiro erro seu

Lembro-me ainda
O bairro inteiro sentiu
A flor ingênua sumiu
Com seu amor, o seu rei

E eu que era
Seu primeiro namorado
De tão triste e apaixonado
Nunca mais me enamorei

Hoje depois de alguns anos
Eu encontrei-me com ela
Na rua dos desenganos
Menos ingênua e mais bela

Ela fingindo desejo
A boca me ofereceu
E eu paguei por um beijo
Que no passado foi meu

A minha história é vulgar
Mas algo fica provado
Nem sempre o primeiro amor
É o primeiro namorado

A.264.A distância - Roberto Carlos/Erasmo Carlos


Nunca mais você ouviu falar de mim
Mas eu continuei a ter você
Em toda essa saudade que ficou
Tanto tempo já passou e eu não te esquecí.
Quantas vezes eu pensei em voltar
E dizer que o meu amor nada mudou
Mas o meu silêncio foi maior
E na distância morro todo dia sem você saber.
O que restou do nosso amor ficou
No tempo esquecido por você
Vivendo do que fomos ainda estou
Tanta coisa já mudou
Só eu não te esqueci.
Eu só queria lhe dizer que eu
Tentei deixar de amar, não consegui
Se alguma vez você lembrar de mim
Não se esqueça de lembrar
Que eu nunca te esqueci.

A.262.A Casa - Vinicius de Moraes


Era uma casa muito engraçada

Não tinha teto, não tinha nada

Ninguém podia entrar nela, não

Porque na casa não tinha chão

Ninguém podia dormir na rede

Porque na casa não tinha parede

Ninguém podia fazer pipi

Porque penico não tinha ali

Mas era feita com muito esmero

na rua dos bobos numero zero

A.261.Até rolar pelo chão - Mutinho/Vincíus de Moraes


Não quero entrar
Para não ter que sair
Porque se eu der de sambar
Ninguém me tira daqui

Vou balançar
Até meu corpo cair
Meu pé vai dar o que falar
Não vejo ninguém pra ir

Nada de par
Pra me empatar, não
Hoje eu só quero
É me espalhar no salão

Mas deixa estar
Não vou fazer confusão
Tudo que eu quero é sambar
Até rolar pelo chão

A.260.Aqui e Agora - Gilberto Gil


O melhor lugar do mundo é aqui,
E agora bis
Aqui onde indefinido
Agora que é quase quando
Quando ser leve ou pesado
Deixa de fazer sentido
Aqui de onde o olho mira
Agora que ouvido escuta
O tempo que a voz não fala
Mas que o coração tributa
O melhor lugar do mundo é aqui,
E agora bis
Aqui onde a cor é clara
Agora que é tudo escuro
Viver em Guadalajara
Dentro de um figo maduro
Aqui longe em nova deli
Agora sete, oito ou nove
Sentir é questão de pele
Amor é tudo que move
O melhor lugar do mundo é aqui,
E agora bis
Aqui perto passa um rio
Agora eu vi um lagarto
Morrer deve ser tão frio
Quanto na hora do parto
Aqui fora de perigo
Agora dentro de instantes
Depois de tudo que eu digo
Muito embora muito antes
O melhor lugar do mundo é aqui,

A.259.Ampor Infinito - Robertinho


Me perdi totalmente no encanto do teu olhar
Sem saber porque fui me apaixonar
A saudade que eu sinto é tão
grande que me faz sonhar
Sonho com você, não vou acordar

Sou água do rio, você é o mar
Com certeza vou te encontrar
Sou o brilho da estrela, a luz do luar
Eu brilho pra te iluminar

Vem sou louca por você
Quero te matar de amor
Vem correndo vem me ver, vem sentir o meu calor
O meu beijo molhado, o meu corpo no teu
(Bis)

Me perdi totalmente no encanto do teu olhar
Sem saber porque fui me apaixonar
A saudade que eu sinto é tão
grande que me faz sonhar
Sonho com você, não vou acordar

Sou água do rio, você é o mar
Com certeza vou te encontrar
Sou o brilho da estrela, a luz do luar
Eu brilho pra te iluminar

Vem sou louca por você
Quero te matar de amor
Vem correndo vem me ver, vem sentir o meu calor
O meu beijo molhado, o meu corpo no teu
(Bis)

A.258.Amor, meu grande amor - ângela Rô Rô/Ana Terra


Amor Meu Grande Amor
Amor, meu grande amor
Não chegue na hora marcada
Assim como as canções como as paixões
E as palavras
me veja nos seus olhos
Na minha cara lavada
Me venha sem saber
Se sou fogo ou se sou água

Amor, meu grande amor
Me chegue assim bem de repente
Sem nome ou sobrenome
Sem sentir o que não sente

(Refrão)
Que tudo que ofereço
É meu calor, meu endereço
A vida do teu filho
Desde o fim até o começo

Amor, meu grande amor
Só dure o tempo que mereça
E quando me quiser
Que seja de qualquer maneira
Enquanto me tiver
Que eu seja a última e a primeira
E quando eu te encontrar, meu grande amor
Me reconheça

(Refrão)

Amor, meu grande amor
Que eu seja a última e a primeira
E quando eu te encontrar, meu grande amor
Por favor, me reconheça

A.257.Anjo da guarda - Rita de Cássia


Quando estiver só
Pode chamar que eu vou
Ah! Com você eu vou
Por qualquer estrada
Nada de chorar
Eu choro por você
Sou tudo por você
Topo qualquer parada
Sou poeira que o vento não levou
Sou caminho que o só o amor pisou
Estou nessa caminhada
Sou alguém que você olha e não vê
Mas eu sigo você como anjo de guarda
Se precisar de alguém
Pode chamar que eu vou
Ah! Com você eu vou
Por qualquer estrada
Nada de temer
Eu vou te defender
Sou tudo por você
Pra ficar do teu lado

sábado, 31 de agosto de 2019

P.090.Pé do Lajedo - João do Vale/José Cândido


AH, EU VOU DAR UMA VOLTA
LA NA MATA DO SAPÉ
ONDE MORA O PAPA MEL
O FURÃO E A CAIPORA
QUE O GATO FORA DE HORA
FAZ VISITA NO PULEIRO
NO PÉ DO LAJERO
AONDE A ONÇA MORA
AH! MAS INTÉ MINHA NOIVA
A CARREIRA QUE EU LEVEI
NOS CAMINHOS ONDE PASSEI
QUASE MORRO DE GRITAR
POIS A DANADA
COM MANIA OE VALENTE
VEIO INTÉ EM MEU TERREIRO
PRA MODE ME ENVERGONHAR
NO PÉ DO LAJERO
AONDE A ONÇA MORA

AH! EU VOU PEGAR A CARABINA
EU VOU CALÇADO DE BOTINA
PRA C0BRA NÃO ME MORDER
QUE NÃO É DE HOJE
NEM DE ONTEM ­
QUE O BICHO VEM NO TERREIRO
PRA MODE ME ENVERGONHAR
MAS HOJE EM DIA
QUEM PODE TER NA CERTEZA
NEM QUE PEÇA A BARONESA
QUE HOJE EU VOU LHE MATAR
NO PÉ DO LAJERO
AONDE A ONÇA MORA

P.089.Prisma Luminoso - Paulinho da Viola/Capinam


Arrepende-se nunca mais
Amar nunca é demais
Sofrer faz parte desse jogo
Amar é fogo, pode queimar
O choro é um prisma luminoso
Meu coração não tem mais medo de chorar

Lágrima é água, é puro sal
E foi desse cristal
Que a vida começou no mar
Viver é tempestade e calmaria
Sofrendo a gente aprende a navegar um dia

P.088.Paginas Viradas - Jairzinho Oliveira


Já não dá mais pra dizer que sente saudades ( Eu sei...)
Se o tempo já nos marcou com tantas mentiras
Ah, como eu queria...
Pode pegar tua mão e roubar tua alma
Levar pra baixo de chuva e lavar com a minha
Ah, eu quero teu beijo do jeito que eu gosto
Ah, eu quero teu rosto sorrindo de novo
Ah, eu quero teu beijo do jeito que eu gosto
Ah, eu quero meu rosto sorrindo de novo

Corações partidos, páginas viradas
Amor renascido da dor de dois...

P.087.Podres Poderes - Caetano Veloso


Enquanto os homens exercem
Seus podres poderes
Motos e fuscas avançam
Os sinais vermelhos
E perdem os verdes
Somos uns boçais...

Queria querer gritar
Setecentas mil vezes
Como são lindos
Como são lindos os burgueses
E os japoneses
Mas tudo é muito mais...

Será que nunca faremos
Senão confirmar
A incompetência
Da América católica
Que sempre precisará
De ridículos tiranos
Será, será, que será?
Que será, que será?
Será que esta
Minha estúpida retórica
Terá que soar
Terá que se ouvir
Por mais zil anos...

Enquanto os homens exercem
Seus podres poderes
Índios e padres e bichas
Negros e mulheres
E adolescentes
Fazem o carnaval...

Queria querer cantar
Afinado com eles
Silenciar em respeito
Ao seu transe num êxtase
Ser indecente
Mas tudo é muito mau...

Ou então cada paisano
E cada capataz
Com sua burrice fará
Jorrar sangue demais
Nos pantanais, nas cidades
Caatingas e nos gerais
Será que apenas
Os hermetismos pascoais
E os tons, os mil tons
Seus sons e seus dons geniais
Nos salvam, nos salvarão
Dessas trevas e nada mais...

Enquanto os homens exercem
Seus podres poderes
Morrer e matar de fome
De raiva e de sede
São tantas vezes
Gestos naturais...

Eu quero aproximar
O meu cantar vagabundo
Daqueles que velam
Pela alegria do mundo
Indo e mais fundo
Tins e bens e tais...

Será que nunca faremos
Senão confirmar
Na incompetência
Da América católica
Que sempre precisará
De ridículos tiranos
Será, será, que será?
Que será, que será?
Será que essa
Minha estúpida retórica
Terá que soar
Terá que se ouvir
Por mais zil anos...

Ou então cada paisano
E cada capataz
Com sua burrice fará
Jorrar sangue demais
Nos pantanais, nas cidades
Caatingas e nos gerais...

Será que apenas
Os hermetismos pascoais
E os tons, os mil tons
Seus sons e seus dons geniais
Nos salvam, nos salvarão
Dessas trevas e nada mais...

Enquanto os homens
Exercem seus podres poderes
Morrer e matar de fome
De raiva e de sede
São tantas vezes
Gestos naturais
Eu quero aproximar
O meu cantar vagabundo
Daqueles que velam
Pela alegria do mundo...

Indo mais fundo
Tins e bens e tais!
Indo mais fundo
Tins e bens e tais!
Indo mais fundo
Tins e bens e tais!

P.086.Preta Pretinha - Moraes Moreira/Galvão


Laiá Larará Lararará Larará
Preta, Preta, Pretinha!
Preta, Preta, Pretinha!
Preta, Preta, pretinha!
Preta, Preta, Pretinha!

Enquanto eu corria
Assim eu ía
Lhe chamar!
Enquanto corria a barca
Lhe chamar!
Enquanto corria a barca
Lhe chamar!
Enquanto corria a barca...

Por minha cabeça não passava
Só! Somente Só!
Assim vou lhe chamar
Assim você vai ser
Só! Só! Somente Só!
Assim vou lhe chamar
Assim você vai ser
Só! Somente Só!
Assim vou lhe chamar
Assim você vai ser
Só! Só! Somente Só!
Assim vou lhe chamar
Assim você vai ser...

Eu ía lhe chamar!
Enquanto corria a barca
Eu ía lhe chamar!
Enquanto corria a barca
Lhe chamar!
Enquanto corria a barca
Eu ía lhe chamar!
Enquanto corria a barca
Eu ía lhe chamar!
Enquanto corria a barca
Lhe chamar!
Enquanto corria a barca...

Abre a porta e a janela
E vem ver o sol nascer...(6x)

Eu sou um pássaro
Que vivo avoando
Vivo avoando
Sem nunca mais parar
Ai Ai! Ai Ai! Saudade
Não venha me matar
Ai Ai! Ai Ai! Saudade
Não venha me matar
Ai Ai! Saudade
Não venha me matar
Ai Ai! Ai Ai! Saudade
Não venha me matar...

Lhe chamar!

P.085.Pombo Correio - Moraes Moreira/Dodô/Osmar


Pombo correio voa depressa
E esta carta leva para o meu amor.

Leva no bico que eu aqui fico esperando
Pela resposta que é pra saber se ela ainda gosta de mim.

Pombo correio se acaso um desencontro
Acontecer não perca nem um só segundo
Voar o mundo se preciso for
O mundo voa mas me traga uma notícia boa.

Pombo correio voa ligeiro
Meu mensageiro e essa mensagem de amor
Leva no bico que eu aqui fico cantando
Que é pra espantar essa tristeza
Que a incerteza que o amor traz.

Pombo correio nesse caso eu lhe conto
Por estas linhas a que ponto quer chegar
Meu coração o que mais gosta
volta pra mim' seria a melhor resposta.

P.084.Pernambuco é Brasil - Moraes Moreira


Tem gente, tem gente que pensa
que eu sou o Alceu Valença
também já aconteceu
pensaram que Alceu era eu
Como é que pode
que confusão
eu uso bigode
e ele não
porém, contudo, lhe dou razão
somos dois cabeludos da mesma geração
Confesso aqui: eu não ligo
se trata de um grande amigo,
poeta e cidadão
por isso nunca me avexo
e até perdôo o vexame
de pernambucano me chame
jó sei, é pelo que eu escrevo
porque gosto muito de frevo
de mar e de maracatu
mostrando o que a Bahia tem
eu sou um baiano o mil
pernambucano também
porque Pernambuco é Brasil
Uma banda de trevo elé
elé,elé,elé,elétrica
para poder voar, voar
voar, voar
nas asas da América

P.083.Porteiro - Haroldo Lobo/Milton de Oliveira


Porteiro suba e veja, por favor
Se meu amor
Está dançando
Se acaso, estiver, diga que eu
Estou aqui em baixo lhe esperando
Se não quiser descer
Venha me avisar
Que eu vou lá em cima buscar

Pediu pra passear e eu deixei
Mas pra onde ia
Nem sequer eu perguntei
Mas como está demorando
E a noite está se passando
Estou desconfiado
Que ela está dançando
Por favor

P.082.Palavras - Moraes Moreira


Ô a palavra amor
A palavra ê
A palavra dor
A palavra dá prazer
Ô a palavra é o som
A palavra ê
A palavra é o dom
A palavra é o bem dizer

M.088.Maracatu - Alceu Valença


Zabumba de bombos,
Estouro de bombas,
Batuques de ingonos,
Cantigas de banzo,
Rangir de ganzás...

- Loanda, Loanda, aonde estás?
Loanda, Loanda, aonde estás?

As luas crescentes
De espelhos luzentes,
Colares e pentes,
Queixares e dentes
De maracajás...

Loanda, Loanda, aonde estás?
Loanda, Loanda, aonde estás?

A balsa do rio
Cai no corrupio
Faz passo macio,
Mas toma desvio
Que nunca sonhou...

Loanda, Loanda, aonde estou?
Loanda, Loanda, aonde estou?

quarta-feira, 31 de julho de 2019

M.087.Maria Betânia - Capiba


Maria Bethânia
Tu és para mim,
A Senhora do Engenho
Em sonhos eu vejo
Maria Bethânia
És tudo o que eu tenho,
Quanta tristeza, eu sinto no peito,
Só em pensar,
Que o nosso amor está desfeito.
Maria Bethânia,
Tu sentes saudades de tudo eu bem sei,
Porém, também sinto,
Saudades do beijo que nunca te dei
Beijo que vive com esplendor,
Nos lábios meus
Para aumentar a minha dor.
Maria Bethânia,
Te lembras ainda daquele São João ?
As minhas palavras,
Caíram bem dentro do teu coração,
Tu me olhavas, com emoção,
E sem querer,
Pus minha mão na tua mão.
Maria Bethânia,
Eu nunca pensei acabar tudo assim,
Maria Bethânia,
Por Deus eu te peço,
Tem pena de mim,
Hoje confesso, com dissabor,
Que não sabia, nem conhecia o amor!!!

M.086.Maria Solidária - Milton Nascimento/Fernando Branti


D G
Eu choro de cara suja
A7 D
Meu papagaio o vento carregou
A7 D B7 Em
E lá se foi pra nunca mais
A7 C D
Linha nova que pai comprou
D G
Dança Maria Maria
A7 D
Lança seu corpo jovem pelo ar
A7 D B7 Em
Ela já vem, ela virá
A7 C D
Solidária nos ajudar
G
Não fique triste menino
A7 D
A linha é tão fácil de arranjar
A7 D B7 Em
Venha aqui, venha escolher
A7 C D
Papagaio de toda cor
D G
A casa estava escura
A7 D
No vento forte a chuva desabou
A7 D B7 Em
A luz vem, eu aqui estou
A7 C D
A rezar na escuridão, e só
D A
Venho do vento da noite
B7 E
Na luz do novo dia cantarei
B7 E C#7 F#m
Brilha o sol,brilha luar
B7 D E

M.085.Moemá Morenou - Paulinho da Viola/Elton Medeiros


Moema morenou
A água do mar quem molhou
O Sol da Bahia te queimou
Teu corpo morena morenou

No samba de roda
Morena faceira
Mexeu a cadeiras
Foi um desacato
Tirou o sapato
Dançou miudinho
E quase que mata
Um pobre mulato

Moema morenou
A água do mar quem molhou
O Sol da Bahia te queimou
Teu corpo morena morenou

Eu fui à Bahia
Paguei a promessa
Estava com pressa
Queria voltar
Mais uma morena
Num samba de roda
Me deu uma volta
Que me fez ficar

Moema morenou
A água do mar quem molhou
O Sol da Bahia te queimou
Teu corpo morena morenou

terça-feira, 30 de julho de 2019

M.084.Mistérios do coração - Regis Danese/Luis Cláudio


Só o tempo pra dizer
O que vai acontecer
Minha vida sem você
Como será?
Será que vou
Te esquecer
Ou então
Me arrepender
De não tentar
Mais uma vez te amar
Não sei qual o caminho
A seguir
A indecisão me impede de amar
E amanhã, quando
O Sol surgir
Vou ver você partir
Pra nunca mais voltar
Mistérios do coração
Amor, paixão
Dificil desvendar
O que é que vou fazer
Se não for pra você
Pra quem vou
Me entregar?

M.083.Maravida - Gonzaguinha


Era uma vez eu no meio da vida
Essa vida assim, tanto mar, tanto mar
Coisa de doce e de sal
Essa vida assim, tanto mar, tanto mar
Sempre o mar, cores indo
Do verde mais verde ao anil mais anil
Cores do sol e da chuva
Do sol e do vento, do sol e o luar
Era o tempo na rua e eu nua
Usando e abusando do verbo provar
Um beija-flor, flor em flor, bar em bar
Bem ou mal margulhar
Sempre menina franzina, traquina
De tudo querendo, provar e provar
Sempre garota, marota, tão louca
A boca de tudo querendo levar
Vida, vida, vida
Que seja do jeito que for
Mar, amar, amor
Se a dor quer o mar dessa dor, ah!
Quero no meu peito repleto
De tudo que possa abraçar
Quero a sede e a fome eternas
De amar, e amar e amar...
Vida, vida, vida.

M.082.Mal de mim - Djavan


Eu pensei
Que fosse coisa
Para um dia só
Ficar de mal de mim
Reagi
Sou seu amigo
E digo, como vai?
Você fica séria
E nem sinal
Brigou comigo
E a solidão servirá
De lugar pra nós dois
Se é amor
Que tal agir e não radicalizar?
Sejamos mais lisos
Pega esse meu ombro
Rega, se adormecer
Eu sei que o sono passou a perna
Nessa distância férrea
Que marcou...
Meu amor, dormir contigo
É escutar Gal e Tom
O que rolar é bom
Passear, rever amigos
Conduzir boas novas
Visiar a Grécia
No futuro!

M.081.Mutante - Rita Lee/Roberto de Carvalho


Juro que não vai doer
Se um dia eu roubar
O seu anel de brilhantes
Afinal de contas dei meu coração
E você pôs na estante
Como um troféu
No meio da bugiganga
Você me deixou de tanga
Ai de mim que sou romântica!

Kiss baby, kiss me baby, kiss me
Pena que você não me kiss
Não me suicidei por um triz
Ai de mim que sou assim!

Quando eu me sinto um pouco rejeitada
Me dá um nó na garganta
Choro até secar a alma de toda mágoa
Depois eu passo pra outra
Como mutante
No fundo sempre sozinho
Seguindo o meu caminho
Ai de mim que sou romântica!

Kiss baby, kiss me baby, kiss me
Pena que você não me kiss
Não me suicidei por um triz
Ai de mim que sou assim!

M.080.Moto Contínuo - Edú Lobo/Chico Buarque


Um homem pode ir ao fundo do fundo do fundo se for por você
Um homem pode tapar os buracos do mundo se for por você
Pode inventar qualquer mundo, como um vagabundo se for por você
Basta sonhar com você
Juntar o suco dos sonhos e encher um açude se for por você
A fonte da juventude correndo nas bicas se for por você
Bocas passando saúde com beijos nas bocas se for por você
Homem também pode amar e abraçar e afagar seu ofício porque
Vai habitar o edifício que faz pra você
E no aconchego da pele na pele, da carne na carne, entender
Que homem foi feito direito, do jeito que é feito o prazer
Homem constrói sete usinas usando a energia que vem de você
Homem conduz a alegria que sai das turbinas de volta a você
E cria o moto-contínuo da noite pro dia se for por você
E quando um homem já está de partida, da curva da vida ele vê
Que o seu caminho não foi um caminho sozinho porque
Sabe que um homem vai fundo e vai fundo e vai fundo se for por você

M.079.Meu Caro Amigo - Chico Buarque


Meu caro amigo me perdoe, por favor
Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando e também sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu não pretendo provocar
Nem atiçar suas saudades
Mas acontece que não posso me furtar
A lhe contar as novidades

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

É pirueta pra cavar o ganha-pão
Que a gente vai cavando só de birra, só de sarro
E a gente vai fumando que, também, sem um cigarro
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflito pra fazer você ficar
A par de tudo que se passa

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

Muita careta pra engolir a transação
E a gente tá engolindo cada sapo no caminho
E a gente vai se amando que, também, sem um carinho
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu bem queria lhe escrever
Mas o correio andou arisco
Se me permitem, vou tentar lhe remeter
Notícias frescas nesse disco

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

A Marieta manda um beijo para os seus
Um beijo na família, na Cecília e nas crianças
O Francis aproveita pra também mandar lembranças
A todo o pessoal
Adeus