sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

N.035.Nega Maluca - Evaldo Rui


Oi, tava jogando sinuca,
Uma nega maluca me apareceu,
Vinha com um filho no colo
E dizia pro povo que o filho era meu!
Não sinhô!
Tome que o filho é seu!
Não sinhô!
Guarde o que Deus lhe deu!

Há tanta gente no mundo,
Mas meu azar é profundo,
Veja você, meu irmão
A bomba estourou na minha mão!
Tudo acontece comigo!
Eu, que nem sou do amor!
Até parece castigo
Ou então influência da cor!

N.034.No carnaval da paixão - Paulinho da Viola


Carente de ternura
Eu fiz tanta loucura
Andei de mão em mão
Nem ao menos minha roupa eu trocava
Pra curtir minha paixão
Os amigos mais chegados me diziam
Que eu podia enlouquecer
Eu estava apaixonado
E só havia uma razão
Era você

Acho que a felicidade é um sonho
Tão difícil de realizar
Quando tudo terminou
Mais uma vez eu jurei
Nunca mais me apaixonar

N.033.Ninguem faz amor como voce - Agepê/Léo da Vila/Canário


Se eu perdi a hora.....não se zangue comigo
Estive até agora....numa roda de amigos
Enquanto a gente bebe.....o papo vai rolando
A gente nem percebe....o tempo vai passando
Me deixe te abraçar.....não tenha ciúme porque
Ninguém faz amor como você
Me deixe te abraçar.....não tenha ciúme porque
Ninguém faz amor como você
Teu sorriso me empolga....deixa a briga pra depois
Amanhã tô de folga.....o dia é de nós dois
Você sabe que esse teu carinho
Me deixa doidinho pra fazer amor
Sabe o quanto eu preciso ter
O paraíso que tem teu calor
Não pode num simples atraso
Criar tanto caso e negar teu perdão
Não me tire a esperança
Não faça vingança com meu coração, vem me dar
Vem, vem....vem me dar....vem, vem
Este amor gostoso...dengoso, manhoso que só você tem
Vem, vem....vem me dar....vem, vem
Este amor gostoso...dengoso, manhoso que só você tem..

N.032.Nossas tardes - Helena Elis


Não demora ou o café esfria
O bife fica duro e eu perco a poesia
Não demora que eu já sequei a pia
O queijo fica escuro
Minha mão já está macia

Quando abrir o portão
Não deixe o cão sair
Quando abrir a porta
Não deixe o cão entrar
Não me diga que você
Esqueceu a chave no carro
E eu vou ter que levantar

Você sabe que eu gosto
De nua te esperar
Debaixo do edredon
Você só me descascar
Não estrague a surpresa
Faça logo a sua festa
Pra você quero me dar

Não demora não
Ou o café esfria
Ou você quer tomar café na padaria
Eu vou achar é bom
Que a gente aproveita bem melhor
O fim do dia
E eu digo que te quero
E ouço o que eu espero
Que eu sou o seu amor
Seu pedaço de jardim
Que eu sou o seu amor

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

N.031.Não tenho lágrimas - Max Bulhões/Milton de Oliveira


Quero chorar
Não tenho lágrimas
que me rolem na face
Pra me socorrer

Se eu chorasse
Talvez desabafasse
O que sinto no peito
E não posso dizer

Só porque não sei chorar
Eu vivo triste a sofrer

Estou certo
Que o riso não tem nem um valor
A lágrima sentida
É o retrato de uma dor
O destino assim quis
De mim te separar
Eu quero chorar não posso
Vivo a implorar.

N.030.Na mão direita - Mário Lago


Na mão direita
Tem uma roseira
Que dá rosa mas não cheira
Que dá rosa mas não cheira
Na mão esquerda
O que é que voce tem
Se quiser mostrar me mostre
Que eu não conto pra ninguém
Uma cigana coitada
Não quis dizer a razão
Mas ficou encabulada
Depois que leu sua mão
Ai que bão

N.029.Novo amor - Eduardo Krieger


A luz apaga porque já raiou o dia
E a fantasia vai voltar pro barracão
Outra ilusão desaparece quarta-feira
Queira ou não queira terminou o carnaval.

Mas não faz mal, não é o fim da batucada
E a madrugada vem trazer meu novo amor
Bate o tambor, chora a cuíca e o pandeiro
Come o couro no terreiro porque o choro começou.

A gente ri
A gente chora
E joga fora o que passou
A gente ri
A gente chora
E comemora o novo amor.

N.028.Numero 1 - Mário Lago


Passaste hoje ao meu lado
Vaidosa, de braço dado
Com outro que te encontrou
E eu relembrei comovido
O velho amor esquecido
Que o meu destino arruinou
Chegaste na minha vida
Cansada, desiludida
Triste, mendiga de amor
E eu, pobre, com sacrifício
Fiz um céu do teu suplício
Pus risos na tua dor
Mostrei-te um novo caminho
Onde com muito carinho
Levei-te numa ilusão
Tudo porém foi inútil
Eras no fundo uma fútil
E foste de mão em mão
Satisfaz tua vaidade
Muda de dono à vontade
Isso em mulher é comum
Não guardo frios rancores
Pois entre os teus mil amores
Eu sou o número um

N.027.Não me deixe só - Vanessa da Mata


Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz

Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz

Não me deixe só
Tenho desejos maiores
Eu quero beijos intermináveis
Até que os olhos mudem de cor

Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz

Não me deixe só
Que o meu destino é raro
Eu não preciso que seja caro
Quero gosto sincero do amor

Fique mais, que eu gostei de ter você
Não vou mais querer ninguém
Agora que sei quem me faz bem

Não me deixe só
Que eu saio na capoeira
Sou perigosa, sou macumbeira
Eu sou de paz, eu sou do bem mas

Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz

Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz

Ah ah.ah ah ah ah ah aah
Ah ah.ah ah ah ah ah aah
Ah ah.ah ah ah ah ah aah

Fique mais, que eu gostei de ter você
Não vou mais querer ninguém
Agora que sei quem me faz bem

Não me deixe só
Que eu saio na capoeira
Sou perigosa, sou macumbeira
Eu sou de paz, eu sou do bem mas

Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz

Ah ah.ah ah ah ah ah aah
Ah ah.ah ah ah ah ah aah
Ah ah.ah ah ah ah ah aah

N.026.Naquela Noite com Yoko - Suely Costa/Abel Silva


Naquela noite onde ficamos tristes com yoko
Quando uma bala partiu de um manso louco
Estranhamente percebi mais uma vez
O quanto amava a vida
E caminhando pelas ruas chorei
E em meus ouvidos uma voz então soprou
Que o trem do meu destino, ocorria sobre os trilhos
E era imprescindível viajar
E eu perguntava à noite amargurado e ateu
Porque um coração apaixonado
é tão fácil de calar
Será porque um outro coração vazio
Eu perguntava à noite
Eu perguntava à noite
E cada passo eu chorava
E a cada passo eu sentia
Que de minhas veias
Um pouco mais de vida escorria

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

M.047.Musical - Pericles Cavalcanti


Tudo é um
Tudo é mil
Tudo acaba e nada tem fim
Tudo bem
Tudo mal
Tudo azul nada é assim
Tudo discorda em harmonia universal
Tudo é assim musical
E no centro de tudo
Eu e você

M.046.Morro Velho - Milton Nascimento


No sertão da minha terra, fazenda é o camarada que ao chão se deu
Fez a obrigação com força, parece até que tudo aquilo ali é seu
Só poder sentar no morro e ver tudo verdinho, lindo a crescer
Orgulhoso camarada, de viola em vez de enxada

Filho do branco e do preto, correndo pela estrada atrás de passarinho
Pela plantação adentro, crescendo os dois meninos, sempre pequeninos
Peixe bom dá no riacho de água tão limpinha, dá pro fundo ver
Orgulhoso camarada, conta histórias prá moçada

Filho do senhor vai embora, tempo de estudos na cidade grande
Parte, tem os olhos tristes, deixando o companheiro na estação distante
Não esqueça, amigo, eu vou voltar, some longe o trenzinho ao deus-dará

Quando volta já é outro, trouxe até sinhá mocinha prá apresentar
Linda como a luz da lua que em lugar nenhum rebrilha como lá
Já tem nome de doutor, e agora na fazenda é quem vai mandar
E seu velho camarada, já não brinca, mas trabalha.

M.045.Menestrel das Alagoas - Milton Nascimento/Fernando Brant


Quem é esse viajante
Quem é esse menestrel
Que espalha esperança
E transforma sal em mel?
Quem é esse saltimbanco
Falando em rebelião
Como quem fala de amores
Para a moça do portão?
Quem é esse que penetra
No fundo do pantanal
Como quem vai manhãzinha
Buscar fruta no quintal?
Quem é esse que conhece
Alagoas e Gerais
E fala a língua do povo
Como ninguém fala mais?
Quem é esse?
De quem essa ira santa
Essa saúde civil
Que tocando a ferida
Redescobre o Brasil?
Quem é esse peregrino
Que caminha sem parar?
Quem é esse meu poeta
Que ninguém pode calar?
Quem é esse?

M.044.Marambaia - Rubens/Henricão


Eu tenho uma casinha
Lá na Marambaia
Fica na beira praia
Só vendo que beleza
Tem uma trepadeira que na primavera
Fica toda florescida de brinco-de-princesa
Quando chega o verão
Eu sento na varanda
Pego meu violão e começo a tocar
O meu moreno que está sempre bem disposto
Senta ao meu lado e começa a cantar
(Bis)
E quando chega a tarde
Um bando de andorinhas
Voam em revoada fazendo o verão
E lá na mata
O sabiá gorjeia
Linda melodia pra alegrar meu coração
E às seis horas o sino na capela
Bate as badaladas da Ave-Maria
A lua nasce por de trás da Serra
Anunciando que acabou o dia

M.043.Meu coração - João Caetano/Tavinho Daher


Meu coração já sabe que o seu
Não quer mais me amar

Não bate mais junto está na distância
Não sabe voltar
Ficou nas planícies, nas alvoradas

no entardecer
Nas águas profundas, perdidas nas
Matas do Pantanal

Meu coração é um animal que se libertou
Agora é escravo da liberadde que um campo criou
Dono das chuvas, dono dos ventos pó do sertão
Raiz espalhada no chão na chapada do Pantanal

Tem o cheiro das folhas no chão
Tem o gosto das terras sem fim
Tem o jeito macio dos rios que fogem do mar

Não se esconde das lutas que vem
Não tem pouso nem hora, ninguem
Mas espera no fim de algum dia
Quem sabe parar


Meu coração ...

M.042.Morena dos olhos d'agua - Chico Buarque


Morena dos olhos d'água, tire os seus olhos do mar
Vem ver que a vida ainda vale o sorriso que eu tenho pra lhe dar

Descansa em meu pobre peito, que jamais enfrenta o mar
Mas que tem abraço estreito, morena, com jeito de de agradar
Vem ouvir quantas estórias que por seu amor sonhei
Vem saber quantas vitórias, morena, por mares que só eu sei

O seu homem foi embora prometendo voltar já
Mas as ondas não tem hora, morena, de partir ou de voltar
Passa a vela e vai-se embora, passa o tempo e vai também

Eis a letra certa:

Morena dos Olhos d'água

Chico Buarque
1966

Morena, dos olhos d'água,
Tira os seus olhos do mar.
Vem ver que a vida ainda vale
O sorriso que eu tenho
Pra te dar.

Descansa um meu pobre peito
Que jamais enfrenta o mar,
Mas que tem abraço estreito, morena,
Com jeito de te agradar.
Vem ouvir lindas histórias
Que por teu amor sonhei.
Vem saber quantas vitórias, morena,
Por mares que só eu sei.

O teu homem foi-se embora,
Prometendo voltar já.
Mas as ondas não tem hora, morena,
De partir ou de voltar.
Passa a vela e vai-se embora
Passa o tempo e vai também.
Mas meu canto ainda te implora, morena,
Agora, morena, vem.

M.041.Mambembe - Chico Buarque


No palco, na praça, no circo, num banco de jardim
Correndo no escuro, pichado no muro
Você vai saber de mim
Mambembe, cigano
Debaixo da ponte
Cantando
Por baixo da terra
Cantando
Na boca do povo
Cantando
Mendigo, malandro, muleque, mulambo bem ou mal
Cantando
Escravo fugido, um louco varrido
Vou fazer meu festival
Mambembe, cigano
Debaixo da ponte
Cantando
Por baixo da terra
Cantando
Na boca do povo
Cantando
Poeta, palhaço, pirata, corisco, feirante judeu
Cantando
Dormindo na estrada, no nada, no nada
E esse mundo é todo meu
Mambembe, cigano
Debaixo da ponte
Cantando
Por baixo da terra
Cantando
Na boca do povo
Cantando

M.040.Meu Poema - José Gonçalves/Jorge de Castro


VAI NOS MEUS VERSOS
TODA A SÚPLICA
DO MEU PEITO SOFREDOR
VAI MEU POEMA
VAI DIZER A IRACEMA
QUE EU SOZINHO AINDA ESTOU
QUANTO MAIS PRA LONGE ELA FOR
MAIS AUMENTA A MINHA MÁGOA
MAIS AUMENTA A MINHA DOR
QUANTO MAIS POUCO DE MIM ELA FIZER
MAIS AUMENTA A MINHA FÉ
MAIS AUMENTA O MEU AMOR
UMA SIMPLES DISCUSSÃO
NÃO ERA SUFICIENTE
PRA ELA PARTIR TÃO INESPERADAMENTE
DESDE AQUELA TRISTE HORA
QUE SEM MEU AMOR FIQUEI
NUNCA MAIS TIVE ALEGRIA
NEM OS OLHOS ENXUGUEI
VAI NOS MEUS VERSOS

M.039.Meu destino - Jotabê


SEI MEU DESTINO É SOFRER CHORAR
SEI MEU DESTINO É SEMPRE TE AMAR
TODO O MEU PRANTO SENTIDO
MEU DESEJO PERDIDO
LOUCURA LOUCURA TE AMAR

MEU MAL É ESTAR DE TI SEMPRE PERTO
SEMPRE JUNTO DO ESPLENDOR DOS OLHOS TEUS
E A MINHA VIDA
É QUASE SEMPRE UM DESERTO
O MEU VIVER
É MUITO INCERTO
PENSANDO SEMPRE
NO TRISTE DIA DO ADEUS

M.038.Mas que nada - Jorge Ben


Ô, Ô, Ô, Maria, aiô
Oba, oba, oba
Mas que nada
Sai da minha frente que eu quero passar
Pois o samba está animado
E o que eu quero é sambar
Este samba é misto de maracatu
É samba de preto velho
Samba de preto tu
Mas que nada
Um samba como este é tão legal
E você não vai querer
Que eu chegue no final.