terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A.024.ABC do Sertão - Luiz Gonzaga/Zé Dantas

Lá no meu sertão
pros caboclo lê
Têm que aprender
um outro ABC
O jota é ji,
o éle é lê
O ésse é si,
mas o érre
Tem nome de rê

Até o ypsilon
lá é pssilone
O eme é mê,
O ene é nê
O efe é fê,
o gê chama-se guê
Na escola é engraçado
ouvir-se tanto "ê"
A, bê, cê, dê,
Fê, guê, lê, mê,
Nê, pê, quê, rê,

A.023.A Voz de uma Pessoa Vitoriosa - Caetano Veloso

Sua cuca batuca
Eterno zig-zag
Entre a escuridão e a claridade
Coração arrebenta
Entretanto o canto aguenta
Brilha no tempo a voz vitoriosa
Sol de alto monte, estrela luminosa
Sobre a cidade maravilhosa
E eu gosto dela ser assim vitoriosa
A voz de uma pessoa assim vitoriosa
Que não pode fazer mal
Não pode fazer mal nenhum
Nem a mim, nem a ninguém, nem a nada
E quando ela aparece
Cantando gloriosa
Quem ouve nunca mais dela se esquece
Barcos sobre os mares
Voz que transparece
Uma vitoriosa forma de ser e viver.

A.022.A Voz do Morto - Caetano Veloso

Estamos aqui no tablado
Feito de ouro e prata
E filó de nylon

Eles querem salvar as glórias nacionais
As glórias nacionais, coitados

Ninguém me salva
Ninguém me engana
Eu sou alegre
Eu sou contente
Eu sou cigana
Eu sou terrível
Eu sou o samba

A voz do morto
Os pés do torto
O cais do porto
A vez do louco
A paz do mundo
Na Glória!

Eu canto com o mundo que roda
Eu e o Paulinho da Viola
Viva o Paulinho da Viola!
Eu canto com o mundo que roda
Mesmo do lado de for a
Mesmo que eu não cante agora

Ninguém me atende
Ninguém me chama
Mas ninguém me prende
Ninguém me engana

Eu sou valente
Eu sou o samba
A voz do morto
Atrás do muro
A vez de tudo
A paz do mundo
Na Glória!

A.021.A Volta dos Trovões - Braúlio Tavares

Um tambor amendrontou a mata
quando o dia clareou
Na clareira respondeu a flauta
um aviso de terror

Um cacique descobriu pegadas
de um estranho caçador
Uma tribo foi exterminada
onde o rio avermelhou

Antes das chuvas
quando um trovão tombou das estrelas
e a selva escura
viu brilhar nas mãos de um deus
armas de estrondo e luz
como avisou a lenda
armas de estrondo e luz

Onça negra caminhou nas cinzas
na fogueira que passou
Gavião voando contra a brisa
viu a mancha do trator

Sobre o chão onde os pajés dançavam
uma vila se formou
Todo dia longe ressoava
o machado lenhador

Dentro da selva
pulsam os corações dos guerreiros
esperando a noite
em que os astros vão trazer
a volta dos trovões
(como promete a lenda)
a volta dos trovões.

L.010.Liberou Geral - Giovanni Bizzotto


Liberou geral pra voce
Cada segundo
Tá tudo certo
Nada a declarar
Tudo por fazer
Eu não me iludo
Só me entrego
Eu só queria bater você
Um pouquinho no meu liquidificador
Eu só queria matar voce de amor
Debaixo do meu cobertor
Você é um perigo pra quem acredita
Perdidamente na sua inocência
Mas quando você passa
E detona a minha mente
Eu quase escorrego na minha impaciência
Eu só queria trancar você
Na minha prisão de segurança máxima
Até fazer voce confessar
Qualquer loucura que eu inventar
Liberou geral

L.009.Labaredas - Cartola/Hermínio Bello de Carvalho

Vou me desacovardar dizendo não
A um coração que fez s6 desagasalhar
Quem o abrigou.
Profanou, sem se importar
E destruiu, sem mais pensar,
O essencial de mim
Me atiçando um fogo em mim...

Mas pode um incêndio alastrar-se ao coração
Que as labaredas nem vão sequer provocar um só perdão:
Quantas pedras não terá para atirar de novo em mim?
Me subestimar, -
Prá quê? Não vou!
...e quando o remorso invadir seu sono, então,
meu coração não vai nem sequer se vergar à sua dor
Debelar o incêndio vai ser impossível só porque
Quem brincou com fogo...Foi você....

L.008.Logunedé - Gilberto Gil

É de Logunedé a doçura
Filho de Oxum, Logunedé
Mimo de Oxum, Logunedé - edé, edé
Tanta ternura

É de Logunedé a riquezaLOGUNEDÉ
GILBERTO GIL


É de Logunedé a doçura
Filho de Oxum, Logunedé
Mimo de Oxum, Logunedé - edé, edé
Tanta ternura

É de Logunedé a riqueza
Filho de Oxum, Logunedé
Mimo de Oxum, Logunedé - edé, edé
Tanta beleza

Logunedé é demais
Sabido, puxou aos pais
Astúcia de caçador
Paciência de pescador
Logunedé é demais

Logunedé é depois
Que Oxossi encontra a mulher
Que a mulher decide ser
A mãe de todo prazer
Logunedé é depois

É pra Logunedé a carícia
Filho de Oxum, Logunedé
Mimo de Oxum, Logunedé - edé, edé
É delícia


Filho de Oxum, Logunedé
Mimo de Oxum, Logunedé - edé, edé
Tanta beleza

Logunedé é demais
Sabido, puxou aos pais
Astúcia de caçador
Paciência de pescador
Logunedé é demais

Logunedé é depois
Que Oxossi encontra a mulher
Que a mulher decide ser
A mãe de todo prazer
Logunedé é depois

É pra Logunedé a carícia
Filho de Oxum, Logunedé
Mimo de Oxum, Logunedé - edé, edé
É delícia

L.007.Lua Girou - Milton Nascimento

A lua girou, girou
Traçou no céu um compasso
A lua girou, girou
Traçou no céu um compasso
Eu bem queria fazer
Um travesseiro dos seus braços
Eu bem queria fazer

Travesseiro dos meus braços
Só não faz se não quiser
Um travesseiro dos meus braços
Só não faz se não quiser
Sustenta a palavra de homem
Que eu mantenho a de mulher
Sustenta a palavra de homem

L.006.Lealdade - Wilson Batista/Jorge de Castro


Serei ,
Serei leal contigo
Quando eu cansar dos teus beijos ,
Te digo
E tu também liberdade terás
Pra quando quiseres bater a porta
Sem olhar para trás
Serei ,
Serei leal contigo
Quando eu cansar dos teus beijos ,
Te digo
E tu também liberdade terás
Pra quando quiseres bater a porta
Sem olhar para trás
Se o teu corpo cansar dos meus braços
Se teu ouvido cansar da minha voz
Quando teus olhos cansarem dos meus olhos
Não é preciso haver falsidade entre nós
Serei ,
Serei leal contigo
Quando eu cansar dos teus beijos ,
Te digo
E tu também liberdade terás
Pra quando quiseres bater a porta
Sem olhar para trás
Se o teu corpo cansar dos meus braços
Se teu ouvido cansar da minha voz
Quando teus olhos cansarem dos meus olhos
Não é preciso haver falsidade entre nós
Serei ,
Serei leal contigo
Quando eu cansar dos teus beijos ,
Te digo

L.005.Loucura - Lupcínio Rodrigues


E aí, eu comecei a cometer loucura
Pelo verdadeiro inferno, uma tortura
O que eu sofria por aquele amor
Milhões de diabinhos, martelando
Meu pobre coração
Que agonizando já não podia mais
De tanta dor
E ai, eu comecei a cantar
Verso triste
O mesmo verso que até hoje existe
Na boca triste de algum sofredor
Como é que existe alguém
Que ainda tem coragem de dizer
Que os meus versos não contém mensagem
São palavras frias
Sem nenhum valor
Ohl Deus, será que o Senhor não está vendo isto?
Então porque é que o Senhor mandou o Cristo
Aqui na terra semear amor?
Quando, se tem alguém que ama de verdade
Serve de riso para humanidade
É um covarde, um fraco, um sonhador
Sei é que hoje tudo está
Tão diferente
Porque que não deixa eu mostrar
A essa gente
Que ainda existe o verdadeiro amor
Faça ela voltar de novo para o meu lado
Eu me sujeito a ser sacrificado
Salve seu mundo com a minha dor