sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

N.035.Nega Maluca - Evaldo Rui


Oi, tava jogando sinuca,
Uma nega maluca me apareceu,
Vinha com um filho no colo
E dizia pro povo que o filho era meu!
Não sinhô!
Tome que o filho é seu!
Não sinhô!
Guarde o que Deus lhe deu!

Há tanta gente no mundo,
Mas meu azar é profundo,
Veja você, meu irmão
A bomba estourou na minha mão!
Tudo acontece comigo!
Eu, que nem sou do amor!
Até parece castigo
Ou então influência da cor!

N.034.No carnaval da paixão - Paulinho da Viola


Carente de ternura
Eu fiz tanta loucura
Andei de mão em mão
Nem ao menos minha roupa eu trocava
Pra curtir minha paixão
Os amigos mais chegados me diziam
Que eu podia enlouquecer
Eu estava apaixonado
E só havia uma razão
Era você

Acho que a felicidade é um sonho
Tão difícil de realizar
Quando tudo terminou
Mais uma vez eu jurei
Nunca mais me apaixonar

N.033.Ninguem faz amor como voce - Agepê/Léo da Vila/Canário


Se eu perdi a hora.....não se zangue comigo
Estive até agora....numa roda de amigos
Enquanto a gente bebe.....o papo vai rolando
A gente nem percebe....o tempo vai passando
Me deixe te abraçar.....não tenha ciúme porque
Ninguém faz amor como você
Me deixe te abraçar.....não tenha ciúme porque
Ninguém faz amor como você
Teu sorriso me empolga....deixa a briga pra depois
Amanhã tô de folga.....o dia é de nós dois
Você sabe que esse teu carinho
Me deixa doidinho pra fazer amor
Sabe o quanto eu preciso ter
O paraíso que tem teu calor
Não pode num simples atraso
Criar tanto caso e negar teu perdão
Não me tire a esperança
Não faça vingança com meu coração, vem me dar
Vem, vem....vem me dar....vem, vem
Este amor gostoso...dengoso, manhoso que só você tem
Vem, vem....vem me dar....vem, vem
Este amor gostoso...dengoso, manhoso que só você tem..

N.032.Nossas tardes - Helena Elis


Não demora ou o café esfria
O bife fica duro e eu perco a poesia
Não demora que eu já sequei a pia
O queijo fica escuro
Minha mão já está macia

Quando abrir o portão
Não deixe o cão sair
Quando abrir a porta
Não deixe o cão entrar
Não me diga que você
Esqueceu a chave no carro
E eu vou ter que levantar

Você sabe que eu gosto
De nua te esperar
Debaixo do edredon
Você só me descascar
Não estrague a surpresa
Faça logo a sua festa
Pra você quero me dar

Não demora não
Ou o café esfria
Ou você quer tomar café na padaria
Eu vou achar é bom
Que a gente aproveita bem melhor
O fim do dia
E eu digo que te quero
E ouço o que eu espero
Que eu sou o seu amor
Seu pedaço de jardim
Que eu sou o seu amor

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

N.031.Não tenho lágrimas - Max Bulhões/Milton de Oliveira


Quero chorar
Não tenho lágrimas
que me rolem na face
Pra me socorrer

Se eu chorasse
Talvez desabafasse
O que sinto no peito
E não posso dizer

Só porque não sei chorar
Eu vivo triste a sofrer

Estou certo
Que o riso não tem nem um valor
A lágrima sentida
É o retrato de uma dor
O destino assim quis
De mim te separar
Eu quero chorar não posso
Vivo a implorar.

N.030.Na mão direita - Mário Lago


Na mão direita
Tem uma roseira
Que dá rosa mas não cheira
Que dá rosa mas não cheira
Na mão esquerda
O que é que voce tem
Se quiser mostrar me mostre
Que eu não conto pra ninguém
Uma cigana coitada
Não quis dizer a razão
Mas ficou encabulada
Depois que leu sua mão
Ai que bão

N.029.Novo amor - Eduardo Krieger


A luz apaga porque já raiou o dia
E a fantasia vai voltar pro barracão
Outra ilusão desaparece quarta-feira
Queira ou não queira terminou o carnaval.

Mas não faz mal, não é o fim da batucada
E a madrugada vem trazer meu novo amor
Bate o tambor, chora a cuíca e o pandeiro
Come o couro no terreiro porque o choro começou.

A gente ri
A gente chora
E joga fora o que passou
A gente ri
A gente chora
E comemora o novo amor.

N.028.Numero 1 - Mário Lago


Passaste hoje ao meu lado
Vaidosa, de braço dado
Com outro que te encontrou
E eu relembrei comovido
O velho amor esquecido
Que o meu destino arruinou
Chegaste na minha vida
Cansada, desiludida
Triste, mendiga de amor
E eu, pobre, com sacrifício
Fiz um céu do teu suplício
Pus risos na tua dor
Mostrei-te um novo caminho
Onde com muito carinho
Levei-te numa ilusão
Tudo porém foi inútil
Eras no fundo uma fútil
E foste de mão em mão
Satisfaz tua vaidade
Muda de dono à vontade
Isso em mulher é comum
Não guardo frios rancores
Pois entre os teus mil amores
Eu sou o número um

N.027.Não me deixe só - Vanessa da Mata


Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz

Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz

Não me deixe só
Tenho desejos maiores
Eu quero beijos intermináveis
Até que os olhos mudem de cor

Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz

Não me deixe só
Que o meu destino é raro
Eu não preciso que seja caro
Quero gosto sincero do amor

Fique mais, que eu gostei de ter você
Não vou mais querer ninguém
Agora que sei quem me faz bem

Não me deixe só
Que eu saio na capoeira
Sou perigosa, sou macumbeira
Eu sou de paz, eu sou do bem mas

Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz

Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Eu tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz

Ah ah.ah ah ah ah ah aah
Ah ah.ah ah ah ah ah aah
Ah ah.ah ah ah ah ah aah

Fique mais, que eu gostei de ter você
Não vou mais querer ninguém
Agora que sei quem me faz bem

Não me deixe só
Que eu saio na capoeira
Sou perigosa, sou macumbeira
Eu sou de paz, eu sou do bem mas

Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro
Tenho medo do inseguro
Dos fantasmas da minha voz

Ah ah.ah ah ah ah ah aah
Ah ah.ah ah ah ah ah aah
Ah ah.ah ah ah ah ah aah

N.026.Naquela Noite com Yoko - Suely Costa/Abel Silva


Naquela noite onde ficamos tristes com yoko
Quando uma bala partiu de um manso louco
Estranhamente percebi mais uma vez
O quanto amava a vida
E caminhando pelas ruas chorei
E em meus ouvidos uma voz então soprou
Que o trem do meu destino, ocorria sobre os trilhos
E era imprescindível viajar
E eu perguntava à noite amargurado e ateu
Porque um coração apaixonado
é tão fácil de calar
Será porque um outro coração vazio
Eu perguntava à noite
Eu perguntava à noite
E cada passo eu chorava
E a cada passo eu sentia
Que de minhas veias
Um pouco mais de vida escorria

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

M.047.Musical - Pericles Cavalcanti


Tudo é um
Tudo é mil
Tudo acaba e nada tem fim
Tudo bem
Tudo mal
Tudo azul nada é assim
Tudo discorda em harmonia universal
Tudo é assim musical
E no centro de tudo
Eu e você

M.046.Morro Velho - Milton Nascimento


No sertão da minha terra, fazenda é o camarada que ao chão se deu
Fez a obrigação com força, parece até que tudo aquilo ali é seu
Só poder sentar no morro e ver tudo verdinho, lindo a crescer
Orgulhoso camarada, de viola em vez de enxada

Filho do branco e do preto, correndo pela estrada atrás de passarinho
Pela plantação adentro, crescendo os dois meninos, sempre pequeninos
Peixe bom dá no riacho de água tão limpinha, dá pro fundo ver
Orgulhoso camarada, conta histórias prá moçada

Filho do senhor vai embora, tempo de estudos na cidade grande
Parte, tem os olhos tristes, deixando o companheiro na estação distante
Não esqueça, amigo, eu vou voltar, some longe o trenzinho ao deus-dará

Quando volta já é outro, trouxe até sinhá mocinha prá apresentar
Linda como a luz da lua que em lugar nenhum rebrilha como lá
Já tem nome de doutor, e agora na fazenda é quem vai mandar
E seu velho camarada, já não brinca, mas trabalha.

M.045.Menestrel das Alagoas - Milton Nascimento/Fernando Brant


Quem é esse viajante
Quem é esse menestrel
Que espalha esperança
E transforma sal em mel?
Quem é esse saltimbanco
Falando em rebelião
Como quem fala de amores
Para a moça do portão?
Quem é esse que penetra
No fundo do pantanal
Como quem vai manhãzinha
Buscar fruta no quintal?
Quem é esse que conhece
Alagoas e Gerais
E fala a língua do povo
Como ninguém fala mais?
Quem é esse?
De quem essa ira santa
Essa saúde civil
Que tocando a ferida
Redescobre o Brasil?
Quem é esse peregrino
Que caminha sem parar?
Quem é esse meu poeta
Que ninguém pode calar?
Quem é esse?

M.044.Marambaia - Rubens/Henricão


Eu tenho uma casinha
Lá na Marambaia
Fica na beira praia
Só vendo que beleza
Tem uma trepadeira que na primavera
Fica toda florescida de brinco-de-princesa
Quando chega o verão
Eu sento na varanda
Pego meu violão e começo a tocar
O meu moreno que está sempre bem disposto
Senta ao meu lado e começa a cantar
(Bis)
E quando chega a tarde
Um bando de andorinhas
Voam em revoada fazendo o verão
E lá na mata
O sabiá gorjeia
Linda melodia pra alegrar meu coração
E às seis horas o sino na capela
Bate as badaladas da Ave-Maria
A lua nasce por de trás da Serra
Anunciando que acabou o dia

M.043.Meu coração - João Caetano/Tavinho Daher


Meu coração já sabe que o seu
Não quer mais me amar

Não bate mais junto está na distância
Não sabe voltar
Ficou nas planícies, nas alvoradas

no entardecer
Nas águas profundas, perdidas nas
Matas do Pantanal

Meu coração é um animal que se libertou
Agora é escravo da liberadde que um campo criou
Dono das chuvas, dono dos ventos pó do sertão
Raiz espalhada no chão na chapada do Pantanal

Tem o cheiro das folhas no chão
Tem o gosto das terras sem fim
Tem o jeito macio dos rios que fogem do mar

Não se esconde das lutas que vem
Não tem pouso nem hora, ninguem
Mas espera no fim de algum dia
Quem sabe parar


Meu coração ...

M.042.Morena dos olhos d'agua - Chico Buarque


Morena dos olhos d'água, tire os seus olhos do mar
Vem ver que a vida ainda vale o sorriso que eu tenho pra lhe dar

Descansa em meu pobre peito, que jamais enfrenta o mar
Mas que tem abraço estreito, morena, com jeito de de agradar
Vem ouvir quantas estórias que por seu amor sonhei
Vem saber quantas vitórias, morena, por mares que só eu sei

O seu homem foi embora prometendo voltar já
Mas as ondas não tem hora, morena, de partir ou de voltar
Passa a vela e vai-se embora, passa o tempo e vai também

Eis a letra certa:

Morena dos Olhos d'água

Chico Buarque
1966

Morena, dos olhos d'água,
Tira os seus olhos do mar.
Vem ver que a vida ainda vale
O sorriso que eu tenho
Pra te dar.

Descansa um meu pobre peito
Que jamais enfrenta o mar,
Mas que tem abraço estreito, morena,
Com jeito de te agradar.
Vem ouvir lindas histórias
Que por teu amor sonhei.
Vem saber quantas vitórias, morena,
Por mares que só eu sei.

O teu homem foi-se embora,
Prometendo voltar já.
Mas as ondas não tem hora, morena,
De partir ou de voltar.
Passa a vela e vai-se embora
Passa o tempo e vai também.
Mas meu canto ainda te implora, morena,
Agora, morena, vem.

M.041.Mambembe - Chico Buarque


No palco, na praça, no circo, num banco de jardim
Correndo no escuro, pichado no muro
Você vai saber de mim
Mambembe, cigano
Debaixo da ponte
Cantando
Por baixo da terra
Cantando
Na boca do povo
Cantando
Mendigo, malandro, muleque, mulambo bem ou mal
Cantando
Escravo fugido, um louco varrido
Vou fazer meu festival
Mambembe, cigano
Debaixo da ponte
Cantando
Por baixo da terra
Cantando
Na boca do povo
Cantando
Poeta, palhaço, pirata, corisco, feirante judeu
Cantando
Dormindo na estrada, no nada, no nada
E esse mundo é todo meu
Mambembe, cigano
Debaixo da ponte
Cantando
Por baixo da terra
Cantando
Na boca do povo
Cantando

M.040.Meu Poema - José Gonçalves/Jorge de Castro


VAI NOS MEUS VERSOS
TODA A SÚPLICA
DO MEU PEITO SOFREDOR
VAI MEU POEMA
VAI DIZER A IRACEMA
QUE EU SOZINHO AINDA ESTOU
QUANTO MAIS PRA LONGE ELA FOR
MAIS AUMENTA A MINHA MÁGOA
MAIS AUMENTA A MINHA DOR
QUANTO MAIS POUCO DE MIM ELA FIZER
MAIS AUMENTA A MINHA FÉ
MAIS AUMENTA O MEU AMOR
UMA SIMPLES DISCUSSÃO
NÃO ERA SUFICIENTE
PRA ELA PARTIR TÃO INESPERADAMENTE
DESDE AQUELA TRISTE HORA
QUE SEM MEU AMOR FIQUEI
NUNCA MAIS TIVE ALEGRIA
NEM OS OLHOS ENXUGUEI
VAI NOS MEUS VERSOS

M.039.Meu destino - Jotabê


SEI MEU DESTINO É SOFRER CHORAR
SEI MEU DESTINO É SEMPRE TE AMAR
TODO O MEU PRANTO SENTIDO
MEU DESEJO PERDIDO
LOUCURA LOUCURA TE AMAR

MEU MAL É ESTAR DE TI SEMPRE PERTO
SEMPRE JUNTO DO ESPLENDOR DOS OLHOS TEUS
E A MINHA VIDA
É QUASE SEMPRE UM DESERTO
O MEU VIVER
É MUITO INCERTO
PENSANDO SEMPRE
NO TRISTE DIA DO ADEUS

M.038.Mas que nada - Jorge Ben


Ô, Ô, Ô, Maria, aiô
Oba, oba, oba
Mas que nada
Sai da minha frente que eu quero passar
Pois o samba está animado
E o que eu quero é sambar
Este samba é misto de maracatu
É samba de preto velho
Samba de preto tu
Mas que nada
Um samba como este é tão legal
E você não vai querer
Que eu chegue no final.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

E.044.Ê Baiana - Fabrício da Silva


Ê baiana, ê ê ê baiana baianinha
Ê baiana, ê ê ê baiana
Baina boa gosta do samba
Gosta da roda e diz que é bamba
Olha toca o violão que ela quer sambar

Ela gosta de samba
Ela quer rebolar
Ê baiana
Ê baiana, ê ê ê baiana, baianinha
Ê baiana, ê ê ê baiana

Baiana boa gosta do samba
Gosta da roda e diz que é bamba
Olha toca a viola que
Ela quer sambar
Ela gosta de samba
Ela quer rebolar
Ê baiana

E.043.Eternas Ondas - Zé Ramalho


Quanto tempo temos
Antes de voltarem, aquelas ondas
Que vieram como gotas em silêncio
Tão furioso
Derrubando homens entre outros animais
Devastando a sede desses matagais

Devorando árvores, pensamentos
Seguindo a linha
Do que foi escrito pelo mesmo lábio
Tão furioso
E se teu amigo vento não te procurar
É porque multidões ele foi arrastar

E.042.El Rey - Gerson Conrad/João Ricardo


Eu vi El Rey andar de quatro
de quatro caras diferentes
de quatrocentas celas
cheias de gente

Eu vi El Rey andar de quatro
de quatro patas reluzentes
de quatrocentas mortes...

Eu vi El Rey andar de quatro
de quatro poses atraentes
de quatrocentas velas
feitas duendes

E.041.Escorregando no Pifano - Alceu Valença



Eu sou o veio quiabo
Camaleão das foiage
Carrego as moça no bolso
E as véia na pabulage"
(domínio Público-texto de pastoril)

Quando estou escorrenga
No seu corpo gemedor
Fico todo lambuzado
Meu pife tem esse sabor de pecado
Escorregado lambuzado gemedor
Balança bole remexe gostoso
Meu jeito e manhoso e te assoprar
Balança bole remexe gostoso
Meu jeito é dengoso de te dedilhar.

E.040.Eternamente - Tunai/Sergio Natureza/Liliane


Só mesmo o tempo
Pode revelar o lado oculto das paixões
O que se foi
E o que não passará
Inesquecíveis sensações
Que sempre vão ficar
Pra nos fazer lembrar
Dos sonhos, beijos
Tantos momentos bons

Só mesmo o tempo
Vai poder provar
A eternidade das canções
A nossa música está no ar
Emocionando os corações
Pois tudo que é amor
Parece com você
Pense, lembre
Nunca vou te esquecer

Vou ter sempre você comigo
Nosso amor eu canto e cantarei
Você é tudo que eu amei na vida
Nunca vou te esquecer

E.039.Eldorado - Milton Nascimento/Ronaldo Bastos


Quem te ensinou viver
Menino quem foi teu mestre e mais
quem diz que vem do amor
E chega pra derramar meus ais

Quem te ensinou esperar
Não perde por esperar demais
Beira do cais estou
Na beira de uma saudade a mais

Volta para a estrada, gente cigana
Vamos festejar o pouco que há
Nada se compara à farra da terra
Quando a caravana passa por lá

Eu também fiz vinte anos em Eldorado
E a caravana quis me levar
Me jogaram pra dormir num chão de cadeia
No meu sonho eu via as ondas do mar

Olhos que derramam luz nos meus olhos
Nesse olhos onde estrelas vêm se mirar
Claros olhos negros espelhos de seda
Matam de saudade e o resto é lenda
É lenda

Quis te conhecer melhor, veio a madrugada
E me carregou pra um outro lugar
Muita coisa eu esqueci no fundo da mala
Mas não me separo daquele olhar

Não se poderá dizer não valeu de nada
Olhos que são meus de tanto sonhar
Não me lembro de ninguém com olhos mais negros
Nem manhã mais clara de se lembrar

Eu também fiz vinte anos em Eldorado
E a caravana quis me levar
Me jogaram pra dormir num chão de cadeia
Tem no galope as ondas do mar

E.038.Enquanto engomo a calça - Ednardo/Climério


Arrepare não
Mas enquanto engoma a calça
Eu vou lhe contar
Uma estória bem curtinha
Fácil de contar
Porque cantar
Parece com não morrer
É igual a não se esquecer
Que a vida é que tem razão
Esse voar maneiro
Foi ninguém quem me ensinou
Não foi passarim
Foi o olhar do meu amor
Me arrepiou todinho
Me eletrizou assim
Quando olhou meu coração
Porque cantar
Parece com não morrer
É igual a não se esquecer
Que a vida é que tem razão
Ôôôô
Ah mais como é triste
Essa nossa vida de artista
Depois de perder Vilma
Prá São Paulo
Perder Maria Helena
Prá um dentista
Porque cantar...

E.037.Eclipse Oculto - Caetano Veloso


Nosso amor
Não deu certo
Gargalhadas e lágrimas
De perto
Fomos quase nada
Tipo de amor
Que não pode dar certo
Na luz da manhã
E desperdiçamos
Os blues do Djavan...

Demasiadas palavras
Fraco impulso de vida
Travada a mente na ideologia
E o corpo não agia
Como se o coração
Tivesse antes que optar
Entre o inseto e o inseticida...

Não me queixo
Eu não soube te amar
Mas não deixo
De querer conquistar
Uma coisa
Qualquer em você
O que será?

Como nunca se mostra
O outro lado da lua
Eu desejo viajar
Do outro lado da sua
Meu coração
Galinha de leão
Não quer mais
Amarrar frustação
O eclipse oculto
Na luz do verão...

Mas bem que nós
Fomos muito felizes
Só durante o prelúdio
Gargalhadas e lágrimas

Até irmos pro estúdio
Mas na hora da cama
Nada pintou direito
É minha cara falar
Não sou proveito
Sou pura fama....

Não me queixo
Eu não soube te amar
Mas não deixo
De querer conquistar
Uma coisa
Qualquer em você
O que será?

Nada tem que dar certo
Nosso amor é bonito
Só não disse ao que veio
Atrasado e aflito
E paramos no meio
Sem saber os desejos
Aonde é que iam dar
E aquele projeto
Ainda estará no ar...

Não quero que você
Fique fera comigo
Quero ser seu amor
Quero ser seu amigo
Quero que tudo saia
Como som de Tim Maia
Sem grilos de mim
Sem desespero
Sem tédio, sem fim...

Não me queixo
Eu não soube te amar
Mas não deixo
De querer conquistar
Uma coisa
Qualquer em você
O que será?

E.036.Embarcação - Francis Hime/Chico Buarque


Sim
Foi que nem um temporal
Foi um vaso de cristal
Que partiu dentro de mim
Ou quem sabe os ventos
Pondo fogo numa embarcação
Os quatro elementos
Num momento de paixão
Deus
Eu pensei que tosse Deus
E que os mares tossem meus
Como pensam os ingleses
Mel
Eu pensei que fosse mel
E bebi da Vida
Como bebe um marinheiro
de partida mel

Meu
Eu julguei que fosse meu
O calor do corpo teu
Que incendeia meu corpo há meses
Ar, como eu precisava amar
E antes mesmo do galo cantar
Eu te neguei três vezes
Cais, ficou tão pequeno o cais
Te perdi de vista para nunca mais

Mais
Mais que a vida em minha mão
Mais que Jura de cristão
Mais que a pedra desse cais
Eu te dei certeza
Da certeza do meu coração
Mas a natureza vira a mesa da razão

E.035.Elvira Escuta - Jose Marcelo de Andrade


Elvira escuta os meus gemidos
Que aos teus ouvidos irão chegar
Não sejas traidora tem dó de mim
Tem dó dest'alma que te sabe amar
Se tu me amas como eu te amo
Eu te prometo não te desprezar
Não sejas traidora tem dó de mim
Tem dó dest'alma que te sabe amar
Teu coração é um rochedo
Este rochedo é meu penar
Não sejas traidora tem dó de mim
Tem dó dest'alma que te sabe amar
sobe a escada vem devagar

Elvira dorme pode acordar
Não sejas traidora tem dó de mim
Tem dó dest'alma que te sabe amar
Ainda mesmo depois de morta
As tuas faces eu irei beijar
Não sejas traidora tem dó de mim
Tem dó dest'alma que te sabe amar.

E.034.Energia - Lula Queiroga


Olha que eu conheço esse cara
Você chegou de cima
Vem comigo, toma a chave do meu coração
Eu já entrei no clima
O lha que eu conheço esse pique
No seu teatro também quero ser atriz
Deixa eu sair no seu bloco
Me laça, me beija, me faça feliz
O sol raiou
Tomou conta da praça
Sua energia
O sol raiou
Prá dizer ao país
Que hoje é o dia D

E.033.Essa alegria - Lula Queiroga


A ALEGRIA É A GUIA
ESTRELA GUIA NO CARNAVAL
A NOSSA TRIBO ABRE O DIA É...
ESSA ALEGRIA É A BARCA
NAVEGA A BARCA DO CARNAVAL
A NOSSA TRIBO TRAZ O VENTO E...

ESSA ALEGRIA É O PENDÃO
NOSSA ESPERANÇA NO CARNAVAL
UM ESTANDARTE NA FLORESTA E...
BALANÇA O MARACÁ
DANÇA DA REDENÇAO
RAIOS DA VIDA RAIAR
FONTE A ESCORRER
RIO DE TRANSBORDAR
JORRO DE ALMA FORRAR

ESSE RITMO
DENTRO DA NOITE
QUANDO A MÚSICA
E O PENSAMENTO FOREM UM SÓ
FOREM O SOL
LÉ... LÊ...LÉ...

ARCO, PENACHO, FLECHA E TAMBOR
CABOCOLINHOS NO CARNAVAL
TRAZ DE OLINDA A SURPRESA E
TODAS AS TRIBOS DO PAÍS
VIVAS NUM DIA DE CARNAVAL
COMO SEA TERRA AINDA FOSSE NOSSA!

E.032.Essa Voz - Milton Nascimento/Fernando Brant


Não se apaga, não se cala essa voz
Não se esquece permanece essa voz
voando livre no espaço essa voz
eterno canto de esperança essa voz
ela é humana e é divina essa voz
nossa amiga não parou de cantar
ela é a voz
de todos nós

Não se apaga, não se cala a mulher
O seu sorriso, o seu sonho a fé
sua coragem sua enorme paixão
a vida inteira lapidando a canção
canção de vida e amor vai ficar
com as pessoas que não param de ouvir
a sua voz, a voz
que é a voz'
de todos nós

E.031.Estatutos da Gafieira


Moço
Olha o vexame
O ambiente exige respeito
Pelos estatutos da nossa gafieira
Dance a noite inteira mas dance direito
Aliás pelo artigo 120
O distinto que fizer o seguinte:
Subir na parede
Dançar de pé pro ar
Morar na bebida
Sem querer pagar
Ou abusar da umbigada
De maneira folgozã
Prejudicando hoje
O bom crioulo de amanhã

Será distintamente censurado
Se balançar o corpo
Vai pra mão do delegado

E.030.Essa Moça tá Diferente - Chico Buarque


Essa moça tá diferente
Já não me conhece mais
Está prá lá de prá frente
Esta me passando prá trás
Essa moça tá decidida
A se super-modernizar
Ela só samba escondida
Que é prá ninguém reparar
Eu cultivo rosas e rimas
Achando que é muito bom
Ela me olha de cima
E vai desinventar o som
Faço-lhe um concerto de flauta
E não lhe desperto emoção
Ela quer ver o astronauta
Descer na televisão
Mas o tempo vai
Mas o tempo vem
Ela me desfaz

Mas o que é que tem
Que ela só me guarda despeito
Que ela só me guarda desdém
Mas o tempo vai
Mas o tempo vem
Ela me desfaz
Mas o que é que tem
Se do lado esquerdo do peito
No fundo ela ainda me quer bem
Essa moça tá diferente...
Essa moça é a tal da janela
Que eu me cansei de cantar
E agora está só na dela
Botando só pra quebrar
Mas o tempo vai...

B.051.Balanço Correto


Estrela bandeira
Ribeira de escravos
Leão coroado
Cordeiro Marrá

São trinta dinheiros
E um cheque visado
E um homem apressado
Com passos de lã

Três beijos roubados
Três padres três freiras
Três moças solteiras
Com mais três irmãs

São trinta dinheiros
E um cheque visado
E um homem apressado
Com passos de lã

Balança correto
Cordão encarnado
Um velho safado
Comanda o cançã

São trinta dinheiros
E um cheque visado
E um homem apressado
Com passos de lã

Balança correto
Cordão encarnado
Um velho safado
Comanda o cançã

B.050.Bastidores - Chico Buarque


Chorei, chorei
Até ficar com dó de mim
E me tranquei no camarim
Tomei o calmante, o excitante
E um bocado de gim

Amaldiçoei
O dia em que te conheci
Com muitos brilhos me vesti
Depois me pintei, me pintei
Me pintei, me pintei

Cantei, cantei
Como é cruel cantar assim
E num instante de ilusão
Te vi pelo salão
A caçoar de mim

Não me troquei
Voltei correndo ao nosso lar
Voltei pra me certificar
Que tu nunca mais vais voltar
Vais voltar, vais voltar

Cantei, cantei
Nem sei como eu cantava assim
Só sei que todo o cabaré
Me aplaudiu de pé
Quando cheguei ao fim

Mas não bisei
Voltei correndo ao nosso lar
Voltei pra me certificar
Que nunca mais vais voltar

Cantei, cantei
Jamais cantei tão lindo assim
E os homens lá pedindo bis
Bêbados e febris
A se rasgar por mim

Chorei, chorei
Até ficar com dó de mim

B.049.Boranda - Edú Lobo


Vam' borandá
Que a terra já secou, borandá
É, borandá,
Que a chuva não chegou, borandá
Já fiz mais de mil promessas
Rezei tanta oração
Deve ser que eu rezo baixo
Pois meu Deus não ouve não
Deve ser que eu rezo baixo
Pois meu Deus não ouve não
Vou me embora, vou chorando
Vou me lembrando do meu lugar
É, borandá
Que a terra já secou, borandá
É, borandá,
Que a chuva não chegou, borandá
Quanto mais eu vou pra longe
Mais eu penso sem parar
Que é melhor partir lembrando
Que ver tudo piorar
Que é melhor partir lembrando
Que ver tudo piorar

B.048.Baião de Dois - Luiz Fideliz



A gente bem que podia
Se juntar de vez
Compartilhar de novo
Dp nosso Sertão
Acordar ouvindo
O chocalho da rêz
A gente bem que podia
Se juntar de vez
Tá de manha no curral
Tomar um leite mais puro
Cantar varrendo o muro
O nosso quintal
Colher tomate, cebola
Banho de açude, almoçar
De noite um bom baião de dois
Prá que deixar pra depois
Se a gente pode se amar.

B.047.Baticum - Gilberto Gil/Chico Buarque


Bia falou: Ah! Claro que eu vou
Clara ficou até o sol raiar
Dadá também saracoteou
Didi tomou o que era pra tomar
Ainda bem que Isa me arrumou
Um barco bom pra gente chegar lá
Lelê também foi e apreciou
O baticum lá na beira do mar
Aquela noite
Tinha do bom e do melhor
Tô lhe contando que é pra lhe dar água na boca
Veio Mané da Consolação
Veio o Barão de lá do Ceará
Um professor falando alemão
Um avião veio do Canadá
Monsieur Dupont trouxe o dossier
E a Benetton topou patrocinar
A Sanyo garantiu som
Do baticum lá na beira do mar
Aquela noite
Quem tava lá na praia viu
E quem não viu jamais verá
Mas se você quiser saber
A Warner gravou
E a globo vai passar
Bia falou: Ah! Claro que eu vou
Clara ficou até o sol raiar
Dadá também saracoteou
Didi tomou o que era pra tomar
Isso é que é, Pepe se chegou
Pelé pintou, só que não quis ficar
O campeão da fórmula 1
No baticum lá da beira mar
Aquela noite
Tinha do bom e do melhor
Só tô lhe contando que é pra lhe dar água na boca
Zeca pensou: antes que era bom
Mano cortou: brother o que é que há
Foi a G.E. quem iluminou
E a MacIntosh entrou com o vatapá
O JB fez a critica
E o cardeal deu ordem prá fechar
O Carrefour, digo o baticum
Da Benetton, não, na beira do mar

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

D.055.Dona da minha cabeça - Geraldo Azevedo/Fausto Nilo


Dona da minha cabeça ela vem como um carnaval
E toda paixão recomeça, ela é bonita, é demais
Não há um porto seguro, futuro também não há
Mas faz tanta diferença quando ela dança, dança

Eu digo e ela não acredita, ela é bonita demais
Eu digo e ela não acredita, ela é bonita, bonita
Digo e ela não acredita, ela é bonita demais
Eu digo e ela não acredita, ela é bonita, é bonita

Dona da minha cabeça quero tanto lhe ver chegar
Quero saciar minha sede milhões de vezes, milhões de vezes

Na força dessa beleza é que eu sinto firmeza e paz
Por isso nunca desapareça
Nunca me esqueça, eu não te esqueço jamais
Eu digo e ela não acredita, ela é bonita demais
Eu digo e ela não acredita, ela é bonita, bonita
Digo e ela não acredita, ela é bonita demais
Eu digo e ela não acredita, ela é bonita, é bonita

D.054.Das Rosas - Dorival Caymmi


Nada como ser rosa na vida
Rosa mesmo ou mesmo rosa mulher
Todos querem muito bem a rosa
Quero eu ....

Todo mundo também quer
Um amigo meu disse que em samba
Canta-se melhor flor e mulher
E eu que tenho rosas como tema
canto no compasso que quiser

Rosas...rosas ... rosas...
Rosas formosas são rosas de mim
Rosas a me confundir / Rosas a te confundir
Com as rosas, as rosas, as rosas, de abril
Rosas... rosas... rosas...
Rosas mimosas são rosas de ti
Rosas a me confundir / Rosas a te confundir
Com as rosas, as rosas, as rosas de abril
Rosas a me confundir / Rosas a te confundir
São muitas...são tantas / São todas tão rosas

D.053.Dorinha, meu Amor - José Francisco de Freitas


Dorinha, meu amor
Porque me fazes chorar?
E sou um pecador
E sofro só por te amar

Não sei qual a razão
Que eu sofro tanto assim
Castigo sim, castigo sim
Imploro a Deus
Para vencer o teu amor
O teu amor, amor

Dorinha juro que
Só pensarei em ti
Somente em ti
Somente em ti
Só tu que podes dar
Alívio a esta dor
Ao teu cantor, cantor

D.052.Dona Santinha e seu Antenor - Paulinho da Viola


Dona Santina deu
Anteontem uma feijoada e me convidou
Em homenagem
À volta do seu Antenor
Que aos vinte anos de casado escapuliu
Quando viu os olhos da Sandrinha, se amarrou
Ela nos seus 22
Ele com 53
Imaginem só, vocês
A notícia o que causou no local
Hoje, ele volta arrependido
Depois de ouvir na Santina
Um discurso especial
Foi até entrevistado
Numa programa de televisão
Quando disse ser o único
Culpado da situação
Seu Antenor chorou
Dona Santina riu
Todo mundo se abraçou
O auditório aplaudiu
O final você não sabe
A surpresa que causou
O programa no Ibope
Vinte pontos levantou

D.051.Dança da Solidão - Paulinho da Viola


Solidão é lava
que cobre tudo
Amargura em minha boca
Sorri seus dentes de chumbo
Solidão, palavra
Cavada no coração
Resignado e mudo
No compasso da desilusão

Desilusão, desilusão
Danço eu, dança você
Na dança da solidão

Carmélia ficou viúva
Joana se apaixonou
Maria tentou a morte
Por causa do seu amor
Meu pai sempre me dizia
Meu filho tome cuidado
Quando eu penso no futuro
Não esqueço meu passado

Desilusão, desilusão
Danço eu, dança você
Na dança da solidão

Quando chega a madrugada
Meu pensamento vagueia
Corro os dedos na viola
Contemplando a luz cheia

Apesar de tudo existe
Uma fonte de água pura
Quem beber daquela água
Não terá mais amargura
Desilusão...

D.050.Das Gardenias - Isolina Camilo


Dos gardenias para ti
Con ellas quiero decir
Te quiero, te adoro, mi vida
Ponles toda tu atención
Porque son tu corazón y el mío

Dos gardenias para ti
Que tendrán todo el calor de un beso
De esos besos que te di
Y que jamás encontrarás
En el calor de otro querer

A tu lado vivirán y se hablarán
Como cuando estás conmigo
Y hasta creerás que te dirán
Te quiero

Pero si un atardecer
Las gardenias de mi amor se mueren
Es porque han adivinado
Que tu amor me ha traicionado
Porque existe otro querer

D.049.De Primeira Grandeza - Belchior


Quando eu estou sob as luzes não tenho medo de nada
e a face oculta da lua que era minha aparece iluminada
sou o que escondo sendo uma mulher igual a tua namorada
mas o que vês, quando
mostro estrela de grandeza inesperada

musa,deusa,mulher cantora e bailarina
a força masculina atrai não é só ilusão
a mais que a historia fez e faz o homem se destina
a ser maior que deus por ser filho de adão

anjo, herói, prometeu, poeta e dançarino a glória feminina
existe e não se fez em vão e se destina a vir ao gozo a
mais do que imagina o louco que pensou a vida sem paixão

D.048.Depende - Raimundo Fagner/Abel Silva


A A7 D
O olho por fora, o dente por dentro
Dm A
Meu riso na cara do tempo
A7 D
O olho por dentro, o dente por fora
Dm A
Meu riso na boca do vento
Em A7 D Dm
Conheço a cor dos teus cabelos
Em A7 D Dm
Conheço a cor dos olhos teus
E7 D
É verde, azul, é negro
A
Como uma noite sem lua, é claro
E7 D
Como uma frase não dita
A
É dessa cor, é dessa cor
A
É dessa cor
A A7 D
Depende do dia, da tarde morena
Dm A

D.047.Domingo no Parque - Gilberto Gil


O rei da brincadeira
Êh José!
O rei da confusão
Êh João!
Um trabalhava na feira
Êh José!
Outro na construção
Êh João!...

A semana passada
No fim da semana
João resolveu não brigar
No domingo de tarde
Saiu apressado
E não foi prá Ribeira jogar
Capoeira!
Não foi prá lá
Prá Ribeira foi namorar...

O José como sempre
No fim da semana
Guardou a barraca e sumiu
Foi fazer no domingo
Um passeio no parque
Lá perto da boca do Rio...

Foi no parque
Que ele avistou
Juliana!
Foi que ele viu
Foi que ele viu!
Juliana na roda com João
Uma rosa e um sorvete na mão
Juliana seu sonho, uma ilusão
Juliana e o amigo João...

O espinho da rosa feriu Zé
(Feriu Zé!) (Feriu Zé!)
E o sorvete gelou seu coração
O sorvete e a rosa
Oh José!
A rosa e o sorvete
Oh José!
Foi dançando no peito
Oh José!
Do José brincalhão
Oh José!...

O sorvete e a rosa
Oh José!
A rosa e o sorvete
Oh José!
Oi girando na mente
Oh José!
Do José brincalhão
Oh José!...

Juliana girando
Oi girando!
Oi na roda gigante
Oi girando!
Oi na roda gigante
Oi girando!
O amigo João (João)...

O sorvete é morango
É vermelho!
Oi girando e a rosa
É vermelha!
Oi girando, girando
É vermelha!
Oi girando, girando...

Olha a faca! (Olha a faca!)
Olha o sangue na mão
Êh José!
Juliana no chão
Êh José!
Outro corpo caído
Êh José!
Seu amigo João
Êh José!...

Amanhã não tem feira
Êh José!
Não tem mais construção
Êh João!
Não tem mais brincadeira
Êh José!
Não tem mais confusão
Êh João!...

Êh! Êh! Êh Êh Êh Êh!
Êh! Êh! Êh Êh Êh Êh!
Êh! Êh! Êh Êh Êh Êh!
Êh! Êh! Êh Êh Êh Êh!
Êh! Êh! Êh Êh Êh Êh!...

D.046.Depois das Dez - Tunai/Sérgio Natureza


Beijos e carícias
frases sussurradas
cheios de malícia
costas arranhadas
ardem mais tudo bem
não faz mal a ninguém
depois das dez horas
perde-se a vergonha
ah! Fronha cheirosa
incenso de rosas
esse travesseiro
tem um cheiro
colchão de espuma
já entrei numa
ah! que molejo
tô afim mesmo, coração
faz que tá bom

Corpos de pelúcia
mãos entrelaçadas
delírios delicias
tantas madrugadas
cansam, mais tudo bem
revigoram também
depois das dez horas
não tem mais censura
ninguém se segura
não é mais pecado
essa criatura do meu lado
vai me enlouquece
vem, me tonteia
num sobe e desce
queima, incendeia o coração
e eu acho é bom
pra lá de bom...

D.045.Despertar do Amor - Guilherme Arantes


É você conquistando
É você seduzindo
Você me iludindo
Com sua beleza
beleza
Com sua certeza
A resposta precisa
Que eu tanto buscava
Na minha loucura
Começa outra vida
Cada despertar do amor
E eu fui mergulhando
Planando no abismo
Mudando o meu rumo
Me pondo de lado
E não é nada disso
Nem sei se conheço
O prazer que eu mereço
O preço do sonho
Contigo eu me arrisco
Começa outra vida
Cada despertar do amor

D.044.Doce Espera - Marina Lima


A vida é dura
Quando se espera alguém
A vida é fria
Quando esse alguém não vem

Oh! dura vida
Espera fria...

Só te queria um tempo
Um tempo até gostar
Toda tesão da vida
Depois podia até parar

Tesão da vida
Doce espera...

D.043.De volta ao Começo - Gonzaguinha


E o menino com o brilho do sol
Na menina dos olhos
Sorri e estende a mão
Entregando o seu coração
E eu entrego o meu coração
E eu entro na roda
E canto as antigas cantigas
De amigo irmão
As canções de amanhecer
Lumiar e escuridão
E é como se eu despertasse de um sonho
Que não me deixou viver
E a vida explodisse em meu peito
Com as cores que eu não sonhei
E é como se eu descobrisse que a força
Esteve o tempo todo em mim
E é como se então de repente eu chegasse
Ao fundo do fim
De volta ao começo
Ao fundo do fim
De volta ao começo

D.042.Da vida - Gonzaguinha


Se na saudade se canta
na alegria também se chora
o amor que dá nó na garganta
é aquela dor que toda gente adora
não fique triste meu amor
se eu cheguei agora
e daqui a pouco eu vou -me embora
é o coração de um caminheiro
explodindo nas estradas
minha casa é mundo afora
vou viver por aí
vou viver por aí
quanto mais longe do teu beijo
maior é meu desejo
de estar junto a você
vou viver por ai. . .

D.041.Dá Licença - Ivan Lins/Victor Martins


Dá licença, oh, de casa
Deus os tenha em sua guarda
Oilerê, oilerê, oilara

Nós estamos de passagem
Pra cantar de porta em porta
E ocansaço não nos pesa
Se esse canto lhes conforta
E aceitamos de bom grado
E o que nos for ofertado
E assim louvado seja oilará

Nós Cantamos por dinheiro
Por comida, por pousada
Por prazer, se alguém nos pede
E não pode nos dar nada
Pois se falta nesa hora
Amanhã por certo sobra
E assim lovado seja oilará

D.040.Decote Pronunciado - Moraes Moreira/Pepeu Gomes


Botei um decote
bem pronunciado
o decote descia
até a parte de baixo

Eu bem que guardava
guardava pra quem
pra quem bem merecia
depois descobri
que o decote me engana
Andei sem querer
todo um fim de semana

Bons tratos bem feito
voce não me ama
e vamos para cama
você é mulher
nem Freud sabia

Com tanta certeza
com tanta certeza
o que você quer
tem um final
que é legal
mas é impróprio
e eu não digo

D.039.Dom Quixote - Cesar Camargo Mariano/Milton Nascimento


Não se alcança sozinho, ramando contra a maré
Só completa o carinho se o outro também quiser
E por trás da canção, o que há
São vidas sem movimento, é aço e paz
É muito mais, é ter e dar
É muito mais

Só se for por fraqueza o sonho não corta o mal
Só lavando a sujeira, o chão se harmoniza ao pé
Se o Livro da Vida é o prazer
Aninha as mãos companheiras
E o amor se acenderá pra quem quiser
Se estenderá

Não entendo saudade de um caminho
Que há muito se acabou
Tenho as linhas da mãos inexploradas ainda
E são quantas, são tantas
Que noticia não há quem desvendou
O mais sabio dos homens
se pergunda ainda:
"De onde eu saí?"
Me ensina a sentir

Coração de ator, de bailarino, do som, do seu cantor
Tem atrás mil pessoas, mão de obra e suor
Tem mulher, tem amiho, tem menino
tem cor de multidão
tem o vento que sopra no destino um sabor
que manda seguir!
Deixa ele ir

Fecho contigo, te quero até
enquantyop céu quiser
Fecho contigo
no que o amor disser

Fecho contigo, te quero qué
depois que o céu quiser
Seja utopia
o que o amor disser

D.038.De Magia, de Dança e Pés - Milton Nascimento


De magia, de dança e pés
de criança, cantor e mãos
Alameda de gente e vida
fecha e mata qualquer ferida

De carinho, de roda e mãos
de esperança, de corpo e pés
a paixão que me está surgindo
te tocando, me consumindo

A pulsação do mundo é
o coração da gente
o coração do mundo é
a pulsação da gente
Ninguem nos pode impor, meu irmão
o que é o melhor pra gente

D.037.Diamente Verdadeiro - Caetano Veloso


Nesse universo todo de brilhos e bolhas
Muitos beijinhos, muitas rolhas
Disparadas nos pescoços das Chandon
Não cabe um terço de meu berço de menino
Você se chama grã-fino e eu afino
Tanto quanto desafino do seu tom
Pois francamente meu amor
Meu ambiente é o que se instaura de repente
Onde quer que chegue, só por eu chegar
Como pessoa soberana nesse mundo
Eu vou fundo na existência
E para nossa convivência
Você também tem que saber se inventar
Pois todo toque do que você faz e diz
Só faz fazer de Nova Iorque algo assim como Paris
Enquanto eu invento e desinvento moda
Minha roupa, minha roda
Brinco entre o que deve e o que não deve ser
E pulo sobre as bolhas da champanhe que você bebe
E bailo pelo alto de sua montanha de neve
Eu sou primeiro, eu sou mais leve, eu sou mais eu
Do mesmo modo como é verdadeiro
O diamante que você me deu.

D.036.De papo pro ar - Olegário Mariano/Joubert de Carvalho


Eu não quero outra vida
Pescando no rio de Jereré
Tenho peixe bom
Tem siri patola
Que dá com o pé

Quando no terreiro
Faz noite de luar
E vem a saudade me atormentar
Eu me vingo dela
Tocando viola de papo pro ar

Se compro na feira
Feijão, rapadura
Pra que trabalhar
Sou filho do homem
E o homem não deve
Se apoquentar

terça-feira, 29 de setembro de 2015

C.067.Com Voce - Roberto Carlos


Com você
Conheci a grandeza do amor
Com você
Vi que o sol tem mais luz e mais cor

Com você
Aprendi a sorrir e viver
Porque tudo o que eu sempre quis ter
Muito mais eu encontro em você

Com você
É que a vida tem valor
Com você
Não existe a tristeza e a dor

Com você
Vou além dos limites de um ser
À procura do que possa ter
De mais lindo pra te oferecer

Você é muito mais que a minha própria vida
É o sol e as estrelas do meu universo
Você é a canção mais bonita que eu canto
É a frase de amor mais linda do meu universo
Você, você é o meu amor
Você, você é o meu amor

Com você
Vou além dos limites de um ser
À procura do que possa ter
De mais lindo pra te oferecer

Você é muito mais que a minha própria vida
É o sol e as estrelas do meu universo
Você é a canção mais bonita que eu canto
É a frase de amor mais linda do meu universo
Você, você é o meu amor
Você, você é o meu amor

C.066.Caso de Mim - Wagner Tiso/Milton Nascimento


Se eu partir amanhã
Vá levando todo sentimento
Que pra ti guardei, juntei, somei
Nos momentos em que conhecemos
O mais
Desregrado, entusiasmado
Caso de amor
Que se pode viver
Ninguém é dono, nem devedor
Sigo na noite, pra onde for
Até sempre, pra não falar adeus
Cuida bem de ti
Não se arrependa depois
Despertei, aprendi
Que a dor inda desaparece
Numa esquina ou noutra emoção
E estarei
De luar no peito
E fogo no interior
Desregrado, entusiasmado
Cabe um mundo inteiro
No meu coração

C.065.Carta à República - Milton Nascimento/Fernando Brant


Sim é verdade, a vida é mais livre
o medo já não convive nas casas, nos baress, nas ruas
com o povo daqui
e até dá pra pensar no futuro e ver nossos filhos crescendo e sorrindo
mas eu não posso esconder a armagura
ao ver que o sonho anda pra trás
e amentira voltou
ou será mesmo que não nos deixara?
a esperança que a gentecarrega é um sorvete em pleno sol
o que fizeram da nossa fé?

Eu briguei, apanhei, eu sofri, aprendi,
eu cantei, eu berrei, eu chorei, eu sorri,
eu saí pra sonhar meu País
e foi tão bom, não estava sozinho
a praça era alegria sadia
o povo era senhor
e só uma voz, numa só canção

e foi por ter posto a mão no futuro
que no presente preciso ser duro
que eu não posso me acomodar
quero um País melhor

C.064.Crescente - Milton Nascimento/Wagner Tiso


Vaqueiro do Arizona, desordeiro e beberrão
Corria em seu cavalo pela noite no sertão
No céu, porém, a noite ficou rubra num clarão
E viu passar num fogaréu um rebanho no céu
Y-pi-a-ê, y-pi-a-ô, correndo pelo céu
A rubras ferraduras punham brasas pelo ar
E os touros como fogo galopavam sem cessar
E atrás vinham vaqueiros como loucos a gritar
Vermelhos a queimar também, galopando pro além
Y-pi-a-ê, y-pi-a-ô, seguindo para o além
Centelhas nos seus olhos e o suor a escorrer
Sentindo o desespero da boiada se perder
Chorando a maldição de condenados a viver
A perseguir, correndo ao léu, um rebanho no céu
Y-pi-a-ê, y-pi-a-ô, correndo pelo céu
Um dos vaqueiros, ao passar, gritou dizendo assim:
"Cuidado, companheiro, ou tu virás prá onde eu vi
Se não mudas de vida tu terás o mesmo fi
Querer pegar no fogaréu um rebanho no céu"
Y-pi-a-ê, y-pi-a-ô, correndo pelo céu

C.063.Corista de Rock - Rita Lee/Luis Carlini


Disseram que o palco não é mais aquele lugar
Mas do jeito que a gente me olha de frente
Como eu vou parar?
Pois eu sou corista num grupo de rock
Que tem pra valer
Um ponto de vista que não se limita
De ser ou não ser
Prefiro ser os dois

Não venha me dizer do meu compromisso
Com isso ou aquilo
Se o que a gente quer
Não deixa de ser um belo motivo
Pra se festejar de modo indiscreto
O que vai nascer
E todas as estórias
Que o mundo imagina pra sobreviver
Prefiro não saber

O que eu era ou sou por enquanto
É tudo aquilo que eu digo e canto
Com um pouco de espanto
Num palco ou num canto

C.062.Costumes - Roberto Carlos


Eu pensei que pudesse esquecer
Certos velhos costumes
Eu pensei que já não me
Lembrasse de coisas passadas
Eu pensei que pudesse enganar
A mim mesmo dizendo
Que essas coisas da vida em
Comum não ficava marcadas.
Não pensei que me fizessem
Falta umas poucas palavras
Dessas coisas simples que
Dizemos antes de dormir
De manhã o bom-dia na cama,
A conversa informal
O beijo depois o café, o cigarro e o jornal
Os costumes me falam de coisas, de fatos antigos
Não me esqueço das tardes
Alegres com nosso amigos.
Um final de programa, fim de madrugada
O aconchego da cama, a luz apagada
Essas coisas só mesmo com o tempo
Se pode esquecer.
Então eu me vejo sozinho como estou agora
E respiro toda a liberdade que alguém pode ter
De repente ser livre até me assusta
Me aceitar sem você
Certas vezes me custa
Como posso esquecer dos costumes
Se nem mesmo
Esqueci de você.

C.061.Coração de Estudante - Milton Nascimento/Wagner Tiso


Quero falar de uma coisa
Adivinha onde ela anda
Deve estar dentro do peito
Ou caminha pelo ar
Pode estar aqui do lado
Bem mais perto que pensamos
A folha da juventude
É o nome certo desse amor

Já podaram seus momentos
Desviaram seu destino
Seu sorriso de menino
Quantas vezes se escondeu
Mas renova-se a esperança
Nova aurora, cada dia
E há que se cuidar do broto
Pra que a vida nos dê
Flor e fruto

Coração de estudante
Há que se cuidar da vida
Há que se cuidar do mundo
Tomar conta da amizade
Alegria e muito sonho
Espalhados no caminho
Verdes, planta e sentimento
Folhas, coração,
Juventude e fé.

C.060.Comunhão - Milton Nascimento


Sua barriga me deu a mãe
O pai me deu o seu braço forte
Os seios fartos me deu a mãe
O alimento, a luz, o norte

A vida é boa me diz o pai
A mãe me ensina que ela é bela
O mal não faço eu quero o bem
Na minha casa não entra a solidão

Todo o amor será comunhão
A alegria de pão e o vinho
Você bem pode me dar a mão
Você bem pode me dar carinho

Mulher e homem é o amor
Mais parecido com primavera
É dentro dele que mora a luz
Vida futura no ponto de explodir

Eu quero paz eu não quero guerra
Quero fartura, eu não quero fome
Quero justiça, não quero ódio
Quero a casa de bom tijolo
Quero a rua de gente boa
Quero a chuva na minha roça
Quero o sol na minha cabeça
Quero a vida, não quero a morte não

Quero o sonho, a fantasia
Quero o amor, e a poesia
Quero cantar, quero companhia
Eu quero sempre a utopia
O homem tem de ser comunhão
A vida tem de ser comunhão
O mundo tem de ser comunhão
A alegria do vinho e o pão
O pão e o vinho enfim repartidos

Sua barriga te deu a mãe
Eu pai te dou o meu amor e sorte
Os seios fartos te deu a mãe
O alimento, a luz, o norte

A vida é boa te digo eu
A mãe ensina que ela é sábia
O mal não faço, eu quero o bem
A nossa casa reflete comunhão

C.059.Coração Selvagem - Belchior



Meu bem, guarde uma frase pra
mim dentro da sua canção
Esconda um beijo pra mim sob as dobras do blusão
Eu quero um gole de cerveja no seu
copo no seu colo e nesse bar
Meu bem, o meu lugar é onde você quer que ele seja
Não quero o que a cabeça pensa eu quero o que a alma deseja
Arco-íris, anjo rebelde, eu quero o corpo tenho pressa de viver
Mas quando você me amar, me abrace e me beije bem devagar
Que é para eu ter tempo, tempo de me apaixonar
Tempo para ouvir o rádio no carro
Tempo para a turma do outro bairro,
ver e saber que eu te amo
Meu bem, o mundo inteiro está
naquela estrada ali em frente
Tome um refrigerante, coma um cachorro-quente
Sim, já é outra viagem e o meu coração selvagem
Tem essa pressa de viver
Meu bem, mas quando a vida nos violentar
Pediremos ao bom Deus que nos ajude
Falaremos para a vida: "Vida, pisa devagar
meu coração cuidado é frágil;
Meu coração é como vidro, como um beijo de novela"
Meu bem, talvez você possa
compreender a minha solidão
O meu som, e a minha fúria e essa pressa de viver
E esse jeito de deixar sempre de lado a certeza
E arriscar tudo de novo com paixão
Andar caminho errado pela simples alegria de ser
Meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo
Vem morrer comigo, meu bem, meu bem, meu bem
Talvez eu morra jovem:
Alguma curva no caminho,
algum punhal de amor traído
Completará o meu destino, meu bem...
Que outros chamam de baby

C.058.Chego Já - Alceu Valença


Eu já chamei você
Você não quis brincar
Pode bater o pé
Pode ficar
O Elefante já vem
Descendo o Amparo, meu bem
E aquela Cobra que sobe
A ladeira com gosto de gás
O Elefante já vem
E Eu Acho é Pouco, meu bem
Segura a Coisa com muito cuidado
Que eu chego já
Segura a Coisa
Que o Chapéu de Bode
Passou desgarrado
Atrás do feitiço
Cheirando a pecado
É com essa menina bonita
Que eu vou
O Elefante já vem
Eu Acho é Pouco, meu bem
Segura a Coisa com muito cuidado
Que eu chego já
Segura a Coisa com muito cuidado
Pra não se queimar

C.057.Cuitelinho - Wagner Tiso/Milton Nascimento


Cheguei na beira do porto
Onde as ondas se espáia
As garça dá meia volta
E senta na beira da praia
E o cuitelinho não gosta
Que o botão de rosa caia, ai, ai, ai
Aí quando eu vim de minha terra
Despedi da parentaia
Eu entrei no Mato Grosso
Dei em terras paraguaia
Lá tinha revolução
Enfrentei fortes bataia, ai, ai, ai
A tua saudade corta
Como aço de navaia
O coração fica aflito
Bate uma, a outra faia
Os óio se enche d`água
Que até a vista se atrapaia, ai, ai, ai

C.056.Canta Coração - Geraldo Azevedo


Canta, canta passarinho, canta, canta miudinho
Na palma da minha mão
Quero ver você voando, quero ouvir você cantando
Quero paz no coração
Quero ver você voando, quero ouvir você cantando
Na palma da minha mão

Na palma da minha mão tem os dedos tem as linhas
Que olhar cigano caminha procurando alcançar
O anau perdido, o trem que chega, a nova dança
Mata verde esperança, em suas tranças vou voar

Passarin...in...nho eu vou voar

(repete refrão)

Quero paz no coração

Meu alegre coração é triste como um camelo
É frágil que nem brinquedo, é forte como um leão
É todo zelo, é todo amor, é desmantelo
É querubim, é cão de fogo, é Jesus Cristo, é Lampião

Passarin...in...nho eu vou voar
Passarin...in...nho eu vou voar
Passarin...in...nho eu vou voar

C.055.Canta Brasil - Alcyr Pires Vermelho/David Nasser


As selvas te deram nas noites seus ritmos
Bárbaros...
Os negros trouxeram de longe reservas de pranto...
Os brancos falaram de amores em suas canções...
E dessa mistura de vozes nasceu o teu pranto...

Brasil
Minha voz enternecida
Já dourou os teus brasões
Na expressão mais comovida
Das mais ardentes canções...
Também,
A beleza deste céu
Onde o azul é mais azul
Na aquarela do brasil
Eu cantei de norte a sul
Mas agora o teu cantar,
Meu brasil quero escutar:

Nas preces da sertaneja,
Nas ondas do rio-mar...

Oh!
Este rio – turbilhão,
Entre selvas e rojão,
Continente a caminhar!
No céu!

No mar!
Na terra!
Canta, brasil !!!

C.054.Cantigas - Alberto Nepomuceno


D'alguns é branca ventura
a d'outros a cor do céu
A minha ventura é negra
Tem a cor dos olhos teus

O meu pobre coração
Vale mais que um paraíso;
É uma cascata ignorada
onde mora o teu sorriso

Não sei que fiz d'alegria
Desde o dia em que te vi
Mas cheio que m a roubaram
Que eu decerto não a perdi

Não quero morrer ainda
Nem deixar os meus amores
Que a minha ventura é tão linda
Como um canteiro de flores

Por mais que se o resto prova
Ser um contínuo revéz,
Morrer venturoso e novo
Melhor me fora talvez

C.053.Cabeça Virada - Almir Rouche/Paulinho Pimpão


Menina Maria da saia rodada
Do corpo bonito da cabeça virada

As vezes te vejo de longe
As vezes escuto notícias tuas
Me avida quando voce quiser voltar
A chave do meu coração é tua

Estrada da terra ceu azul
Menina do meu maracatu
Voce me amava e foi embora
Saudade eu só sei o que é agora
A dor de viver um grande amor

Roda tua saia menina
Maria me deixa te vê, iô, iô
To perdendo a cabaça pra não te perder

Roda tua saia menina
Maria me deixa te vê, iô, iô
Sou teu servo e minha rainha é você

C.052.Cala a Boca Bárbara


Ele sabe dos caminhos dessa minha terra
No meu corpo se escondeu, minhas matas percorreu
Os meus rios, os meus braços
Ele é o meu guerreiro nos colchões de terra
Nas bandeiras, bons lençóis
Nas trincheiras, quantos ais, ai

Cala a boca - olha o fogo!
Cala a boca - olha a relva!
Cala a boca, Bárbara
Cala a boca, Bárbara
Cala a boca, Bárbara
Cala a boca, Bárbara

Ele sabe dos segredos que ninguém ensina
Onde guardo o meu prazer, em que pântanos beber
As vazantes, as correntes
Nos colchões de ferro ele é o meu parceiro
Nas campanhas, nos currais
Nas entranhas, quantos ais, ai

Cala a boca - olha a noite!
Cala a boca - olha o frio!
Cala a boca, Bárbara
Cala a boca, Bárbara
Cala a boca, Bárbara
Cala a boca, Bárbara
Cala a boca, Bárbara
Cala a boca, Bárbara
Cala a boca, Bárbara

C.051.Construção - Chico Buarque


Amou daquela vez
Como se fosse a última
Beijou sua mulher
Como se fosse a última
E cada filho seu
Como se fosse o único
E atravessou a rua
Com seu passo tímido
Subiu a construção
Como se fosse máquina
Ergueu no patamar
Quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo
Num desenho mágico
Seus olhos embotados
De cimento e lágrima
Sentou prá descansar
Como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz
Como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou
Como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou
Como se ouvisse música
E tropeçou no céu
Como se fosse um bêbado
E flutuou no ar
Como se fosse um pássaro
E se acabou no chão
Feito um pacote flácido
Agonizou no meio
Do passeio público
Morreu na contramão
Atrapalhando o tráfego...

Amou daquela vez
Como se fosse o último
Beijou sua mulher
Como se fosse a única
E cada filho seu
Como se fosse o pródigo
E atravessou a rua
Com seu passo bêbado
Subiu a construção
Como se fosse sólido
Ergueu no patamar
Quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo
Num desenho lógico
Seus olhos embotados
De cimento e tráfego
Sentou prá descansar
Como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz
Como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou
Como se fosse máquina
Dançou e gargalhou
Como se fosse o próximo
E tropeçou no céu
Como se ouvisse música
E flutuou no ar
Como se fosse sábado
E se acabou no chão
Feito um pacote tímido
Agonizou no meio
Do passeio náufrago
Morreu na contramão
Atrapalhando o público...
Amou daquela vez
Como se fosse a última
Beijou sua mulher
Como se fosse a última
E cada filho seu
Como se fosse o único
E atravessou a rua
Com seu passo tímido
Subiu a construção
Como se fosse máquina
Ergueu no patamar
Quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo
Num desenho mágico
Seus olhos embotados
De cimento e lágrima
Sentou prá descansar
Como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz
Como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou
Como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou
Como se ouvisse música
E tropeçou no céu
Como se fosse um bêbado
E flutuou no ar
Como se fosse um pássaro
E se acabou no chão
Feito um pacote flácido
Agonizou no meio
Do passeio público
Morreu na contramão
Atrapalhando o tráfego...

Amou daquela vez
Como se fosse o último
Beijou sua mulher
Como se fosse a única
E cada filho seu
Como se fosse o pródigo
E atravessou a rua
Com seu passo bêbado
Subiu a construção
Como se fosse sólido
Ergueu no patamar
Quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo
Num desenho lógico
Seus olhos embotados
De cimento e tráfego
Sentou prá descansar
Como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz
Como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou
Como se fosse máquina
Dançou e gargalhou
Como se fosse o próximo
E tropeçou no céu
Como se ouvisse música
E flutuou no ar
Como se fosse sábado
E se acabou no chão
Feito um pacote tímido
Agonizou no meio
Do passeio náufrago
Morreu na contramão
Atrapalhando o público...

Amou daquela vez
Como se fosse máquina
Beijou sua mulher
Como se fosse lógico
Ergueu no patamar
Quatro paredes flácidas
Sentou prá descansar
Como se fosse um pássaro
E flutuou no ar
Como se fosse um príncipe
E se acabou no chão
Feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão
Atrapalhando o sábado...

Por esse pão prá comer
Por esse chão prá dormir
A certidão prá nascer
E a concessão prá sorrir
Por me deixar respirar
Por me deixar existir
Deus lhe pague...

Pela cachaça de graça
Que a gente tem que engolir
Pela fumaça desgraça
Que a gente tem que tossir
Pelo andaimes pingentes
Que a gente tem que cair
Deus lhe pague...

Pela mulher carpinteira
Prá nos louvar e cuspir
E pelas moscas bixeiras
A nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira
Que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague...
Como se fosse máquina
Beijou sua mulher
Como se fosse lógico
Ergueu no patamar
Quatro paredes flácidas
Sentou prá descansar
Como se fosse um pássaro
E flutuou no ar
Como se fosse um príncipe
E se acabou no chão
Feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão
Atrapalhando o sábado...

Por esse pão prá comer
Por esse chão prá dormir
A certidão prá nascer
E a concessão prá sorrir
Por me deixar respirar
Por me deixar existir
Deus lhe pague...

Pela cachaça de graça
Que a gente tem que engolir
Pela fumaça desgraça
Que a gente tem que tossir
Pelo andaimes pingentes
Que a gente tem que cair
Deus lhe pague...

Pela mulher carpinteira
Prá nos louvar e cuspir
E pelas moscas bixeiras
A nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira
Que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague...

C.050.Cobra de Vidro - Chico Buarque


Aos quatro cantos o seu corpo
Partido
Banido
Aos quatro ventos os seus quartos
Seus cacos
De vidro
O seu veneno incomodando
A tua honra
O teu verão
Presta atenção

Aos quatro cantos suas tripas
De graça
De sobra
Aos quatro ventos os seus quartos
Deus cacos
De cobra
O seu veneno arruinando
A tua filha
A plantação
Presta atenção

Aos quatro cantos seus ganidos
Seu grito
Medonho
Aos quatro ventos os seus quartos
Seus cacos
De sonho
O seu veneno temperando
A tua veia
O teu feijão
Presta atenção
Presta atenção
Presta atenção
Presta atenção
Presta atenção

C.049.Corrente - Chico Buarque


Eu hoje fiz um samba bem pra frente
Dizendo realmente o que é que eu acho

Eu acho que o meu samba é uma corrente
E coerentemente assino embaixo

Hoje é preciso refletir um pouco
E ver que o samba está tomando jeito

Só mesmo embriagado ou muito louco
Pra contestar e pra botar defeito

Precisa ser muito sincero e claro
Pra confessar que andei sambando errado

Talvez precise até tomar na cara
Pra ver que o samba está bem melhorado

Tem mas é que ser bem cara de tacho
Não ver a multidão sambar contente

Isso me deixa triste e cabisbaixo
Por isso eu fiz um samba bem pra frente

Dizendo realmente o que é que eu acho
Eu acho que o meu samba é uma corrente

E coerentemente assino embaixo
Hoje é preciso refletir um pouco

E ver que o samba está tomando jeito
Só mesmo embriagado ou muito louco

Pra contestar e pra botar defeito
Precisa ser muito sincero e claro

Pra confessar que andei sambando errado
Talvez precise até tomar na cara

Pra ver que o samba está bem melhorado
Tem mais é que ser bem cara de tacho

Não ver a multidão sambar contente
Isso me deixa triste e cabisbaixo

Por isso eu fiz um samba bem pra frente
Dizendo realmente o que é que eu acho

C.048.Canção Desnaturada - Chico Buarque


Por que creceste, curuminha
Assim depressa, e estabanada
Saíste maquilada
Dentro do meu vestido
Se fosse permitido
Eu revertia o tempo
Pra reviver a tempo
De poder

Te ver as pernas bambas, curuminha
Batendo com a moleira
Te emporcalhando inteira
E eu te negar meu colo
Recuperar as noites, curuminha
Que atravessei em claro
Ignorar teu choro
E cuidar só de mim

Deixar-te arder em febre, curuminha
Cinquenta graus, tossir, bater o queixo
Vestir-te com desleixo
Tratar uma ama-seca
Quebrar tua boneca, curuminha
Raspar os teus cabelos
E ir te exibindo pelos
Botequins

Tornar azeite o leite
Do peito que mirraste
No chão que engatinhaste, salpicar
Mil cacos de vidro
Pelo cordão perdido
Te recolher pra sempre
À escuridão do ventre, curuminha
De onde não deverias
Nunca ter saído

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

A.206.A Estrada e o Violeiro - Sydney Miller


Sou violeiro caminhando só, por uma estrada caminhando só
Sou uma estrada procurando só levar o povo pra cidade só
Parece um cordão sem ponta, pelo chão desenrolado
Rasgando tudo que encontra, a terra de lado a lado
Estrada de Sul a Norte, eu que passo, penso e peço
Notícias de toda sorte, de dias que eu não alcanço
De noites que eu desconheço, de amor, de vida e de morte
Eu que já corri o mundo cavalgando a terra nua
Tenho o peito mais profundo e a visão maior que a sua
Muitas coisas tenho visto nos lugares onde eu passo
Mas cantando agora insisto neste aviso que ora faço
Não existe um só compasso pra contar o que eu assisto
Trago comigo uma viola só, para dizer uma palavra só
Para cantar o meu caminho só, porque sozinho vou à pé e pó
Guarde sempre na lembrança que esta estrada não é sua
Sua vista pouco alcança, mas a terra continua
Segue em frente, violeiro, que eu lhe dou a garantia
De que alguém passou primeiro na procura da alegria
Pois quem anda noite e dia sempre encontra um companheiro
Minha estrada, meu caminho, me responda de repente
Se eu aqui não vou sozinho, quem vai lá na minha frente?
Tanta gente, tão ligeira, que eu até perdi a conta
Mas lhe afirmo, violeiro, fora a dor que a dor não conta
Fora a morte quando encontra, vai na frente um povo inteiro
Sou uma estrada procurando só levar o povo pra cidade só
Se meu destino é ter um rumo só, choro em meu pranto é pau, é pedra, é pó
Se esse rumo assim foi feito, sem aprumo e sem destino
Saio fora desse leito, desafio e desafino
Mudo a sorte do meu canto, mudo o Norte dessa estrada
Em meu povo não há santo, não há força, não há forte
Não há morte, não há nada que me faça sofrer tanto
Vai, violeiro, me leva pra outro lugar
Eu também quero um dia poder levar
Toda gente que virá
Caminhando, procurando
Na certeza de encontrar

A.205.A Doce Canção de Caetana - Nélida Piñon/Papi/Luiz Diniz


Canta que Canta a vida
Luta a morte, vivida
Espaço, mente e corpo
No tempo perdido .em esforço
Ao sentir que nada enfim valeu
Chora, Caetana, a luta em lutar a luta maltraçada
E acaba encimada nas estrelas, nos lençóis da madrugada
Chora, Caetana... Ana, sacana
Chora, Caetana
O brilho das estrelas nos lençóis

Mulher que me fez vibrar o ritmo do universo
Em suas entranhas
Chora, Caetana, a canção dos trtstes
Apesar das lutas incessantes
A mulher homem bacante
Passa a velejar a vela do destino
Explorando no seu desatino
O gozo das ninfetas lavadeiras em suas cantilenas matinais
Chora, Caetana... Ana, sacana
Canta, Caetana
O brilho das estrelas nos lençóis
Ao sentir que nada enfim valeu

A.204.A Gente Agradece pela Vida - Renato Vargas/Martha Monteiro


Canta! Canta!
Que o dia acontece e o tempo avança
E a gente agradece pela vida
Vida
De sonhos, verdades
Alegrias e dores
Amores e luz
Canta! Canta!
Mesmo que o momento seja só lembranças
E a gente agradece pela vida
Vida
De forma que seja mistério
Incertezas
De luta
De paz e amor

A.203.Alguém como Tú - José Maria Abreu/Jair Amorim


Alguém como tu
Assim como tu
Eu preciso encontrar
Alguém sempre meu
De olhar como o teu
Que me faça sonhar
Amores eu sei
Na vida eu achei e perdi
Mas nunca ninguém desejei
Como desejo a ti
Se tudo acabou
Se o amor já passou
Há de um sonho ficar
Sozinho estarei
E alguém eu irei
Procurar
Eu sei que outro amor posso ter
E um novo romance viver
Mas sei que também
Assim como tu
Mais ninguém
Assim como tu
Mais ninguém

A.202.A Pinta - Domínio Público Adap: Almir Rouche


Menina casa comigo que tu não vai passar fome
Lá em casa tem uma pinta, mamãe mata e nos come
De dia tu come a pinta de noite a pinta te come

Menina casa comigo que eu sou trabalhador
De dia não vou prá roça, de tarde tambem não vou
De dia eu sinto, de noite estou com calor

A.201.A Mulher que Ficou na Taça - Orestes Barbosa/Francisco Alves


Fugindo da nostalgia
Vou procurar alegria
Na ilusão dos cabarés

Sinto o beijos no meu rosto
E bebo por meu desgosto
Relembrando que tu és

E quando bebendo espio
Uma taça que esvasio
Vejo uma visão qualquer

Não distingo bem o vulto
Mas deve ser do meu culto
O culto desta mulher

Quanto mais ponho bebida
Mais a sombra colorida
Aparece no meu olhar

Aumentando o sofrimento
No cristal lento e sedento
Quero a paixão sufocar

E no anseio da desgraça
Encho mais a minha taça
Para afogar a visão

Quanto mais bebida eu ponho
Mais cresce a mulher no sonho
Na taça e no coração

E no anseio da desgraça
Encho mais a minha taça
Para afogar a visão

Quanto mais bebida eu ponho
Mais cresce a mulher no sonho
Na taça e no coração

A.200.Amor Próprio - Herivelto Martins


O homem precisa do seu amor próprio
E deve cumprir aquilo que diz
Eu fico pensando
E até lastimando
O mal que fizeste
Ao bem que eu te fiz

Deixa a saudade aumentar
Deixa a tristeza chegar
Voltar atrás eu não posso
Ao lar que era nosso
Eu não hei de voltar

A.199.Acabou Chorare - Moraes Moreira/Galvao


Acabou chorare, ficou tudo lindo
de manhã cedinho
tudo cá-cá-cá, na fé, fé, fé
no bu-bu-li-li, no bu-bu-li-lindo
no bu-bu-bolindo
talvez pelo um buraquinho
invadiu-me a casa
me acordou na cama
tomou o meu coração
e sentou na minha mão
abelha. abelhinha
acabou chorare
faz zum-zum pra mim
faz zum-zum pra eu ver
abelha, abelhinha
escondido faz bonito
faz zum-zum e mel
inda de lambuja
tem o carneirinho
presente na boca
acordando todo gente
tão suave mé, que suavemente
acabou chorare
no meio do mundo
respirei eu fundo
foi-se tudo pra escanteio
vi o sapo na lagoa
entre nessa que é boa
fiz zum-zum e pronto.

A.198.A Mulher em Mim - Cláudio Rabelo


Em meu coração
Os amores vem e vão
Quando pude escolher
Me cansei de perder...

Não vai ser sempre assim
Não sou forte assim
Alguém vou encontrar
E assim sem esperar...

A Mulher Em Mim
Vai então pedir
Me fala de amor
Me faz ser feliz
Porque é assim que eu sou
Ah! Eu preciso dizer
Que a mulher em mim
Precisa de um homem
Que é você...

Quando o mundo for demais
A lua fria e o sol fulgas
Se quiser se esconder
Eu escondo você...

E A Mulher Em Mim
Vai então pedir
Me fala de amor
Ah! Me faz ser feliz
Porque é assim que eu sou
Ah! Eu preciso dizer
Que A Mulher Em Mim
Precisa de um homem
Que é você...

Que A Mulher Em Mim
Precisa de um homem
Que é você...

A.197.Amor Distante - Mauricio/Maurozinho

AMOR DISTANTE MAURICO/MAUROZINHO
Se eu fosse um passarinho
Queria voar no espaço
E pousar devagarinho
Nas voltinhas do seus braços
Queria sentir seu carinho
Para aliviar a dor que passo
Queria te dar um beijinho
E depois um forte abraço

Depois que você partiu
Minha vida é sofrer
Me escreve sem demora
Que estou louco pra saber
O lugar que você mora
Também quero lhe escrever
Marcando para qualquer hora
Um encontro com você

Você partiu me deixando
Na mais negra ansiedade
Sofrendo tanta amargura
E chorando de saudade
Meu coração não resiste
Pra dizer mesmo a verdade
Pra mim já não existe
A tal felicidade

É um ditado muito certo
Quem ama nunca esquece
Que tem seu amor distante
Chora, suspira e padece
Coração sofre bastante
Saudade no peito cresce
Se você tem outro amor
Seja franca e me esclareça

A.196.A Dança do Bumbum - Sinho Revolução/Gilmar do Samba


"Cheguei, hein ! Estou no Paraíso!
Que abundancia meu irmão!"

Conheci uma menina que veio do sul
Pra dançar o tchan e a dança do tchu tchu
Deu em cima, deu em baixo,
na dança do tchaco
E na garrafinha deu uma raladinha
Agora o Gera Samba mostra pra vocês
A dança do bumbum que pegou de uma vez
Bota a mão no joelho
E da uma baixadinha
Vai mexendo gostoso,
Balancando a bundinha

Agora mexe vai, Mexe, mexe mainha
Agora mexe, Mexe, mexe lourinha
Agora mexe, Mexe, mexe neguinha
Agora mexe Balancando a poupancinha
Mexe, mexe, pro lado
Mede, mexe, pro outro
Vai mexendo embaixo
Vai mexendo gostoso
Vai no sapatinho, vai
Remexendo gostosinho, vai

"Ah, que beleza, que maravilha, isso eh magnifico, mãe!"

A.195.Arreio de Prata - Tito Livid/Rodolfo Aureliano


D7/A D/F# E/G
O meu cavalo dos arreios prateados
Em C B7 Em
E a namorada, muito amada, agarrada na garupa
D7/A D/F# E/G
Me protegendo dos malefícios da vida
Em C B7 Em
E agarrada, muito amada, na garupa do cavalo

E/G B7/Eb B7 Em E/G C B7 Em
Iê, iê... arreio de prata, uou, uou meu todo prateado

D7/A D/F# E/G
Muita boiada, muita cerca colocada
Em C B7 Em
E as meninas proibidas de fazer amor mais cedo
D7/A D/F# E/G
E o meu cavalo e a sua égua malhada
Em C B7 Em
Fazendo amor no terreiro da morada das meninas

D7/A D/F# E/G
E relinchavam, pois gozavam liberdade
Em C B7 Em
E as meninas não podiam nem gozar da vaidade
D7/A D/F# E/G
E as meninas peçonhavam com a cidade
Em C B7 Em
E com os rapazes que por ventura encontrassem

D7/A D/F# E/G
E olhavam tanto para o meu cavalo |
Em C B7 Em |2x

A.194.Acender as Velas - Zé Keti


Acender as velas
Já é profissão
Quando não tem samba
Tem desilusão
É mais um coração
Que deixa de bater
Um anjo vai pro céu
Deus me perdoe
Mas vou dizer
O doutor chegou tarde demais
Porque no morro
Não tem automóvel pra subir
Não tem telefone pra chamar
E não tem beleza pra se ver
E a gente morre sem querer morrer

A.193.Ana Tô Fora - Almir Rouche


Os seus olhos não me dizem mais
o que eu queria saber
Daquele tempo, tempo que ficou
que eu só pensava em você
E você não me ama mais
diz que nem me quer
Quantas vezes eu andei atrás dessa mulher

Há eu não aguento mais...
Vou cair fora, sei que tenho tempo
Há eu não aguento mais...
Quando a gente ama a gente se engana

Ô...Ô Ana
Ô...Ô tô fora...

A.192.Ai Ioio - Henrique Volefer/Lima Peixoto


Ai, Ioiô!
Eu nasci pra sofrê
Fui oiá pra você,
Meus oinho fechou!
E quando os óio eu abri,
Quis gritá, quis fugi,
Mas você,
Eu não sei por quê,
Você me chamô!

Ai, Ioiô,
Tenha pena de mim
Meu Sinhô do Bonfim
Pode inté se zangá
Se ele um dia soubé
Que você é que é,
O Ioiô de Iaiá!

Chorei toda noite
E pensei
Nos beijos de amô
Que te dei,
Ioiô, meu benzinho,
Do meu coração
Me leva pra casa
Me deixa mais não.

A.191.A festa do Cutuca - Chico Viola


Vamos todo mundo
Lá na festa do Cutuca
É uma festa maluca
Vai ser de arrepiar
É uma coisa nova
Uma coisa diferente
Vai mexer com toda gente
ninguem vai poder parar

Até o sanfoneiro
vai ter que ser cutucado
Assim vai ser avisado
Bem na hora de tocar
É uma coisa nova
Que vai pegar de repente
Ouça agora minha gente
Como vai funcionar:

O cavalheiro, quando vai chamar a Dama
Tem que conversar bacana
Pra poder lhe conquistar
Porém na festa do cutuca é de rochedo
Nego cutucou com o dedo
Já começam a dançar

Deixe que eu cutuco
Vamos cutucar
Todo mundo cutucando
Ninguem fica sem dançar
Deixe que eu cutuco
Vamos cutucar
Eu cutuco, tu cutuca
Até o dia clarear

A.190.A Manga Rosa -Ednardo


A manga rosa, Maria Rosa
Rosa Maira Joana
Peitos gostosos, rosados doces mama
Mama mamãe
Teu sumo escorre da minha boca
Entre aberta a porta por onde entra e por onde sai
Por onde entra e sai o mundo, mundo
Balança a grande farta mangueira
E mata a fome morta a fome
Ou Mata imensa mata imensa massa Florados cachos
De verde amarelo maduro fruto
Que pro nosso gozo vem, amém
amem, amém

A.189.Admito que Perdi - Paulinho Moska


Se você não suporta mais tanta realidade
Se tudo tanto faz, nada tem finalidade
Então pra quê viver comigo?

Eu não vou ficar pra ver nossa ponte incendiada
Nossa igreja destruída, nossa estrada rachada
Pela grande explosão que pode acontecer no nosso abrigo

Olhei pro amanhã e não gostei do que vi
Sonhos são como deuses
Quando não se acredita neles, deixam de existir
Lutei por sua alma, mas admito que perdi

E agora vou me perder nesse planeta conhecido
Intuir novos mistérios que ficaram escondidos
Naquelas palavras marcadas na sua carta de Adeus

Meu corpo vai sobreviver mesmo estando ferido
E até na hora de morrer eu não vou me dar por vencido
Porque sei que meus perdões vão estar bem ao lado dos teus

Olhei pro amanhã e não gostei do que vi
Sonhos são como deuses
Quando não se acredita neles, deixam de existir
Lutei por sua alma, mas admito que perdi

A.188.A Terceira Margem do Rio - Milton Nascimento/Caetano Veloso


Oco de pau que diz: eu sou madeira, beira
Boa, dá vau, triztriz, risca certeira
Meio a meio o rio ri, silencioso, sério
Nosso pai não diz, diz: risca terceira
Água da palavra, água calada, pura
Água da palavra, água de rosa dura
Proa da palavra, duro silêncio, nosso pai,
Margem da palavra entre as escuras duas
Margens da palavra, clareira, luz madura
Rosa da palavra, puro silêncio, nosso pai
Meio a meio o rio ri por entre as árvores da vida
O rio riu, ri por sob a risca da canoa
O rio riu, ri o que ninguém jamais olvida
Ouvi, ouvi, ouvi a voz das águas
Asa da palavra, asa parada agora
Casa da palavra, onde o silêncio mora
Brasa da palavra, a hora clara, nosso pai
Hora da palavra, quando não se diz nada
Fora da palavra, quando mais dentro aflora
Tora da palavra, rio, pau enorme, nosso pai

A.187.A Moçada do Samba - Nato Viola


O Gera Samba já chegou
A moçada do samba que não come nada
O Gera Samba já pintou
A menina bonita que samba
Esse pagode é de arrepiar

Bole, bole, bota a mão na cintura
Desce, desce, oi segura, segura
Sobe, sobe, dá três pulinhos pra trás

Em Salvador você nos encontra
Fazendo um sambinha
Pra você quebrar
Salvador é o espaço do reggae, do axé, do samba
Por aqui todos têm que passar

Bole, bole, bota a mão na cintura
Desce, desce, oi segura, segura
Sobe, sobe, dá três pulinhos pra trás

segunda-feira, 27 de julho de 2015

V.045.Verde - Garcia Lorca/José Ortega Heredis


Verde que te quiero verde
verde viento verdes ramas
El barco sobre la mar
El caballo em la montaña
Verde, que yo te quiero verde (te camelo cerde)

Com a sombra na cintura
Ela sonha na varanda
Verdes olhos negro pelo
Seu corpo de fria prata
Verde, que eu te quero verde, sim
Ah, que te quero verde

Compadre quiero cambiar
Mi caballo por tu casa
Mi montura por tu espejo
Mi cutilo por tu manta
Verde, que yo te quiero verde

Compadre vengo sangrando
Desde los puertos de cabra
Y se yo fuera mocito
Ese trato lo cerraba
Verde, que yo te quiero verde, verde...

Compadre donde está dime
Donde esta esa niña amarga
Cuantas veces la espere
Cuantas veces yo la esperaba
Verde, que te quiero verde...

Verde, que te quiero verde...

V.044.Viver é deixar rolar o Sentimento - Prêntice/Heitor Valente


Tem dias que eu visto fantasias
E finjo que acredito no que vejo
Eu saio procurando companhia
Para dividir comigo o meu desejo
Então me realizo nesse sonho
Já não disponho de outra realidade
Eu sempre acredito nas mentiras
No fundo as mentiras são verdades
Viver é deixar rolar o sentimento
A gente tá perdendo tanto tempo
Preciso resolver meu coração
Viver é por o nosso amor em movimento
A gente tá perdendo tanto tempo
Eu quero me perder nessa paixão

V.043.Velhos e Jovens - Pericles Cavalcante


Antes de mim vieram os velhos
Os jovens vieram depois de mim
E estamos todos aqui

No meio do caminho dessa vida
Vinda antes de nós
E estamos todos a sós

No meio do caminho dessa vida
E estamos todos no meio
Quem chegou e quem faz tempo que veio
Ninguem no inicio ou no fim

V.042.Velha Roupa Colorida - Belchior


Você não sente nem vê
mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo
que uma nova mudança, em breve, vai acontecer.
E o que, há algum tempo, era jovem e novo, hoje é antigo
E precisamos/TODOS/ rejuvenescer!

Nunca mais meu pai falou: "She´s leaving home!
e meteu o pé na estrada like a rolling stone"
Nunca mais eu convidei minha
menina para correr no meu carro...
(Loucura, chiclete e som!)
Nunca mais você saiu à rua, em grupo reunido,
o dedo em V, cabelo ao vento, amor e flor.
(Que é do cartaz?)
No presente a mente/o corpo é diferente

E o passado é uma roupa que não serve mais
Você não sente nem vê......etc

Como Poe, poeta louco americano, eu pergunto
ao passarinho:
Blackbird, assum preto! O que se faz?
E raven/never/raven/never/raven/never/raven/never/raven/
Blackbird, assum preto/passo preto me responde:
Tudo já ficou atrás!
E raven/never/raven/never/raven/never/raven/never/raven/
Blackbird, assum preto/passo preto me responde:
O passado nunca mais!

V.041.Vinho Amargo - Kledir Ramil


Desafio o tempo, faço pouco do azar
Perdido num pé de vento
Ou numa mesa de bar
Naufrago da noite do que posso contar
Bandeiras esquecidas ou um lenço
De mulher vulgar
Ai, essa dor no peito
No fundo do olhar
Bebe esse copo, meu amigo

Sabe companheiro eu não sei perder
Ergue o vinho amargo
Que se vai fazer
Pobre do meu povo e de todos nós
Nos calaram tanto tempo, já não temos voz
Ai essa dor no peito...

V.040.Vevecos, Panelas e Canelas - Milton Nascimento/Fernando Brant


Eu não tenho compromisso, eu sou biscateiro
Que leva a vida como um rio desce para o mar
Fluindo naturalmente, como deve ser
Não tenho hora de partir, nem hora de chegar

Hoje tô de bem com a vida, tô no meu caminho
Respiro com mais energia o ar do meu país
Eu invento coisas e não paro de sonhar
Sonhar já é alguma coisa mais que não sonhar

Para quem não me conhece eu sou brasileiro
Um povo que ainda guarda a marca inteior
Para quem não me conhece eu sou assim mesmo
De um povo que ainda olha com pudor
Que ainda vive com pudor

Queria fazer agora uma canção alegre
Brincando com palavras simples, boas de cantar
Luz de vela, rio, peixe, homem, pedra, mar,
Sol, lua, vento, fogo, filho, pai e mãe, mulher.

V.039.Viagem das Mãos - Tavinho Moura/Marcio Borges


Céu, carrossel, a roda-ciranda
Enrola teu ser ao meu
Vejo passar
O véu da manhã
E tão cristalina luz
Ilumina
Sol, girassol e tudo mais
Tudo por ti, cigana, meu mal
Rodando a saia
Viagem das mãos
Sapateava meu coração
Céu, carrossel, a roda cigana
Enrola teu ser ao meu
Tanto lugar
Viagem das mãos
E no limiar do calS
De teu corpo
Concha de mar, salina
Não pode ser
Melhor nem pensar
Mas como é sentimento real
Depois, talvez, o tempo dirá.

V.038.Vera Gata - Caetano Veloso


Era uma gata exata
Uma vera gata
Das que não tem dúvida
dúvida
Éramos fogo puro
O amor total
Padrão futuro éramos
eramos
Puro carinho e precisao
Eficiência, técnica e paixão
Clareza na expressão de cada sensaçao
Auto programáveis como dois robôs
Mas ninguem mais quente que nós
de que nós
E teve de ser rapida a transação
Pois já nos chamava o onibus
onibus
Tivemos tudo não faltou nada
E ainda madrugada nos saudou na estrada
Que ficou toda dourada e azul

V.037.Velas Içadas - Ivan Lins/Vitor Martins


Seu coração é um barco de velas içadas
longe dos mares, do tempo, dos loucos mares
seu coração é um barco de velas içadas
sem nevoeiros, tormentas, siquer um revés

Seu coração é um barco jamais navegado
nunca mostrou-se por dentro abrindo os porões
seu coração é um barco que vive ancorado
nunca arriscou-se ao vento, as grandes paixões

nunca soltou as amarras
nunca ficou à deriva
nunca sofreu um naufrágio
nunca cruzou com piratas e aventureiros
nunca cumpriu os destinos das enbarcações.

V.036.Virus do Amor - Roberto de Carvalho/Rita Lee


Aqui estamos nós
Turista de guerra
Bizarros casais
Restos mortais
Do Ibirapuera

O vírus do amor
Dentro da Gente
Beira o kaos
42º de febre contente

Prisioneiros de um arranha-ceu
Lá embaixo o mundo cruel
É tão chatinho

Você é toda minha munição
Não negue fogo pro meu coração
Machucadinho
Cambalache de paixão

L.052.Lá vem o Brasil Descendo a Ladeira - Morais Moreira/Pepeu Gomes


Quem desce do morro
não morre no asfalto
lá vem o Brasil descendo a ladeira
na bola, no samba
na sola no salto
lá vem o Brasil descendo a ladeira
Da sua escola é passista primeira
lá vem o Brasil descendo a ladeira
no equilíbrio da lata
não é brincadeira
lá vem o Brasil descendo a ladelra

E toda a cidade que andava quieta
naquela madrugada acordou mais cedo
arriscando um verso gritou o poeta
respondeu o povo num samba sem medo;
enquanto a mulata em pleno movimento
com toda cadência descia a ladeira
a todos mostrava naquele momento
a força que tem a mulher brasileira.

L.051.Lembrança de um Beijo - Accioly Neto


Quando a saudade invade o coração da gente
Pega a veia onde corria um grande amor
Não tem conversa, nem cachaça que dê jeito
Nem um amigo do peito que segure o chororô
Que segure o chororô
Que segure o chororô

Saudade já tem nome de mulher
Só prá fazer do homem o que bem quer
Saudade já tem nome de mulher
Só pra fazer do homem o que bem quer

O cabra pode ser valente
E chorar
Ter meio mundo de dinheiro
E chorar
Ser forte que nem sertanejo
E chorar
Só na lembrança de um beijo
Chorar

L.050.Lei - Djavan


Vou lhe contar
Nem dá pra crer
Nada tem mais poder
Que um desejo engolindo tudo
Caminhando pro fundo
E ali no final
Crescer
Quero correr
Me libertar, defender
Mas cadê o chão
Que a paixão não vê
Veio no ar
E pá! No breu
Sem avisar desceu
Num deserto e fez o futuro
Desabrochar do escuro
E à luz do dia
Rompeu
Veio trazer a ressurreição de um ser
Que ao morrer de amor
Vive como eu
Vale acrescentar
Que mesmo quem tudo sabe
Em torno de lei
Não pode mudar
Amor é isso
É sacrifício a valer
Porém,
Milagres como ele
Nem Deus fará jamais
Meu amor, meu viver
É ver o sol a seus pés
E a terra uma pedra sem cor
Se lapidando...

L.049.Lavoura - Tereza Cristina


Quatro da manhã
Dor no apogeu
A lua já se escondeu
Vestindo o céu de puro breu
E eu mal vejo a minha mão
A rabiscar
Esboço de canção.

Poesia vã
Pobre verso meu
Que brota quando feneceu
A mesma flor que concebeu
Perdido na alucinação
Do amor
Acreditando na ilusão.

Canto pra esquecer a dor da vida
Sei que o destino do amor
É sempre a despedida
A tristeza é um grão
Saudade é o chão onde eu planto
No ventre da solidão
É que nasce o meu canto.

No ventre da solidão é que nasce o meu canto...

L.048.Ligia - Tom Jobim


Eu nunca sonhei com você
Nunca fui ao cinema
Não gosto de samba
Não vou a Ipanema
Não gosto de chuva
E nem gosto de sol
E quando eu lhe telefonei
Desliguei, foi engano
O seu nome eu não sei
Esqueci no piano
As bobagens de amor
Que eu iria dizer
Lígia, Lígia
Eu nunca quis tê-la a meu lado
Num fim de semana
Um chope gelado
Em Copacabana
Andar pela praia
Até o Leblon
E quando eu me apaixonei
Não passou de ilusão
O seu nome eu rasguei
Fiz um samba-canção
Das mentiras de amor
Que aprendi com você

Lígia, Lígia
E quando você me envolver
Nos seus braços serenos
Eu vou me render
Mas seus olhos morenos
Me metem mais medo
Que um raio de sol
Lígia, Lígia

L.047.Lapinha - Baden Power/Paulo Cesar Pinheiro


Quando eu morrer me enterre na Lapinha,
Quando eu morrer me enterre na Lapinha
Calça, culote, palitó almofadinha
Calça, culote, palitó almofadinha
Vai meu lamento vai contar
Toda tristeza de viver
Ai a verdade sempre trai
E às vezes traz um mal a mais
Ai só me fez dilacerar
Ver tanta gente se entregar
Mas não me conformei
Indo contra lei
Sei que não me arrependi
Tenho um pedido só
Último talvez, antes de partir
Quando eu morrer me enterre na Lapinha,
Quando eu morrer me enterre na Lapinha
Calça, culote, palitó almofadinha
Calça, culote, palitó almofadinha
Sai minha mágoa
Sai de mim
Há tanto coração ruim
Ai é tão desesperador
O amor perder do desamor
Ah tanto erro eu vi, lutei
E como perdedor gritei
Que eu sou um homem só
Sem saber mudar
Nunca mais vou lastimar
Tenho um pedido só
Último talvez, antes de partir
Quando eu morrer me enterre na Lapinha,
Quando eu morrer me enterre na Lapinha
Calça, culote, palitó almofadinha
Calça, culote, palitó almofadinha
Adeus Bahia, zum-zum-zum
Cordão de ouro
Eu vou partir porque mataram meu besouro

L.046.Linha de Montagem - Novelli/Chico Buarque


Linha linha de montagem
A cor a coragem
Cora coração
Abecê abecedário
Ópera operário
Pé no pé no chão

Eu não sei bem o que seja
Mas sei que seja o que será
O que será que será que se veja
Vai passar por lá

Pensa pensa pensamento
Tem sustém sustento
Fé café com pão
Com pão com pão companheiro
Pára paradeiro
Mão irmão irmão

Na mão, o ferro e ferragem
O elo, a montagem do motor
E a gente dessa engrenagente
Dessa engrenagente
Dessa engrenagente
Dessa engrenagente sai maior

As cabeças levantadas
Máquinas paradas
Dia de pescar
Pois quem toca o trem pra frente
Também de repente
Pode o trem parar

Eu não sei bem o que seja
Mas sei que seja o que será
O que será que será que se veja
Vai passar por lá

Gente que conhece e prensa
A brasa da fornalha
O guincho do esmeril
Gente que carrega a tralha
Ai, essa tralha imensa
Chamada Brasil

Samba samba são Bernardo
Sanca são Caetano
Santa santo André
Dia-a-dia diadema
Quando for, me chame
Pra tomar um mé

L.045.Lero Lero - Edú Lobo/Cacaso


Sou brasileiro de estatura mediana
Gosto muito de fulana mas sicrana é quem me quer
Porque no amor quem perde quase sempre ganha
Veja só que coisa estranha, saia dessa se puder
Não guardo mágoa, não blasfemo, não pondero
Não tolerolero lero devo nada pra ninguém
Sou descasado, minha vida eu levo a muque
Do batente pro batuque faço como me convém
Eu sou poeta e não nego a minha raça
Faço versos por pirraça e também por precisão
De pé quebrado, verso branco, rima rica
Negaceio, dou a dica, tenho a minha solução
Sou brasileiro, tatu-peba taturana
Bom de bola, ruim de grana, tabuada sei de cor
Quatro vez sete vinte e oito nove fora
Ou a onça me devora ou no fim vou rir melhor
Não entro em rifa, não adoço, não tempero
Não remarco, marco zero, se falei não volto atrás
Por onde passo deixo rastro, deixo fama
Desarrumo toda a trama, desacato Satanás
Sou brasileiro de estatura mediana
Gosto muito de fulana mas sicrana é quem me quer
Diz um ditado natural da minha terra
Bom cabrito é o que mais berra onde canta o sabiá
Desacredito no azar da minha sina