quinta-feira, 26 de junho de 2014

B.163.Balacobaco - Rita Lee/Roberto de Carvalho


Acordo às 5 da matina
Reclamando da rotina
Dou um trato na faxina
Vida dura de heroína

Minha cara de caveira
Vai abrir a geladeira
Esqueci de fazer feira
Vou fuçar lá na lixeira

Uma espinha pro gatinho
Pro cachorro um ossinho
Requentar o cafezinho
E sair apressadinho

Todo dia atrasada
Já estou acostumada
Condução sempre lotada
Vida dura de empregada

Refrão:
Pára o mundo
que eu quero descer
Tem muito vagabundo
atrás do meu jabaculê
A vida é uma sinuca
Mais confio no meu taco
Meu borogodó
é do Balacobaco
Do Balacobaco

Minha patroa é estranha
Passa o dia só na cama
O marido bebe grana
A mais velha é piranha

A do meio é patricinha
O mais novo é mocinha
Meu lugar é na cozinha
Vida dura de fuinha

Motorista xavecando
Jardineiro azarando
Porteiro se assanhando
Ê, vou logo avisando

Meu amor é pra quem pode
Quem não pode se sacode
Pode amarrar seu bode
Com a minha cabra ninguém fode

Repete refrão

Sirvo a janta e vou embora
Já passou da minha hora
Abusando é que demora
Vem a chuva e piora

Caminhando na calçada
Medo de ser assaltada
Medo de ser seqüestrada
Medo de ser estuprada

Sou escrava independente
Ganho menos que indigente
Não posso ficar doente
Amanhã tô no batente

Vou rezar para Jesus
aliviar a minha cruz
Meu buraco não tem luz
Vida dura de avestruz

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