terça-feira, 16 de julho de 2013

J.052.Jangadeiro - Stefania de Macedo/Ademar Tavares

Era o meu lindo jangadeiro, de olhos da cor verde do mar... Também com ele, traiçoeiro, mentiu-me tanto o seu olhar. Ele passava o dia inteiro longe, nas águas a pescar, e eu, intranquila, o seu veleiro lá no horizonte a procurar. Mas, quando a tarde escurecia, um sino ouvia a repicar, a badalar a Ave-Maria ia uma vela sobre o mar. Era o meu lindo jangadeiro, em seu veleiro a regressar, e a praia o seu o1har primeiro buscava, ansioso, o meu o1har. Quanto ditosa eu me sentia... Passava os dias a cantar, a ver que, em breve escurecia, a hora feliz do seu voltar. Mas, há na vida sempre um dia, dia de um sonho se acabar... Este me veio em que não via o seu veleiro regressar. Não mais voltou o seu veleiro, não mais o vi por sobre o mar. O seu o1har lindo e traiçoeiro não buscou mais o meu olhar. Por uma tarde alvissareira o sino ouvia a repicar... Era o meu lindo jangadeiro que ia com outra se casar...

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