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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
A.160.A mão e o medo - Bebeto Alves/Nel Duclos
Surrei a vida, surrei-me
bati no crânio do erro
feri o tempo, ferido
abri o olho, surpreso
Cortei o pulso, no espelho
olhei a morte, quebrei-me
cantei calado, no peito
plantei deserto e canteiros
Amei amigas, solteiro
entrei nas casas, fogueira
queimei sorrisos, em cinzas
deixei as brasas, certezas
Levantei vôo, soltei-me
voltei da guerra, fui preso
vieram ver-me, esperei-os
com a mão no peito, violenta
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
B.120.Boneca Cobiçada - Biá/Bolinha
Quando eu te conheci,
do amor desiludida,
Fiz tudo e consegui,
dar vida a tua vida
Dois meses de aventura,
o nosso amor viveu
Dois meses de ternura,
beijei os lábios teus
Porém eu já sabia,
que perto estava o fim
Pois tu não conseguias,
viver só para mim
Eu poderei morrer,
mas os meus versos não
Minha voz hás de ouvir,
ferindo o coração
Boneca cobiçada
Das noites de sereno
Teu corpo não tem dono
Teus lábios tem veneno
Se queres que eu sofra
É grande o teu engano
Pois olha nos meus olhos
Vê que não estou chorando
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
B.119.Bate Caboclo - Almir Rouche/Paulinho Pimpão
Eu vou fazer, eu vou
Voce levantar
Nesse balanço eu tô
Até o dia clarear
No mexe, mexe
No remelexo
No meio da roda
Eu quero te dar um beijo
Balanace mais
Balance assim
Balance o caboclinho
E caia por cima de mim
B.118.Bom Dia Tristeza - Adoniram Barbosa/Vinicius de Moraes
Cm7
Bom dia tristeza
Dm5-/7 G7 Cm7
Que tarde tristeza
Dm5-/7
Você veio hoje me ver
G7 Dm5-/7 G7 Dm5-/7 G7
Já estava ficando até meio triste
Dm5-/7 G7 Cm7 C7
De estar tanto tempo longe de você
Fm7
Se chegue tristeza
Bb7 Eb7
Se sente comigo
Ab7 G7 Gm5-/7
Aqui nesta mesa de bar
C7 Fm7
Beba do meu copo
G7 Cm7
Me dê o seu ombro
D7 G7
Que é para eu chorar
Dm5-/7
Chorar de tristeza
G7 Cm7
Tristeza de amar
Marcadores:
Adoniran Barbosa,
Letra B,
Vinícius de Moraes
B.117.Besame - Flávio Venturini/Murilo Antunes
A orquestra já nos chamou
Abri meu coração
Tremeu o chão
Eu vi que era feliz.
A luz de um cabaré
La noche nuestra
O mundo a rodar
Vem o fogo da paixão nos queimar.
La luna tropical
O som de um bandoneon
Não me canso de pedir
Besame
B.116.Barracão - Luis Antonio/Oldemar Magalhães
Ai, barracão
Pendurado no morro
E pedindo socorro
À cidade a seus pés
Ai, barracão
Tua voz eu escuto
Não te esqueço um minuto
Porque sei
Que tu és
Barracão de zinco
Tradição do meu país
Barracão de zinco
Pobretão infeliz...
Ai, barracão
Pendurado no morro
E pedindo socorro
Ai, a cidade
A seus pés
Barracão de zinco
Barracão de zinco.
B.115.Bar da Noite - Haroldo Barbosa/Budú Reis
Garçom, apague esta luz
Que eu quero ficar sozinha
Garçom, me deixe comigo
Que a mágoa que eu tenho é minha
Quantos estão pelas mesas
Bebendo tristezas
Querendo ocultar
O que se afoga no copo
Renasce na alma
Desponta no olhar
Garçom, se o telefone bater
E se for pra mim
Garçom, repita pra ele
Que eu sou mais feliz assim
Você sabe bem que é mentira
Mentira noturna de bar
Bar, tristonho sindicato
De sócios da mesma dor
Bar que é o refúgio barato
Dos fracassados do amor
B.114.Balada Triste - Dalton Voleger/Esdras Silva
Balada triste
Que me faz
Lembrar alguém
Alguém que existe
E que outrora
Foi meu bem Balada triste
Melodia do meu drama
Esse alguém já não me ama
Esqueceu você também
Não há mais nada
Foi um sonho
Que passou
Triste balada
Só você me acompanhou
Fica comigo !
Velha amiga, companheira
Quero cantar-te a vida inteira
Prá lembrar o que passou...
B.113.Bola Louca e Colorida - Hermes Aquino
Se tudo acontece de repente
porque não encarar como normal
mudanças nesta vida, são coisas que se aceita ao natural
O mundo é bola louca e colorida
quem pensa que é sabido
nem vai ver
Que as coisas acontecem
assim sempre foi
sempre vai ser
- Refrão -
Hei! Não vá desanimar
a vida é sem parar
é só você viver
e sofrer, e sofrer, e sofrer
Progresso, meu regresso, teu sucesso
cinema, rádio, crime, assombração
confuso cotidiano
consome em poucos anos, meu coração
A.166.Amor Certinho - Roberto Guimarães
amor à primeira vista
amor de primeira mão
e ele que chega cantando, sorrindo
pedindo entrada no coração
o nosso amor já tem patente
tem marca registrada
e amor que a gente sente
eu gravo até em disco
todo esse meu carinho
todo mundo vai saber
o que é amar certinho
esse tal de amor não foi inventado
foi negócio bem bolado
direitinho pra nós dois
Foi ou não foi?
esse tal de amor não foi inventado
foi negócio bem bolado
direitinho pra nós dois
A.165.As Cores de Abril - Vinicius de Moraes/Toquinho
As cores de abril
Os ares de anil
O mundo se abriu em flor
E pássaros mil
Nas flores de abril
Voando e fazendo amor
O canto gentil
De quem bem te viu
Num pranto desolador
Não chora, me ouviu
Que as cores de abril
Não querem saber de dor
Olha quanta beleza
Tudo é pura visão
E a natureza transforma a vida em canção
Sou eu, o poeta, quem diz
Vai e canta, meu irmão
Ser feliz é viver morto de paixão
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Toquinho,
Vinícius de Moraes
A.164.A Tonga da Milonga do Kabuletê - Vinicius de Moraes/Toquinho
Eu caio de bossa
Eu sou quem eu sou
Eu saio da fossa
Xingando em nagô
Você que ouve e não fala
Você que olha e não vê
Eu vou lhe dar uma pala
Você vai ter que aprender
A tonga da mironga do kabuletê
A tonga da mironga do kabuletê
A tonga da mironga do kabuletê
Eu caio de bossa
Eu sou quem eu sou
Eu saio da fossa
Xingando em nagô
Você que lê e não sabe
Você que reza e não crê
Você que entra e não cabe
Você vai ter que viver
Na tonga da mironga do kabuletê
Na tonga da mironga do kabuletê
Na tonga da mironga do kabuletê
Você que fuma e não traga
E que não paga pra ver
Vou lhe rogar uma praga
Eu vou é mandar você
Pra tonga da mironga do kabuletê
Pra tonga da mironga do kabuletê
Pra tonga da mironga do kabuletê
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Toquinho,
Vinícius de Moraes
A.163.A Benção Bahia - Vinicius de Moraes/Toquinho
Olorô, Bahia
Nós viemos pedir sua bênção, saravá!
Hepa hê, meu guia
Nós viemos dormir no colinho de lemanjá!
Nanã Borokô fazer um Bulandê
Efó, caruru e aluá
Pimenta bastante pra fazer sofrer
Bastante mulata para amar
Fazer juntó
Meu guia, hê
Seu guia, hê
Bahia!
Saravá, senhora
Nossa mãe foi-se embora pra sempre do Afojá
A rainha agora
É Oxum, é a mãe Menininha do Gantois
Pedir à mãe Olga do Alakêto, hê
Chamar Iansã para dançar
Xangô, rei Xangô, Kabueci-elê
Meu pai! Oxalá, hepa babá!
A bênção, mãe
Senhora mãe
Menina mãe
Rainha!
Olorô, Bahia
Nós viemos pedir sua bênção, saravá!
Hepa hê, meu guia
Nós viemos dormir no colinho de lemanjá!
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Letra A,
Toquinho,
Vinícius de Moraes
A.162.Artilheiro do Amor - Alexandre Pires/Lourenço
A galera me disse
que nunca viu
ela tão empolgada
mas eles querem saber
qual será a minha jogada
eu sei que esse gol
não será fácil de marcar
mas o pior é a família
que disse: beijou, beijou,
tem que casar
às vezes acho que estou
treinando com o time errado
bato falta com efeito
cobro escanteio.
corro o campo inteiro
mas eu não sou convocado
não importa marcação
cerrada assim
voce dando de durona
pra cima de mim
basta um cheiro
no pescoço bom amasso
e é você quem fica toda arrepiada
o destino me lançou
e fez o craque que eu sou
e me tornou um artilheiro
com um gol do teu amor
A.161.ABC Musical - Mano Alencar/Darico
Você me disse
Que aprendeu o ABC Musical
E viu no amor de A
Anunciação
A cantoria na boca do povo
"Iupi" do New York Brasil
E disse me disse latino
Num sorriso assim meio menino
Que só o B de Bel
Só anda a mil
I love you teacher
I love you baby
Gosto do teu ingles sutil
Você me disse que aprender
No C cérebro de cada um
Cacique é um, só um
E disse me disse latino
Num sorriso assim meio menino
Que o ABC só musical
Só anda a mil em nós
G.060.Galope - Gonzaguinha
O galope só é bom quando é à
beira-mar
O galope só é bom quando se
pode amar
Esse mote só é bom bem livre
de cantar
Falar em morte só é bom
quando é prá banda de lá
É, sacode a poeira
Imbalança imbalança,
imbalança, imbalança
Casa de ferreiro, espeto de pau
Quem não bole em espinha
nunca vai se dar mal
Quem não dança minha dança
é melhor nem chegar
Se puxou do punhal, ah, tem
que sangrar, é
Tem que sangrar
É, sacode a poeira (...)
Me dê um bocadinho de cachaça
Me aqueça, me aperte, me abraça
Depressa, correndo, vem ligeiro
Me dê teu perfume, dê um cheiro
Encoste em meu peito o coração
Vamos mostrar pr'esses cabras
como se dança um baião
E quem quiser aprender é melhor
prestar atenção
É, sacode a poeira (o..)
Ter que nem carrapeta no chão
E pirap6ia seca no ar
Pra podê de escutar meu baião
Imbalança, imbalança, imbalança...
É, sacode a poeira (...)
Deixa essa criança chorar
Não adianta cara feia, nem
adianta se zangar
Que ela só vai parar quando
essa fome passar
É doutor, uma esmola a um
pobre que é são
Ou lhe mata de vergonha ou
vicia o cidadão
É, sacode a poeira (...)
G.059.Gaivota - Sílvio Caldas/E.Frazão
Gaivota, das azas de arminho.
Enfeita o caminho
Que eu devo seguir ...
Gaivota, que sempre me escolte
Teu vôo, e que eu volte
Contente a sorrir ...
Gaivota, nos mares bravios,
Teus vôos macios
Enfrentam tufões
Gaivota, é uma grande verdade
Que só a bondade
Abranda as paixões!
Gaivota, que beijas, na bruma,
Das ondas a espuma
Fervente do mar,
Gaivota, é nesse teu beijo
Que sindo o desejo
Que tenho, de amar
Gaivota, na furia das ondas
Espero que escondas
Meu triste penar...
G.058.Gago Apaixonado - Noel Rosa/Lamartine Babo
Mu... mu... mujher em mim fi...
fizeste um estrago,
Eu de nervoso esto... tou fi... ficando
gago:
Não po... posso com a cru...
crueldade
Da saudade,
Que... que mal... maldade;
Vi... vivo sem afago
Tem... tem pe... pena deste
moribundo,
Que... que já virou va... va...
ga...bundo .
Só... só... só... por ter
Só... só... fri... frido.
Tu... tu... tu... tu... tu... tu... tu...
Tu... tens um co... coração fingido.
Tu... teu co... coração me entregaste
De... de... pois...
Pois... de mim tu o to... toma...
maste,
Tu... tua falsi... si... sidade
É profun... funda,
Tu... tu... tu... tu... tu... tu... tu...
Tu vais fi... fi... ficar corcunda.
G.057.Gabriela - Elomar Filgueira de Melo
São treis sorte são treis sina
na istrada desse cristão
são treis irirmã granfina
e de punhal na mão
d´ua madrasta avarenta
o home nun iscapa não
cuma o cego na trumenta
lá vai o cristão
são treis sorte são treis sina
ai pobre cantadõ
são treis irirmã fírina
a Morte a Saudade a Dô
O Gabriela
na Lagoa Bela
lua minguante
as eguas vão sonhá
são eguas baias
brancas amarelas
são polidas pampas
lindas gabrielas
monjas cavalgadas
vindas de estrelas
muito recuadas
Lagoa da Porta
nas horas mortas
o viado branco
vem sizin bebê
G.056.Globeleza - Jorge Aragão
Lá vou eu, lá vou eu
Hoje a festa é na avenida
No carnaval da globo
Feliz eu tô de bem
Com a vida vem amor
Vem...deixa o meu samba te levar
Vem nessa pra gente brincar
Pra embalar a multidão
Sai pra lá solidão Vem Vem Vem
Vem... pra ser feliz
Eu tô no ar tô Globeleza
Eu tô que tô legal
Na tela da TV no meio desse povo
A gente vai se ver na Globo
Na tela da TV no meio desse povo
A gente vai se ver na Globo
G.055Gosto do Jeitinho Dela - Othon Russo/Niquinho
Gosto de jeitinho dela me olhar
Pois é todo ardor
Gosto do jeitinho dela me beijar, beijar
Gosto do jeitinho dela me abraçar
Pois é só calor
Gosto do jeitinho dela me dizer amor
Gosto do jeitinho dela
Sempre a balançar o andar
Gosto do jeitinho dela
Fingindo não querer gostar
Do modo de eu gostar
Mas eu gosto tanto, tanto
Do jeitinho que ela tem
De me beijar, de me abraçar
De me dizer amor.
G.054.Guerreiro Menino - Gonzaguinha
Um homem também chora
Menina morena
Também deseja colo
Palavras amenas
Precisa de carinho
Precisa de ternura
Precisa de um abraço
Da própria candura
Guerreiros são pessoas
São fortes, são frágeis
Guerreiros são meninos
No fundo do peito
Precisam de um descanso
Precisam de um remanso
Precisam de um sonho
Que os tornem refeitos
Não dá pra ser feliz
Não dá pra ser feliz
Não dá pra ser feliz
Não dá pra ser feliz
É triste ver esse homam
Guerreiro menino
Com a barra de seu tempo
Por sobre seus ombros
Eu vejo que ele berra
Eu vejo que ele sangra
A dor que traz no peito
Pois ama e ama
Um homem se humilha
Se castram seu sonho
Seu sonho é sua vida
E a vida é o trabalho
E sem o seu trabalho
Um homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata
Não dá pra ser feliz
G.053.Guarânia da Lua Nova - Luis Vieira
Ouvi dizer que o tempo apaga
Lembranças amargas
Que a vida nos traz
Há muito eu estou esperando
O tempo passando
E não encontro paz
Será que o tempo não tem tempo
De olhar meus olhos
Tristes de chorar
E as cicatrizes do desgosto
Que eu trago em meu rosto
De tanto esperar
Saudade, bichinha danada
Que me fez morada
E não quer se mudar
Tem gosto de giló verdinho
Plantando na lua nova do penar
O tempo vai passando e eu vejo
O desejo da reconciliação
Meu medo é não saber se ela
Tem no peito a lua nova do perdão
G.052.Granada - Augustin Lara
Granada
Terra sonhada por mim
Tens no céu
Quando em noite estrelada
Um formoso jardim
A brilhar... cheio de fantasia
Meu cantar... flor de melancolia
A ti eu vou dedicar...
Granada que se enche de flores
Em dias de corrida
Mulher que inda guarda os encantos
Das lendas antigas
Teus campos garbosos, cheirosos
Se cobrem de flores
Eu beijo tua boca de rosas
Maçã saborosa que fala de amores
Granada
Nos versos cantada
De estrofes preciosas
Granada
Para oferecer-te
Só tenho estas rosas
São flores de suave fragrância
Que floram no altar
Só da Virgem Maria
Granada...
Tu és minha vida
Cidade guarida...
Tu é o meu sol
G.051.Gotas de Luar - Nelson Cavaquinho/Guilherme de Brito
Se eu pudesse roubar as gotas de luar
Que eu vi brilhar nos olhos teus
Guardaria aquele encanto
Para enfeitar meu pranto
Na hora do adeus
Sei que muito breve
Tú iras me esquecer
Eu sei que vou sofrer
Por culpa da minha paixão
Eu devia te deixar
Mas vou continuar
Para castigar meu pobre coração
G.050.Gentileza - Marisa Monte
Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
A palavra no muro
Ficou coberta de tinta
Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro
Tristeza e tinta fresca
Nos que passamos apressados
Pelas ruas da cidade
Merecemos ler as letras
E as palavras de gentileza
Por isso eu pergunto
A vocês no mundo
Se é mais inteligente
O livro ou a sabedoria
O mundo é uma escola
A vida é o circo
Amor palavra que liberta
Já dizia o profeta
G.049.Gatas Extraordinárias - Caetano Veloso
O amor me pegou
E eu não descanso enquanto não pegar
Aquele criatura
Saio na noite a procura
O batidão do meu coração na pista escura
Se pego, ui, me entrego e fui
Será que ele quererá, será que ela quer
Será que meu sonho influi
Será que meu plano é bom
Será que é no tom
Será que ele se conclui
E as gatas extraordinárias que
Andam nos meios onde ela flui
Será que ela evolui
Será que ela evolui
Será que ela evolui, será que isso me inclui
Tenho que pegar, tenho que pegar
Tenho que pegar, essa criatura
Tenho que pegar, tenho que pegar
Tenho que pegar.
G.048.Glória F - Roberto de Carvalho/Rita Lee
Na sexta-feira eu cruzava calmamente o viaduto dó chá
Por um segundo me bateu uma vontade doida de pular, e pulei
A kombi que passava eu achatei
Meu corpo ensanguentado se esfacelou pelo asfalto
E eu saquei: "dessa vez exagerei"
Abri os olhos e avistei um par de pernas caindo do céu
O enfermeiro era atleta e a boneca tinha ido pro beleléu, que
O que será que houve com meu coração
Talvez um vira-lata tenha tido uma bela refeição
Ou talvez indigestão
Mas uma coisa eu notei, tudo ok com meu pulmão!
Me costuraram, remendaram
Deram um nó juntando os intestinos, fígado e rim
Me empalharam, embalsamaram
E até que o trabalho não ficou tão mal assim
Pois hoje quando saio lá do meu covil
Os gatos do subúrbio fazem: fiu-fiu
Meu bem, sou gloria Frankenstein
Anote bem, meu nome é gloria Frankenstein
Sou gloria
Gloria frankenstein
Na gloria
Gloria frankenstein
G.047.Glória - Bonfiglio de Oliveira/Branca M. Coelho
Quando a briza espalha
A essência de uma flor,
Bela imagem surge no meu coração!
És tu. . .
Vem lembrar-me a quadra
Do primeiro amor. . .
Vem prender mais ainda
As algemas desta escravidão!
Tu és a glória de Satã
No reino da traição!. . .
E tens no peito rubra pedra
Em forma de um coração.
Tua boca linda de maçã
É o fruto da tentação.
Tu és a rocha. .. eu sou o mar. . .
A te beijar.
Mas a vida é cárcere Divino. . .
Temos o destino branco ou purpurino,
Escrito lá nos céus!. . .
Deus, oh! Deus!
Tendo por caridade compaixão,
Piedade da infelicidade
Que se abriga em mim.
Enviai um raio de esperança
De rósea bonança;
Para quem não cansa de gemer assim
Pelo amor que tive a vida,
Leve a passageira de um pálido jasmim.
G.046.Guiomar - Darcy Monteiro/Tião Zarope
Ô Guiomar (Guiomar)
Ô Guiomar (ô Guiomar)
o jongo não é de bula
Guiomar (fala Guiomar)
Segura a toada pra durar
O nosso longo tem harmonia
Na Balaiada
Em casa de vó Maria
O Caxambu toca
Até o raiar do dia
Eu danço longo
Umbigando com Sã Maria
(Guiomar)
Ô Guiomar (Guiomar)
O Guiomar (ô Guiomar)
O longo não é de bula
Guiomar (fala Guiomar)
Segura a toada pra durar
Na beira do poço
Onde mora Guiomar
Mamãe sereia
Mora no fundo do mar
Segura nosso longo Guiomar
Não deixa nosso jongo se afundar
Ô Guiomar (Guiomar)
O Guiomar (ô Gulomar)
O longo não é de bula
Guiomar (fala Guiomar)
Segura a toada pra durar
Segura angoma olha toada (ioiô)
Bate pau ó rapaziada
Eu improviso longo meu camarada
Meu Caxambu toca até de madrugada
G.045.Gostava tanto de voce - Edson Trindade
Não sei por que você se foi
Quantas saudades eu senti
E de tristeza vou viver
E aquele adeus não pude dar
Você marcou na minha vida
Viceu, morreu na minha história
Chego a ter medo do futuro
Da solidão que em minha porta bate
E eu gostava tanto de você
Gostava tanto de você
Eu corro, fujo dessa estrada
Em sonhos vejo o meu passado
E na parede do meu quarto ainda está o seu retrato
Não quero ver pra não lembrar
Pensei até em me mudar
Lugar qualquer que não exista o pensamento em você
E eu gostava tanto de você
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você
G.044.Gatinha do Forrozão - Luiz Fidelis
Eu passo uma semana só
Só pensando numa gatinha
Que todo Domingo vai
Pro forró
Ai que gracinha
Enquanto ela não vem
Pra mim o salão
Está cheio de ninguém
Nem um sanfoneiro toca
Como os dedos
Dessa saudade me toca
Pode adocicar
A saudade que sinto por você
Nem Mastruz com Leite pode me curar
Me sinto um peixe
Fora do aquarius
Rita de Cássia
Nenhuma toma o seu lugar
Nem um rabo de saia me importa
Cachorra alguma vai me conquistar
Você é o remédio
Pro meu tédio
Por favor venha
Curar esse mal
Cheque logo galopando
E dançando
Galopando com o cavalo de Pau
G.043.Garçon - Reginaldo Rossi
Garçon, aqui nessa mesa de bar
Você já cansou de escutar
Centenas de casos de amor
Garçon, no bar todo mundo é igual
Meu caso é mais um, é banal
Mas preste atenção por favor
Saiba que o meu grande amor
Hoje vai se casar
Mandou uma carta pra me avisar
Deixou em pedaços o meu coração
E pra matar a tristeza, só mesa de bar
Quero tomar todas
Vou me embriagar
Se eu pegar no sono
Me deite no chão
Garçon, eu sei que eutô enchendo o saco
Mas todo bebum fica chato
Valente e tem toda razão
Garçon, mas eu só quero chorar
Eu vou minha conta pagar
Por isso eu lhe peço atenção.
G.042.Graças a La Vida - Violeta Parra
Gracias a la vida
Que me ha dado tanto
Me dio dos luceros que cuando Ios abro
Perfecto distingo lo negro del blanco
Y en alto cielo su fondo estrellado
Y en Ias multitudes el hombre que yo amo
Gracias a Ia vida que me ha dado tanto
Me ha dado el oido y todo
Su ancho
Graba noche y día
Rios y canarios
Martirios, turbinas
Ladrillos, chubazcos
Y Ia voz tan tierna de mi
Bien amado
Gracias a Ia vida que me ha dado tanto
Me ha dado el sonicido v el abecedario
Con él Ias palabras que pienso y declaro
Madre, amigo, hermano y luz alumbrando
La ruta dei alma dei que estoy amando
Gracias a Ia vida que me ha dado tanto
Me dia el corazón que agita su marco
Cuando miro el fruto del cerebro humano
Cuando miro el bueno tan lejos del maio
Cuando miro el fondo de tus ojos claros
Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la marcha
De mis pies cansados
Con ellos anduve ciudades y charcos
Playas y desiertos, montañas y lIanos
Y Ia casa tuya tu calle y tu patio
Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto
As í yo distingo dicha de quebranto
Los dos materiales que forman mi canto
Y el canto de ustedes que es el mismo canto
Y el canto de todos que es mi proprio canto
Gracias a la vida
Gracias a la vida
G.041.Graças a Deus - Fernando César
Quando quiseres
Podes voltar
Aos braços meus
E eu te direi
Muito obrigada
Graças a Deus
Não falarei
Dos teus defeitos
Nem tu dos meus
E viveremos
Muito felizes
Graças a Deus
Quero sentir-me
Bem envolvida
Nos teus abraços
Meu corpo é feito
Sob medida
Para teus braços
Quero poder
Pousar meus lábios
Nos lábios teus
E, entre dois beijos.
Dizer baixinho
Graças a Deus.
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
B.112.Bobos da Corte - Roberto de Carvalho/Rita Lee
Eu vou puxar você
Pra perto de mim,
E dar um amasso daqueles
Que não dá pra dizer,
Se ele é ela ou se ela é ele!
Eu vou beijar você
Debaixo do seu nariz,
No meio da bôca da noite,
Nem rainha, nem rei
Apenas bobos da côrte
B.111.Balada de um Vagabundo - Wally Salomão/Frejat
Eis o Sol, eis o Sol
Apelidado de astro-rei
Eis que achei o grande culpado
Desse meu viver destrambelhado
D'eu perambular pirado
Meu coração lacrado
Maracujá de gaveta dum prédio
Vazio num terreno baldio
Sepultado e logo após abandonado
Repare o crime senhor juiz
Pare senhor juiz
Ignoro a rua, o bairro e a carteira de identidade
Não me pergunte de ser portador
Do número xis do CIC
Me deixa feliz
Serei chegado a um sal
Qual a espada afiada que separa
O bem do mal?
Eis o Sol, eis o Sol
Apelidado de astro-rei
Eis que achei o grande culpado
Desse meu viver destrambelhado
Me viro no ce do centro
No porta-malas da estação central
Dançarei pelado na cratera da lua
Mesmo sem saber onde termina
A minha e onde começa a sua
Rebolarei embaixo da marquise
Triste trópico paraíso
Se eu dissesse que eu ia
Você ia e eu não ia
Deixa a tristeza deitar
Rolar na minha cama
Um milhão, trilhão de vezes
Reviro alegria
Salto pro amor
Um vício só pra mim não basta
É uma inflação de amor incontrolável
Tá lotado, tá repleto de virtude
E vício meu céu
Um galo sozinho levanta a crista
E cocorica seu escarcéu
Um vício só pra mim é pura cascata
Eu marco treze pontos
Sou pule premiada no jogo do bicho
Eu sou o beijo da boca do lixo na boca do luxo
Eu sou o beijo da boca do luxo na boca do lixo
B.110.Basta e Querer - Neno/Nonato Alves
Eu não soube amar, você
Até parece que foi ontem
Que o nosso amor aconteceu
Sei que te amo
Vou tentar lhe ver
Pra que meu caraçãõo entenda
Que ele nao fica sem você.
Nõo quero ouvir falar
Laucuras nem pensar
Quando se ama de verdade
Não há tempo nem idade basta se quer
Você me fez sonhar
Me fez acreditar
Que era tudo de verdade
Que era só felicidade
Mos eu perdi você
Tendo quem sabe refazer essa paixão
Eu sei você sabe
A saudade não tem braços
Mas aperta o coração.
B.109.Beleza Agreste - Geraldo Azevedo/Carlos Fernando
Sempre bonita
Sempre cantando
Sempre na dela
Essa menina vai ficando
Sempre sorrindo
Sempre chorando
Sempre naquela
Essa menina vai levando
Nos corações
Na onda azul
Nos carnavais
À flor da pele
Os impulsos naturais
A olho nu
Vertentes claras tropicais
Fluindo a vida
Banhando o mundo
Vasto mundo
Seu Raimundo
O poeta já falou
Valença
Gema de ovo branco leite
De uma vaca cor de rosa
Qualquer dia mamarei
Beleza agreste
Chêrin gostoso de fazenda
O avelós do pé da serra
Tem a cor do teu olhar
Tem a cor do teu viver
Tem a cor do teu cantar
Tem a cor de mestre Rina
Numa noite de luar
A cor do teu sofrer
A cor do teu penar
Tem a cor de Ringo e Lennon
Num galope à beira-mar
B.108.Barcarola do São Francisco - Geraldo Azevedo/Carlos Fernando
É a luz do sol que encandeia
Sereia de além mar
Clara como o clarão do dia
Mareja o meu olhar
Olho d'água, beira de rio
Vento, vela a bailar
Barcarola de São Francisco
Me leve para o mar
Era um domingo de lua
Quando deixei Jatobá
Era quem sabe a esperança
Indo à outro lugar
Barcarola de São Francisco
Velejo agora no mar
Sem leme, mapa ou tesouro
De prata ou luar
Eu, em sonho um beija-flor
Rasgando tades vou buscar
Em outro céu
Noite longe que ficou em mim
Noite longe que ficou em mim
Quero lembrar
Era um domingo...
B.107.Beijando a Flora - Alceu Valença/João Fernando
Está faltando um grau
Pra meu corpo pegar fogo
Nessa temperatura, menina,
Quem aguenta esse sufoco?
Me diga, morena, o que vamos
Fazer,
Amar, sentir prazer
Fazer,
Amar, sentir prazer
Morena, eu te desejo
Quero um beijo sem demora
Te amo tanto, tanto,
Como um beija-flor a flora
Sou beija-flor,
Dou um beijo e vou embora
B.106.Bobo da Corte - Alceu Valença
Nem todo o beijo é pecado
Nem toda fruta é maçã
Nem todo réu é culpado
Nem toda culpa é cristã
Nem toda carta é marcada
Nem toda lente é ray-ban
Nem toda noite é noitada
Nem toda luz é manhã...(2x)
Por isso eu exijo respeito
Por teu desmantelo
Teus olhos vermelhos
Se vendo no espelho
E querendo voar...
Por isso eu exijo respeito
Por duas palavras
Na bôca da noite
Na bôca do bôbo da corte...
Nem todo o beijo é pecado
Nem toda fruta é maçã
Nem todo réu é culpado
Nem toda culpa é cristã
Nem toda carta é marcada
Nem toda lente é ray-ban
Nem toda noite é noitada
Nem toda luz é manhã...
Por isso eu exijo respeito
Por teu desmantelo
Teus olhos vermelhos
Se vendo no espelho
E querendo voar...
Por isso eu exijo respeito
Por duas palavras
Na bôca da noite
Na bôca do bôbo da corte...
B.105.Batuque na Cozinha - João da Baiana
Batuque na cozinha
Sinhá não quer
Por causa do batuque
Eu queimei meu pé
Não moro em casa de cômodo
Não é por ter medo não
Na cozinha muita gente sempre dá em alteração
Batuque na cozinha
Sinhá não quer
Por causa do batuque
Eu queimei meu pé
Então não bula na cumbuca
Não me espante o rato
Se o branco tem ciúme
Que dirá o mulato
Eu fui na cozinha
Pra ver uma cebola
E o branco com ciúme
De uma tal crioula
Deixei a cebola, peguei na batata
E o branco com ciúme de uma tal mulata
Peguei no balaio pra medir a farinha
E o branco com ciúme de uma tal branquinha
Então não bula na cumbuca
Não me espante o rato
Se o branco tem ciúme
Que dirá o mulato
Mas o batuque na cozinha
Sinhá não quer
Por causa do batuque
Eu queimei meu pé
Eu fui na cozinha pra tomar um café
E o malandro tá de olho na minha mulher
Mas, comigo eu apelei pra desarmonia
E fomos direto pra delegacia
Seu comissário foi dizendo com altivez
É da casa de cômodos da tal Inês
Revistem os dois, botem no xadrez
Malandro comigo não tem vez
Mas o batuque na cozinha ...
Mas seu comissário
Eu estou com a razão
Eu não moro na casa de arrumação
Eu fui apanhar meu violão
Que estava empenhado com Salomão
Eu pago a fiança com satisfação
Mas não me bota no xadrez
Com esse malandrão
Que faltou com respeito a um cidadão
Que é Paraíba do Norte, Maranhão
Batuque na cozinha ...
B.104.Baião de Lacan - Guinga/Aldir Blanc
A terra em transe franze
Racha pela beira
Feito cabaço de freira
Solta e lá vem um!
Mas o Brasil ainda batuca na ladeira:
Bafo, Congo, Exu, Taieira
Mais Cacique e Olodum...
Deus salve o budum!
Viva o murundum!
E é tuntum, e é tumtum!
Eu ouço muito elogio à barricada
Procuro as nossa por aqui
Não vejo nada
Só tomo arroto
E perdigoto no meu molho
Se tento ver mais longe
Tacam o dedo no meu olho
Quem fica na barreira
Pode até ficar roncolho
Um empresário quis
Que eu fosse a Massachutis
Oquêi, my boy! -
Cheguei pra rebentar e putz!
Voltei sem calça e um quis me seqüestrar...
Ao conferir o saldo
No vermelho fui parar
To com João Ubaldo:
Chega dessa Calcutá
- Eu to Amil por aí
Atleta do Juqueri
Um sócio a mais da Golden Cross
De carteirinha...
Tanto sofri nesse afã
Que um seguidor de Lacan
Diagnosticou stress
E me mandou pra roça descansar...
Eu fui pro Limoeiro
E encontrei o Paul Simon lá
Tentando se proclamá gerente do maufá...
Se os peão não chiá
O Boi Bumba vai virar vaca
B.103.Boa Vida - Frejat/Cazuza
Eu nunca mais quero outra vida
É, eu ando um bocado mudado
Eu nunca mais quero outra vida, eu não
Olha só como eu tô bem tratado
É que os tempos mudaram
E agora eu ando muito bem acompanhado
(É, eu ando, sim)
Eu nunca mais quero outra vida
Jogado na rua feito um vira-lata
O amor um dia chega, irmão
Mesmo pr’um cara pirado
Que só sabe ficar bebendo pinga
Cantando rock, contando vantagem
Agora a gente só vive grudado
Pela rua aos beijos e abraços
Todo mundo repara
E mesmo os meus amigos mais canalhas
Me dão razão quando eu falo
Que eu nunca mais quero outra vida
Me machucar pela pessoa errada
O amor tem cartas já marcadas
E eu nunca tive vocação pra otário
É, os tempos mudaram
E agora eu ando muito bem acompanhado
sábado, 9 de novembro de 2013
B.102.Baiana da Gema - Ivan Lins/Paulo César Pinheiro
Guanabará chegou
Bahia chamou pedindo esse tema
Carioca da clara
E baiana da gema
É pra são salvador do arcoador
Do mar de ipanema
Carioca da clara pra
Baiana da gema
Esse samba ajudou o compositor
Com a voz da morena
Carioca da clara com a
Baiana da gema
É um samba de amor
Que a moça gostou
Gostou do poema
Carioca da clara pra
Baiana da gema
O samba é de copacabana pra itapuã
Unindo olodum com a mangueira do amanhã
Ficou assim jóia rara
Que salve a bahia e a guanabara
Guanabara falou, bahia cantou
Pedindo o tira-tema
Guanabara falou
Bahia cantou
Carioca da clara
Baiana da gema
Esse samba é da cor pra nega fulo
Carioca da clara
Baiana da gema
É com esse que eu vou
Bater meu tambor, amar meu esquema
Carioca da clara com
Baiana da gema
O cristo redentor abraçou o pelô
É a bênção suprema
Carioca da clara pra
Baiana da gema
O samba vai
Quem guiaé senhor do bonfim são sebastião
Bahia é minha cara
E todos os santos da guanabara
Guanabará chegou
Bahia chamou pedindo esse tema
Carioca da clara
E baiana da gema
É pra são salvador do arcoador
Do mar de ipanema
Carioca da clara pra
Baiana da gema
Esse samba ajudou o compositor
Com a voz da morena
Carioca da clara com a
Baiana da gema
É um samba de amor
Que a moça gostou
Gostou do poema
Carioca da clara pra
Baiana da gema
O samba é de copacabana pra itapuã
Unindo olodum com a mangueira do amanhã
Ficou assim jóia rara
Que salve a bahia e a guanabara
Esse samba ajudou o compositor
Com a voz da morena
Carioca da clara com a
Baiana da gema
É um samba de amor
Que a moça gostou
Gostou do poema
Carioca da clara pra
Baiana da gema
Esse samba ajudou o compositor
Com a voz da morena
Carioca da clara com a
Baiana da gema
É um samba de amor
Que a moça gostou
Gostou do poema
Carioca da clara pra
Baiana da gema
B.101.Beija, me beija e me beija - Martinho a Vila/Zé Catimba
Pela própria natureza
Ela é minha mulher
Tão pureza, tão fogosa
Um botão que virou rosa
Pra ser o meu bem me quer
Beija, me beija, me beija
Não é Amelia mas lava roupa
Seca louça e me dá banho
Enxágua, me enxuga, mas se vende caro
Pois não é "preta de ganho"
Me come, se acaba, inda diz
Ora veja
Me beija, me beija, me beija, me beija
Beija, me beija, me beija...
B.100.Benazir - Chico César
não aponte o dedo
para benazir butho
seu puto
ela está de luto
pela morte do pai
não aponte o dedo
para benazir
esse dedo em riste
esse medo triste
é você
benazir resiste
o olho que existe
é o que vê
B.099.Barato Total - Gilberto Gil
Quando a gente tá contente
Tanto faz o quente
Tanto faz o frio
Tanta faz
Que eu me esqueço do meu compromisso
Com isso e aquilo
Que aconteceu dez minutos atrás
Dez minutos atrás de uma idéia
Já dão pra uma teia de aranha
Crescer e prender
Sua vida na cadeia do pensamento
Que de um momento pro outro
Começa a doer
Quando a gente tá contente
Gente é gente
(gato é gato)
Barata pode ser um barato total
Tudo que você disser
Deve fazer bem
Nada que você comer
Deve fazer mal
Quando a gente tá contente
Sem pensar que está contente
Sem pensar que está contente
A gente quer
Sem pensar a gente quer
A gente quer, a gente quer
A gente quer é viver
B.098.Batuca no Chão - Ataulfo Alves/Assis Valente
Batuca no chão sem pena
Batuca no chão sem dó
Batuca no chão morena
Que o chão é o povo que vira pó
Ai morena, o chão é o povo que vira pó
Podem me deixar sem luz
Mas sem samba não senhor
É o samba que traduz
Meu prazer e minha dor
Mesmo assim você condena
Minha raça bronzeada
Todo o mal da cor
Oh! morena
É gostar da batucada
B.097.Brilho no Olhar - Celso Leão/Almir Guineto
O que aconteceu com aquele sentimento
Cadê aquele brilho no teu olhar
Não deixe que o tempo apague a nossa história
Porquê ainda é tempo pra recomeçar
Eu só sei dizer que te amo
Te amo demais
Vem eu não quero esse jogo louco
Sem você eu fico no sufoco
Senta aqui pra gente conversar
Vem duas vidas numa só estrada
É amor e não conto de fadas
Eu nasci pra te amar
B.096.Bocas Iguais - Fausto Nilo/Francisco Casaverde
Cada verdade tem seu próprio autor
Todo amor tem suas rosas
Você pensa que eu acreditei
Em suas frases mentirosas
Toda saudade que você deixou
São as rosas desbotadas
Onde o sol procura outra cor
E o silêncio uma palavra só
Mas você não sabe amar
E até planeta solidão pra minha vida
Deseja e pede mais
Mas nem sabe que desejo me fascina
Nem sabe gostar de mim
Sim, eu já não quero chorar
Esqueça o beijo que eu tentei na despedida
Se ainda me encontrar
Não insista em dizer o que eu já sei
De outras bocas iguais
B.095.Boas Festas - Asis Valente
Anoiteceu, o sino gemeu
A gente ficou feliz, a rezar
Papai Noel, vê se você tem
A felicidade pra você me dar.
Eu pensei que todo mundo
Fosse filho de Papai Noel
Vem assim, felicidade
Eu pensei que fosse uma
Brincadeira de papel
Já faz tempo que eu pedi
Mas o meu Papai Noel não vem
Com certeza já morreu
Ou então, felicidade
É brinquedo que não tem.
B.094.Bem no Coração - Martinho da Vila/Luis Carlos da Vila
Nada de sofrer
Nada de chorar
Nada de beber
E amanhecer dentro de um bar
Não esmorecer
Nem se acomodar
Nunca se esquecer
Que um novo dia sempre vai raiar
Esse tal de mal de amor já se sabe
Só se cura com um bom mal bem maior
É semelhante à picada de cobra
Cujo antidoto é o veneno da própria
Já foi picada, não sai do mato
Procura um outro mal bem bom
Se expõe no alvo
Alveja acerta
Mas bem no coração
B.093.Bespa - Elomar Figueira Melo
Sinhores dono da casa
O cantadô pede licença
Prá puchá a viola rasa
Aqui na vossa presença
Prás coisa qui vô cantano
Assusta imploro atenção
Iantes porém eu peço
A Nosso Sinhor a benção
Iantes porém eu peço
A Nosso Sinhor a benção
Pois sem ele a idéia é mensa pru cantá
E prú tocá é pensa a mão
Prá todos qui istão me ôvino
Istendo a invocação
Sinhô me seja valido
Inquanto eu tivé cantano
Pra qui no tempo currido
Cumprido tenha a missão...
Foi lá nas banda do brejo
Muito bem longe daqui
Qui essas coisa se deu
Num tempo qui num vivi
Nas terra qui me avô
Herdô de meu bisavô e pai seu
Dindinha contô cuan'meu avô morreu
Minha avó contô cuan'meu avô morreu
E hoje eu canto para os filhos meus
E eles amanhã para os filhinhos seus...
Nessa terra há muitos anos
Viveu um rico sinhô
Dono deu um grande fecho
Zé Caru cantô mais Alexo
Honras viva de sua mesa
Treis son Sarafin
Treis son balancesa
Treis son Sarafin
Treis son balancesa
Suas posse era tanta
Qui se a menora num erra
Vi dizê que ele tinha
Mais de cem minreis de terra ai
Nos tempos desse sinhô
Dindinha contô pra mim
Viveu Dassanta a fulô
Filha de um tal cantadô
Anjos Alvo Sinhorin
Anjos Alvo Sinhorin
Dele o qui pude apurá
Foi o relato d'um vaquêro
Neto de um marruêro
Matadô de marruá
Qui era companhero seu
No campo do sete istrêlo
No campo do sete istrêlo
Malunga e violero
Ranca-tôco de ribada
Séro distimido e ordêro
Num gostava de zuada
Rematô o velho na fêra
Manso passô a vida intêra
Mais morreu sem temê nada ai
B.092.Beverly Hills - Luis Caldas
Meros planetas sinceros,
Ocultam mistérios,
Humanidade asteróide,
L.S. de laser e som
Com mil megatons, Orleans
Cacife alto e sério
Que justifica e que explica
Uma grande dimensão
Se o estrelato maior
É Beverly Hills,
Ainda prefiro o Rio
Vendo centauros montados
Em simples cavalos
Vi que eu estava tão doido
A ponto de delirar
Mastroiani, Delon, Jack Lemon, estripador
Romeu, Notre-Dame, cordunda, estrelato e pavor,
Se o estrelato maior
É Beverly Hills
Ainda prefiro o Rio
Detroit, Chicago, Beverly Hills
Ainda prefiro o Rio
Miami, Coliseu, Beverly Hills
Ainda prefiro o Rio.
B.091.Bom dia minha Flor - Rildo Hora/Martinho da Vila
Galo já cantou no meu terreiro
Pássaros já vão se alvoroçar
Aurora raiou
Astro-rei já vem
Bom-dia, minha flor, meu bem
Gente solta o corpo pra correr
Povo sai correndo pro trabalho
Padeiros no trigo
Enxadas nos campos
Foice nos canaviais
Você comigo
Bom-dia, bom-dia, bom-dia
Meu amor
Mundo girando
E há pés que são donos da bola
Mas as esmolas minguando
E aumentando as mãos
Bom-dia, bom-dia, bom-dia
Meu amor
A criançada já foi sonolenta pra escola
Prenda doméstica, mestra, vassoura e sabão
Bom-dia, bom-dia, bom-dia
Luta, labuta
Trabalho é fonte de vida
Vida é amor
E o amor nosso mel, nosso pão
B.090.Bruxarias e Histórias do Arco da Velha - Jorginho Dudu/Tiãozinho
Pode rogar
Praga em minha sorte
Meu santo é forte
Ninguém vai me derrubar
Sou mandingueiro , sei fazer feitiçaria
E bruxarias de todo lugar
Padre Miguel
Sua estrela manigesta na cidade
Os encantos da magia
Esconjuro, pe'de pato Mangalô três vezes
Sai prá lá com esse gato Sexta-feira treze
Tantos mistérios ao redor
Que medo nas estórias da vovô
Mas o futuro quem se atreve perguntar
Agora o meu destino: Que será?
Um novo tempo despontou
E vem trazendo amor
Ave sonhada, cristalizada
Raça dourada numa era de esplendor
O luar clareia, clareia, deixa clarear, clarear
Meia-noite, lua cheia
Oi tem magia no seu jeito de olhar.
B.089.Beijo Molhado - Belchior
Um beijo molhado, escandalizado
mas sintonizado em nossa canção...
Um beijo comprado no supermercado
transistorizado beijo do Japão...
Only you, only you sabe dar!
Marilyn, Greta, Marlene
deusas que eu amei com as mãos
A fumaça azul do cinema...
Poeira de estrelas, de sexo.../ Ilusão
Menina, quanta saude!
Fascination, Holymood de cartão postal lamê!
Tesouro da juventude, cuba libre... Anti-ilha do tesouro
que eu ganhei na matine!
Ie, Ie, Ie, Ie, Ie, only you
Moças, bonecas de louça, fofinhas, dolores de mil pasión!
Oh! Diana suburbana, sulamericana, suja de baton!
Oh! Deusa da discoteque! Oh! Musa do fliperama,
meu bichinho de neon!
Vamos de motocicleta, tomar um sorvete!
Na lanchonete sempre rola um som!
Only you, only you sabe ser, sabe dar!
Que coisa louca! Que céu da boca
um beijo, no carro, no bando de trás!
Pelvis no rock, me pegue, me toque...
Saques de sax... Você é demais!
Al dia lá delle cose piu belle
Ci sei tu, ci sei tu
Al di lá, delle stille
Ci sei tu perme
B.088.Brisa - Paquito - Poema de Manoel Bandeira
Vamos viver no Nordeste, Anarina
Vamos viver no Nordeste
Deixarei aqui, meus amigos, meus livros
Minhas riquezas, minha vergonha
Deixarás aqui tua filha, tua avo, teu marido
Teu amante
Aqui, faz muito calor
No Nordeste faz calor também
Mas lá tem brisa
Vamos viver de brisa, Anarina
Vamos viver de brisa.
B.087.Balancê - João de Barro/Alberto Ribeiro
Ô balancê, balancê...
Quero dançar com voce
Entra na roda morena
Prá ver
O balancê, balancê.
Quando por mim você passa
Fingindo que não me vê
Meu coração quase se despedaça
No balancê, balancê.
Você foi minha cartilha
Você foi meu ABC
E por isso
Eu sou a maior maravilha
Do balancê, balancê.
Eu levo a vida pensando
Pensando só em você
E o tempo passa
E eu vou me acabando
No balancê, balancê.
A.159.A Vida Inteira - Gabú
Quero te namorar
Quero ficar perto
Do seu coração
Quero ter você
A vida inteira
Quando a gente se beijar
No banco da praça
Ou na areia do mar
Vai ser pra valer
A vida inteira
Olha bem pra mim
E diz que não vai me abandonar
E se algum dia eu chorar
Vai ser de prazer e de paixão
Oh, meu bem querer
Eu sempre sofri de solidão
Preciso sentir o seu calor
Só quero você meu amor
A.158.Amor Vampiro - César Augusto/Cesar Rossini
Este amor vampiro
Esta me deixando louco
ela não tem pena
do meu coração
chega de mansinho
no meio da noite
me ama me morde o pescoço
com tanta paixão
Apaixonado
Eu fico pensando
se ela é real
se estou apenas sonhando
e assim desse jeito
nosso amor acontece
ela só sai de mim
só sai de mim
depois que o dia amanhece
amor vampiro
me deixa no corpo
um doce veneno
me deixa dormindo
e quando eu acordo
estou sempre querendo
A.157.Agalopado - Alceu Valença
Quando eu canto o seu coração se abala
Pois eu sou porta-voz da incoerência
Desprezando seu gesto de clemência
Sei que meu pensamento lhe atrapalha
Cego o sol seu cavalo de batalha
E faço a lua brilhar no meio-dia
Tempestade eu transformo em calmaria
E dou um beijo no fio da navalha
Pra dançar e cair nas suas malhas
Gargalhando e sorrindo de agonia
Se acaso eu chorar não se espante
O meu riso e o meu choro não têm planos
Eu canto a dor, o amor, o desengano
E a tristeza infinita dos amantes
Don Quixote liberto de Cervantes
Descobri que os moinhos são reais
Entre feras, corujas e chacais
Viro pedra no meio do caminho
Viro rosa, vereda de espinhos
Incendeio esses tempos glaciais
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
A.156.Artigo 26 - Ednardo
Olha o padeiro entregando o pão
De casa em casa entregando o pão
Menos naquela, aquela, aquela, aquela não
Pois quem se arrisca a cair no alçapão?
Pois quem se arrisca a cair no alçapão?
Anavantu, anavantu, anarriê
Nê pa dê qua, nê pa dê qua, padê burrê
Igualitê, fraternitê e libertê
Merci bocu, merci bocu
Não há de que
Rua Formosa, moça bela a passear
Palmeira verde e uma lua a pratear
Um olho vivo, vivo, vivo a procurar
Mais uma idéia pro padeiro amassar
Mais uma idéia pro padeiro amassar
Anavantu, anavantu, anarriê
Nê pa dê qua, nê pa dê qua, padê burrê
Igualitê, fraternitê e libertê
Merci bocu, merci bocu
Não há de que
Você já leu o artigo 26
Ou sabe a história da galinha pedrês
E me traduza aquele roque para o português
A ignorância é indigesta pro freguês
A ignorância é indigesta pro freguês
Anavantu, anavantu, anarriê
Nê pa dê qua, nê pa dê qua, padê burrê
Igualitê, fraternitê e libertê
Merci bocu, merci bocu
Não há de que
Você queria mesmo, é ser, um sanhaçu
Fazendo fiu e voando pelo azul
Mas nesse jogo lhe encaixaram, e é uma loucura
Lá vem o padeiro, pão na boca é o que te cura
Lá vem o padeiro, pão na boca é o que te cura
Anavantu, anavantu, anarriê
Nê pa dê qua, nê pa dê qua, padê burrê
Igualitê, fraternitê e libertê
Merci bocu, merci bocu
A.155.Arrastão - Edú Lobo/Vinicius de Moraes
Eh! tem jangada no mar
Hei! hei! hei!
Hoje tem arrastão
Eh! todo mundo pescar
Chega de sombra João...
Jovi, olha o arrastão
Entrando no mar sem fim
Eh! meu irmão me traz
Yemanjá prá mim...(2x)
Minha Santa Bárbara
Me abençoai
Quero me casar
Com Janaína..
Eh! puxa bem devagar
Hei! hei! hei!
Já vem vindo o arrastão
Eh! é a Rainha do Mar
Vem!
Vem na rêde João
Prá mim!...
Valha-me Deus
Nosso Senhor do Bonfim
Nunca jamais se viu
Tanto peixe assim...(2x)
Minha Santa Bárbara
Me abençoai
Quero me casar
Com Janaína..
Eh! puxa bem devagar
Hei! hei! hei!
Já vem vindo o arrastão
Eh! é a Rainha do Mar
Vem!
Vem na rêde João
Prá mim!...
Valha-me Deus
Nosso Senhor do Bonfim
Nunca jamais se viu
Tanto peixe assim...(3x)
Marcadores:
Edú Lobo,
Letra A,
Vinícius de Moraes
A.154.Abre Alas - Chiquinha Gonzaga
Ô abre alas
Que eu quero passar
Eu sou da lira
Não posso negar
Ô abre alas
Que eu quero passar
Rosa de ouro
É que vai ganhar
A.153.Abre Alas - Ivan Lins/Victor Martins
F#m B7
Abre alas pra minha folia
C#m
Já está chegando a hora
F#m B7
Abre alas pra minha bandeira
C#m
Já está chegando a hora
A7+ Bb7 G#m
Apare os teus sonhos que a vida tem dono
C#m
E ela vem te cobrar
F#m B7 E7+
A vida não era assim, não era assim
A7+ B7b G#m
Não corra o risco de ficar alegre
C#m
Pra nunca chorar
F#m B7 E7+
A gente não era assim, não era assim
...
A7+ B7b G#m
Encoste essa porta que a nossa conversa
C#m
Não pode vazar
F#m B7 E7+
A vida não era assim, não era assim
A7+ B7b G#m
Bandeira arriada, folia guardada
C#m
Pra não se usar
F#m B7 E7+
A.152.Agora - Ivan Lins/Ronaldo de Souza
Eu me lembro
Quando noite adentro
Eu me lembro
Foi você, silêncio
Eu me lembro
Você nem viu
Que eu era festa pra
você
Que eu era gente
qual você
Por isso agora
Eu sei a sua história
Melhor do que você
Meu cativeiro
Foi seu corpo inteiro
Eu vou agora
Senhor, sem hora
Por isso agora (...)
A.151.Anjo - Louro Santos
Anjo me diz
Como chegar a você
Pra qual estrela posso te chamar
Em que sonho você está
Anjo talvez
Meu olhos sequem ao sol
Mas uma noite cai o que fazer
Tudo faz lembrar você
Beijos de mel
Pra que me deste teu céu?
Se não podia mais ficar aqui comigo
Te procurei e ao mundo inteiro gritei
Eu amo você
Só penso em você
Precisas voltar que eu estou morrendo
Faça um sinal
Diz não é real
Se o sonho acabou estou te perdendo, te perdendo
A.150.A Cura - Lulu Santos
Existirá
Em todo porto tremulará
A velha bandeira da vida
Acenderá
Todo farol iluminará
Uma ponta de esperança
E se virá
Será quando menos se esperar
Da onde ninguém imagina
Demolirá
Toda certeza vã
Não sobrará
Pedra sobre pedra
Enquanto isso
Não nos custa insistir
Na questão do desejo
Não deixar se extinguir
Desafiando de vez a noção
Na qual se crê
Que o inferno é aqui
Existirá
E toda raça então experimentará
Para todo mal
A cura
Existirá
Em todo porto se estiará
A velha bandeira da vida
Acenderá
Todo farol iluminará
Uma ponta de esperança
E se virá
Será quando menos se esperar
Da onde ninguém imagina
Demolirá
Toda certeza vã
Não sobrará
Pedra sobre pedra
Enquanto isso
Não nos custa insistir
Na questão do desejo
Não deixar se extinguir
Desafiando de vez a noção
Na qual se crê
Que o inferno é aqui
Existirá
E toda raça então experimentará
Para todo mal
A cura
A.149.Amante Amado
Lá lá lá lá lá
Lá lá lá lá lá
Eu quero que você me pegue
Me abrace e me aperte
Me beije e me ame
E depois me mande embora
Que eu vou feliz da vida, amor
Quero ser mandado
Adorado
Acariciado
Machucado
E amado por você
E depois pode me mandar embora
Mesmo que sejam quatro horas da amanhã, chovendo
Fazendo frio, amor
E me proibindo de olhar pra outra mulher qualquer
Pois eu vou feliz da vida, vitorioso
Pois eu sou o seu escravo, amor
Pois eu sou o seu amante amado, amor
A.148.Abraça-me - Júlio Iglesias/R.Ferro
Abraça-me
E não me digas nada
Só abraça-me
E basta uma olhada
Para compreender
Que partirás.
Abraça-me
Como se fosee agora
A primeira vez
Como se não quisesse
Nunca me perder
Abraça-me.
E ao partir
Te esquesarás que um día
Há muito tempo já
Quando eramos pequeños
Me juraste amar
Me sentirei perdido se te vas.
Mas partirás
E sei que nada resta
Tudo levarás
Quebrando um juramento,
Nada deixarás
Momentos de ternura
Nunca mais.
Abraça-me
E não me digas nada
Só abraça-me
Não quero pensar nisto
Mas eu já sei bem
Que partirás.
Abraça-me
Como se fosse agora
A primeira vez
Como se não quisesses
Nunca me perder,
Abraça-me.
E ao partir
Deixarás silêncio para conversar
A sombra do teu corpo
E a solidão
Serão a companhía se te vas.
Mas partirás
E irá contigo o tempo,
O melhor de mim
E ficarei sofrendo
Esse amor sem fim
E esperarei que voltes
Se te vas.
A.147.A Vida Inteira te Amar - Marrom/Almir Rouche
Vivo procurando o teu sorriso, amor
Dentro dos olhos que me veem passar
Pra ter voce dentro de mim
E nunca mais nos separar
Quero desfrutar essa beleza
Desse carinho que voce me dá
Nesse balanço vou suando
Tô suando vou ficar
Dentro de voce
Vou me achar
Te fazer feliz
Me fazer sonhar
A vida inteira te amar
A vida inteira ia ia
A vida inteira querer
A vida inteira te dar
A.146.Amor Proibido - Cartola
Sabes que vou partir
Com os olhos rasos d'água
E o coração ferido
Quando lembrar de ti
Me lembrarei também
Deste amor proibido
Fácil demais
Fui presa
Servi de pasto
Em tua mesa
Mas fique certa que jamais
Terás o meu amor
Porque não tens pudor
Faço tudo para evitar o mal
Sou pelo mal perseguido
Só o que faltava era esta
Fui trair meu grande amigo
Mas vou limpar a mente
Sei que errei
Errei inocente
Sabes que vou partir
Com os olhos rasos d'água
E o coração ferido
Quando lembrar de ti
Me lembrarei também
Deste amor proibido
Fácil demais
Fui presa
Servi de pasto
Em tua mesa
Mas fique certa que jamais
Terás o meu amor
Porque não tens pudor
A.145.Amor Proibido - A.Moreira/R.Luna
Minha amiga,
deixa falar essa gente
a língua humana é serpente
que o tempo mata depois
são pessoas de corações infelizes
que não encontram os matizes
que encontramos nós dois
minha amiga,
falam de nós, mas que importa?
se o mundo nos fecha a porta
a nossa vida é tão boa
afinal, se tanta gente condena
de um grande amor deus, tem pena,
vê, compreende e abençoa
nosso amor, o nosso amor proibido
não é desse amor fingido
dos que nos ferem à-toa
meu amor, não guarde ódio nenhum
deixe essa gente comum
mata que ainda perdoa
A.144.Asa - Djavan
A manhã me socorreu com flores e aves
Suaves, soltas, em asa azul
Borboletas em bando
Diz que pedra não fala
Que dirá se falasse
Eu, Ama? Me ama
Me queima na sua cama
O veludo da fala
Disse: Beijo, que é doce
Me prende, me iguala
Me rende com sua bala
Diz que pedra não fala
Que dirá se falasse
Eu, Ama? Me ama
Me queima na sua cama
O veludo da fala
Disse: Beijo, que é doce
Me prende, me iguala
Me rende com sua bala
De disfarce de Zeus
De Juruna, na deusa Azul
Se me comover
Eu já sei que é tu
Claridade de um novo dia
Não havia sem você
Você passou e eu me esqueci
O que ia dizer
O que há pra falar
Onde leva essa ladeira
Que tristes terras vencerá
Um intérprete tocando Blues?
O que há pra falar
Onde leva essa ladeira
Que tristes terras vencerá
Um intérprete tocando Blues?
O que há pra falar
Onde leva essa ladeira
Que tristes terras vencerá
Um intérprete inventando Blues?
O que há pra falar
Onde leva essa ladeira
Que tristes terras vencerá
A.143.Acróstico - Roberto Carlos
Mais que minha própria vida
Além do que eu sonhei pra mim
Raio de luz
Inspiração
Amor, você é assim
Rima dos versos que eu canto
Imenso amor que eu falo tanto
Tudo pra mim
Amo você assim
Meu coração
Eternamente
Um dia eu te entreguei
Amor você
Mais do que tudo eu sei
O sol
Raiou pra mim quando te encontrei
A.142.Amigo Urso - Henrique Gonçalez
Amigo urso,saudação polar.
Ao leres esta,há de te lembrar,
daquela grana que te emprestei,
quando estavas mau de vida nunca te cobrei.
Hoje estás bem,e eu me encontro em apuros,
espero receber e pode ser sem juros.
Este é o motivo pelo qual lhe escrevi,
agora quero que saibas como me lembrei de ti:
Conjecturando sobre a minha sorte,
tranportei-me em pensamentos ao Pólo Norte,
e lá chegando sobre aquelas regiões,vá vendo só quais as
minhas condições:morto de fome de frio e sem abrigo.
Sem encontrar em meu caminho um só amigo,
eis que de repente vi surgir na minha frente,
um grande urso,apavorado me senti.
E ao vê-lo caminhando sobre o gelo,
porque não dizê-lo foi que me lembrei de ti.
Espero que mande pelo portador,
o que não é nem um favor,estou te cobrando o que é meu.
Se mais queiras aceitar um forte amplexo,
deste que muito te favoreceu:
Eu não sou filho de judeu,dá cá o meu.
A.141.A dança das Borboletas - Alceu Valença/Zé Ramalho
As borboletas estão voando
A dança louca das borboletas
As borboletas estão girando
Estão virando sua cabeça
As borboletas estão invadindo
Os apartamentos, cinemas e bares
Esgotos e rios e lagos e mares
Em um rodopio de arrepiar
Derrubam janelas e portas de vidro
Escadas rolantes e das chaminés
Mergulham e giram num véu de fumaça
E é como um arco-iris no centro do céu
Marcadores:
Alceu Valença,
Geraldo Azevedo,
Letra A
A.140.A Voz do Morro - Zé Keti
Eu sou o samba
A voz do morro sou eu mesmo sim senhor
Quero mostrar ao mundo que tenho valor
Eu sou o rei do terreiro
Eu sou o samba
Sou natural daqui do Rio de Janeiro
Sou eu quem levo a alegria
Para milhões de corações brasileiros
Salve o samba, queremos samba
Quem está pedindo é a voz do povo de um país
Salve o samba, queremos samba
Essa melodia de um Brasil feliz
A.139.A Raça Humana - Gilberto Gil
A raça humana é
Uma semana
Do trabalho de deus
A raça humana é a ferida acesa
Uma beleza, uma podridão
O fogo eterno e a morte
A morte e a ressurreição
A raça humana é o cristal de lágrima
Da lavra da solidão
Da mina, cujo mapa
Traz na palma da mão
A raça humana risca, rabisca, pinta
A tinta, a lápis, carvão ou giz
O rosto da saudade
Que traz do gênesis
Dessa semana santa
Entre parênteses
Desse divino oásis
Da grande apoteose
Da perfeição divina
Na grande síntese
A raça humana é
Uma semana
Do trabalho de deus
A raça humana é
Uma semana
A.138.A Mão da Limpeza - Gilberto Gil
O branco inventou que o negro
Quando não suja na entrada
Vai sujar na saída, ê
Imagina só
Vai sujar na saída, ê
Imagina só
Que mentira danada, ê
Na verdade a mão escrava
Passava a vida limpando
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o negro penava, ê
Mesmo depois de abolida a escravidão
Negra é a mão
De quem faz a limpeza
Lavando a roupa encardida, esfregando o chão
Negra é a mão
É a mão da pureza
Negra é a vida consumida ao pé do fogão
Negra é a mão
Nos preparando a mesa
Limpando as manchas do mundo com água e sabão
Negra é a mão
De imaculada nobreza
Na verdade a mão escrava
Passava a vida limpando
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o branco sujava, ê
Imagina só
Eta branco sujão
A.137.Anjo Avesso - Carlos Fernando
Safada era a cara do anjo
Que no quarto noturno pintou
No meu ouvido falou
Loucuras de amor
Pegou minha mão e saímos na troca de passos
Que beijo molhado, escandalizado
Que até minha gata se escandalizou
Com um penacho de índio ele me coroou
Sou anjo avesso, sou Tupã presente
Guerreiro sempre, galho da semente
Do algodão, do pau-brasil
Da serpentina que coloriu
Os olhos do cego, a voz do anão
A vida e o meu coração de leão
A.136.Anunciação - Aleu Valença/Walter Queiroz
Na bruma leve das paixões que vêm de dentro
Tu vens chegando pra brincar no meu quintal
No teu cavalo peito nu cabelo ao vento
E o sol quarando nossas roupas no varal
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
A voz de um anjo sussurrou no meu ouvido
E eu não duvido já escuto os teus sinais
Que tu virias numa manhã de domingo
Eu te anuncio nos sinos das catedrais
A.135.Adeus Batucada - Sinval Silva
Adeus, adeus
Meu pandeiro do samba
Tamborim de bamba
Já é de madrugada
Vou-me embora chorando
Com meu coração sorrindo
E vou deixar todo mundo
Valorizando a batucada
Adeus, adeus
Meu pandeiro do samba
Tamborim de bamba
Já é de madrugada
Vou-me embora chorando
Com meu coração sorrindo
E vou deixar todo mundo
Valorizando a batucada
Em criança com samba eu vivia sonhando
Acordava e estava tristonha chorando
Jóia que se perde no mar
Só se encontra no fundo
Samba mocidade
Sambando se goza
Nesse mundo
E do meu grande amor
Sempre eu me despedi sambando
Mas da batucada agora me despeço chorando
E guardo no lenço esta lágrima sentida
Adeus batucada
Adeus batucada querida
A.134.A Noite - Ivan Lins/Victor Martins
Ô Antonico
Vim lhe pedir um favor
Que só depende de sua boa vontade
É necessária uma viração pro Nestor
Que está vivendo em grande dificuldade
Ele está mesmo dançando na corda bamba
Ele é aquele que na escola de samba
Toca cuíca, toca surdo e tamborim
Faça por ele como se fosse por mim
Até muamba já fizeram pro rapaz
Porque no samba ninguém faz o que ele faz
Eu hei de vê-lo muito bem
Se Deus quiser
E agradeço pelo que você fizer
A.133.Antônico - Ismael Silva
Ô Antonico
Vim lhe pedir um favor
Que só depende de sua boa vontade
É necessária uma viração pro Nestor
Que está vivendo em grande dificuldade
Ele está mesmo dançando na corda bamba
Ele é aquele que na escola de samba
Toca cuíca, toca surdo e tamborim
Faça por ele como se fosse por mim
Até muamba já fizeram pro rapaz
Porque no samba ninguém faz o que ele faz
Eu hei de vê-lo muito bem
Se Deus quiser
E agradeço pelo que você fizer
A.132.Acrílico - Caetano Veloso
Olhar colírico
Lírios plásticos do campo e do contracampo
Telástico cinemascope teu sorriso tudo isso
Tudo ido e lido e vindo do vivido
Na minha adolescidade
Idade de pedra e paz
Teu sorriso quero no meu canto
Ainda canto o ido tido o dito
O dado o consumido
O consumado
Ato
Do amor morto motor da saudade
Diluído na grandicidade
Idade de pedra ainda
Canto quieto o que conheço
Quero o que não mereço
O começo
Quero canto de vinda
Divindade do duro totem futuro total
Tal qual quero canto
Por enquanto apenas mino o campo ver-ter
Acre e lírico o sorvete
Acrílico Santo Amargo da Purificação
A.131.A Lapa - Benedito Lacerda/Herivelto Martins
A Lapa
Está voltando a ser
A Lapa
A Lapa, confirmando a tradição
A Lapa, é o ponto maior do mapa
Do Distrito Federal
Salve a Lapa.
O Bairro das quatro letras
Até um rei conheceu
Onde tanto malandro viveu
Onde tanto valente morreu
Enquanto a cidade dorme
A Lapa fica acordada
Acalentando quem vive
De madrugada !
A.130.A tua vida é um segredo - Lamartine Babo
A tua vida é...é um segredo
É um romance e tem...e tem enredo
A tua vida, é um livro amarelado
Lembranças do passado
Folhas soltas da saudade
A tua vida, romance igual ao meu
Igual a muitos outros
Que o destino me escreveu
A tua vida, foi sonho e foi ventura
Foi lágrima caída
No caminho da amargura
São nossas vidas
Comédias sempre iguais
Três atos de mentira
Cai o pano e nada mais
A.129.Amanhã ou Depois
Meu irmão amanhã ou depois
A gente se encontra no velho lugar
Se abraça e fala da vida que foi aí
E conta as estrelas nas pontas dos dedos
Pra ver quantas brilham e qual se apagou
Amanhã ou depois
sábado, 26 de outubro de 2013
A.128.Aquele Abraço - Gilberto Gil
O Rio de Janeiro continua lindo
O Rio de Janeiro continua sendo
O Rio de Janeiro, fevereiro e março
Alô, alô, Realengo - aquele abraço!
Alô, torcida do Flamengo - aquele abraço!
Chacrinha continua balançando a pança
E buzinando a moça e comandando a massa
E continua dando as ordens no terreiro
Alô, alô, seu Chacrinha - velho guerreiro
Alô, alô, Terezinha, Rio de Janeiro
Alô, alô, seu Chacrinha - velho palhaço
Alô, alô, Terezinha - aquele abraço!
Alô, moça da favela - aquele abraço!
Todo mundo da Portela - aquele abraço!
Todo mês de fevereiro - aquele passo!
Alô, Banda de Ipanema - aquele abraço!
Meu caminho pelo mundo eu mesmo traço
A Bahia já me deu régua e compasso
Quem sabe de mim sou eu - aquele abraço!
Pra você que meu esqueceu - aquele abraço!
Alô, Rio de Janeiro - aquele abraço!
Todo o povo brasileiro - aquele abraço!
A.127.Antes que seja tarde - Ivan Lins/Victor Martins
Com força e com vontade
A felicidade há de se espalhar
Com toda intensidade
Háa de molhar o seco
De enxugar os olhos
De iluminar os becos
Antes que seja tarde
Há de assaltar os bares
E retomar as ruas
E visitar os lares
Antes que seja tarde
Há de rasgar as trevas
E abençoar o dia
E de guardar as pedras
Antes que seja tarde
Há de deixar sementes
No mais bendito fruto
Na terra e no ventre
Antes que seja tarde
Há de fazer alarde
E libertar os sonhos
Da nossa mocidade
Antes que seja tarde
Há de mudar os homens
Antes que a chama apague
Antes que a fé se acabe
Antes que seja tarde.
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
G.040.Graças a Deus - Roberto Martins/Oswaldo Santiago
Graças a Deus, tenho um amor
Nos olhos meus não há sombra de dor,
É claro o céu, é verde o mar,
Graças a Deus, eu vivo a cantar.
Antes de ter teu amor, esperei
Sofri, chorei, ninguém me quis
Hoje porém a minha alma te diz:
Graças à Deus me fizeste feliz.
G.039.General da Banda - Satyro de Melo/Tancredo Silva
Chegou o general da banda ê! ê!
Chegou o general da banda ê! á!
Chegou o general da banda ê! ê!
Chegou o general da banda ê! á!
Mourão! Mourão!
Vara madura que não cai
Mourão! Mourão!
Oi, catuca por baixo
Que ela vai (ôba)
para acabar
G.038.Garoto da Rua - René Bitencourt
Garoto da rua
Que anda rasgado
Com o bolso pesado
De bolas de gude
Que estuda sem livros
A filosofia
Buscando alegria
Num fardo tão rude
Garoto da rua
Que corre na frente
Da turma valente
Que tasca balão
Na bola de meia
É craque afamado
E rei coroado
Cravando pião
Garoto da rua
Que é bamba da zona
Que pega carona
Melhor que ninguém
Ao vê-Io relembro
Saudosa quimera
O tempo que eu era
Garoto também
G.037.Guerreira - João Nogueira/Paulo César Pinheiro
Se vocês querem saber quem eu sou
Eu sou a tal mineira
Filha de Angola, de Keto e Nágô
Não sou de brincadeira
Canto pelos sete cantos
Não temo quebrantos
Porque eu sou guerreira
Dentro do samba eu nasci
Me criei me converti
E ninguém vai tombar a minha
bandeira, Ó, Ô, Ô
Bole com samba que eu caio
E balanço o balaio
No som dos tantãs
Rebolo que deito e que rolo
Me embalo e me embolo
Nos balangandãs
Bambeia de lá que eu bambeio
Nesse bamboleio
Que eu sou bambambã
Que o samba não tem cambalacho
Vai de cima embaixo
Pra quem é seu fã
E eu sambo pela noite inteira
Até amanhã de manhã
Sou a mineira guerreira
Filha de Ogum com Yansã.
G.036.Grafitti - Guilherme Arantes
Incomoda muita gente
Se você vai fundo no que faz
Incomoda o seu caminho
Diferente
Incomoda um ser humano
singular
Na esquina do horizonte
Com os seus olhos
Picha o muro pra você se lembrar
Tudo que eles querem é te usar
Saco de pandaca de piranha
De suas dúvidas alguém que
sintonizará
Mesmo sem querer
Uma insuportável vontade de viver
Na esquina do horizonte
Com os seus olhos
Picha o muro pra você se lembrar
Saco de pandaca de piranha
De suas dúvidas alguém que
sintonizará
Mesmo sem querer
Uma insuportável vontade de viver
Na esquina do horizonte
Com os seus olhos
Picha o muro pra você se lembrar
G.035.Goma de Mascar - Gilberto Gil
Como goma de mascar
Mascar e mascar e buscar o sabor
Onde já não há sabor
Onde já não há sabor
Como ferro de engomar
Passar e passar até fazer do amor
Lenço sem dobras de dor
Lenço sem dobras de dor
Como sempre admirar
O que quer que faça rima
Como irma, como Maria e mar
O que quer que esteja acima
Do nível do medo de amar
O que quer que faça feliz
Como botar os pingos nos is
Pingos nos is das ilusões
O que quer que mereça um bis
Como goma de mascar
Como goma de mascar
O que quer que mereça um bis
Como goma de mascar
G.034.Giulieta Masina - Caetano Veloso
Palperas na neblina pele d´alma
Lagrima negra tinta
Lua lua lua lua
Giulieta masina
Ah, puta de uma outra esquina
Ah, minha vida sozinha
Ah, tela de luz purissima
(existirmos a que sera que se destina)
Ah, Guilieta masina
Ah, video de uma outra luz
Palperas na neblina pele d´alma
Giulietta masina
Aquela cara é o coração
De Jesus
G.033.Girassol - Alceu Valença
Mar e sol
gira gira gira sol
um girassol nos
seus cabelos
batom vermelho.
girassol
morena flôr do
desejo
a teu cheiro em
meu lençol
desço pra rua
sinto saudade
gata selvagem
sou caçador
morena flor do
desejo
a teu cheiro em
matador
G.032.Guerreira Rainha - Roberto Mendes/Jorge Pontual
Esse mundo é meu
Esse mundo é de quem chegar
Esse mundo é de quem lutar
Nesse mundo de Deus
O sol nasceu
Pode estar
Do outro lado da linha
Pode espiar
Clareou vida minha
Pode espiar
Tudo resplandeceu
O amor me deu
Pode espiar
Tudo que eu não tinha
Sou guerreira e rainha
Nesse reino que é meu
O amor me deu
Esse mundo é meu
Esse mundo é de quem chegar
Esse mundo é de quem lutar
Nesse mundo de Deus
Aconteceu
Pode espiar
Que o mundo caminha
Pode espiar
Coração adivinha
Pode espiar
E outro tempo nasceu
Agora eu
Pode espiar
Estou muito na minha
Sou guerreira e rainha
Desse reino que é meu
Esse mundo é meu
Esse mundo é de quem chegar
Esse mundo é de quem lutar
Nesse mundo de Deus
G.031.Gaiolas Abertas - João Donato/Martinho da Vila
Voa, voa passarinha voa
A gaiola esta aberta
Nada já te prende mais
Voa, bate asa e vai embora
Mas há perigos la fora
Visgos e pedras mortais
Voa, pra ser livres valem os riscos
Voa, foge lá pros altos picos
Canta pra chamar o companheiro
Que anda voando fagueiro
Entre frutas tropicais.
G.030.Garganta Profunda (Lero-Lero) - Edú Lobo/Cacaso
Sou brasileiro de estatura mediana
Gosto muito de fulana
Mas sicrana é quem me quer
Sou brasileiro de estatura mediana
Gosto muito de fulana
Mas sicrana é quem me quer
Porque no amor
Quem perde quase sempre ganha
Veja só que coisa estranha
Saia dessa, se puder
Não guardo mágoa não blasfemo não
pondero
Não tolero lero-lero
Devo nada pra ninguém
Não guardo mágoa não blasfemo não
pondero
Não tolero lero-Iero
Devo nada pra ninguém
Sou descansado
Minha vida eu levo a muque
Do batente pro batuque
Faço como me convém
Eu sou poeta e não nego a minha raça
Faço versos por pirraça
E também por precisão
De pé quebrado verso branco, rima rica
Negaceio, dou a dica
Tenho a minha solução
Brasileiro tarupeba taturana
Bom de bola ruim de grana
Tabuada sei de cor
Sou brasileiro tatupeba taturana
Bom de bola ruim de grana
Tabuada sei de cor
Quatro vez sete vinte oito noves fora
Ou a onça me devora
Ou no fim vou rir melhor
Não entro em rima, não adoço não tempero
Não remarco o marco zero
Se falei não volto atrás
Por onde passo deixo rastro deito fama
Desarrumo toda trama
Desacato satanás
Brasileiro de estatura mediana
Gosto muito de fulana
Mas sicrana é quem me quer
Porque no amor
Quem perde quase sempre ganha
Veja só que coisa estranha
Saia dessa, se puder
Diz um ditado natural da minha terra
Bom cabrito é o que mais berra
Onde canta o sabiá
Diz um ditado natural da minha terra
Bom cabrito é o que mais berra
Onde canta o sabiá
Desacredito no azar da minha sina
Tico-tico de rapina
G.029.Guerreiro - Alceu Valença
Desenhei o seu rosto
Numa nuvem clara
Espero sentado
Voce vai pagar
Do verao pro inverno
Eu não perco a calma
Vou beber a lagrima
Que voce chorar
Tô cobrando meu troco
Rogando uma praga
Um rio de magoa
Voce vai chorar
Sou um poço de sede
Cacimba sem agua
Vou beber a lagrima
Que voce chorar
G.028.Guarde nos Olhos - Ivan Lins/Vitor Martins
Guarde nos olhos
A água mais pura da
fonte
Beba esse horizonte
Toque nessas manhas
Guarde nos olhos
A gota de orvalho
chorando
Guarde o cheiro do
cravo
Do jasmim, do hortelã
Guarde o riso
Como nunca se fez
Corra os campos
Pela última vez
Guarde nos olhos
A chuva que faz as
enchentes
Vai um pouco com a
gente
Rumo à capital
Vai dentro da gente
Vamos pra Capital
Guarde o riso (...)
Tá nos olhos da gente
Vamos pra Capital.
G.027.Galos, Noites e Quintais - Belchior
Quando eu não tinha o olhar lacrimoso
que hoje eu trago e tenho;
quando adoçava o meu pranto e meu sono
no bagaço de cana do engenho;
quando eu ganhava esse mundo de meu Deus
fazendo, eu mesmo, o meu caminho
por entre as fileiras do milho verde - que ondeia
com saudade do verde marinho;
eu era alegre como um rio,
um bicho
um bando de pardais
como um galo...quando havia!
quando havia galos, noites e quintais
Mas veio o tempo negro e a força fez
comigo o mal qua a força sempre faz
Não sou feliz mas não sou mudo
hoje eu canto muito
Não sou feliz mas não sou mudo
G.026.Gota de Sangue - Angêla Rô Rô
Não tire da minha mão esse copo
Não pense em mim quando eu calo de dor
Olha meus olhos repletos de ânsia e de amor
Não me perturbe e nem fique a vontade
Tira do corpo essa roupa e maldade
Venha de manso ouvir
O que eu tenho a contar
Não é muito nem pouco
Eu diria não é pra rir
Mas nem sério seria
É só uma gota de sangue
Em forma verbal
Deixa eu sentir muito além do ciúme
Deixa eu beber teu perfume
Embriagar a razão
Porque não volto atrás
Quero você mais e mais que um dia
Não tire da minha boca esse beijo
Nunca confunda carinho e desejo
Beba comigo a gora de sangue
Final
G.025.Geração 2000 - Paulinho Levi
Olha o visual, olha o visual
O gerasamba tá matando a pau
Olha o visual, olha o visual
Olha o visual, olha o visual
Sou da Bahia, sou do gera, ra
Sou da Bahia, sou do samba, ba
Sou da Bahia, sou do Brasil
Sou gera samba, geração 2000
Se gostou bate palma mainha
Se gostou bate o pé, neguinha
Olha o gute-gute, lourinha
Vem ver como é, gatinha
Sacudiu, balançou
Foi no gera que a gente quebrou
Balançou, sacudiu
Foi o gera que a gente pediu
G.024.Guerrilhas Mentais - Fauzi Baydoun
São tantas batalhas perdidas
Em tantas intrigas verbais
Fazendo sangrar as feridas
Com palavras ferinas, letais
Não bastassem as perdas sofridas
Em outras tantas guerrilhas mentais
Traumas, barreiras erguidas
Sem razões, desilusões sentidas demais
Maninha, o bom dessa vida
É saber não querer só ter mais
Ver sua missão cumprida
Vida simples vivida em paz
É preciso aceitar o destino
Se possível tentar melhorar
O amor é um fruto divino
Se você souber semear...
Ele vinga, ele vingará...
Porque tudo virá no seu tempo,
Tudo no seu dia virá,
Então jogue suas mágoas no vento
E deixe essa água rolar...
Deixa rolar, rolar,
Deixa rolar.
G.023.Gaúcho Largado - Pedro Raymundo
Quando eu ponho minhas botas
Bombacha e lenço encarnado
Toda gente logo grita
Éta! Gaucho largado
Se monto no meu cavalo
No meu pingo pangaré
Por Deus que sou cobiçado
Por mais de trinta "muié"
E quando eu chego num baile
Sapateio na entrada
Se alguem me chamar a atenção
A "peleia" tá formada
Atiro no candieiro
E vou brigar no escuro
Se morrer pocuo me importa
Mas desaforo eu não aturo
Encosto numa parede
E mando vir quem quiser
Venha velho, venha moço
Só não me venha mulher
Arranco do meu facão
Manejo sem atrapalho
Nos magros eu dou de prancha
Nos gordos eu dou de talho
Quando eu ponho minhas botas
Bombacha e lenço encarnado
Toda gente logo grita
Éta! Gaucho largado
Se monto no meu cavalo
No meu pingo pangaré
Por Deus que sou cobiçado
Por mais de trinta "muié"
G.022.Gente - Caetano Veloso
Gente olha pro ceu, gente quer saber o um
Gente é o lugar de se perguntar o um
Das estrelas se perguntaram se tantas são
Cada estrela se espanta a cada explosão
Gente é muito bom, gente deve ser o bom
Tem de se cuidar, de se respeitar o bom
Está certo dizer que estrelas estão no olhar
De alguém que o amor te elegeu pra amar
Marina, Bethania, Dolores, Renata, Leilinha, Suzana, Dedé
Gente viva brilhando, estrelas na noite
Gente quer comer, gente quer ser feliz
Gente quer respirar ar pelo nariz
Não, meu nego, não traia nunca essa força não
Essa força que mora em seu coração
Gente lavando roupa, amassando pão
Gente pobre arrancando a vida com a mão
No coração da mata gente quer prosseguir
Quer durar, quer crescer, gente quer luzir
Rodrigo, Roberto, Caetano, Francisco, Moreno, Gilberto, João
Gente é pra brilhar, prá não morrer de fome
Gente desse planeta do ceu de anil
Gente, não entendo, gente, nada nos viu...
Gente, espelho de estrelas, reflexo do esplendor
Se as estrelas são tantas, só mesmo amor
Mauricio, Lucila, Gidasio, Ivonete, Agripino, Gracinha, Zezé
Gente espelho da vida, você mistério...
G.021.Goteira - Luiz Fidelis
Meu amor ficou chorando
Feito uma goteira
Quando eu lhe disse
Que voltava sexta-feira
E que nunca ninguém
Morreu de saudade
Cá prá nós quase que eu morro
Quando ela me deixou
Não é estória de trancoso
Eu até fui para o doutor
E ele me disse
Que nunca ninguem
Morreu de saudade
G.020.Gema - Caetano Veloso
Brilhante, ê
De noite dentro da mata
Na escuridão luz exata
Vejo você
Divina, ê
Diamantina presença
Na solidão de quem pensa
só em você
Esquecer, não
Revelação
Deixa eu Ver
Pedra-clarão da floresta
Gema do olho da festa
Deixa eu saber
Meu amor ,
Dona da minha cabeça
Não, nunca desapareça
De seu amor
Esquecer, não
Me perder, não
Estrela, ê
Na taça negra da selva
Gota de luz sobre a relva
Meu bem querer
Lua-Sol ê
Centro do meu pensamento
Meu canto dentro do vento
Busca você
Esquecer, não
Esconder, não
Brilhante ê.
G.019.Geleia Geral - Gilberto Gil/Torquato Neto
O poeta desfolha a bandeira
E a manhã tropical se inicia
Resplandente, candente, fagueira
Num calor girassol com alegria
Na geléia geral brasileira
Que o Jornal do Brasil anuncia
É bumba-iê-iê-boi
Ano que vem, mês que foi
É bumba-iê-iê-iê
É a mesma dança, meu boi
Alegria é a prova dos nove
A tristeza teu porto seguro
Minha terra onde o sol é mais limpo
Em Mangueira onde o samba
é mais puro
Tumbadora na selva selvagem
Pindorama pais do futuro
É bumba-iê-iê-boi... ] Bis
É a mesma dança na sala,
no Canecão, na TV
E quem não dança não fala
Assiste a tudo e se cala
Não vê no meio da sala
As relíquias do Brasil:
Doce mulata malvada
Um elepê de Sinatra
Maracujá, mês de abril
Santo barroco baiano
Superpoder de paisano
Formiplac e céu de anil
Três destaques da portela
Carne seca na janela
Alguém que chora por mim
Um carnaval de verdade
Hospitaleira amizade
Brutalidade e jardim
É bumba-iê-iê-boi... ] Bis
Plurialva, contente, brejeira
Miss Linda Brasil diz bom dia
E outra moça também Carolina
Da janela examina a folia
Salve o lindo pendão dos seus olhos
E a saúde que o olhar irradia
É bumba-iê-lê-boi.. ] Bis
O poeta desfolha a bandeira
E eu me sinto melhor colorido
Pego um jato, viajo, arrebento
Com roteiro do sexto sentido
Voz do morro
Pilão de concreto
Tropicália
Bananas ao vento
G.018.Gostoso Demais - Nando Cordel/Dominguinhos
Tô com saudades de tu meu dcsejo
Tô com saudades do beijo e do mel
Do teu olhar carinhoso
Do teu abraço gostoso
De passear no teu céu
É tão difícil ficar sem você
O teu amor é gostoso demais
Teu cheiro me dá prazer
Quando estou com você
Estou nos braços da paz
Pcnsamento viaja e vai buscar
Meu bem querer não posso ser feliz assim
Tem dó de mim o que que eu posso fazer
Tô com saudadcs de tu mcu desejo... (voltar ao início)
G.017.Gatinha Manhosa - Erasmo Carlos
Meu bem já não precisa falar comigo
dengosa assim
Briga, para depois ganhar mil
mil carinhos de mim
Se eu aumento a voz, você faz beicinho
e chora baixinho
E diz que a emoção dói seu coração
Já não acredito se você chora
dizendo me amar
Eu sei que na verdade carinhos
você quer ganhar
Um dia gatinha manhosa eu prendo
você no meu coração
Quero ver você fazer manha então,
presa no meu coração
Quero ver você.....
G.016.Geni e o Zepelim - Chico Buarque
De tudo que é nego torto
Do mangue e do cais do porto
Ela já foi namorada
O seu corpo é dos errantes
Dos cegos dos retirantes
É de quem não tem mais nada
Dá-se assim desde menina
Na garagem, na cantina
Atrás do tanque, no mato
É a rainha dos detentos
Das loucas, dos lazarentos
Dos moleques do internato
E também vai amiúde
Com os velhinhos sem saúde
E as viúvas sem porvir
Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir
Joga pedra na Geni
Joga pedra na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela da pra qualquer um
Maldita Geni
Um dia surgiu brilhante
Entre as nuvens flutuante
Um enorme zepelim
Palrou sobre os edifícios
Abriu dois mil orifícios
Com dois mil canhões assim
A cidade apavorada
Se quedou paralisada
Pronta pra virar geléia
Mas do zepelim gigante
Desceu o seu comandante
Dizendo mudei de idéia
Quando vi nesta cidade
Tanto horror e iniqüidade
Resolvi tudo explodir
Mas posso evitar o drama
Se aquela formosa dama
Esta noite me servir
Essa dama era Geni
Mas não pode ser Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
Mas de fato logo ela
Tão coitada e tão singela
Cativara o forasteiro
O guerreiro tão vistoso
Tão temido e poderoso
Era dela, prisioneiro
Acontece que a donzela
E Isso era segredo dela
Também tinha seus caprichos
E a deitar com um homem tão nobre
Tão cheirando a brilho e a cobre
Preferia amar com os bichos
Ao ouvir tal heresia
A cidade em romaria
Foi beijar a sua mão
O prefeito de joelhos
O bispo de olhos vermelhos
E o banqueiro com um milhão
Vai com ele, vai Geni
Vai com ele, vai Geni
Você pode nos salvar
Você vai nos redimir
Você dá prá qualquer um Bendita Geni
Foram tantos os pedidos
Tão sinceros, tão sentidos
Que ela dominou seu asco
Nessa noite lancinante
Entregou-se a tal amante
Como quem dá-se ao carrasco
Ele fez tanta sujeira
Lambuzou-se a noite inteira
Até ficar saciado
E nem bem amanhecia
Partiu numa nuvem fria
Com seu zepelim prateado
Num suspiro aliviado
Ela se virou de lado
E tentou até sorrir
Mas logo raiou o dia
E a cidade em cantoria
Não deixou ela dormir
Joga pedra na Geni
Joga pedra na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
G.015.Gabril - Beto Guedes/Ronaldo Bastos
É só de ninar
E de desejar que a luz do nosso
amor
Matéria prima dessa canção
Fique a brilhar
E é prá você
E pra todo mundo que quer trazer
assim
A paz no coração meu pequeno
amor
E de você me lembrar
Toda vez que a vida mandar olhar
por céu
Estrela da manhã
Meu pequeno grande amor
Que é você Gabriel
Pra poder ser livre como a gente
quis
Quero te ver feliz
G.014.Genipapo - Jota Júnior/Fernando Luz/Oldemar
Cai a turma no samba
E ninguém mandou
Genipapo maduro
Cai do galho
E ninguém balançou.
Ô ô ô caso é maneirar
Ô ô ô que o galho vai quebrar
Ô ô ô é só me acompanhar
Ô ô ô a nêga vai balançar
G.013.Genipapo Absoluto - Caetano Veloso
Como será pois se ardiam fogueiras
Com olhos de areia quem viu
Praias paixões fevereiros
Não dizem o que junhos de fumaça e frio
Onde e quando é genipapo absoluto
Meu pai, seu tanino, seu mel
Prenso, esperança, sofrer prazeria
Promessa poesia Mabel
Contar é mais do que lembrar
É mais do que ter tido aquilo então
Mais do que viver do que sonhar
É ter o coração daquilo
Tudo são trechos que escuto: vêm dela
Pois minha mãe é minha voz
Cama será que isso era este som
Que hoje sim gera sóis dói em dós
Aquele que considera
A saudade uma mera contraluz que vem
Do que deixou pra trás
Não esse só desfaz o signo
E a “rosa também”
G.012.Garça Branca - Marcus Viana
Quando é cheia no Pantanal
E a terra espelho do azul
Jacaré em beira de rio
É pião à chorar
o amor da morena
Que foi na chalana
Prá não mais voltar
Lua cheia no Pantanal
Coração pantaneiro é
Garça branca em beira de rio
Bebendo da luz
Pião à sonhar com amor da morena
Feita pra amar
Coração de bruaca á á
Tuiuiú que não quer voar
Jardim velho que só dá flor
Se a chama do amor cair e levar
o fundo da alma e a tristeza levar.
G.011.Gota D'Agua - Chico Buarque
Já lhe dei meu corpo, não me servia
Já estanquei meu sangue, quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da feta
Por favor
Deixa em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção
faça não
Pode ser a gota d´agua
terça-feira, 27 de agosto de 2013
B.086.Bloco do Prazer - Moraes Moreira/Fausto Nilo
Ouça a Música
Vem meu amor feito louca
Que a vida tá curta
E eu quero muito mais
Mais que essa dor que arrebenta
A paixão violenta
Oitenta carnavais
Pra libertar meu coração
Eu quero muito mais
Que o som da marcha lenta
Eu quero um novo balancê
E o bloco do prazer
Que a multidão comenta
Não quero oito e nem oitenta
Eu quero o bloco do prazer
E quem não vai querer?
Mamãe mamãe eu quero sim
Quero ser mandarim
Cheirando gasolina
Na fina flor do meu jardim
Assim como carmim
Da boca das meninas
Que a vida arrasa e contamina
O gás que embala o balancê
Vem meu amor feito louca
Que a vida tá curta
E eu quero muito mais
Mais que essa dor que arrebenta
A paixão violenta
Oitenta carnavais
B.085.Beijo Veneno - Cecéu/Antonio Barros
Teu beijo tem veneno
Teu carinho me enlouquece
Ah, meu bem, se eu pudesse
Me livrar do seu calor
Eu saía correndo
Me dando a quem me quisesse
Por que você não merece
Meu coração, meu calor
Mas, meu bem, acontece
Que você naquela hora
Me estraçalha, me devora
Com teu jeito sedutor
É muito bom
É bom demais
É tão gostoso
O mal que você me faz
B.084.Beco do Siri - Nêgo Júlio/Domingos Sérgio
O ai que ela fazia
O ui que ele dizia
Era a moqueca de siri
Que eles tanto comiam
E tinha uma pimenta
Que tanto ardia
Ela gritava: ai!
Ele gritava: ui!
Ai, ui, tá ardendo, ui
Ai, ui, tá ardendo, pai
Lá na rua tem um beco
Beco do siri
Quando escurece
A galera grita assim:
Ai, ui, tá ardendo, ui
Ui, ai, tá ardendo, pai
No silêncio da noite
A mulher me chama
Estou travado
Vou cair na cama
Ai, ui, tá ardendo, ui
Ui, ai, tá ardendo, pai
B.083.Baião da Penha - Guio de Morais/David Nasser
Demonstrando a minha fé
Vou subir a Penha a pé
Pra fazer minha oração
Vou pedir à padroeira
Numa prece verdadeira
Que proteja o meu baião
Penha, Penha
Eu vim aqui me ajoelhar
Venha, Venha
Trazer paz para o meu lar (2X)
Nossa senhora da Penha
Minha voz talvez não tenha
O poder de te exaltar
Mas dê benção padroeira
Pra essa gente brasileira
Que quer paz pra trabalhar
Penha, Penha
Eu vim aqui me ajoelhar
Venha, Venha
Trazer paz para o meu lar (2X)
B.082.Boas Vindas- Caetano Veloso
Sua mãe e eu
Seu irmão e eu
E a mãe do seu irmão
Minha mãe e eu
Meus irmãos e eu
E os pais da sua mãe
E a irmã da sua mãe
Lhe damos as boas-vindas
Boas-vindas, boas-vindas
Venha conhecer a vida
Eu digo que ela é gostosa
Tem o sol e tem a lua
Tem o medo e tem a rosa
Eu digo que ela é gostosa
Tem a noite e tem o dia
A poesia e tem a prosa
Eu digo que ela é gostosa
Tem a morte e tem o amor
E tem o mote e tem a glosa
Eu digo que ela é gostosa
Eu digo que ela é gostosa
Sua mãe e eu
Seu irmão e eu
E o irmão da sua mãe
B.081.Bambeia - Carlinhos Brown/Ninha
Sambador prepara a roda
Para arrepiar a aldeia
Quantas léguas faz um pé
Quando escuto o rum pi lé
Peraí que o corpo bambeia
Na escada do Quebra-Bunda
Mora uma moça parideira
Na quadra da timbalada
Tem dez filhas sambadeiras
Samba da bochecha inchada
Samba da bochecha cheia
Vem subir ladeira
Peraí que o corpo bambeia
Moça da ladeira
Peraí que o corpo bambeia
Vem subir ladeira
Peraí que o corpo bambeia
Vem dançar ladeira
Peraí que o corpo bambeia
Menina da ladeira
Peraí que o corpo bambeia
Sambador prepara ...
Vem subir ladeira
Peraí que o corpo bambeia
Moça da ladeira
Peraí que o corpo bambeia
Vem subir ladeira
Peraí que o corpo bambeia
Dança de ladeira
Peraí que o corpo bambeia
Lada na ladeira
Peraí que o corpo bambeia
Menina que sobe e desce ladeira
Peraí que o corpo bambeia
Vem subir ladeira
Peraí que p corpo bambeia
Bate mão para sambar
B.080.Beijo em Alto Mar - Bell Marques
Eu nunca vi tantas flores lindas
Rosas tão belas assim nunca vi
Requebro, molejo, sensuais
Um dengo gostoso demais
Carnaval nunca acaba
Se você me faz um carinho
Quando ela chega o medo se vai
Traz um perfume na pele
Que me satisfaz
Bela flor, céu azul
Teu corpo no meu corpo, corpo nu
Aconchega no meu peito
Vem matar esse desejo sem fim
Me enche de esperança e vem dançar
Quero esse beijo nem que seja em alto mar
O teu ciume só me faz enlouquecer
Tô viajando nesse sonho de amor com você
Vem, vem pra cá
Quero esse beijo nem que seja em alto mar
Vem, me dizer
Tô viajando nesse sonho de amor com você
B.079.Baião de Rua - Nonato Luiz/Fausto Nilo
Olho de menino da cidade
Não demora sabe vadiar
Carro, geladeira, liberdade
Tudo chora pelo seu olhar
É um menino nú
Que brotou do chão
Perto do sinal
Perdeu a luz, pedindo pão
Quando a lua branca
Vai subindo aos pedaços sobre a construção
Eu fico sonhando em teus braços
E adormeço na televisão
Fica tudo azul
Quando a noite cai
Onde a vida vai
Até nascer o sol
Somos um, somos dois, somos três
No asfalto, somos quatro
Contra cinco
Somos sete, canivetes
Um biscoito pra nós oito
E um bilhão pro barão
Ô baião
do Brasil baião
Um anum, dois arroz
Três pedrez, pau no gato
Pé de pato, pé de pinto
Um pivete e sua gilete
Não tem bola, quero cola
B.078.Boiadeiro - Armando Cavalcanti/Klecius Caldas
Vai, boiadeiro que o dia já vem
Guarda o teu gado e vai pra junto do teu bem
De manhanzinha, quando sigo pela estrada
Minha boiada prá invernada vou levar
São dez cabeça, é muito pouco, é quase nada
Mas não tem outras mais bonitas no lugá
Vai, boiadeiro que o dia já vem
Guarda o teu gado e vai pra junto do teu bem
De tardezinha quando venho pela estrada
A fiarada vem correndo me abraçá
São dez filinho, é muito pouco, é quase nada
Mas não tem outros mais bonitos no lugá
Vai, boiadeiro que o dia já vem
Guarda o teu gado e vai pra junto do teu bem
E quando eu chego na cancela da morada
Minha Rosinha vem correndo me esperá
É pequenina, é miudinha, é quase nada
Mas não tem outra mais bonita no lugá
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
B.077.Bateu Saudade - João Lyra/Paulo César Pinheiro
Bateu saudade, coração bate no peito
Morena, não tem jeito de esquecer essa paixão
Você não sabe, depois da separação
Essa saudade não me deixa agir direito
Bateu em mim de fazer dó
Doeu como ela só
A saudade cada vez fica maior
Eu não esqueço desse amor lá no começo
Era um chamego só
Um aconchego só
Depois, morena, você disse sem ter pena
Que a paixão ficou pequena
Me deixou sem seu xodó
Mas quanta falta sinto agora em noite alta
De um carinho só
Um cheirinho só
Por isso é que o meu coração
Tem essa aflição
Toda vez mrena, que eu me deito
Deus do céu, como era bom
Quanto eu lembro, então
Bate a saudade no meu peito, ai ai
Era um chamego só
Um aconchego só
Um carinho só
Um cheirinho só
Um chamego só
Um aconchego só...
B.076.Breve Sopro no Ar - Fauzi Beydown
Distante na estrada
O horizonte se apaga
Entardecer eternizante
Em apenas um instante
O olhar se perde no escuro
Sem passado ou futuro
Só a luz interior
Nos faz seguir sem temor
Vivendo no mundo
Por tão pouco tempo
Não mais que um segundo
Um breve momento
Não se pode estar perdido
Não se pode estar
Vagando sem um sentido
Viajando pra nunca chegar
Somente um louco
Não ira realizar
Que a vida é um sopro
Um breve sopro no ar
Viagem passageira
Até outra fronteira
Onde nada se vai levar
Nem com todo o ouro
Aqui acumulado
Se comprará o tesouro
Por todos mais cobiçado
O tesouro mais precioso
De ter sua mente em paz
A mente em paz
O espiríto livre e pronto
A consciência tranquila
Em paz com a vida
Não há tempo prá intrigas
Só o que há de valor e paz
A paz interior
B.075.Boi Tradição - Dé Monteverde/Paulinho
Minha emoção
Vem do meu coração
Minha fantasia é meu boi
Meu canto é minha toada
Ritmada ao som do tambor
Levanta galera vermelha e branca
Que o boi garantido chegou
Lê, lê, lê, ô, ô
Garantido é
Alegria é
Paz,
Harmonia, é
Brinquedo
De amor
B.074.Brigas - Evaldo Gouveia/Jair Amorim
Veja só, que tolice nós dois
brigarmos tanto assim
se depois vamos nós a sorrir
trocar de bem, enfim.
Para que maltratarmos o a mor
o amor não se maltrata não.
Para que se essa gente o que quer
é ver nossa separação.
Brigo eu, você briga também
por coisas tão banais
e o amor em momentos assim,
morre um pouquinho mais.
E ao morrer então é que se vê,
que quem morreu fui eu e foi você,
pois sem amor
estamos sós,
morremos nós.
E ao morrer, então é que se vê
que quem morreu fui eu e foi você,
pois sem amor,
estamos sós,
morremos nós.
B.073.Borboleta - Domênico Lancellotti
No lago zulu
O casulo de seda
Da larga lagarta
Do corpo de estrela
Virada no vento
Não vai mais rasteira
Terá vida nova
Farfalla ligeira
Farfalla ligeira borboleta
Farfalla ligeira
Levada na cor
Recorta do ar
O cheiro da flor
Ruído do mar
Mas foge de mim
Na borda da mesa
Ou pousa no prato
De louça chinesa
Farfalla ligeira
Farfalla ligeira borboleta
Farfalla ligeira
B.072.Babilônia Brasileira - Fauzi Betdown
Como pode um país continente?
De extensas terras, incontáveis riquezas
Dominado por uma elite tão inconsequente,
Saqueando o povo, semeando a incerteza.
Empresários, políticos,corruptos, oportunistas
Constroem seus impérios manipulando a massa,
Prepotentes senhores escravagistas,
Tão hábeis em suas trapaças
A lei do mais forte é sua segurança,
Tornando pessoas mais e mais oprimidas,
Famílias inteiras sofridas , sem esperanças,
Carentes e subnutridas crianças.
Brasil babilônia,
Terra da pouca vergonha,
De que vale tamanha riqueza,
Terras boas. Tão bela natureza,
Se o povo não pode almejar,
Ao menor bem estar, de Ter o pão sobre a mesa.
Babilônia brasileira,
Paraíso dos safados,
Regime do Demônio,
Sugando a nação inteira,
Capitalismo selvagem, sistema babilônio,
Jamais irá suplantar,
O sistema e os desígnios de Jah.
B.071.Breve como um Jogo - Fauzi Beydown
A vida é breve como um jogo,
Com suas regras, suas leis,
Injustiças e malogros,
Muitos perdem sua vez.
É ganhar ou perder,
É lutar pra viver,
É ganhar ou perder,
É lutar pra viver.
Em tudo há uma ciência,
A vivência nos leva a reconhecer,
Nas angústias, minúcias da existência,
A arte e a razão de viver,
Porque um dia...
Quem perde poderá ganhar,
Quem ganha poderá perder,
Quem sofre poderá gozar,
Quem goza poderá sofrer
B.070.Babilônia em Chamas - Fauzi Beydown
Babilônia em Chamas!
Babilônia em Chamas!
Chamas da destruição
Chamas da destruição...
Os dias são esses
(Esses!)
Dias de hoje
(Hoje!)
O mundo é confuso
Hum! Hum!
Mundo imundo...
Todos têm suas verdades
Todos têm suas mentiras
Os sábios da iniqüidade
Não temem as chamas da ira
Da ira de Jah!
(Jah! uh! uh! uh!)
Da ira de Jah!
(Jah! uh! uh! uh!)
Ninguém se lembra de Jah....
Babilônia em Chamas!
Babilônia em Chamas!
Chamas da destruição
Chamas da destruição...
Olhe pr'os guetos
E veja a escravidão
As vítimas da pátria
Filhos da opressão
Vivendo, sofrendo, morrendo
Vivendo, sofrendo, morrendo
Prá alimentar
Os donos da situação
Quem são?
Os donos do poder!
O cérebro do sistema
Hum!
Donos da situação...
-"Jah-Jah, proteja meus filhos
Das Chamas da Destruição"
Vaia! Vaia! Vaia! Vaia!
Vaia quem não dá plantão!
Vaia! Vaia! Vaia! Vaia!
Vaia quem não dá plantão!...
Babilônia em Chamas!
Babilônia em Chamas!
Chamas da destruição
Chamas da destruição
Babilônia em Chamas!
Babilônia em Chamas!
Chamas da destruição
(Chamas!)
Chamas da destruição
(Chamas!)
Chamas da destruição...
B.069.Beatriz - Edú Lobo/Chico Buarque
Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Olha
Será que é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Sim, me leva para sempre Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Pra sempre é sempre por um triz
Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz
Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida
Marcadores:
Chico Buarque,
Edú Lobo,
Letra B
B.068.Brigas Nunca Mais - Tom Jobim/Vinicius de Moraes
Chegou, sorriu, venceu depois chorou
Então fui eu quem consolou sua tristeza
Na certeza de que o amor tem dessas fases más
E é bom para fazer as pazes, mas
Depois fui eu quem dela precisou
E ela então me socorreu
E o nosso amor mostrou que veio prá ficar
Mais uma vez por toda a vida
Bom é mesmo amar em paz
Brigas nunca mais
Marcadores:
Letra B,
Tom Jobim,
Vinícius de Moraes
B.067.Bim Bom - João Gilberto
Dm7 G7 Dm7 G7
Bim bom bim bim bom bom
Dm7 G7 Dm7 G7 Dm7
Bim bom bim bim bom bim bom
Dm7 G7 Dm7 G7
Bim bom bim bim bom bom
Dm7 G7 Dm7 G7 Dm7 E7/4 E7/-9
Bim bom bim bim bom bim bim
Am7 Bm7 E7/-9 Am7 Bm7 E7/-9
É só isso o meu baiao E nao tem mais nada nao
Am7 A7 Dm7 G7
O meu coraçao pediu assim, só
Dm7 G7 Dm7 G7
Bim bom bim bim bom bom
Dm7 G7 Dm7 G7
Bim bom bim bim bom bom
Dm7 G7 Dm7 G7
Bim bom bim bim bom bom
Am7 Bm7 E7/-9 Am7 Bm7 E7/-9
É só isso o meu baiao E nao tem mais nada nao
Am7 A7 Dm7 Fm6 Cmaj7
B.066.Bolinha de Papel - Geraldo Pereira
Só tenho medo da falceta
Mas adoro a Julieta
Como adoro o Papapi do ceu
Quero seu amor, minha santinha
Mas só não quero que me faça
De bolinha de papel .
Tiro você do emprego
Dou-lhe amor e sossego
Vou ao banco
E tiro tudo prá você gastar
Posso, ó Julieta
Lhe mostrar a caderneta
Se você duvidar.
B.065.Beleza Pura - Caetano Veloso
Não me amarra dinheiro não
Mas formossura
Dinheiro não
A pele escura
Dinheiro não
A carne dura
Dinheiro não
Moça preta do curuzu
Beleza pura
Federação
Beleza pura
Boca do Rio
Beleza pura
Dinheiro não
Quando essa preta começa
a tratar do cabelo
É de se olhar
Toda a trama da trança
a trança do cabelo
Conchas do mar
Ela manda buscar pra botar
no cabelo
Toda minúcia
Toda delícia
Não me amarra dinheiro não
Mas elegância
Não me amarra dinheiro não
Mas a cultura
Dinheiro não
A pele escura
Dinheiro não
A carne dura
Dinheiro não
Moço lindo do badauê
Beleza pura
Do lê Aiyê
Beleza pura
Dinheiro yeah
Beleza pura
Dinheiro não
Dentro daquele turbante
do Filho de Ghandi
É o que há
Tudo é chique demais, tudo é muito elegante
Manda botar
Fina palha da costa e que tudo se trance
Todos os búzios
Todos os ócios
Não me amarra dinheiro não, mas os mistérios
B.064.Brasil Pandeiro - Assis Valente
C C#° Dm G C
Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor
C7 F
Eu fui na Penha, fui pedir ao Padroeiro para me ajudar
G#° G Dm G
Salve o Morro do Vintém, Pendura a saia eu quero ver
Dm G Dm G C G7
Eu quero ver o tio Sam tocar pandeiro para o mundo sambar
C C#° Dm G C
O Tio Sam está querendo conhecer a nossa batucada
C7 F
Anda dizendo que o molho da baiana melhorou seu prato
G#° G Dm G
Vai entrar no cuzcuz, acarajé e abará
Dm G Dm G C C#°
Na Casa Branca já dançou a batucada de ioiô, iaiá
F G Em
Brasil, esquentai vossos pandeiros
Am Dm G C C#°
Iluminai os terreiros que nós queremos sambar
F G Em Am Dm
Há quem sambe diferente noutras terras, noutra gente
G C C#°
Num batuque de matar
F G Em
Batucada, Batucada, reunir nossos valores
Am Dm
Pastorinhas e cantores
G C C#°
Expressão que não tem par, ó meu Brasil
F G Em
|Brasil, esquentai vossos pandeiros
2x| Am Dm G C C#°
|Iluminai os terreiros que nós queremos sambar
G7 C G7 C
Ô, ô, sambar, iêiê, sambar...
G7 C G7 C
B.063.Baião da Garoa - Hervê Cordovil/Luiz Gonzaga
Na terra seca
Quando a safra não é boa
Sabiá não entoa
Não dá milho e feijão
Na Paraíba, Ceará, nas Alagoas
Retirantes que passam
Vão cantando seu rojão.
Tra-lá lá lá lá lá lá
Tra-lá lá lá lá lá lá
Meu São Pedro me ajude
Mande chuva, chuva boa
Chuvisqueiro, chuvisquinho
Nem que seja uma garoa.
Uma vez choveu na terra seca
Sabiá então cantou
Houve lá tanta fartura
Que o retirante voltou.
Oil Graças a Deus
Choveu, garoou.
B.062.Balada de Madame Frigidaire - Belchior
Ando pós-modernamente apaixonado pela nova geladeira.
Primeira escrava branca que comprei, veio e fez a revolução.
Esse eterno feminino do conforto industrial injetou-se em minha veia, dei bandeira!
e ao por fé nessa deusa gorda da tecnologia gelei de pura emoção!
Ora! desde muito adolescente me arrepio ante empregada debutante.
Uma elétrica doméstica então... Que sex-appeal! Dá-me o frio na barriga!
Essa deusa da fertilidade, ready made a la Duchamp, já passou de minha amante
Virou super-star, a mulher ideal, mais que mãe, mais que a outra... Puta amiga!
Mister Andy, o papa pop, e outro amigo meu xarope se cansaram de dizer:
Pra que Deus, Dinheiro e Sexo, Ideal, Pátria, Família pra quem já tem frigidaire?
É Freud, rapaziada! Vir a cair na cantada dum objeto mulher.
Eu me confundo, madame! E a classe média que mame se o céu, a prazo, se der!
Que brancorno abre e fecha sensual dessa Nossa Senhora Ascéptica!
Com ela eu saio e traio a televisão, rainha minha e de vocês.
Dona frigidaire me come... But no kids double income! Filho compromete a estética!
Como Edipo-Rei momo, como e tomo tudo dela... Deleites da frigidez!
Inventores de Madame Frigidaire, peço bis! Muito obrigado!
Afinal, na geladeira, bem ou mal, pôs-se o futuro do país.
E um futuro de terceira, posto assim na geladeira, nunca vai ficar passado.
Queira Deus que no fim da orgia, já de cabecinha fria, eu leve um doce gelado!
Mister Andy, o papa pop, e outro amigo meu xarope, se cansaram de dizer:
- Pra que Deus, Dinheiro e Sexo, Ideal, Pátria, e Família pra quem já tem frigidaire?
É Freud, rapaziada! Vir a cair na cantada dum objeto mulher...
Mas que trocadilho infame! La vraie Ballade des Dames du Temps Jadis... au contraire!
B.061.Boiada - Almir Sater/Renato Teixeira
Ele foi levando boi, um dia ele se foi no rastro da boiada
A poeira é como o tempo, um véu, uma bandeira, tropa viajada
Foram indo lentamente, calmos e serenos, lenta caminhada
E sumiram lá na curva, na curva da vida, na curva da estrada
E depois dali pra frete, não se tem notícias, não se sabe nada
Nada que dissesse algo
De boi, de boiada, de peão de estrada
Disse um viajante, história mal contada
Ninguém viu, nem rastro, nem homem, nem nada
Isso foi há muito tempo, tempo em que a tropa ainda viajava
Com seus fados e pelegos no rangeu do arreio ao romper daaurora
Tempos de estrelas cadentes, fogueiras ardentes, ao som daviola
Dias e meses fluindo, destino seguindo, e a gente indo embora
Isso tudo aconteceu no fato que se deu, faz parte da história
E até hoje em dia quando junta a peãozada
Coisas assombradas, verdades juradas
Dizem que sumiram, que não existiram
Ninguém sabe nada
Ele foi levando boi, um dia ele se foi no rastro da boiada
A poeira é como o tempo, um véu, uma bandeira, tropa viajada
Foram indo lentamente, calmos e serenos, lenta caminhada
Dias e meses seguindo, destino fluindo, e a gente indo embora
Isso tudo aconteceu no fato que se deu, faz parte da história
E até hoje em dia quando junta a peãozada
Coisas assombradas, verdades juradas
Dizem que sumiram, que não existiram
B.060.Boeiro do Nabileque - Almir Sater/João Bá
Vai boieiro, rio abaixo
Vai levando gado e gente
O sol trouxe-me a semente
Eh, porto de Corumbá
Um amor, toda beleza
Como um canto de nobreza
Deslizar na veia d'água
Eh, rio Paraguai
Rio acima, peixe-boi
Passarada, matagal
Véio bugre entoando
Seu antigo ritual
Pantaneiro
B.059.Bigorrilho - Sebastião Gomes/Paquito
Lá em casa tem um bigorrilho,
Bigorrilho fazia mingau,
Bigorrilho foi quem me ensinou,
A tirar o cavaco do pau,
Trepa Antonio, siri tá pau,
Eu também sei tirar,
O cavaco do pau.
(bis)
Dona Dadá, Dona Didi,
Seu marido entrou alí,
Ele tem que sair,
Ele tem que sair,
Ele tem que sair,
Ele tem que sair.
B.058.Bem me Quer - Thalles
Brilho da noite, minha estrela azul
Pedaço de arco-íris
Amor por amar, eu vi o sol quando beijei você
a primeira vez
Eu tenho todo tempo pra brincar
Com você, sou apenas um menino
Disfarço e faço outra vez
Me escondo e te deixo encontrar
Sou seu super-herói
Deixa pra lá
Já fiz de tudo pra encontrar você
Joguei bem-me-quer
seu bem-me-quer não quis
Pra eu ser feliz eu quero amar e amar você
B.057.Beiral - Djavan
Eu juro
Te querer enquanto o ouro
Do turno da tarde
Cair no beiral
Foi como Eu disse a você
Sem lhe ter falado
Meu lado
Luz acesa de pescador
Bom de mar
Quer me ver sonhar
Traz a tua vida
Mais pra perto de mim
Eu juro . . .
. . . Mais pra perto de mim.
Tarde cai
E na descida se acabou de ver
O sol do lavrador
Brilhara, gritara na sua luz
Fez sinal
Que um dia desse
Deus dará em dobro
E finalmente se escondeu
A noite vem, que vem
E Eu ali
Mas não tava à toa
Tava contente
Tava com meu Bem
Num canto da mente
Mas não tava à toa
Tava contente
Tava com meu Bem
Num canto da mente
Eu juro . . .
. . . perto de mim . . .ali
Mas não tava à toa
Tava contente
Tava com meu Bem
Num canto da mente
Mas não tava à toa
Tava contente
Tava com meu Bem
B.056.Bilhete - Ivan Lins/Vitor Martins
Quebrei o teu prato
Tranquei o meu quarto
Bebi teu licor
Já arrumei a sala
Já fiz tua mala
Pus no coredor
Eu limpei minha vida
Te tirei do meu corpo
Ti tirei das entranhas
Fiz um tipo de aborto
E por fim, nosso caso
Acabou, está morto
Jogue a cópia da chave
Por debaixo da porta
Que é pra não ter motivos
De pensar numa volta
Fique junto dos teus
Boa noite, adeus.
B.055.Beira Mar - Capitulo II - Zé Ramalho
Quando o dia morre e a noite avança
Óh brisa marinha bafeja e murmura
Nos braços divinos da Santa Natura
A noite soturna tristonha descansa
O mundo adormece e o bar se balança
A lua de prata começa a brilhar
Jogando reflexos dourados no mar
Rasgando o véu negro que envolve o espaço
Guardando a metade do grande mormaço
Que agita as procelas na beira do mar
Em cima da Terra o mar permanece
Cheio de enigmas completo de enredos
Guardando mistérios e grandes segredos
Ciências ocultas que o chão desconhece
É bravo gigante que nunca adormece
Um minuto apenas não pode parar
A Terra girando suspensa no ar
Obriga que as águas se movam também
Sem obedecerem na terra a ninguém
Somente a Netuno que é mestre do mar
No mundo da gente qualquer ser humano
Que viva pisando no globo terrestre
É uma energia que para seu mestre
É só contemplar este grande oceano
Aonde o poder de um ser soberano
Está retratado sem nada faltar
Grandezas que o homem não pode imitar
Nem mesmo em oitenta milhões de semanas
Aonde a ordem supera as humanas
No céu e na terra e na beira do mar
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