sábado, 9 de novembro de 2013

B.093.Bespa - Elomar Figueira Melo

Sinhores dono da casa O cantadô pede licença Prá puchá a viola rasa Aqui na vossa presença Prás coisa qui vô cantano Assusta imploro atenção Iantes porém eu peço A Nosso Sinhor a benção Iantes porém eu peço A Nosso Sinhor a benção Pois sem ele a idéia é mensa pru cantá E prú tocá é pensa a mão Prá todos qui istão me ôvino Istendo a invocação Sinhô me seja valido Inquanto eu tivé cantano Pra qui no tempo currido Cumprido tenha a missão... Foi lá nas banda do brejo Muito bem longe daqui Qui essas coisa se deu Num tempo qui num vivi Nas terra qui me avô Herdô de meu bisavô e pai seu Dindinha contô cuan'meu avô morreu Minha avó contô cuan'meu avô morreu E hoje eu canto para os filhos meus E eles amanhã para os filhinhos seus... Nessa terra há muitos anos Viveu um rico sinhô Dono deu um grande fecho Zé Caru cantô mais Alexo Honras viva de sua mesa Treis son Sarafin Treis son balancesa Treis son Sarafin Treis son balancesa Suas posse era tanta Qui se a menora num erra Vi dizê que ele tinha Mais de cem minreis de terra ai Nos tempos desse sinhô Dindinha contô pra mim Viveu Dassanta a fulô Filha de um tal cantadô Anjos Alvo Sinhorin Anjos Alvo Sinhorin Dele o qui pude apurá Foi o relato d'um vaquêro Neto de um marruêro Matadô de marruá Qui era companhero seu No campo do sete istrêlo No campo do sete istrêlo Malunga e violero Ranca-tôco de ribada Séro distimido e ordêro Num gostava de zuada Rematô o velho na fêra Manso passô a vida intêra Mais morreu sem temê nada ai

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