quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A.109.A cidade contra o crime - Gonzaguinha

Estava dando uns bordejos pelai Quando derrepente a figura apareceu E dente tantos me escolheu Mas o barulho da cidade está Tão grande que eu não pude nem ouvir Quando o pinta me rendeu Não se move aí, ô meu Mas que pinóia, eu, o rei da paranóia Que não largo a minha bóia Mesmo quando estou a pé Como é que eu dou esse azarão Eu faço parte desse medo coletivo Já não sei nem se confio na polícia ou no ladrão (a barra não ta mole não ladrão já tem que andar Com plaqueta de identificação A dita anda dura mesmo com a abertura) O cara disse: Fica quieto vai tirando toda roupa De conforme o que está no meu direito E eu só via defeito A que eu vestia estava toda emburacada Remendada, esfarrapada, bem puída no maltrato Vou tentar fazer um trato Pensei depressa adonde estava aquela quina Que sobrou do meu trocado que hoje Chamam de salário. trabalhador tu é otário E foi aí que eu notei que o pivete

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