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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
N.213.Nas portas dos cabarés - Antonio Faustino da Silva
Tava cantando em Goiana
Na casa de um amigo
Quando uma mulher mundana
Chegou pra falar comigo
Com a lágrima banhando o rosto
Disse cheia de desgosto
Sei que poeta tu és
Por Deus me escreva um poema
Relativo ao meu dilema
Nas portas dos cabarés
Deixei a casa paterna
Com quinze anos de idade
Para viver lá na taverna
De escândalo e vaidade
Empregada nos barcões
Nas riquíssimas pensões
No botequim, nos hotéis
Numa vida de prazer
Nunca pensei de eu sofrer
Nas portas dos cabarés
De chorar tenho razões
Sem ter por meu pai notícia
Por pai, por mãe, por irmão
Eu tenho somente a polícia
A cadeia é meu prédio
Aguardente é meu remédio
Eu sou mulher de mais de dez
Portanto minha insistência
Vou sofrer com paciência
Nas portas dos cabarés
Vou procurar um recurso
Pra sair dessa miséria
Porque eu vivo aqui avulso
Vendendo a minha matéria
Os cabra mais ruim do mundo
Maloqueiro, vagabundo
Tomem de ponta de pés
Num sofrer incomparável
Duma pobre miserável
Nas portas dos cabarés
Ô Maria Madalena
Tu que foste sofredora
Vós que pode me ter pena
De uma pobre pecadora
Eu abandonei meus pais
Vou pedir a São Tomás
E a São Pedro e a São Moisés
Que sua porta destranque
Com sua força me arranque
Das portas dos cabarés
E agora meus senhores
Acabei de terminar
Mas ajude a me desculpar
Esse pobre cantador
Que ainda não agradou
Estou prostado em seus pés
Venham me favorecer
Que é pra ninguém não sofrer
Nas portas dos cabarés
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