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domingo, 31 de julho de 2022
O.108.O rapto de Joana do Tarugo - Elomar Filgueira de Mello
Enfrentei fosso muralha e os ferros dos portais
Só pela graça da gentil senhora
Filtrando a vida pelos grãos de ampulhetas mortais
D'além de trás dos montes venho
Por campos de justas honrando este amor
Me expondo à sanha sanguinária de côrtes cruéis
Enfrentei vilões no Algouço e em Senhores de Biscaia
Fidalgos corpos de armas brunhidas
Não temo escorpiões cruéis carrascos vosso pai
Enfreado à porta de castelo
Tenho meu murzelo ligeiro e alazão
Que em lidas sangrentas bateu mil mouros infiéis
Ó Senhora dos Sarsais
Minh'alma só teme o Rei dos reis
Deixa a alcova vem-me à janela
Ó Senhora dos Sarsais
Só por vosso amor e nada mais
Desça da torre Naíla donzela
Venho d'um reino distante, errante e menestrel
Inda esta noite eu tenho esta donzela
Minha espada empenho a uma deã mais pura das vestais
Aviai pois a viagem é longa
Já vim preparado para vos levar
Já tarda e quase que o minguante está a morrer nos céus
Ó Senhora dos Sarsais
Minh'alma só teme o Rei dos Reis
Deixa a alcova vem-me à janela
Ó Senhora dos Sarsais
Só por vosso amor e nada mais
Desça da torre Joana tão bela
Naíla donzela, Joana tão bela
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