sexta-feira, 31 de julho de 2020

B.187.Balancero da Usina - João do Vale


Balanceiro da Usina, eu não meu bem.
É danado pra roubar, eu não meu bem.
Quando não é na balança, eu não meu bem.
Ele rouba no olhar, eu não meu bem.

Lá vem a lua saindo, eu não meu bem.
Por trás do pé de fulo, eu não meu bem.
Todo dia ele me pede, eu não meu bem.
Um beijinho eu não lhe dou, eu não meu bem.

A fogueira sempre acaba, eu não meu bem.
Nas cinzas deixa o calor, eu não meu bem.
E o amor quando se acaba, eu não meu bem.
No coração deixa dor, eu não meu bem.

Menina toma cuidado, eu não meu bem.
O forró ta animado, eu não meu bem.
Com tanto rapaz na sala, eu não meu bem.
E tu quer meu namorado, eu não meu bem.

Zefa apanha todo dia, eu não meu bem.
Por namoro atrás do porta, eu não meu bem.
E o pau que nasce torto, eu não meu bem.
Coisa feia mais cinza é torta, eu não meu bem.

Quando é na balança, eu não meu bem.
Ele rouba no olhar, eu não meu bem.
Essas mocinhas de hoje, eu não meu bem.
Quem ta dizendo sou eu, eu não meu bem.
Chorou quando deixa o noivo, eu não meu bem.
Alguma coisa ela perdeu, eu não meu bem.

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