quinta-feira, 21 de novembro de 2019

O.082.O travesti - Luis Carioca


Na minha rua mora uma pequena
Pedaço de morena, carne ele primeira
Mas o crioulo que é mando dela
Um fundo de panela
Que não vê bombril
Se acha no direto de se ver perfeito
Mas ele não merece a nega que ele tem

Mas nesse dia a nega quebrou a corrente
Dando um passo a frente, chegou no portão
Fiquei admirado com o seu rebolado
Respirando fundo, me aproximei
Meio nervoso dei uma piscada
E a nega esnobava, fingindo não viu

Mas, de repente, a coisa ficou diferente
O nego apareceu como um tufão na
minha frente
Fiquei apavorado, tentei me explicar
Mas o criioulo apressado
Quis me atacar

Corri o baino inteiro
Feito uma gazela
Foi tudo resultado daquela paquera
Mas fui alcançado
Pois escorreguei
Parei no hospital
com a surra que levei

Três costelas quebradas
A cara amassada
Por causa de uma nega
Feia, desgraçada
E depois da surra que eu recebi
Descobri que aquela nega era um
travesti
Descobri que aquela nega era um
travesti

Era um travesti
Um travesti
Um travesti

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