quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

L.193.LUA ANDALUZA - LUCIANO MAIA/MESSIAS BATALHA


Viznar, cerca de Granada
Oculta um riso e um desgosto
Na tarde, cigana airada
Canta as horas do sol posto
Esta música, poeta
Que melodia profana
Alma infeliz e secreta
Da Andaluzia gitana
Mira que luna tan grande
Gira en el cielo de agosto!
Uma mirada infinita
Mira aquele insone porto
Que luzinha mais aflita
Rebrilha aos olhos do morto!
Sob as varandas o grito
Do cante jondo duende
O vento, a luz, esse rito
Que as vozes da morte atende
Mira que luna tan grande
Gira en el cielo de agosto!
Só pode ser, Federico
Aquela luz andaluza
Calcanhares de arrepio
Fazendo tremer a blusa
Só será, Garcia Lorca
A voz da tura guitarra
Som da derradeira corda
Tangendo a noite bizarra
Mira que luna tan grande
Gira en el cielo de agosto...

Nenhum comentário:

Postar um comentário