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segunda-feira, 30 de julho de 2018
L.146.LAMENTO NORDESTINO - RAFAEL HERNANDEZ Vs: JOSE FORTUNA
Quando o sol causticante
Secar a cacimba
Transformando em brasa
Vasta região
Nada, resta da umidade
A não ser o pranto
Que do nordestino
Rola pelo chão
Seu olhar se perde muito além
Lá do céu a chuva nunca mais vem
E triste o nordestino vai
Dormindo aqui parando ali
Na areia quente das estradas
Até que sem vida um filho cai
Lá deixa uma cruz fincada; e nada mais
Beirando, a estrada só se vê
Desolação de seu Sertão
Só traz de verde a esperança
De ainda encontrar nas trevas a sua luz
Que possa tomar mais leve;
A sua cruz.
Quando, a brisa da noite
Balanceia os galhos
Como um fantasma que ronda o Sertão
Vento, que trás em seu canto
A melancolia de dias piores e desolação
Uma estrela morta do céu cai
Lá na estrada alguém a soluçar vai
E o vulto, de alguém que no sertão
Deixou seu lar para iniciar
A sua longa retirada
Muitas e muitas léguas de solidão
Em busca da grande terra, da
promissão
Chegando na terra que sonhou
Chorando vê
Que tudo é
Mera ilusão e desenganos
Sem forças não consegue voltar prá lá
Agora, somente a morte,
Lhe salvará
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