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terça-feira, 30 de janeiro de 2018
L.090.Luar de Vila Sônia - Paulo Miranda
Luar mais nada me seduz
Senão chorar pensando em ti
Luar sonho banhado em luz
Agora eu sei o que perdi
É noite e tudo se desfaz
Na fria solidão da lei
Noite sem Deus noite sem paz
E tudo foi humano
Errei
Mas inda tenho coração
E tudo pode acontecer
O despertar da redenção
De um terno amor, o alvorecer
Amor o alívio para insônia
Perdão, a graça para o fim
Quero este luar de Vila Sônia
Para morrer cantando assim
FALADO:
Nove horas! Apagam-se as luzes do presídio
Mais uma esperança perdida na insipidez de um dia
estiolado que se foi para o além
Como tantos outros se foram desde que me destinaram
esta vida amargurada de encarcerado.
Mais um período de lágrimas para a minha grande
desventura. - A noite tenebrosa dos fantasmas.
A escuridão da lei privando-me do luar perfumado e
encantador de Vila Sônia, adormecida! - A corneta da
sentinela lá no portão longínquo do presídio inicia o
toque de silêncio enquanto sobre o cáustico do pranto
abrasador prossigo o meu destino marcado, cantando e
chorando a minha saudade imensa.
CANTADO:
Luar mais nada me seduz
Agora eu sei o que perdi...
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