terça-feira, 30 de janeiro de 2018

L.092.Laura - Antonio Carlos/Jocafi


Laura me empreste um sorriso
É o que eu mais preciso
P'ra poder viver
Laura neste meu bolero
Eu me desespero
Chego a plagear cubanacan
Laura me empreste um carinho
Venha dá-me tuas mãos
P'ra gente andar, curtir oh!
Laura teu comportamento
Tanto atrevimento
Me modificou -
Laura minha decadência
Sofre a influência
Vou morrer de amor

L.091.Lagoa Adormecida - Eric Coates Vs:Haroldo Barbosa


A noite desceu
A lua cresceu
No fundo da mata
No bosque silente
A luz transparente
Enfeita de prata
Na sombra noturna
Na calma lacuna
Espelha as estrelas
A lua passou de longe fitou
As águas pra vê-las
A brisa passou no lago tocou
Inquieta, importuna
Acorda ao luar
Deitado a sonhar
Na calma lacuna
Dois lagos de luz
Estrelas azuis.
Os dois olhos teus
O vento levou
Adeus.

L.090.Luar de Vila Sônia - Paulo Miranda


Luar mais nada me seduz
Senão chorar pensando em ti
Luar sonho banhado em luz
Agora eu sei o que perdi
É noite e tudo se desfaz
Na fria solidão da lei
Noite sem Deus noite sem paz
E tudo foi humano
Errei
Mas inda tenho coração
E tudo pode acontecer
O despertar da redenção
De um terno amor, o alvorecer
Amor o alívio para insônia
Perdão, a graça para o fim
Quero este luar de Vila Sônia
Para morrer cantando assim
FALADO:
Nove horas! Apagam-se as luzes do presídio
Mais uma esperança perdida na insipidez de um dia
estiolado que se foi para o além
Como tantos outros se foram desde que me destinaram
esta vida amargurada de encarcerado.
Mais um período de lágrimas para a minha grande
desventura. - A noite tenebrosa dos fantasmas.
A escuridão da lei privando-me do luar perfumado e
encantador de Vila Sônia, adormecida! - A corneta da
sentinela lá no portão longínquo do presídio inicia o
toque de silêncio enquanto sobre o cáustico do pranto
abrasador prossigo o meu destino marcado, cantando e
chorando a minha saudade imensa.

CANTADO:
Luar mais nada me seduz
Agora eu sei o que perdi...

L.089.Leva Eu, Sodade - Tito Guimarães Neto/Alberto Cavalcanti


Oi, leva eu, minha sodade,
Eu também quero ir, minha sodade,
Quando chego na ladeira tenho medo de cair
Leva eu, (leva eu), minha sodade
Menina tu não te lembras (minha sodade), daquela
tarde fagueira (minha sodade)
Tu te esqueces e eu me lembro... ai que sodade
matadeira,

Leva eu... leva eu... (minha sodade)
Na noite de São João, no terreiro uma bacia
Que é prá ver se para o ano o meu amor ainda me via...
Leva eu... leva eu minha sodade.

L.088.Lembrançãs - Beni Santos/Raul Sampaio


Lembro um olhar
Lembro um lugar
Teu vulto amado
Lembro um sorriso
E o paraíso
Que tive ao teu lado
Lembro a saudade
Que hoje invade
Os dias meus
Para o meu mal
Lembro afinal
Um triste adeus
Sou agora
No mar dessa vida
Um barco a vagar
Onde está teu olhar
Onde está teu sorriso
E aquele lugar
Eu devia
Sorrir eu devia
Para o meu padecer ocultar
Mas diante
De tantas lembranças
Me ponho a chorar
Chorar

L.087.Leilão - Heckel Tavares/Joracy Camargo


De manhã cedo
Num lugar todo enfeitado
Nós ficava amontoado
Pra esperá os compradô
Depois passava pela frente do palanque
Afincado ao pé do tanque
Que chamava "bebedô"
E nesse dia minha véia foi comprada
Numa leva separada
Pra um sinhô mocinho ainda
Minha veínha que era a frô dos cativeiro
Foi inté mãe do terreiro
Da família dos Cambinho
No mesmo dia em que levaram
Minha preta
Me botaram nas grilheta
Que é pro mode
De eu não fugi
E desde então
O preto velho procurô
Ficô feio como eu tô
Mas como é grande esse Brasil
E quando veio de Isabel as alforria
Procurei mais quinze dia
Mas a vista me faltou
Só peço agora
Que me leve siá Isabel
Quero vê se está no céu
Minha véia meu amô

L.086.Lata dágua - Luiz Antonio/Jota Junior


Lata d'água na cabeça
Lá vai Maria
Lá vai Maria
Sobe o morro, não se cansa,
Pela mão leva a criança...
Lá vai Maria!


Maria lava a roupa lá no alto
Lutando pelo pão de cada dia
Sonhando com a vida do asfalto
Que acaba onde o morro principia

L.085.Lancha Nova - João de Barro - Antonio Almeida


O! O! O! O!

Lancha nova no cais apitou

E a danada da saudade

No meu peito já chegou

Adeus oh! Linda Morena

Não chores mais por favor

Partindo eu morro de pena

Ficando eu morro de amor.

L.084.Lança Perfume - Rita Lee/Roberto de Carvalho


Lança menina
Lança todo esse perfume
Desbaratina
Não dá pra ficar imune
Ao teu amor que tem cheiro de coisa maluca
Vem cá meu bem
Me descola um carinho
Eu sou nenêm
Só sossego com beijinho
Vê se dá o prazer de ter prazer comigo
Me aqueça
Me vira de ponta cabeça
Me faz de gato e sapato
Me deixa de quatro no ato
Me enche de amor, de amor
Lança, lança perfume...

L.083.Lágrimas - Cândido das Neves (Índio)


Ai, deixa-me chorar para suavizar
O que não sei dizer, mas sei sentir
Não prantear um amor que se perdeu
É a nossa alma enganar
E ao próprio coração querer mentir
Rir é quase iludir
E querer forçar o próprio coração a gargalhar
Quando ele está solitário na dor
A soluçar de amor
É mais sublime a lágrima
Que exprime as nossas emoções
Amenizando a alma cheia de ilusões
Do que sorrir para esconder a mágoa
Que o olhar não diz
Não há ninguém feliz
Quero fazer das lágrimas que choro
Estrelas a brilhar
Rosas de cristal
Do pranto emocional
Mas se ela voltar
Fulgente diadema então lhe ofertarei
Do pranto que chorei
Sim, quem nunca chorou
Certo nunca amou
Talvez nem alma tenha para sentir
Não me faz inveja este prazer
Eu gosto até de padecer
Chorar, é a mágoa em pérolas diluir
Mas quem quiser amar
Certo há de chorar
Há de sentir morrer o coração
Porque o amor sendo belo falaz
Como os ais
Se desfaz em ilusão