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segunda-feira, 30 de maio de 2016
D.061.Deserança - Elomar Filgueira Melo
Já não sei mais o que é fazer contas
Até já perdi as contas
Dos cantos dos rios das contas
Que meu peito amor, cantou
Perdido de amor por ti
Já nem me lembro quantas cantigas
Quantas tiranas amiga
Na viola padeci
Também não sei mais quantos foram
Os luares que passaram
Pelo vão dessa janela
Indagando suplicantes
Frios, pálidas, dementes,
Onde anda a amiga aquela
Vieste de longe eras tão linda
Como se hoje lembro ainda
A mansitude da manhã
Foi tua vinda amiga vã
Doi-me no peito ao relembrar
Já não tem jeito a vida é vã
Qui diserança ó minha irmã
Mas apesar de tudo desfeito
De tanto sonho morto qui num tem mais jeito
Tombando a ladeira
Já pela descida
Na tarde da vida
Rompo satisfeito
Foste na jornada
A jornada perdida
Meu amor preterito mais que perfeito
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