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quarta-feira, 13 de dezembro de 2023
C.203.Chula no Terreiro - Elomar Figueira Melo
Mais cadê meus cumpanhêro
Qui cantava aqui mais eu, cadê
Na calçada no terrêro, cadê
Cadê os cumpanhêro meus cadê
Cairo na lapa do mundo, cadê
Lapa do mundão de Deus, cadê
Mais tinha um qui dexô o qui era seu
Pra i corrê o trêcho no chão de Son Palo
Num durô um ano o cumpanhêro se perdeu
Cabô se atrapaiano com a lua no céu
Num certo dia num fim de labuta
Pelas Ave-Maria chegô o fim da luga
Foi cuano ia atravessano a rua
Parou iscupiu no chão pois se espantô com a lua
Ficô dibaixo das roda dos carro
Purriba dos iscarro oiano prá lua, ai sôdade
Naquela hora na porta do rancho
Ela tamem viu a lua pur trais dos garrancho e no céu
Pertô o caçulo contra o peito seu
O coração deu um pulo os peito istremeceu
Soltô um gemido fundo as vista iscureceu
Valei-me Sinhô Deus meu apois eu vi Remundo
Nas porta do céu, ai sôdade
Mais tinha um qui só pidia qui a vida fôsse
U'a função noite e dia qui a vida fôsse
Regada cum galinha vin queijo e doce
Sonhano a vida assim arriscô mêrmo sem posse
Dexano a vida ruim intão se arritirou-se
Levou-lhe um ridimúim e a festa se acabou-se, ai sôdade
Mais tinha um qui só vivia prá dá risada
Cuano êle aparicia a turma na calçada
Disia evem Fulô das alegria
Covêro da tristeza e das dori maguada
Pegava a viola e riscava u'a toada
Ispantava a tristeza ispaiava a zuada, ai
Lövava os cumpanhêro nua buniteza
Qui os pôço pru terrêro voltava a tristeza
Esse malunga alegre e de alma manêra
Tamem tinha nos peito a febre perdedêra
Se paxonô pr'u'a moça num dia de fêra
Norano qui a mucama já era cumpanhêra
De um valentão de fama e acabadô de fêra
O cujo cuano sôbe vêi feito u'a fera
Pois tinha fama de nobe e de qualquer manêra
Calô cúa punhalada a ave cantadêra
Covêro da tristeza e das dori maguada
Morreu cuma me dói dúa moda mangada
Cúa lágrima nos ói, e na bôca u'a rizada ai, sôdade
E mais cadê aquele vaquêro Antenoro
Cum seu burro trechêro e seu gibão de côro
Esse era um cantadô dos bem adeferente
Cantano sem viola alegrava a gente
No ano passado na derradêra inchente
O Gavião danado urrava valente ai sôdade
Chegô intão u'a boiada do Norte
O dono e os vaquêro arriscaro a sorte
O risultado dessa travissia
Foi um sucesso triste, Virge-Ave-Maria
O risultado da bramura foi
Qui o ri levô os vaquêro o dono os burro e os boi ai sôdade
Derna dintão Antenoro sumiu
Dos muito qui aqui passa jura qui já viu
Na Carantonha, na serra incantada
Pelas hora medonha vaga u'a boiada
O trem siguino um vaquêro canôro
A tuada e o rompante jura é de Antenoro
Ah, ah, ah, ah, ê boi
Ê ê boi lá ê boi lá ê boi lá
C.202.Cara caramba, sou camaleão - Bell Marques/Wadinho Marques
Cara caramba, cara caraô...(4x)
Vem viver o verão
Vem curtir Salvador
Eu sou camaleão
Deixa eu ser seu amor...
Cara caramba, cara caraô...(4x)
Vem viver o verão
Vem curtir Salvador
Eu sou camaleão
Deixa eu ser seu amor...
Não tem cara metade
Caramba que dengo de amor
És dona da minha vontade
Eu mudo de jeito e de cor...
Te toco, te abraço
Te prendo
Nos raios do sol
Misturo o futuro e o presente
Agora eu vou lá pro farol...
Sem essa de cara ou coroa
Caramba eu sou camaleão
O amor Oxalá abençoa
Tá combinado então...
Teu corpo é mar
Eu navego
No jeito do coração
As ondas percorrem teu vício
No brilho desse verão...
Cara caramba, cara caraô...(4x)
Vem viver o verão
Vem curtir Salvador
Eu sou camaleão
Deixa eu ser seu amor...
Cara caramba, cara caraô...(4x)
É de cama camá
É de camaleão aiaiai
É de camaleão aiaiai
É de camaleão...(2x)
Te toco, te abraço
E te prendo
Nos raios do sol
Misturo o futuro e o presente
Agora eu vou lá pro farol...
Sem essa de cara ou coroa
Caramba eu sou camaleão
O amor Oxalá abençoa
Tá combinado então...
Teu corpo é mar
Eu navego
No jeito do coração
As ondas percorrem teu vício
No brilho desse verão...
Cara caramba, cara caraô...(4x)
C.201.Cinelândia - Cláudio Cartier
Havia, pelo Brasil um clima de euforia
Vinha das telas toda a alquimia
Do Cineac Trianon (ALEÁS)
E o "Rio 40 Graus" de alegria
Se derretia e divertia
No escurinho do Odeon
Quisera,
Eu regredisse em cada dia um mês
Quem dera ouvir Tarzan falar
Pela primeira vez
Pudera,
Meu povo ria mais bonito
Com Grande Otelo e Oscarito (ÊTA NÓS)
Na vesperal das seis
Já era,
Toda malícia de Ankito
Anselmo era o grande mito
Ninguém falava inglês
Tantas vedetes sensacionais
Na galeria dos imortais
Carmem Miranda dos carnavais
"Bando da Lua" não volta mais
E como batia forte o coração
Quando Cyll Farney com sofreguidão
Beijava os lábios de Eliana (E ADELAIDE NINGUÉM BEIJOU)
Por fim, a juventude toda entrava em pane
Com as pernas da Virginia Lane
Renata Fronzi../..que paixão! (MARA RÚBIA)
E assim
Vinha da Atlântida toda a magia
Em preto e branco a poesia
Era arco-íris de emoção
Pro povo
Um mundo louco e divertido
Se o Zé Trindade era atrevido (IMAGINA A VIOLETA E A ZEZÉ)
Wilson Grey era vilão (JOSÉ LEWGOY)
Cinema
Tu és a arte comovida
O copião da própria vida
Meu Deus, que tempo bom!
Tantas vedetes sensacionais (MACUNAÍMA, HERÓI DE NOSSA GENTE, Ô MÃE!!!)
Na galeria dos imortais
A "Terra em Transe" perdeu a paz
E Glauber Rocha não volta mais (HAVIA)
C.200.Colo das manhas - Roberta Miranda
Vento forte na manhã calada
Estou só
Já não sou poeta para rimar
A minha dor
Água que reflete o sol
Secando minhas lágrimas
Sou pintor frustado
Dono de uma tela só
Vida, invade minha vida
Vem me acalentar
Dá-me tua mão amiga
Que é pra eu descançar
Vida,tira a poeira dos meus olhos
Dá-me o brilho das estrelas
No meu abandono
É preciso te ferir
Quero te amar inteiro
E depois deixar você partir
Quero a força de um guerreiro
Eu quero o colo das manhãs
Ah!Meus Deus Adormecer
Pra depois pensar que é sonho
Vida , invade minha vida
Vem me acalentar
C.199.Copacabana - João de Barro/Alberto Ribeiro
Existem praias tão lindas cheias de luz
Nenhuma tem o encanto que tu possues
Tuas areias, teu céu tão lindo
Tuas sereias sempre sorrindo
Copacabana princezinha do mar
Pelas manhãs tu és a vida a cantar
E a tardinha o sol poente
Deixa sempre uma saudade na gente
Copacabana o mar eterno cantor
Ao te beijar ficou perdido de amor
E hoje vive a murmurar
C.198.Canto do Guerreiro Mongoio - Elomar Figueira Melo
Uiúre iquê uatapí apecatú piaçaciara
Unheên uaá uicú arauaquí ára uiúre Ianêiara
Depois, depois de muitos anos
Voltei ao meu antigo lar
Desilusões qui disinganos
Não tive onde repousar
Cortaram o tronco da palmeira
Tribuna de um velho sabiá
E o antigo tronco da oliveira
Jogado num canto prá lá
Qui ingratidão prá lá
Adeus vô imbora pra Tromba
Lá onde Maneca chorô
De lá vô ino prú Ramalho
Prú vale verde do yuyú
Um dia bem criança eu era
Ouvi de um velho cantador
Sentado na Praça da Bandeira
Que vela a tumba dos heróis
Falou do tempo da conquista
Da terra pelo invasor
Qui em inumanas investidas
Venceram os índios mongoiós
Valentes mongoiós
Falou de antigos cavaleiros
Primeiros a fazer um lar
No vale do Gibóia no Outeiro
Filicia, Coati, Tamand[ua
Pergunto então cadê teus filhos
Os homens de opinião
Não dói-te vê-los no exílio
Errantes em alheio chão
Nos termos da Virgem imaculada
Não vejo mais crianças ao luar
Por estas me bato em retirada
Vou ino cantar em outro lugar
Cantá prá não chorar
Adeus vô imbora do ri Gavião
No peito levarei teu nome
Tua imagem nesta canção
Por fim já farto de tuas manhas
Teus filtros tua ingratidão
De deixo entregue a mãos estranhas
Meus filhos não vão te amar não
E assim como a água deixa a fonte
Também te deixo prá não mais
Do exílio talvez inda te cante
Das flores a noiva entre os lenções
Dos brancos cafezais
Adeus, adeus meu-pé-de-serra
Querido berço onde nasci
Se um dia te fizerem guerra
Teu filho vem morrer por ti
C.197.Cinderela - Adelino Moreira
Venha de onde vier
Chegue de onde chegar
Aquele amor que sonhei
Virá que eu sei é só esperar
Venha de onde vier
Chegue de onde chegar
Encontrará Cinderela de beijo
Mais puro de amor pra lhe dar
Cinderela
Cinderela
Menina moça coração a palpitar
Cinderela, eu sou
Cinderela
E o meu príncipe encantado vai chegar
C.196.Cabocla Tereza - Raul Torres/João Pacífico
Lá no alto da montanha
Numa casa bem estranha
Toda feita de sapé
Parei uma noite o cavalo
Pra mordi de dois estalos
Que ouvi lá dentro batê
Apeei com muito jeito
Ouvi um gemido perfeito
E uma voz cheia de dô:
"Vancê, Tereza, descansa
Jurei de fazer vingança
Pra mordi de nosso amor"
Pela réstia da janela
Por uma luzinha amarela
De um lampião apagando
Eu vi uma caboca no chão
E o cabra tina na mão
Uma arma alumiando
Virei meu cavalo a galope
E risque de espora e chicote
Sangrei a anca do tar
Desci a montanha abaixo
Galopendo meu macho
O seu dotô fui chamar
Vortemo lá pra montanha
Naquela casinha estranha
Eu e mais seu dotô
Topemo um cabra assustado
Que chamando nóis prum lado
A sua história contou:
Há tempos eu fiz um ranchinho
Pra minha cabocla morar
Pois era ali nosso ninho
Bem longe desse lugar
No alto lá da montanha
Perto da luz do luar
Vivi um ano feliz
Sem nunca isso esperar
E muito tempo passou
Pensando em ser tão feliz
Mas a Tereza, dotô
Felicidade não quis
Pus meus sonhos nesse olhar
Paguei caro meu amor
Por mordi de outro caboclo
Meu rancho ela abandonou
Senti meu sangue ferver
Jurei a Tereza matar
O meu alazão arriei
E ela fui procurar
Agora já me vinguei
É esse o fim de um amor
Essa cabocla eu matei
É a minha história dotô
C.195.Cinco sentidos - Alceu Valença
Pelos meus olhos passaram,
Passaram moças lindas, ruas sem fim
Ponta de pedra e as águas do Bituri
Na minha boca passaram
Passaram carnes tenras, fruta comi
Língua vermelha mel de abelha bebi
Pelos ouvidos passaram
A voz do rádio, sabiá, bem-te-vi
E o vento música nos pés de capim
Pelas narinas passaram
Ruas de Olinda, a noite cheira a jasmin
Um cheiro doce em teus cabelos senti
Pelos meus dedos passaram
Teu corpo em pelo e teus cabelos senti
Pela morena da cor do sapoti
Ê e passarão, e passarás
C.194.Caboclo na cidade - Dino Franco/Nhô Chico
Seu moço eu já fui roceiro
No triângulo mineiro
Onde eu tinha o meu ranchinho.
Eu tinha uma vida boa
Com a Isabel minha patroa
E quatro barrigudinhos.
Eu tinha dois bois carreiros
Muito porco no chiqueiro
E um cavalo bom, arriado.
Espingarda cartucheira
Quatorze vacas leiteiras
E um arrozal no banhado.
Na cidade eu só ia
A cada quinze ou vinte dias
Para vender queijo na feira.
No demais estava folgado
Todo dia era feriado
Pescava a semana inteira.
Muita gente assim me diz
Que não tem mesmo raíz
Essa tal felicidade
Então aconteceu isso
Resolvi vender o sítio
E vir morar na cidade.
Já faz mais de doze anos
Que eu aqui estou morando
Como eu vivo arrependido.
Não me dou com essa gente
Tudo aqui é diferente
Vivo muito aborrecido.
Não ganho nem pra comer
Já não sei o que fazer
Estou ficando quase louco.
É só luxo e vaidade
Penso até que a cidade
Não é lugar de caboclo.
Até mesmo a minha velha
Já está mudando de idéia
tem que ver como passeia.
Vai tomar banho de praia
Está usando mini-saia
E arrancando a sombrancelha.
Nem comigo se incomoda
Quer saber de andar na moda
Com as unhas todas vermelhas.
Depois que ficou madura
Começou a usar pintura
Credo em cruz que coisa feia.
Minha filha Sebastiana
Que sempre foi tão bacana
Me dá pena da coitada.
Namorou um cabeludo
Que dizia Ter de tudo
Mas foi ver não tinha nada.
Se mandou para outras bandas
Ninguém sabe onde ele anda
E a filha está abandonada.
Como dói meu coração
Ver a sua situação
Nem solteira e nem casada.
Voltar "pra" Minas Gerais
Sei que agora não dá mais
Acabou o meu dinheiro.
Que saudade da palhoça
Eu sonho com a minha roça
No triângulo mineiro.
Eu não sei como se deu isso
Quando eu vendi o sítio
Para vir morar na cidade.
Seu moço naquele dia
Eu vendi minha família
E a minha felicidade!
C.193.Cabide de malandro - João da Baiana
Meu Deus eu ando
Com sapato furado
Tenho a mania
De andar engravatado
A minha cama é um pedaço de esteira
E uma lata velha, que me serve de cadeira
Meu Deus, meu Deus
Meu Deus eu ando
Com sapato furado
Tenho a mania
De andar engravatado
A minha cama é um pedaço de esteira
E uma lata velha, que me serve de cadeira
Minha camisa
Foi encontrada na praia
A gravata foi achada
Na ilha da Sapucaia
Meu terno branco
Parece casca de alho
Foi a deixa de um cadáver
Num acidente de trabalho
Meu Deus, meu Deus
Meu Deus eu ando
Com sapato furado
Tenho a mania
De andar engravatado
A minha cama é um pedaço de esteira
E uma lata velha, que me serve de cadeira
E o meu chapéu
Foi de um pobre surdo e mudo
As botinas foi de um velho
Da revolta de Canudos
Quando eu saio a passeio
As almas ficam falando
Trabalhei tanto na vida
Pro malandro estar gozando
Meu Deus, meu Deus
Meu Deus eu ando
Com sapato furado
Tenho a mania
De andar engravatado
A minha cama é um pedaço de esteira
E uma lata velha, que me serve de cadeira
A refeição
É que é interessante
Na tendinha do Tinoco
No pedir eu sou constante
Seu português
Meu amigo sem orgulho
Me sacode um caldo grosso
Carregado no entulho
Meu Deus, meu Deus
Meu Deus eu ando
Com sapato furado
Tenho a mania
De andar engravatado
A minha cama é um pedaço de esteira
E uma lata velha, que me serve de cadeira.
C.192.Com a boca no mundo quem não se comunica se trumbica - Beto Sem Braço
Se liga ligação vai ser preciso
Aviso,o verbo é comunicar
Caminha nem pestanejou
Como gente da passiva
Se comunicou
Vai, pombo-correio
De permeio na imensidão
Voe e vã dizer ao meu amor
Que a saudade machucou meu coração
Pregoa pregoeiro
O mercado é todo seu
Independência ou Morte
Grito forte que valeu
Ô de casa, olha o carteiro
É a carta de quem nunca lhe esqueceu
Jornal, jornaleiro, Jornalista
Reportagem em revista
A imprensa em comunicação
Tudo em primeira mão
Alô alô alô alô
Não se comunicou, dançou
A radiodifusão está no ar
Seu sucesso é notório
Fez tanto artista popular
Novelas, programas de auditório
Indiscutivelmente é a era da televisllo
O tão distante presente
Se faz presente, satisfaz nossa visão
Até a lua lá no céu
Nos chega via Embratel
Quem não se comunica
Se trumbica e como fica
Fica na saudade, fica
C.191.Cadê a farinha - Beto Sem Braço
Menina cadê a farinha?
Farinha pra fazer pirão
Pirão pra comer com peixe
Pescado no ribeirão
Pirão pra comer com peixe
Pescado no ribeirão
O vento soprou de lá
Aqui sacudiu a paia
Anunciando o perigo
Na folha da samambaia
Então menina segura
A barra da sua saia
Não deixe que a ventania
Te leve como cobaia
Se não amanhece o dia
E você não sai da gandaia
Se não amanhece o dia
E você não sai da gandaia
Menina cadê a farinha?
Farinha pra fazer pirão
Pirão pra comer com peixe
Pescado no ribeirão
Pirão pra comer com peixe
Pescado no ribeirão
Não demora menina que é hora
É hora da obrigação
Pelo flash do vagalume
Eu te vi na escuridão
Tem louça lá na bacia
Coco pra se ralar
E você lá na beira do poço
Com o moço querendo te agarrar
Mas eu vou dizer pra ele
Que você só quer namorar
Mas eu vou "dizer seu pai"
Que você só quer namorar
C.190.Caymmi mostra ao mundo o que a Bahia tem - Ivo/Paulinho/Lula
Mangueira vê no céu dos orixas
o horizonte rosa, no verde do mar
a alvorada veste a fantasia
pra exaltar Caymmi e a velha Bahia ô,ô,ô
quanto esplendor
nas igrejas soam hinos de louvor
e pelos terreiros da magia
o ecoar anuncia um novo dia
nessa terra fascinante
a capoeira foi morar,
o mundo se encanta
com as cantigas que fazem sonhar (bis)
lua cheia... lua cheia
leva a jangada pro mar
Oh! sereira
oh! como é belo o teu cantar
das estrelas a mais linda tá no gantois
mangueira, berço do samba Caymmi a inspiração
que mora no meu coração, Bahia terra sagrada
de Iemanja Iansã, mangueira supercampeã
tem xinxim e acarajé,
tamborim e samba no pé.
C.189.Clube da esquina - Milton Nascimento/Lô Borges
Noite chegou outra vez, de novo na esquina
Os homens estão todos, se acham mortais
Dividem a noite, e lua e até solidão
Neste clube, a gente sozinha se vê pela última vez
À espera do dia, naquela calçada
Fugindo de outro lugar perto da noite estou
O rumo encontro nas pedras
Encontro de vez um grande país
Eu espero, espero do fundo da noite chegar
Mas agora eu quero tomar suas mãos
Vou buscá-la aonde for
Venha até a esquina
Você não conhece o futuro
Que eu tenho nas mãos
Agora as portas vão todas se fechar
No claro do dia, o novo encontrarei
E no curral D'El Rey
Janelas se abrem ao negro do mundo lunar
Mas eu não me acho perdido
No fundo da noite partiu minha voz
Já é hora do corpo vencer a manhã
Outro dia já vem e a vida se cansa na esquina
Fugindo, fugindo pra outro lugar
C.188.Carente profissional - Frejah/Cazuza
Tudo azul
No céu desbotado
E alma lavada
Sem ter onde secar
Eu corro, eu berro
Nem dopante me dopa
A vida me endoida
Eu mereço um lugar ao sol
Mereço ganhar prá ser
Carente profissional
Carente...
Se eu vou pra casa
Vai faltando um pedaço
Se eu fico, eu venço
Eu ganho pelo cansaço
Dois olhos verdes
Da cor da fumaça
E o veneno da raça
Eu mereço um lugar ao sol
Mereço ganhar pra ser
Carente profissional
Carente...
Levando em frente
Um coração dependente
Viciado em amar errado
Crente que o que ele sente
É sagrado
E é tudo piada
E é tudo piada
Eu mereço um lugar ao sol
Mereço ganhar prá ser
Carente profissional
Carente...
C.187.Casa e jardim - Alvin L./Vinicius Massena
Tudo em volta é tão confortável
E todos querem se divertir
Eu queria ficar trisre
Mas não consigo parar de rir
É como perder a cabeça e nunca mais achar
Ou como passar dos limites e ficar por lá
A vida vista do terraço não tem traços de realidade
Na piscina alguém encena
A arte do Marquês de Sade
É como perder a cabeça e nunca mais achar
Ou como passar dos limites e ficar por lá
C.186.Carne e osso - Humberto Effe/Luis Gustavo
Você é minha cadeia, enjaulado fico preso no seu corpo
Você me caça em suas teias como seu escravo,
Selvagem não me canso
Pra que fugir, me entregar, me entregar é a única saída
Como seu escravo me perdi na sua selva
Meu coração Meu coração
Preso nessa cela abre as pernas da sua paixão
Meu coração Meu coração
Preso nessa cela abre as pernas da sua paixão
O mundo anda mal, mas sou eu que não presto
Sou resto de um idéia, de uma outra rebeldia
O povo dessa cela se balança de alegria
Vejo a tristeza se encharcar de euforia
Bamba balança balança suas rédeas
Querem o meu leite e o suor das minhas tetas
Você me encontrou e fechou todas as portas
Bebe do meu leite e do suor das minhas tetas
Meu coração Meu coração
Preso nessa cela abre as pernas da sua paixão
Meu coração Meu coração
Preso nessa cela abre as pernas da sua paixão
Enquanto feras estão soltas, você me tortura a cada carência
A cada violento arranhão
Se pensa que isso é paixão, esqueça...
Certas coisas não se sentem só no coração
Será que alguém entende o meu amor?
Você deve compreender o meu estranho jeito de ser demente
Escravo do seu corpo
Ou então achar esse o meu maior defeito...
C.185.Coleção - Cassiano/Paulo Zdanowski
Sei que você gosta de brincar
De amores
Mas, oh, comigo não
Comigo não
Sei também que você...
Eu não sei mais nada
Um dia você vai ouvir de alguém
O que ouvi de ti
Então irá pensar
Como eu sonhei em vão
Não vá, ou vá...
Você é quem quer
Quer saber...eu amo você.
C.184.Cupido vadio - Davi Sales
Eu já descobri,
que a minha vida e a sua vida é uma só.
Sou seu ursinho,
sua gatinha,
seu xodó.
Só durmo agarradinha com você.
É o meu cobertor,
nas noites de frio e,
nas de calor,
também sinto frio,
me leva que eu vou,
apaixonada, fissurada nesse amor.
Mas quem me flechou,
foi o cupido vadio,
e ele acertou,
meu coração de jeitinho,
me leva que eu vou,
apaixonada ,fissurada nesse amor,
uou uou uou uou.
Mas eu só quero te amar,
não deixe essa canoa virar.
Eu vou remar,
nas águas cristalinas do mar.
Vou navegar,
e me entregar de vez a essa paixão.
Mas eu só quero te amar,
não deixe essa canoa virar.
Eu vou remar,
nas águas cristalinas do mar.
Vou navegar,
e te entregar de vez meu coração...
oh oh oh oh
xalalalalalala
oh oh oh oh
xalalalalalala
oh oh oh oh oh oh oh oh oh
oh oh oh oh
xalalalalalala
oh oh oh oh
xalalalalalala
oh oh oh oh oh oh oh oh oh
Repete tudo...
Mas eu sói quero te amar.
C.183.Como vaes voce - Ary Barroso
Como vaes você?
Vou navegando
Vou temperando
Pra baixo todo santo ajuda
Pra cima a coisa toda muda
E como vaes você?
No mar desta vida
Vou navegando
Vou temperando
O céu às vezes é tão claro
E outras escuro
Claro é o passado
Escuro é o futuro
E aí como convencida
Que o segredo principal da vida
Consiste em não
Forçar em nada a natureza
E o resto vem
Que é uma beleza
E aí como vaes você?
C.182.Caia prá dentro - Moço Pop/Beto Jamaica
eu hoje acordei pensando em você
que nunca mais veio me ver
se falei algo que te machucou
falei pro bem do nosso amor
você me disse que não volta atráz
tomou a decisão, eu quero ver, eu quero mais
breve, tão breve, você vai se arrepender
e vem correndo me dizer
entenda os meus sentimentos
não fique assim caia pra dentro de mim
eu quero muita alegria,
hoje é dia de festa
eu quero fantasia
Chove chove
chove chuva pra molhar
a mim e ao meu amor
chove, chove chuva que eu ja não
aguento de tanto calor
C.181.Cadê se me dão - Beto Jamaica
Estava lá no alto, alto da federação
De repente, eu encontrei o tal de
"se me dão"
"se me dão" é irmão da maria gasolina
Aquela que passou pelo verão da bahia
Se me dão eu quero mais,
Se me dão eu vou beber
Se me dão eu quero mais,
Se me dão eu vou comer
Se me dão eu quero mais,
Se me dão eu vou beber
Então cadê "se me dão"? ói ele ai
Eu tenho um canil no monte serrat
E quem toma conta é o velho aluváiá
E o cachorro latia, pega rex
E o dono dizia, pega rex
Cadê "se me dão"?
Ô cabelinho, ai cabelinho
Ô cabelinho, ai cabelinho
Cadê "se me dão"?
Eu tenho um canil no monte serrat
E quem toma conta é o velho aluváiá
E o cachorro latia, pega rex
E o dono dizia, pega rex
Cadê "se me dão"?
Ô cabelinho, ai cabelinho
Ô cabelinho, ai cabelinho
E o cachorro latia, pega rex
E o dono dizia, pega rex
C.180.Circuladô de fulô - Caetano Veloso
Circuladô de fulô ao deus ao demodará que deus te guie
Porque eu não posso guiá e viva quem já me deu circuladô
De fulô e ainda quem falta me dá soando como um shamisen
E feito apenas com um arame tenso um cabo e uma lata
Velha num fim de festafeira no pino do sol a pino mas para
Outros não existia aquela música não podia porque não
Podia popular aquela música se não canta não é popular
Se não afina não tintina não tarantina e no entanto puxada
Na tripa da miséria na tripa tensa da mais megera miséria
Física e doendo doendo como um prego na palma da mão
Um ferrugem prego cego na palma espalma da mão
Coração exposto como um nervo tenso retenso um renegro
Prego cego durando na palma polpa da mão ao sol
Circuladô de fulô ao deus ao demodará que deus te guie
Porque eu não posso guiá e viva quem já me deu circuladô
De fulô e ainda quem falta me dá
O povo é o inventalínguas na malícia da maestria no matreiro
Da maravilha no visgo do improviso tenteando a travessia
Azeitava o eixo do sol
Circuladô de fulô ao deus ao demodará que deus te guie
Porque eu não posso guiá e viva quem já me deu circuladô
De fulô e ainda quem falta me dá
E não peça que eu te guie não peça despeça que eu te guie
Desguie que eu te peça promessa que eu te fie me deixe me
Esqueça me largue me desamargue que no fim eu acerto
Que no fim eu reverto que no fim eu conserto e para o fim
Me reservo e se verá que estou certo e se verá que tem jeito
E se verá que está feito que pelo torto fiz direito que quem
Faz cesto faz cento se não guio não lamento pois o mestre
Que me ensinou já não dá ensinamento
Circuladô de fulô ao deus ao demodará que deus te guie
Porque eu não posso guiá eviva quem já me deu circuladô
De fulô e ainda quem falta me dá
terça-feira, 12 de dezembro de 2023
C.179.Chamego - Marquinhos
Eu já te provei amor
que o meu amor é todo seu.
Naquela noite entreguei
o que antes era só meu.
Você é minha vida minha nega,
minha paz o meu sossego,
não fale nada meu bem
e venha pro meu chamego.
Não fale nada.
Não quero ouvir tuas magoas.
Teu ciume me perssegue
e te queima feito febre.
Não fale nada.
Não quero ouvir tuas magoas.
Teu ciume me perssegue
e te queima feito febre.
Eu já te provei amor
que o meu amor é todo seu.
Naquela noite entreguei
o que antes era só meu.
Você é minha vida minha nega,
minha paz o meu sossego,
não fale nada meu bem
e venha pro meu chamego.
Não fale nada.
Não quero ouvir tuas magoas.
Teu ciume me perssegue
e te queima feito febre.
Não fale nada.
Não quero ouvir tuas magoas.
Teu ciume me perssegue
e te queima feito febre.
C.178.Chamego - Marquinho Marques/Roberto Moura
Intro: (Dm Gm C Dm) A7
Dm Gm
Faço tudo pra ser o xodó dessa menina
C Dm
Sei que a gente se combina, pode acreditar
Gm
Faço festa, se ela chega eu não me importo
C Dm
Se ela não gostar eu gosto, só quero agradar
Gm Dm
Me faz um cafuné, sei que vai dar pé
Gm C F
Não tenha medo pois a vida ensina
Gm Dm
Já sinto o cheiro do café, vem ser minha mulher
Gm C Dm
Vem me dar na boca essa comida
Dm Gm
Tempera esse chamego que eu quero ser teu nego
C Dm
Uô-ô, carece de dengo
C.177.Chiclete chop com banana - Bell Marques/Thiago da Bahia
Intro: (E A)
Entre o vai e vem que rola muita pedra vai rolar
Faço samba com teu cheiro e me calo pra te amar
De janeiro a janeiro quebra coco, quebra mar
Vou rezar lá no terreiro e fevereiro te encontrar
E A E A E A B7
Você gosta do Guns N'Roses, eu gosto do Ilê Aiê
E B7
Chiclete chopp com banana, em Copacabana vou amar você
E A E A E A B7
Você gosta do Caetano, eu gosto do Gilberto Gil
E
Você gosta da Timbalada mas eu pego baba na Boca do Rio
E B7
Vumbora imbora que a carona já chegou
E
Vem nesse toque, que é de felicidade
B7
Vamos imbora, vem comigo, vem agora
A B7 E
Então vem, depois é muito tarde
B7 E
Ê, ê, ê, dança aí que eu quero ver
B7 E
Faço samba com teu cheiro e me calo pra te amar
B7 E
Vou rezar lá no terreiro e fevereiro te encontrar
E A E A E A B7
Você gosta do Elvis Presley, eu gosto mesmo é do Falcão
E B7
Vira volta, volta, vira e mexe, pega, deita e rola no Camaleão
E A E A E A B7
O rock do Barão é pop, pop mesmo é eu te amar
E
C.176.Chorando e cantandpo - Geraldo Azevedo/Fausto Nilo
Quando fevereiro chegar
Saudade já não mata a gente
A chama continua
No ar, o fogo vai deixar semente
A gente ri e a gente chora
Ai a gente chora
Fazendo a noite parecer um dia
Faz mais depois faz acordar cantando
Pra fazer e acontecer, verdades e mentiras
Faz crer, faz desacreditar de tudo
E depois do amor
Ninguém verá os sonhos que eu sonhei
Só você meu amor
Ninguém verá os sonhos que sonhei
Um sorisso quando acordar
Pintado pelo sol nascente
Eu vou te procurar, na luz de cada olhar mais diferente
Tua chama me ilumina
Me faz virar um astro incandescente
Teu amor faz cometer loucuras
Faz mais depois faz acordar cantando
Pra fazer e acontecer, verdades e mentiras
Faz crer, faz desacreditar de tudo
E depois do amor
Marcadores:
Fausto Nilo,
Geraldo Azevedo,
Letra C
C.175.Chão de giz - Zẃ Ramalho
Eu desço dessa solidão
Espalho coisas sobre
Um Chão de Giz
Há meros devaneios tolos
A me torturar
Fotografias recortadas
Em jornais de folhas
Amiúde!
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes...
Disparo balas de canhão
É inútil, pois existe
Um grão-vizir
Há tantas violetas velhas
Sem um colibri
Queria usar quem sabe
Uma camisa de força
Ou de vênus
Mas não vou gozar de nós
Apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
Gastando assim o meu batom...
Agora pego
Um caminhão na lona
Vou a nocaute outra vez
Prá sempre fui acorrentado
No seu calcanhar
Meus vinte anos de "boy"
That's over, baby!
Freud explica...
Não vou me sujar
Fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
Gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes
Já passou meu carnaval
E isso explica porque o sexo
É assunto popular...
No mais estou indo embora!
No mais estou indo embora!
No mais estou indo embora!
No mais!...
C.174.Cariribe - Moraes Moreira/Luiz Paiva
Sou lá do sertão Cariri
Sou lá do sertão de Orós
De lá e daqui
Em todo canto e lugar eu solto a voz
Sou Zé de baixo, Zé de riba
Paraíba e cantador
Trabalhador da construção civil
Sou operário, ele é doutor
Construí São Paulo e Rio
A capital e o interior
Tá bom, tô, pra que dizer
Tá bom, mas não tô
Tanto como tu
Tá bom, tô que nem tatu
Debaixo do buraco do Metrô
Sou bom de farra, bom de briga
Fruta seca, cai no chão
Sou a cigarra e a formiga
A seca e a inundação
Ronco de fome e a barriga
Eu vou à luta, eu quero pão
Sou lá do sertão Cariri
Sou lá do sertão Caicó
Tô na contramão
Tô de volta do meu Bodocó
C.173.Contrastes - Ismael Silva
Existe muita tristeza
Na rua da alegria
Existe muita desordem
Na rua da harmonia
Analisando essa estória
Cada vez mais me embaraço
Quanto mais longe do circo
Mais eu encontro palhaço
Cada vez mais me embaraço
Analisando essa estória
Existe muito fracasso
Dcntro do largo da Glória
Analisando essa estória
Cada vez mais me embaraço
Quanto mais longe do circo
Mais eu encontro palhaço
C.172.Coração sertanejo - Neuma Morais
Andei, andei, andei até encontrar
Esse amor tão bonito que me fez parar
Nesse pedaço de chão
No coração do sertão encontrei meu lugar
Tem peão de boiadeiro que vive a laçar
Tem tanto amor verdadeiro que nunca vai faltar
Lendas de animais e rios
Aves, flores, desafios
Este é o meu lugar
E no final do dia
O fogo faz companhia
E um violeiro toca pra gente sonhar
Aqui não se vê tristeza
Em meio a natureza
No coração sertanejo é que é o meu lugar
C.171.Clariô - Elomar Figueira Melo
Ai clariô, ai ai clariô
Ai clariô, ai ai clariô
Ai clariô, ai ai clariô
Purriba dos laj~edo o lua chegô
Já cá na cabicêra a função pispiô
Amiã cêdo a lua já entrô
E eu vô passá a noite intêra
Cantano clariô
E eu qui vim só
Só prá vê meu amor
Sei qui vô ficá só
Pois ela num chegô
Ai clariô, ai ai clariô
Ai clariô, ai ai clariô
Ai clariô, ai ai clariô
As baronesa já abriu as fulô
Nos catre e nas marqueza as figura sentô
A pé-de-bode abriu asa a cantô
Nas baxa e nas verêda
Seu canto raiô
E eu qui vim só
Só prá vê meu amô
Sei que vô fica só
Pois ela num chegô
Ai clariô, ai ai clariô
Ai clariô, ai ai clariô
Ai clariô, ai ai clariô
C.170.Camafeú - Joanna/Ronaldo Malta
Jogo de luz
E olhos azuis
Como dois oceanos
Quebram na minha praia
E vão me levando...
Um dia a mais
Te acho ainda mais
Coisa que não se espera
Assim, tão verdadeira .
Pessoa da terra
No seu carinho
Eu me sinto melhor
Rodamoinho
Girando ao meu redor
Foi assim que você me prendeu
Um perfeito camafeu
Saio de mim
Você é assim
Mágica aquarela
Vida a todo instante
Sonhos da tela
Nada de não
É claro que sim
Faço a maior fogueira
Pra que o amor brilhe em seus olhos
A noite inteira
C.169.Chitãozinho e Chororó - Athos Campos/Serrinha
Eu não troco o meu ranchinho marradinho de cipó
Pruma casa na cidade, nem que seja bangaló
Eu moro lá no deserto, sem vizinho eu vivo só
Só me alegra quando pia lá praquele escafundó
É o inhambuchitão e o chororó, é o inhambuchitão e o chororó
Quando rompe a madrugada canta o galo carijó
Pia triste a coruja na cumieira do paió
Quando chega o entardecer pia triste o jaó
Só me alegra quando pia lá praquele escafundó
É o inhambuchitão e o chororó, é o inhambuchitão e o chororó
Não me dou com a terra roxa, com a seca larga pó
Na baixada do areião eu sinto um prazer maior
Ver a rolinha no andar no areião faz carapó
Só me alegra quando pia lá praquele escafundó
É o inhambuchitão e o chororó, é o inhambuchitão e o chororó
Quando sei de uma notícia que outro canta melhor
Meu coração dá um balanço, fica meio banzaró
Suspiro sai do meu peito que nem bala geveró
Só me alegra quando pia lá praquele escafundó
É o inhambuchitão e o chororó, é o inhambuchitão e o chororó
Eu faço minhas caçadas bem antes de sair o sol
Espingarda de cartucho, padrona de tiracolo
Tenho buzina e cachorro pra fazer forrobodó
Só me alegra quando pia lá praquele escafundó
É o inhambuchitão e o chororó, é o inhambuchitão e o chororó...
C.168.Colcha de retalhos - Raul Torres
Aquela colcha de retalhos que tu fizeste
Juntando pedaço em pedaço foi costurada
Serviu para nosso abrigo em nossa pobreza
Aquela colcha de retalhos está bem guardada
Agora na vida rica que estas vivendo
Terás como agasalho colcha de cetim
Mas quando chegar o frio no teu corpo enfermo
Tu hás de lembrar da colcha e também de mim
Eu sei que hoje não te lembras dos dias amargos
Que junto de mim fizeste um lindo trabalho
E nessa sua vida elegre tens o que queres
Eu sei que esqueceste agora a colcha de retalhos
Agora na vida rica que estas vivendo
Terás como agasalho colcha de cetim
Mas quando chegar o frio no teu corpo enfermo
Tu hás de lembrar da colcha e também de mim
C.167.Canto pela paz - Emerson Maia
Garantido, boi bonito
Boi mimoso, boi de amar
Garantido és perfeito por que és feito pra brincar
Dança meu boi, meu boi de pano
És a estrela do lugar
Dança meu boi que eu te amo
Dança pra festa começar
Dança meu boi, boi de veludo
Meu sonho ainda é te tocar
Cresci, mas quando eu te vejo
Minha infância quer voltar
Garantido, meu brinquedo
O meu verso, meu cantar
Garantido, tu és lindo
Quando chegas pra dançar
Roda meu boi, meu boi manhoso
Faz poeira levantar
Balança dança pro meu povo
Faz essa gente se alegrar
Balança pra Nossa Senhora
A padroeira do lugar
Balança pra Chico da Silva
Nosso poeta popular
Balança para o mundo inteiro
Canta esse Canto Pela Paz
Dança meu boizinho trigueiro
Rodando é que eu te quero mais
C.166.Chegou a hora - Paulo Onça/George Jucá
Alô, alô chegou a hora
Chegou a hora do auê
Canto eu canta meu povo
Quero ver cantar você
É a força do rio que sustenta meu povo
É a forte emoção que baila no ar
É um cheiro de mato cheiroso
Um aroma de selva gostoso
É um banho pra te perfumar
Auê, auê, auê
É a festa do meu boi bumbá
Auê, auê, auê
Sou índio guerreiro sou Tupinambá
C.165.Cade a feira - Jonny/Val Macambira
Cadê a feira
Cadê, cadê
Cadê você mulher
Comment ça va l’amour
E corre e me abraça
Vem me beijar
E corre e me abraça
Cadê você mulher
Cadê você mulher
Cadê você vou te amar
Dublê minha dama
Na cama, na fama
Na fila, na trilha
Vou te paquerar
O jeito meu bem
É dizer que te amo
Eu sou radical, meu amor é você
Segunda-feira, é terça-feira
Na quarta-feira, eu vou te amar
É quinta-feira, é sexta-feira
Cadê você vou te amar
C.164.Canção Nordestina - Fauzi Beydoun
Ê todo povo nordestino, esse povo esquecido, ainda é tempo de
lembrar, toda essa gente brasileira, essa gente hopitaleira, que
ilumina esse lugar.
Na chapada Guarari, no pé do cariri, nas margens do parnaíba que
pesei quere quere, no rasu da catarina, Arapiraca Itabaiana,
subindo o São Francisco na cerra pernambucana.
Caruaru, Cerra Talhada, Juazeiro, Pedrolina, Garanhuns, Campina
Grande, Mossoró, Arraialina, toda gente diz: alô, oprimida no
sertão, povo bom trabalhador mas não parece cidadão.
São anos de abandono e submissão, descaso dos governantes,
completa omissão, tanta terra desprezada e a miséria semeada
corroendo coração. A corrupção e a ganância, a incompetência
inoperância, praga que não se acaba e consome a cada um, tanto
dinheiro desviado e projetos enviáveis, interesse só de
alguns.`
É preciso dar mais atenção a causa do nordestino que segue o seu
destino à margem da nação, a causa do nordestino que segue o seu
destino sempre à margem.
E por falar em projeto... se o sertão fosse irrigado, seria o
novo El Dorado celeiro da federação, o nordestino não saía
emigrado, retirante humilhado pelo resto do país sem destino
são. Agora veja aí: transamazônica, ferrovia do aço, usina
nuclear, bilhões desperdiçados só em idéia infeliz, o geverno só
não fez por que não quis, até os Incas irrigaram boa parte do
celeiro quando o Brasil nem tinha sido ainda descoberto, não
havia carro, trem nem caminhão, até parece que querem manter o
nordestino na miséria para facilitar ainda mais a exploração.
Pra mim foi um capitão, Virgulino Lampião, verdadeiro rei,
cangaceiro do sertão, caiu no cangaço cedo, não topo por
desmazelo, do clientelismo assassino e opressor, e foi líder
guerrilheiro, Robin Hood brasileiro, homem de palavra cabra bom
e brigador, tocava um fole e dançava como ningué, ainda era
compositor e cantava muito bem, mulher rendeira de sua autoria,
implacou pelo sertão quando nem rádio existia, cantava o bom,
cantou que era mau essa ficou no sucesso nacional:
Olê mulé rendera, olê mulé renda, tu me ensina a fazê renda que
eu te ensino a namora.bis
C.163.Calados - Jairzinho Oliveira
O nosso amor a gente faz calado
Porque não precisa dizer mais nada
O teu calor eu deixo de meu lado
E a gente se entende além da palavra
Os olhos brilham de amor
O corpo dança de prazer
E a gente se aproxima sabendo o que quer
E tudo fica ao redor
Impressionado só de ver
A gente fazendo amor quietinho
A gente sorrindo pro mundo sem nada a dizer
Calado você
Calada eu
Calado você
Calada eu
C.162.Canção do Rádio - Joanna/Tony Baia
Quando ouvir no rádio essa canção de amor
Não fale nada, escute os versos
Sinta, por favor
É uma canção feita pra você ouvir
Sem o seu carinho e amor, meu bem
Quero dizer que nessa vida
Eu não sou ninguém
Não posso esquecer, quero lembrar você
Quando vejo a nossa estrela
Espero o dia amanhecer
Tenho o seu perfume em minha boca
Saudade que aperta e faz doer
Mar de água cristalina
Traga o meu amor assim
Feito luz do sol, que coisa linda
Brilho da manhã, que nasceu em mim
Quando ouvir no rádio essa canção de amor
Preste atenção, tente entender
Me ouça , por favor
É uma canção feita pra você ouvir
Só o que eu quero é me fazer lembrar
E, em tudo que eu cantar, será por nosso amor
Leve essa canção
Seja aonde for
C.161.Cidades e lendas - Fausto Nilo
Entre torres e favelas
vejo a lua flutuar
Vejo o mar bater nas pedras
Da cidade onde chorei
por você
Foi-se a noite sertaneja
que sonhei no estrangeiro
estilhaços de recordação
onde eu nunca voltarei
a cidade é uma serpente
se não falha o meu repente
eu vou só
toda cidade é uma lenda,
tendas de ferro e cristal
ruas de luz e de penas,
cenas de fogo e jornal
Vai batendo a velha noite
no subúrbio da tristeza
E a madrugada sai num trem azul no céu
Abrigando a luz da ilusão
São olhares sem janela
derramados na sarjeta
Passarada, negra solidão,
traficando a última visão
As cidades são espelhos,
tantos olhos, tantos olhos
tão sós
toda cidade é uma lenda,
tendas de ferro e cristal
ruas de luz e de penas,
cenas de fogo e jornal
As esquinas do deserto,
as meninas são sereias
Nas migalhas da televisão
eu procuro por você
São Atlântidas concretas
baseadas na pobreza
Babilônias da desconstrução
sob a lama dos meus pés
As cidades são cometas,
vão embora porque somos
tão sós
toda cidade é uma lenda,
tendas de ferro e cristal
ruas de luz e de penas,
cenas de fogo e jornal
C.160.Cidade nova -Edú Lobo/Ronaldo Bastos
Talvez ainda possa te encontrar
Longe do tempo e dos sonhos
Longe do luar
Hoje, venho de outra terra
Da cidade nova
Da beira do mar
Nem sei mais
Histórias quase nada
Nem sei mais
Dos sonhos que pensei
Não quero me lembrar
De tantas noites que perdi
Pelos caminhos de onde eu vim
De longe eu vim
Na viração
No vento nem percebi
Nos teus olhos a solidão
O tempo
Mas eu sei
Que ainda volta a clarear
Pra te fazer mais feliz,só
Só, pra te alegrar
É, só
Só pra te alegrar
C.159.Canção do amanhecer - Edú Lobo/Vinicius de Moraes
C7+/G Am7
Ouve
D/C D/C
Fecha os olhos, meu amor
Bm7/5- Bm7/5-
É noite ainda
E5+/9- E
Que silên....cio!
Am7/9 G6/11
E nós dois
D7(9/11+) Db7(9/11+)
Na tristeza de depois
Em7+/9 Em7/9
A contemplar
Dm7/9 G7/13 G7/5+
O grande céu do adeus
Cm7 Eb/Bb F7/A
Ah!
G7/5+ G7 Cm7 Eb/Bb F7/A
Não existe paz
G7/5+ G7 C7+/G Am7
Quando o adeus existe
D/C D/C
E é tão triste o nosso amor
Bm7/5- Bm7/5-
Ah! Vem comigo
E5+/9- E
Em silên....cio
Am7/9 G6/11
Vem olhar
D7(9/11+) Db7(9/11+)
Esta noite amanhe.....cer
Em7+/9 Em7/9
Iluminar
Dm7/9
Os nossos passos tão sozinhos
Dm6/9
Todos os caminhos
Em7/9 Em6/9
Todos os carinhos
Gm7/9 Bbm7/9
Vem raiando a madrugada
D7+ A7+/9 C7+/G
Marcadores:
Edú Lobo,
Letra C,
Vinícius de Moraes
C.158.Candeias - Edú Lobo
F#7/13 F#7/5+ Bm7/5- E7(9/11+) C#m7/9 C7/9
Ain...........da hoje vou-me embora pra Candeias
Bm7 Cº A7(9/4) A7/9-
Ainda hoje meu amor eu vou voltar
D6 D5-/6 E/D C#m7/9 F#7/5+
Da terra nova nem sauda.....de vou levando
B7/9 Bm7/9 E7/5+ C#m7/9
Pelo contrário, pouca história pra contar
F#7/5+ Bm7 Bm/A G#m7/5- C#7/9- F#m7+ F#m7
Quero ver a lua vindo por detrás da samambaia
F#m/E G#7/5+ C#m7/9 C7/9
Rede de palha se abrindo em cada palmo de praia
Bm7 Dm6 C#7/13 C#7/5+ F#7/9 F#7/9-
Quero ver a lua branca clarean.....do como um dia
B7/9
E nos teus olhos de espanto
Bb7+ Bm7/9 E7/5+ C#m7/9
Tudo quanto eu mais queria
Cº Bm7/5- E7(9/11+) C#m7/9 C7/9
Ainda hoje vou-me embora pra Candeias
Bm7 Cº A7(9/4) A7/9-
Ainda hoje meu amor eu vou voltar
D6 D5-/6 E/D C#m7/9 F#7/5+
Da terra nova nem sauda.....de vou levando
B7/9 Bm7/9 E7/5+ C#m7/9
Pelo contrário, pouca história pra contar
F#7/5+ Bm7
E nas sombras lá de longe
Cº C#m7/9
Lá onde o céu principia
C7/13 Bm7 Bm/A G#m7/5- C#7/9- F#m7+ F#m7
Quero ver mestre proeiro no remo e na valen...tia
F#m/E D#m7/5- G#7/5+ C#m7/5-
Procissão de velas brancas no sentido da Bahia
F#7/5+ Bm7/5- E7/5+ Aº7+
C.157.Canção da terra - Edú Lobo/Ruy Guerra
Olorum bererê
Olorum bererê
Olorum ici beobá
Olorum bererê
Olorum bererê
Olorum ici beobá
Avê meu pai
O teu filho morreu
Avê meu pai
O teu filho morreu
Sem ter nação para viver
Sem ter um chão para plantar
Sem ter amor para colher
Sem ter voz livre pra cantar
É, meu pai morreu
É, meu pai morreu
Salve meu Pai, o teu filho nasceu
Salve meu Pai, o teu filho nasceu
E preciso ter força para amar
E o amor é uma luta que se ganha
É preciso ter terra prá morar
E o trabalho que é teu, ser teu
Só teu, de mais ninguém
Só teu, de mais ninguém
Salve meu Pai, teu filho cresceu
Salve meu Pai, teu filho cresceu
E muito mais é preciso é não deixar
Que amanhã por amor possas esquecer
Que quem manda na terra tudo quer
E nem o que é teu bem vai querer dar
Por bem, não vai, não vai
Por bem, não vai, não vai
Salve meu Pai, o teu filho viveu
Salve meu Pai, o teu filho viveu
Olorum bererê
Olorum bererê
Olorum ici beobá
C.156.Considerando - Edú Lobo/Capinan
Considerando os meus erros
E pequenos acertos
Eu me achei no direito
De, ao menos, pedir
Um alívio pro meu peito
Menos peso pro meu dia
Na carência dos meus beijos
Maldito bem da poesia
Considerando o naufrágio
A rotina dos barcos
Eu me achei no direto
De ao menos, pedir
Tempo claro pro meu rumo
E nos temporais da febre
De quem fuma, de quem bebe
As longas noites vazias
Eu sou o homem comum
Eu sou a mulher da rua
O vagabundo poeta
O navegante da lua
Considerando os meus erros
E modestos acertos
Eu me achei no direito
De, ao menos, pedir
Que o claro cruel da lua
Que o fogo feroz do dia
Paguem o preço da lembrança
Das longas noites vazias
C.155.Canto Triste - Edú Lobo/Vinicius de Moraes
Intro: Dm Dm/C Gm C7/4 C F7+ A#7+ Eº Bm5-/7 A#7+ Em A7/12+
Dm Dm/C Gm A7/12+
Porque sempre foste a primavera em minha vida
F
Volta pra mim
Gm C7/9- F#m7
Desponta novamente no meu canto
B7/9 B7/9- A7/11/2-b A7 Dm
Eu te amo tanto mais, te quero tanto mais
A7/11/2-b A7/12+ A7
Há quanto tempo faz partiste
Dm Cm/C Gm A7/12+
Como a primavera que também te viu partir
F Dm
Sem um adeus sequer
Gm G7/9- F#m7
E nada existe mais em minha vida
B7/9 A7/11/2-b A7 Dm
Como um carinho teu, como um silêncio teu
Dm/C A7/11/2-b A7
Lembro um sorriso teu tão triste
D7 Gm C F7+
Ah, Lua sem compaixão, sempre a vagar no céu
A#7+ A7/11/2-b Bm5-/7
Onde se esconde a minha bem-amada
A#7+
Onde a minha namorada
A7/12+
Vai e diz a ela as minhas penas e que eu peço
D
Peço apenas
Dm/C Gm A7/12+
Que ela lembre as nossas horas de poesia
F
Das noites de paixão
Gm C7/9- F#m
E diz-lhe da saudade em que me viste
B7 B7/9- A7/11/2-b A7 Dm7
Que estou sozinho e só existe
Gm A7/12+
Meu canto triste
D7+
Marcadores:
Edú Lobo,
Letra C,
Vinícius de Moraes
C.154.Corrida de jangada - Edu Lobo/Capinan
Meu mestre deu a partida
É hora vamos embora
Pros rumos do litoral
Vamos embora
Na volta eu venho ligeiro
Vamos embora
Eu venho primeiro pra tomar seu coração
É hora, hora vamos embora
É hora, vamos embora
É hora, vamos embora
Vamos embora, hora vamos embora
É hora, vamos embora
É hora, vamos embora
Viração virando vai
Olha o vento, a embarcação
Minha jangada não é navio não
Não é vapor nem avião
Mas carrega muito amor
Dentro do seu coração
Sou seu mestre, meu proeiro
Sou segundo, sou primeiro
Olha reta de chegar, olha a reta de chegar
Mestre proeiro, segundo, primeiro
Reta de chegar, reta de chegar
Meu barco é procissão
Minha terra é minha igreja
O meu rosário no seu corpo vou rezar
Minha noiva é meu rosário
No seu corpo vou rezar
Hora, hora vamos embora
Vamos embora, vamos embora
Vamos embora, vamos embora
É hora vamos embora, vamos embora...
M.149.Manda ver - Alaim Tavares/Gilson Babilonia
Vem correndo pros meus braços
Eu te peço, por favor
Não consigo ficar longe
Do seu colinho, meu amor
Não vai adiantar fugir
Nosso destino Deus traçou
Vamos amar e permitir
Meu bem, o que passou, passou
Vem, estou esperando você
Pra gente fazer um auê
Tome conta de mim do seu lado
Manda ver
Amar sem medo de ser feliz
Deixe o coração pedir bis
E quando o Eva passar
Amor, vem correndo, me amar
Vem, estou esperando você
Pra gente fazer um auê
Tome conta de mim do seu lado
Manda ver
Amar sem medo de ser feliz
Deixe o coração pedir bis
E quando o Eva passar
Amor, vem correndo, me amar
M.148.Me abraça - Jorge Xéreu/Roberto Moura
Quando você passa
Eu sinto o seu cheiro
Aguça meu faro
E disparo em sua caça...iá iá
O tempo inteiro a te admirar
Perco o tino, páro de pensar
Seguindo os seus passos
A onde quer que vá...(2x)
Me abraça e me beija
Me chama de meu amor
Me abraça e deseja
Vem mostrar pra mim
O seu calor...(2x)
Eu vejo em teus braços
Um laço perfeito
Me dá essa chance, meu bem
Me cobre de beijos
Me dá essa chance, meu bem
Me veste de beijos...
Me abraça e me beija
Me chama de meu amor
Me abraça e deseja
Vem mostrar pra mim
O seu calor...(2x)
M.147.Menino sem juízo - Bete Nascimento
Vem, menino sem juízo
No calor do meu carinho vem amar também
Vem beijar a minha boca
E provar desse gostinho que ninguém mais tem
Venha chamegar comigo ao balanço da sanfona
Vem dançar forró
E pra onde quer que vá
Não esqueça, meu amor, que você não está só
Lembro das tuas loucuras quando foi embora
E eu fui atrás
Relevei todos os meus planos
Só não tive culpa se te amei demais
Só depois de tanto tempo desse sofrimento
Encontrei a paz
Mas você se arrependeu e reconheceu que sem mim não vive mais
Estou querendo teu amor, meu bem
Não quero nem saber o que eu passei
O que eu sofri por você
Estou querendo ter você aqui
Vem, menino sem juízo, você também quer.
M.146.Meio da maré - Carlinhos Brown
Sou remador do bom
Feito de sal e som
Teu remador sou eu
Meu manzuá encheu
Meu manzuá encheu
Teu remador sou eu
Sou macumba
Sou macumba
Sou macumba
Soul, sou macumba
Eu vou te levar
Pro meio da maré
Mulé, mulé, mulé, mulé
Pro meio da maré
Mulé, mulé, mulé, mulé
Pro meio da maré
Mulé, mulé, mulé, mulé
Pro meio da maré
Vai, vai, perna pra quem vai
Sou macumba
Sou macumba
Sou macumba
Soul, sou macumba
Eu vou te levar
Pro meio da maré
Mulé, mulé, mulé, mulé
Pro meio da maré
Mulé, mulé, mulé, mulé
Pro meio da maré
Mulé, mulé, mulé, mulé
Pro meio da maré
Sou macumba
Sou macumba
Sou macumba
Soul, sou macumba
Pra bem ser amada
Sou macumba
Da tua amizade
Sou macumba
Da tua risada
M.145.Margarida Perfumada - Carlinhos Brown/Cícero Menezes
Encontrei Margarida Perfumada
Como dava risada
Por também me encontrar
Seu olho já me espionava
Indo pra Timbalada
Pra me ver Timbalar
Margarida no jarro
Margarida no barro
Margarida no carro
Margarida no bairro
Encontrei Margarida chorona
Me pedindo carona
Pronde eu vou, você vai
Meu olho já lhe espionava
Se me faltar palavras
Vou dizer te amar
Venha cá, venha cá
Venha cá, venha cá
Purucutum pa pum, pa pum
Purucutum pa pum, pa pum
M.144.Mimar voce - Alaim Tavares/Gilson Babilonia
Eu te quero só pra mim
Você mora em meu coração
Não me deixe só aqui
Esperando mais um verão
Espero meu bem pra gente se amar de novo
Mimar você
nas quatro estações
Relembrar o tempo que passamos juntos
Que bom te ver
Andar de mãos dadas na beira da praia
Por esse momento eu sempre esperei
M.143.Mexe mexe mainha - Nato Viola
Você mexe comigo
Quando começo a mexer
Mexe, mexe, mainha
Quero sambar com você
Roda, roda, mainha
Quero quebrar com você
Você requebra bonito
Eu nunca vi coisa igual
Vai descendo, mainha
Depois sobe legal
Desce, desce, mainha
Sobe, sobe, legal
Nesse corpo gostoso, eu me acabo ainda
Vou te amar
Nesse corpo dengoso, vou te querer
Eu vejo só prazer
A galera quer saber onde tu moras
O Gera Samba pirou em você
Mexe, mexe, mainha
Quero sambar com você
Desce, desce, mainha
Quero quebrar com você
Você requebra bonito
Eu nunca vi coisa igual
Vai descendo, mainha
Depois sobe legal
Desce, desce, mainha
Sobe, sobe, legal
segunda-feira, 11 de dezembro de 2023
M.142.Nelô do Tchaco II - Neivaldo Sales
Iô, iô, iá, iá
Iô, iô, iô, iô, iô, iô, iá, iá
Frente do tchaco pro lado e pra trás
A dança do tchaco é uma dança gostosa
Que tem uma mistura de samba de roda
E o clima gostoso quem faz é você
Junto com o Gera Samba e "Coisa de Acender"
E diga iô, iô
Iô, iô, iá, iá
Olha o tchan, olha o tchan
Tchan, tchan, tchan
Em cima, em baixo, vai
Em baixo, em cima, fui
Pro lado direito vai
Pro lado esquerdo vem, vem, vem
Pra frente, pra frente, fui
Pra trás e pra trás fui, fui, fui
Na palma da mã
M.141.Mulher - Dadá Di Moreno/Jeová de Carvalho
MULHER, MULHER, MULHER
O MUNDO GIRA EM TORNO DE VOCE, MULHER
MULHER, MULHER, MULHER
É VIOLETA, MARGARIDA E SALOMÉ
É A FLOR MAIS BELA DA NATUREZ
CAUSADORA DO VACILO DE ADÃO
TÀO SABIDA QUE DOMINOU SANSÃO
AO CORTAR SUA LONGACABELEIRA
FOI MARIA BONITA A PIONEIRA
GUERRILHEIRA MULHER PELO SERTÃO
É BICHINHO COMPLICADO COM CERTEZA
CALENDÁRIO NATURAL DO MAU HUMOR
AVISANDO QUE AQUELE DIA CHEGOU
RENOVANDO SUA FERTILIDADE
TRAZ NO VENTRE A MAIOR FELICIDADE
QUE É SER MÃE, COMO MANDA O CRIADOR
ATÉ HOJE O HOMEM NÃO RECONHECE
MESMO ASSIM A MULHER NÃO DESANIMA
SUA FORÇA E CORAGEM NOS ENSINA
QUE O MUNDO ESTÁ EM SUAS MÃOS
PRÁ VOCE EU DEDICO ESTA CANÇÃO
QUE ÉS MÃE, ÉS MULHER E ÉS MENINA
M.140.Moangá - Tony Medeiros
Moangá, Moangá, Tu Aparindê
Moangá, Moangá, Tu Aparindê
O som do tambor anuncia
Que o grande pajé acabou de chegar
Moangá, Moangá
E a dança da cura começa
No centro da taba na luz do luar
Moangá, Moangá
E a tribo guerreira eleva
O canto sagrado ao grande tupã
Moangá, Moangá, Tu Aparindê
Puçanga pro mal, o Jurupari
Ou bicho do fundo que habita
Os Peraus ou quebranto que só pajelança irá resolver
A dança espanta espírito mal
E assim recomeça mais um ritual
É crença é magia que guardam os segredos
Do grande pajé
Moangá, Moangá, Tu Aparindê
Moangá, Moangá, Tu Aparindê
T.216.Triste mundo - Raul Seixas
só, sem ter ninguém
vivo a sofrer
me lamentando, também procurando
toda verdade esquecer
feliz é aquele que o mundo não viu
e a maldade sentiu
olho para o mundo
fico a imaginar
toda incerteza que a vida nos dá
quando se tem que amar
feliz é aquele que o mundo não viu
e a maldade sentiu
mas quando se quer
sempre se encontra um alguém
que nos faz feliz
procurando ser feliz também
feliz é aquele que o mundo não viu
e a maldade sentiu
T.215.Trem 103 - Raul Seixas
Trem trem
Levou meu bem
Trem trem
Me leva também
Eu não quero ficar
Sozinho aqui
Oh, trem me leva
Que eu também quero ir
Quero encontrar
O amor que perdi
Trem trem
Levou o meu bem
Trem trem
Me leva também
Eu quero voltar
Por onde eu vim
Fecho os meus olhos
Ao trilho sem fim
Oh 103, não me deixes aqui
Mais aqui
Trem trem
Levou o meu bem
Trem trem
Me leva também
T.214.Top Top - Arnolfo Lima/Os Mutantes
Lari... Lari... Lari... Lari...
Eu vou sabotar, você vai se azarar
O que eu não ganho eu leso
Ninguém vai me gozar não jamais
Eu vou sabotar, vou casar com ele
Vou trepar na escada
Pra pintar seu nome no céu
Sabotagem
Sabotagem
Sabotagem
Eu quero é que você se...top, top, top
Lari...lari...lari...lari!
Ninguém vai dizer que eu deixei barato
Vou me ligar em outra
Te dizer bye-bye-, até nunca, jamé!
Sabotagem
Sabotagem ôôô
Sabotagem
Eu quero é que você se top, top, top
Larabara... É gol...
Lari... Lari... Lari... Lari...
Lari... Lari... Lari... Agagaga...gagau
Sabotagem
Sabotagem
Sabotagem
Eu quero é que você se top, top, top
T.213.Todo mundo explica - Raul Seixas
Não me pergunte por que
Quem-Como-Onde-Qual-Quando-O Que?
Deus, Buda, O tudo, O nada, O ocaso, O cosmo
Como o cosmonauta busca o nada
Seja lá o que for, já é
Não me obrigue a comer
O seu escreveu não leu
Papai nos deu a cabeça
Do Dr. Sigismundo
Porque sem querer cantou de galo
Cada cabeça é um mundo Gismundo
Antes de ler o livro que o guru lhe deu
Você tem que escrever o seu
Chega um ponto que eu sinto que eu pressinto
Lá dentro, não do corpo, mas lá dentro-fora
No coração e no sol, no meu peito eu sinto
Na estrela, na testa, eu farejo em todo o universo
Que eu estou vivo
Que eu estou vivo, vivo, vivo, vivo como uma rocha
E eu não pergunto
Porque eu sei que a vida não é uma resposta
E se eu aconteço se deve ao fato de eu
simplesmente ser
Se deve ao fato de eu simplesmente ser
Mas todo mundo explica
Explica, Freud, o padre explica, Krishnamurti tá
vendendo
A explicação na livraria, que lhe faz a prestação
Que tem Platão que explica tudo tão bem vai lá que
todo mundo explica
protestante, o auto-falante, o zen-budismo,
Brahma, Skol
Capitalismo oculta um cofre de fá, fé, fi, finalismo
Hare Krishna, e dando a dica enquanto aquele
papagaio
Curupaca e implica
Com o carimbo positivo da ciência que aprova
e classifica
O que é que a ciência tem?
Tem lápis de calcular
Que é mais que a ciência tem?
Borracha prá depois apagar
Você já foi ao espelho, nego?
Não?
Então vá!
T.212.Teu capricho, meu despacho - Heito/Banda Gentileza
Teus caprichos só te fazem perder o tempo
Neste teu vão intento de a mim,
Me impressionar
Nisso não tem talento,
Pois nem em pensamento
Eu cogito por ti me apaixonar
Saibas que eu só lamento
Se, negando o casamento,
Eu te faça soluçar
Posso parecer um tanto quanto avarento
Mas refletindo um momento
Lembro-me de que já dizia o Antigo Testamento:
- Em diabo não se deve confiar
T.211.Terra - Kene Konaman/Mateus Marcondes
Minha pele é escura também sou vermelho
Um pouco amarelo é só olhar no espelho
O meu sangue quente, corre todo misturado Tudo, tudo é somado.
Tudo, tudo, lado a lado Aqui o diferente é natural
Capoeira, feijoada, rabecão e berimbau
E se plantar, tudo dá Mulher bonita, natureza Sol e mar
Terra de Vinícius, terra de Maria e de João Terra de farofa, terra de arroz e de feijão
Terra de chorinho, terra de samba e baião Terra de Jorge, Santa Maria e São Sebastião
De um povo trabalhador, trabalhador De um povo, que sempre vai lutar, sempre vai lutar
Eu sei que é compromisso, eu mesmo já vi escrito Onde todos cantam, construindo mitos E se é feliz, às vezes sem motivos
É aqui que eu moro, é aqui que eu vivo
T.210.Tentaram nos roubar - Kene Konaman
Não to aqui pra ver você pagar comédia Eu to aqui sempre forte na missão Não to aqui pra ver você pagar comédia, não
Há, há, as ideias vão constar Há, há, sempre é isso que me vem Há, há, as ideias vão constar Politicagem, pilantragem do meu lado não convém
Tentaram nos roubar O que temos de melhor
Eu sempre me preocupei Difícil de suportar Sei que você fez as leis Mas sei que não pode me calar
T.209.Tá na hora - Raul Seixas
Andei durante dez anos
fazendo planos prá falar
com sêres vindos do espaço
com a resposta para me dar
porém, quando estava pronto o contato, minha
pequena me disse: Você vai ver tudo no cinema
E onde está a vida
e onde está a experiência
já te entregam tudo pronto, sempre em nome
da ciência, sempre em troca da vivência
E onde está a vida
e a minha independência
Depois de muita espera
quem eu queria quis me encontrar
tomei um banho decente
escovei os dentes prá lhe beijar
guardei lugar no motel prá Lua de Mel
que eu sempre esperei
porém na hora H eu não levantei
Tá na hora do trabalho
tá na hora de ir prá casa
tá na hora da esposa e enquanto eu vou prá
frente, toda a minha vida atrasa
tenho muita paciência
mas a minha independência?
Durante a vida inteira eu trabalhei prá me aposentar
paguei seguro de vida
pra morrer sem me aporrinhar
depois de tanto esforço
o patrão me deu caneta de ouro
dizendo enfia no bolso e vai se virar
Tá na hora da velhice
tá na hora de ir deitar
tá na hora da cadeira de balanço, do pijama,
do remédio prá tomar
Oh Divina Providência
e a minha independência?
T.208.Triste - Tom Jobim
Triste é viver na solidão
Na dor cruel de uma paixão
Triste é saber que ninguém pode viver de ilusão
Que nunca vai ser, nunca vai dar
O sonhador tem que acordar
Tua beleza é um avião
Demais pr'um pobre coração
Que pára pra te ver passar
Só pra me maltratar
Triste é viver na solidão
T.207.Todo dia - Gonzaguinha
Todo dia ela grita da porta
meu fIlho
te cuida, te olha
que eu te quero inteiro
de volta, em cisa, em nossa mesa
Todo dia ela avisa da porta
amigo
te aquieta, segura
que eu te quero de volta
a mesa, em casa, inteiro
Todo dia ela geme no beijo
amor meu
acalma, e lembra
que eu te quero sempre
de volta à causa mais que inteiro
E ela sofre os perigos da vida lá fora
Tanto quanto eu, tanto quanto nós
sofremos
arrancando pedaços, marcando o
corpo
tanto quanto o seu, tanto quanto nós
sabemos
ensangüentando as nossas brancas
camisas: suor ou não suor
Todo dia retomo ferido e digo
Te amo
e durmo guerreiro garoto no seu peito
travesseiro
e ela canta baixinho
amanhã ele vai batalhar
vai se dar inteiro
vai se arrebentar
e vai voltar pra mim
ou talvez não
Quem sabe...
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