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quinta-feira, 27 de abril de 2023
F.178.Fotografia - Dick Farney
Eu, você, nós dois
Aqui neste terraço à beira-mar
O sol já vai caindo e o seu olhar
Parece acompanhar a cor do mar
Você tem que ir embora
A tarde cai
Em cores se desfaz,
Escureceu
O sol caiu no mar
E aquela luz
Lá em baixo se acendeu...
Você e eu
Eu, você, nós dois
Sozinhos neste bar à meia-luz
E uma grande lua saiu do mar
Parece que este bar já vai fechar
E há sempre uma canção
Para contar
Aquela velha história
De um desejo
Que todas as canções
Têm pra contar
E veio aquele beijo
Aquele beijo
Aquele beijo
F.177.Feio - Naná Rizini
não sei se eu sento se eu falo se eu canto se eu deito
fico insatisfeito ou respeito
não sei se eu fico indecisa ou se eu duvido
ou fico confusa e decido se fico
será que existe no mundo alguém que sabe
que a gente as vezes falha tanto e as vezes fica tonta
eu sei que se eu fumo um cigarro eu bebo
e se eu bebo eu fumo um cigarro
sabe sabe sabe
o feio é bom o feio é bom o feio é bom
fale fale fale
que nunca fez que nunca fez que nunca fez
alugo um caiaque
pulo e amparo o peito
te pego e levo junto
sou mais um suspeito
de um crime organizado
mentalizado
pesado
zoado
me encontra na esquina
não sei se eu fico muda
ou mudo o mundo
que não sabe nada de nada ao meu respeito
mas o sabiá do sábio que tem dentro sabia
F.176.Franqueza - Denis Brean/O. Guilherme
Você passa por mim c não olha
Como coisa que eu fosse ninguém
Com certeza você já esqueceu
Que nos meus braços já chorou
também.
Eu não ligo
Porém ao seu modo isso é próprio
De quem é infeliz,
Quer mostrar
Que não sente saudade
De um passado
Que foi tão feliz,
Se eu quisesse
Eu poxlia dizer
Tudo, tudo
Que houve entre nós
Mas pra que destruir
Seu orgulho
Se eu até
Já esqueci sua voz,
De uma coisa hoje
Eu tenho certeza
Foi o tempo
Quem me confimou
Seus melhores
Momentos na vida
Nos meus braços
Você desfrutou
F.175.Francisco Alves - Herivelto Martins/David Nasser
Até a lua do Rio,
No céu tranquilo e vazio,
Não inspira mais amor;
O violão desafina
Porque chora em cada esquina
A falta do seu cantor.
Escravo da melodia,
Ele cantando escrevia
O que na alma brotava;
Subindo os degraus da glória,
Ele escreveu a história
Da cidade que adorava.
O Rio foi o seu berço,
O violão foi o terço,
O samba sua oração;
Sambista de um mundo novo,
Da alma simples de um povo
Que samba de pé no chão.
Velho Chico tu recordas
Um violão, cujas cordas
A mão de Deus rebentou;
Porque está faltando agora
A lágrima que o samba chora
Na voz que a chama apagou.
F.174.Fujo de ti - Waldick Soriano
Que tristeza eu sinto agora
Em minha vida
Em ver tua boca, unida assim
Em outra boca
Ao ver teu corpo, seguro assim
Por outros braços
Fujo de ti porque o ciúme
É o meu fracasso
Tu me deixaste por um alguém
Que não te ama
E este alguém, vive contigo
Pensando em outra
Ai que loucura ver teu corpo
Em outros braços
Ai que tristeza ver tua boca
Em outra boca
Mas se quiseres voltar pra mim
Ainda te quero
Somente tu, que noite e dia
Eu tanto espero
Mas se quiseres voltar pra mim
Ainda te quero
Somente tu, que noite e dia
Eu tanto espero.
F.173.Fui a Paris - Moreira da Silva/Roberto Cunha
Eu fui a França e conheci Paris
Cantei um samba e me pediram bis
Logo depois que o samba estava
terminado
Uma linda francesinha chegou-se para o
meu lado
E foi dizendo ttido que sentia mas eu não
compreendia
Pois não sabia o francês!
Daí então ela ficou desanimada
E a minha ilusão naquela noite se desfez
Tive a lembrarança de comprar um
dicionário
Para não bancar o otário e me dcfender
Pois a francesa era linda de verdade
Eu tinha necessidade de compreender
No dia seguinte quando a encontrei
Um "bonsoir" eu logo lhe falei
E a francêssa logo respondeu
Comment ça va, mon amour, comment
ça va"
Daí então eu disse tudo quc senti
Inclusive "'três bien mon amour",
'três joli
E a francesa cheia de contentamento me
falou
Em casamento, e muito insistiu
Mas eu que tenho meu amor na
Guanabara
Jamais, jamais mademoiselle. je
nes sais pas
Pourquoi je t'aime mon amour,
N"a pas dárgcnt, neca mademoiselle
Eu sou é pro Brasil
F.172.Fumando espero - J>Viladonat/Felix Garso
Fumar é um prazer
que faz sonhar
fumando espero
aquele a quem mais quero
se ele não vem
então me desespero
enquanto eu fumo
depressa a vida passa
e a sombra da fumaça
me faz adormecer
e assim sempre a fumar, sonhar, amar
ver todo instante
aquele a quem mais quero
sentir seus lábios, beijar com desespero
seu coração bater juntinho ao meu
sentindo entre carícias meu corpo estremecer.
antes de adormecer é o fumar um prazer
dá-me, dá-me a tua boca
beija até que eu fique louca
quero assim enlouquecer de prazer
sentindo esse calor
do beijo embriagador
que acaba por prender a chama ardente desse amor!
F.171.Fuga - Lupicinio Rodrigues
Para mim,
S6 existe um caminho a seguir
É fugir de ti, é fugir. . .
Apesar .
De minha vontade, te seguir
Meu dever amor,
É fugir.
Teu pecado foi tão grande
Que eu não te perdoarei,
Pois ninguém tem o direito
De zombar do que eu sonhei.
F.170.Fui traído - Arnô Canegal/Ari Cordovil
Quando me lembro
Que beijei aquela boca,
Que o mundo inteiro beijou. . .
Quando eu me lembro
Que abracei aquele corpo,
Que todo mundo abraçou. . .
Sinto que a revolta me domina
Ao lembrar a triste sina
Que passei com aquele amor.
Os amigos me avisaram
E eu zombei.
Que quele amor era fingido
Que mais cedo ou mais tarde,
Eu seria traído.
(Fui vendido).
F.169.Foi de madrugada - Ary Barroso
Foi de madrugada
Foi
Numa madrugada
Foi
Que você me disse adeus
Foi s'embora e me deixou
E o nosso amor terminou.
Por isso mesmo
Eu deixei a minha escola
E quebrei meu cavaquinho
Porque nem ele me consola.
Amor!
Linda imagem de poeta
Mas que na realidade
Só traz infelicidade.
Agora eu passo
No batente noite e dia
Para ver se trabalhando
Combato um pouco a nostalgia
Jurei
Esquecer aquele ingrato
Que surgiu no meu caminho
Pra zombar do meu carinho.
F.168.Folhas no ar - Elton Medeiros/Hermínio Bello de Carvalho
Vou buscar aquilo que foi meu
E que no mundo se perdeu
Qual folhas que o vento soltou no ar
Ter a mesma paz de antigamente
Sair cantando por cantar
Qualquer canção sob qualquer luar
Vou buscar aquele amor tão meu
Sair andando a perguntar
Qual o caminho por onde ele foi
E por onde for irei também
Até o coração achar
Que simplesmente não achou
E aí então vou entender
Que ao buscar eu me perdi
De tudo aquilo que eu sou
F.167.Forro no escuro - Luiz Gonzaga
O candeeiro se apagou
O sanfoneiro cochilou
A sanfona não parou
E o forró continuou
Meu amor não vá simbora
Não vá simbora
Fique mais um bucadinho
Um bucadinho
Se você for seu nego chora
Seu nego chora
Vamos dançar mais um tiquinho
Mais um tiquinho
Quando eu entro numa farra
Num quero sair mais não
Vou inté quebrar a barra
E pegar o sol com a mão
F.166.Forró de Mané Vito - Zé Dantas
Seu delegado, digo a vossa
senhoria
Eu sou fio de uma famia
Que não gosta de fuá
Mas tresantontem
No forró de Mané Vito
Tive que fazer bonito
A razão vou lhe explicar
Bitola no Ganzá
Preá no reco-reco
Na sanfona de Zé Marreco
Se danaram pra tocar
Praqui, prali, pra lá
Dançava com Rosinha
Quando o Zeca de Sianinha
Me proibiu de dançar
Seu delegado, sem encrenca
eu não brigo
Se ninguém bulir comigo
Num sou homem pra brigar
Mas nessa festa
Seu dotô, perdi a carma
Tive que pegá nas arma
Pois num gosto de apanhar
Pra Zeca se assombrar
Mandei parar o fole
Mas o cabra num é mole
Quis partir pra me pegar
Puxei do meu punhá
Soprei o candieiro
Botei tudo pro terreiro
Fiz o samba se acabar.
F.165.Folhas secas - Joseph Kosma
Folhas de outono
Fazem lembrar
Eu e você
Juntos ao luar
Vejo seus lábios
A munnurar
Doces palavras
Do verbo amar
Mas você partiu...
Sem um adeus
Triste eu fiquei
Com minha dor
Vejo em sonhos só você, você
Folhas de outono
Do amor.
F.164.Folhas mortas - Ary Barroso
Sei que falam de mim
Sei que zombam de mim
Oh, Deus!
Como eu sou infeliz!
Vivo à margem da vida
Sem amparo ou guarida
Oh, Deus!
Como eu sou infeliz!
Já tive amores
Tive carinhos
Já tive sonhos
Os dissabores
Levaram minh’alma
Por caminhos tristonhos
Hoje sou folha morta
Que a corrente transporta
Oh, Deus!
Como eu sou infeliz!
Infeliz!
Eu queria um minuto apenas
Pra mostrar minhas penas
Oh, Deus!
Como eu sou infeliz!
F.163.Flor do inverno - Ary Barroso
Quando os últimos perfumes
Da primavera
Se desfazem no ar
E a quimera
da vida
Um olhar...
Um amor...
Querida!
Novamente aparece com o frio que chega,
Pelas ruas da cidade,
Em quantidade,
Há mulheres bonitas, bonitas
Tão bonitas! ...
Então desperta a flor do inverno, perfumada,
Nos lábios rubros da mulher agasalhada
F.162.Florisbela - Nássara/Frazão
Entre uma rosa amarela
Um cravo branco e um jasmim
Encontrei a Florisbela
Entre as flores de um jardim
Implorei um beijo dela
Ela nem olhou pra mim
Afinal as flores belas
Todas elas são assim.
Vendo que nada arranjava
Eu dei o fora por fnn
E a Florisbela
Quando viu que eu me afastava
Correu atrás de mim
Afinal as Florisbelas
Todas elas são assim
F.161.Flor do meu bairro - Adelino Moreira
A flor do meu bairro
Tinha o lirismo da lua
Morava na minha rua
Num chalé fronteiro ao meu
Eu conheci
O seu primeiro amor
A sua primeira dor
E o primeiro erro seu
Lembro-me ainda
O bairro inteiro sentiu
A flor ingênua sumiu
Com seu amor, o seu rei
E eu que era
Seu primeiro namorado
De tão triste e apaixonado
Nunca mais me enamorei
Hoje depois de alguns anos
Eu encontrei-me com ela
Na rua dos desenganos
Menos ingênua e mais bela
Ela fingindo desejo
A boca me ofereceu
E eu paguei por um beijo
Que no passado foi meu
A minha história é vulgar
Mas algo fica provado
Nem sempre o primeiro amor
É o primeiro namorado
(orquestra)
A minha história é vulgar
Mas algo fica provado
Nem sempre o primeiro amor
É o primeiro namorado
F.160.Fim de comedia - Ataulfo Alves
Deste amor quase tragédia
Que me fez um grande mal
Felizmente essa comédia
Vai chegando ao seu final.
Já joguei todos pecados meus
O meu pranto já caiu demais
Só lhe peço pelo amor de Deus
Deixe-me viver em paz.
Não quero me fazer de inocente
Porém não sou tão má
Como disseram por aí
Eu quero meu sossêgo tão-somente
Cada um trate de si!
F.159.Filosofia Barata - Peterpan/Ary Monteiro
Ninguém faz samba
com a barriga vazia
e passar fome nunca foi filosofia
Vai, trabalhar, vai trabalhar,
primeiro comer
depois filosofar
Nove dias tem a vida
sendo três dias de amor
três dias de mentira
e três dias de dor.
E na lousa do destino
depois de conta tomada
vem a morte
tira a conta,
noves fora, nada
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