segunda-feira, 30 de maio de 2022

F.098.Foi Deus quem fez voce - Luiz Ramalho


Foi Deus que fez o céu, o rancho das estrelas
Fez também o seresteiro para conversar com elas
Fez a lua que prateia minha estrada de sorrisos
E a serpente que expulsou mais de um milhão do paraíso
Foi Deus quem fez você
Foi Deus que fez o amor
Fez nascer a eternidade num momento de carinho
Fez até o anonimato dos afetos escondidos
E a saudade dos amores que já foram destruídos
Foi Deus
Foi Deus que fez o vento
Que sopra os teus cabelos
Foi Deus quem fez o orvalho
Que molha o teu olhar, teu olhar
Foi Deus que fez as noites
E o violão planjente
Foi Deus que fez a gente
Somente para amar, só para amar

F.097.Fogueira - Ângela Rô Rô


Por que queimar minha fogueira?
E destruir a companheira
Por que sangrar o meu amor assim?
Não penses ter a vida inteira
Para esconder teu coração
Mas breve que o tempo passa
Vem num galope o teu perdão

Porque temer a minha fêmea?
Se a possuis como ninguém
A cada bem do mal do amor em mim
Não penses ter a vida inteira
Para roubar meu coração
Cada vez é a primeira
Dou fé também serás ladrão

Deixa eu cantar
Aquela velha história, o amor
Deixa penar, a liberdade está também na dor

Eu vivo a vida a vida inteira
A descobrir o que é o amor
Leve pulsar do sol a me queimar
Não penso ter a vida inteira
Pra guiar meu coração
Sei que a vida é passageira
E o amor que eu tenho não!

Quero ofertar
A minha outra face à dor
Deixa eu sonhar com a tua outra face, amor

F.096.Férias de verão - Guilherme Arantes


Em que praia abandonada eu te achei
Em que beira de estrada te deixei
Em que ano do colégio te conheci
Em que férias de verão te esqueci
Logo na primeira tarde eu te amei
Logo na manhã seguinte te odiei
Pelas ruas da cidade eu te segui
Mas na forte tempestade eu te perdi
Pra tão longe esse caminho conduziu
Me levou, me levou
Você foi um passarinho que fugiu
E voou ,
e voou.

F.095.Forr all para todos - Geraldo Azevedo/Capinam


Para todos os fandangos
Para todos os ferreiros
Para todos os candangos
Para todos os brasileiros
Eu vou mostrar pra vocês
Como nasceu o forró
Foi antes de padim Ciço
Foi antes de lampião
Antes de nascer o Cristo
Do batismo de João
Antes de morrer por todos
For All For All For All For All

Antes de repartir o pão
Para todos da cidade
Para todos do sertão
Para os que preferem xote
Samba rock ou baião
O inglês ali andava
Sei se anda sei se não
Botando os trilhos no mundo
Bem no fundo do sertão
Ferrovia para todos
Leva uns e outros não
Só a morte com certeza
Dá para todos condução
For All For All For All For All

Para todos de São Paulo
Todo Rio de Janeiro
Pernambuco Paraíba
Petrolina Juazeiro
Alegria para todos
A tristeza sei que não
O inglês da ferrovia
Escreveu no barracão
For all for all for all
Foi então que o pau comeu
Nunca mais sentou o pó
Eu só sei que o povo leu
Forró Forró Forró Forró

Veio o Jackson veio o Lua
Januário e Azulão
Severino não faltou
Democratas do baião
Foi o chêro na Carolina
Foi subindo gasolina
Foi o trem e veio a Ford
Mas só sei que o povo leu
Forró Forró Forró Forró

O forró de ferrovia
Vira e mexe o mundo inteiro
For all for all for all
Foi aí que o pau comeu
Nunca mais sentou o pó
Mas foi assim que o povo leu
Forró Forró Forró Forró

Foi assim que o pau comeu
Foi assim que o povo leu
O for all dos estrangeiros
Para todos brasileiros
Forró Forró Forró Forró

Ferrovia do forró
Nunca mais sentou o pó
Forró Forró Forró Forró

F.094.Flor dos trópicos - Ronald Pinheiro/Papa-kid


A noite é bela
E as estrelas são meninas
A terra brilha
E o infinito é purpurina
O sol é forte
Ilumina a natureza
A lua é bela
É a rainha dos planetas
Quero ver você balançar
No meu corpo poder deslizar
E sentir as ondas do mar
Nesse clima poder viajar
Sua pele é linda
E cor de canela
A harmonia no passo
Brinca no compasso
Seu amor é festa
E uma noite estrelada
Um barco a vela
Uma fada encantada
Quero ver você balançar
No meu corpo poder deslizar
E sentir as ondas do mar
Nesse clima poder viajar

F.093.Foi o mar - Bell Marques


Foi o mar, foi o mar, foi o mar |
Que te trouxe aqui, amor, e vai me levar |refrão
Foi o mar, foi o mar, foi o mar |
Que te trouxe aqui, amor, e vai me levar |
Quero que seja... sincera
Por favor, me diga... que espera
Quem vem de lá
Vem tocando prá valer
Segure agora que o Apache vai bater!
Foi o mar... (repete refrão)
Olhe pra ela
Veja só que índia bela
Bela e que seduz
Todo o fulgor da luz
Nunca vi mais bela
Soberana e delicada
Como a flor do Girassol
Sou feliz a cantar
Eu sou o rei
O rei dessa festa
Minha musa é você
Se embola nos meus braços

Eu sou o rei
Pra que tanta pressa
Se o Apache vai encher
Os meus sonhos de amor

F.092.Forró do Tio Augusto - Luiz Vieira


Lá na casa do meu tio augusto nunes pereira
Velho pai de onze fio e neto de muntueira

Quando me lembro da fiarada solteira
Que completava uma orquestra inteira
Tanguá dançava todo sábado e domingo
Sob a batuta de augusto nunes pereira

Era laura no bandolim
Jurema no violão
Juracy no clarinete
Milton pandeiro na mão
Didi no cavaquinho
E de banjo o euclides
Tio augusto nas colhé..

Ai, meu deus, como era bom

E o restinho da fiarada todinha
Ficava em casa com minha tia filhinha
Era bequinho, célia, vanda e janete
E mais laurinha e o fio caçulazinha

Ai que beleza de família, minha gente
Quanta alegria que saudade eu sinto agora
Não é que eu queira falar bem dos meus parentes
Mas pra fazer qualquer forró não tinha hora

Era laura no bandolim...

Mas de repente todo mundo foi casando
E a bandinha divagá foi se acabando
Casô didi, casô jurema e foi casando
Mais juracy, milton, euclides e mais laurinha

E o restinho dos fio piquininho
Foram crescendo, foram casando também
Vieram os netinhos
E da bandinha só ficando
Essa lembrança tão gostosa que me vem

Era laura no bandolim...

F.091.Forró do chiq-tak - Pinto do Acordeon


Eu vou botar pra derreter
E ninguém vai me segurar
Um forrozinho desta maneira
A gentedança a noite inteira
Até o dia clariar

Chiq tak chiq tak chiq tak
É o tamanco da neguinha no salão
Chiq tak chiq tak chiq tak
Simbora gente que hoje é dia de são joão

Chiq tak chiq tak chiq tak
E o arrastado da chinela no salão
Chiq tak chiq tak chiq tak
Eu procurando meu amor na multidão

De madrugada o couro comendo
Todo mundo vendo e eu achando bom
Bom, bom, bom, o chamego dela
E o sanfoneiro sem sair do tom

F.090.Fado da vila da maia - Nilo Falcão/Luciano Maia


Eu a vi entrar tão linda
Toda de branco vestida
Na modesta capelinha
E Ia da torre da ermida
Um adejo de andorinha
Era o anúncio da vida
Ao fim da tarde tornou
A singeleza do lar
E eu perguntando me vou
Por quem vive ela a rezar
Se pede a Deus por mim ou
Por Qutro alguém do lugar
Ela é a flor da campina
Para ela eu colho um trevo
Pelo amor dessa menina
A vida e a morte me atrevo
Dela é a estrela vespertina
Dela esses versos
Que escrevo
Aprendi esta canção
Para um dia lhe cantar
Em versos de amor pagão
Contar-lhe histórias de mar
Esta era a minha oração
Se eu soubesse rezar

F.089.Folha Morta - Ary Barroso


Sei que falam de mim
Sei que zombam de mim
Oh, Deus!
Como eu sou infeliz!
Vivo à margem da vida
Sem amparo ou guarida
Oh, Deus!
Como eu sou infeliz!
Já tive amores
Tive carinhos
Já tive sonhos
Os dissabores
Levaram minh’alma
Por caminhos tristonhos
Hoje sou folha morta
Que a corrente transporta
Oh, Deus!
Como eu sou infeliz!
Infeliz!
Eu queria um minuto apenas
Pra mostrar minhas penas
Oh, Deus!
Como eu sou infeliz!

T.126.Tristeza - Haroldo Lobo/Niltinho Tristeza


Tristeza, por favor vai embora
Minha alma que chora
Está vendo o meu fim

Fez do meu coração a sua moradia
Já é demais o meu penar
Quero voltar aquela vida de alegria
Quero de novo cantar

Tristeza, por favor vai embora
Minha alma que chora
Está vendo o meu fim

Fez do meu coração a sua moradia
Já é demais o meu penar
Quero voltar àquela vida de alegria
Quero de novo cantar



T.125.Triste Berrante - Sérgio Reis


Já vai bem longe este tempo, bem sei
Tão longe que até penso que eu sonhei
Que lindo quando a gente ouvia distante
O som daquele triste berrante
E um boiadeiro a gritar, êia!
E eu ficava ali na beira da estrada
Vendo caminhar a boiada até o último boi passar
Ali passava boi, passava boiada
Tinha uma palmeira na beira da estrada
Onde foi gravado muito coração
Onde foi gravado muito coração
Lá, lá lá iá lá iá....
Mas sempre foi assim e sempre será
O novo vem e o velho tem que parar
O progresso cobriu a poeira da estrada
E esse tudo que é o meu nada
Eu hoje tenho que acatar e chorar
Mas mesmo vendo gente, carros passando
Meus olhos estão enchergando uma boiada passar

T.124.Toró de lágrimas - Antonio Carlos/Jocadi/Zé do Maranhão


Toró . . . . de lágrimas
Foi um retrato doído que você deixou
Foi num momento de sede que a fonte secou

Ai de mim
Toró . . . . de lágrimas
Foi um amor programado por computador
Tanta lembrança bonita e você não guardou

Ai de mim
O seu amor fabricado que fez por fazer
Angústia e desprezo, desmancha prazer
No fundo, no fundo você não prestou

Um sentimento emprestado perdeu seu valor
Eu compro essa briga e não faço favor
No fundo, no fundo você não prestou
Toró . . . . de lágrimas...

T.123.Tomara que chova - Paquito/Romeu Gentil


Tomara que chova,
Três dias sem parar,
Tomara que chova,
Três dias sem parar.

A minha grande mágoa,
É lá em casa
Não ter água,
Eu preciso me lavar.

De promessa eu ando cheio,
Quando eu conto,
A minha vida,
Ninguém quer acreditar,
Trabalho não me cansa,
O que cansa é pensar,
Que lá em casa não tem água,
Nem pra cozinhar.

T.122.Tiro ao Álvaro - Adoniram Barbosa/Oswaldo Moles


De tanto levar frechada do teu olhar
Meu peito até parece sabe o quê?
Táuba de tiro ao álvaro
Não tem mais onde furar
Táuba de tiro ao álvaro
Não tem mais onde furar

Teu olhar mata mais do que bala de carabina
Que veneno e striquinina
que peixeira de baiano
Teu olhar mata mais do que atropelamento de automóvel
Mata mais que bala de revórver

T.121.Terra Seca - Ary Barroso


O nêgo tá, moiado de suó
Trabáia, trabáia, nêgo
Trábaia, trabáia nêgo
As mãos do nêgo tá que é calo só
Trabáia, trabáia nêgo
Trabáia, trabáia, nêgo
Ai “meu sinhô”nêgo tá véio
Não agüenta !
Essa terra tão dura, tão seca, poeirenta...
Trabáia, trabáia nêgo
Trabáia, trabáia, nêgo
O nêgo pede licença prá falá
Trabáia, trabáia, nêgo
O nêgo não pode mais trabaiá
Quando o nêgo chegou por aqui
Era mais vivo e ligeiro que o saci
Varava estes rios, estas matas, estes campos sem fim
Nêgo era moço, e a vida, um brinquedo prá mim
Mas o tempo passou
Essa terra secou ...ô ô
A velhice chegou e o brinquedo quebrou ....
Sinhô, nêgo véio tem pena de têr-se acabado
Sinhô, nêgo véio carrega este corpo cansado

T.120.Ternura Antiga - J.Ribamar/Dolores Duran


Ai, a rua escura, o vento frio
Esta saudade, este vazio
Esta vontade de chorar
Ai, tua distância tão amiga
Esta ternura tão antiga
E o desencanto de esperar
Sim, eu não te amo porque quero
Ah, se eu pudesse esqueceria
Vivo, e vivo só porque te espero
Ai, esta amargura, esta agonia.

T.119.Tem nêgo bebo ai - Mirabeau/Ayrton Amorim


Foi numa casca de banana que pisei, pisei
Escorreguei, quase caí
Mas a turma lá de trás gritou, chi ...
Tem nêgo bêbo aí, tem nêgo bêbo aí (bis)

Se a gente está no bonde / Ou mesmo no lotação
Falando um pouco alto / É falta de educação
Se entra no boteco / Para tomar um parati, chi ...
Tem nêgo bêbo aí, tem nêgo bêbo aí ....

T.118.Teleco-Teco - Marino Pinto/Murilo Caldas


Teléco-téco, téco-téco, téco-téco
Ele chegou de madrugada, batendo tamborim
Teléco-téco, téco-téco, téco-téco
Cantando a "Praça Onze", dizendo: foi p'ra mim
Teléco-téco, téco-téco, téco-téco
Eu estava zangada e muito chorei
Passei a noite inteira acordada
E a minha bronquite, e assim comecei:
Você não se dá ao respeito
Assim desse jeito isso acaba mal
Você é um homem casado,
Não tem o direito de fazer carnaval.
Ele baixou a cabeça, deu uma desculpa
E eu protestei
Ele arranjou um jeitinho
Me fez um carinho
E eu perdoei

domingo, 29 de maio de 2022

T.117.Tango para Tereza - Jair Amorim/Evaldo Gouveia


Hoje, alguém pôs a rodar,
Um disco de Gardel,
No apartamento junto ao meu,
Que tristeza me deu,
Era todo um passado lindo,
A mocidade vindo na parede,
Me dizer, para eu sofrer,
Trago a vida agora calma,
Um tango dentro d'alma,
A velha história de um amor,
Que no tempo ficou...


Garçom, ponha cerveja sobre a mesa,
Bandoneom, toque de novo, que Tereza,
Esta noite vai ser minha,
E vai dançar, para eu sonhar.


A luz do cabaré já se apagou em mim,
O tango na vitrola, já chegou ao fim,
Parece me dizer que a noite envelheceu,
Que é hora de lembrar, e de chorar...