segunda-feira, 31 de julho de 2017

C.117.Certas Coisas - Lulu Santos/Nelson Mota


Não existiria som
Se não houvesse o silêncio
Não haveria luz
Se não fosse a escuridão
A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...

Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer,
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração.
Silenciosamente eu te falo com paixão...

Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz.
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...

A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...

Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer,
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração.
Silenciosamente eu te falo com paixão...

Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz,
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...

C.116.Canôa, Canôa - Nelson Angelo/Fernando Brant


Canoa canoa desce
No meio do rio Araguaia desce
No meio da noite alta da floresta
Levando a solidão e a coragem
Dos homens que são
Ava avacanoê
Ava avacanoê
Avacanoeiro prefere as águas
Avacanoeiro prefere o rio
Avacanoeiro prefere os peixes
Avacanoeiro prefere remar
Ava prefere pescar
Ava prefere pescar
Dourado, arraia, grumatá
Piracará, pira-andirá

Jatuarana, taiabucu
Piracanjuba, peixe-mulher
Avacanoeiro quer viver
Avacanoeiro só quer pescar

Dourado, arraia e grumatá
Piracanjuba, peixe mulher

C.115.Casa - Lulu Santos


Eu tô voltando prá casa
Eu tô voltando!...(4x)

Primeiro era vertigem
Como em qualquer paixão
Era só fechar os olhos
E deixar o corpo ir
No ritmo
Hiê! Hiê!...

Depois era um vício
Uma intoxicação
Me corroendo as veias
Me arrasando pelo chão
Mas sempre tinha
A cama pronta
E rango no fogão...

Luz acesa
Me espera no portão
Prá você ver
Que eu tô voltando prá casa
Me vê! ê! ê! ê! ê!
Que eu tô voltando prá casa
Outra vez...

As vezes é tormenta
Fosse uma navegação
Pode ser que o barco vire
Também pode ser que não...

Já dei meia volta ao mundo
Levitando de tesão
Tanto gozo e sussurro
Já impressos no colchão...

Pois sempre tem
A cama pronta
E rango no fogão
Fogão!...

Luz acesa
Me espera no portão
Prá você ver
Que eu tô voltando prá casa
Me vê! ê! ê! ê! ê!
Que eu tô voltando prá casa
Outra vez...

Primeiro era vertigem
Como em qualquer paixão
Logo mais era um vício
Me arrasando pelo chão...

Pode ser que o barco vire
Também pode ser que não
Já dei meia volta ao mundo
Levitando de tesão...

Pois sempre tem
A cama pronta
E rango no fogão
Fogão! Fogão!...

Luz acesa
Me espera no portão
Prá você ver
Que eu tô voltando prá casa
Me vê! ê! ê! ê! ê! ê!
Que eu tô voltando prá casa...

Vêêêêêêêêêê!
Que eu tô voltando prá casa
Vê ê! ê! ê! ê
Que eu tô voltando prá casa
Outra veeeeeezz...

Eu tô voltando prá casa
Eu tô voltando!...(12x)

C.114.Ceu de Brasilia -Toninho Horta/Fernando Brant


A cidade acalmou logo depois das dez
Nas janelas a fria luz da televisão divertindo as famílias
Saio pela noite andando nas ruas
Lá vou eu pelo ar asas de avião
Me esquecendo da solidão da cidade grande
Do mundo dos homens num vôo maluco
Que eu vou inventando e vôo até ver nascer
O mato, o sol da manhã, as folhas, os rios, o azul
Beleza bonita de ver nada existe como o azul
Sem manchas do céu do Planalto Central
E o horizonte imenso aberto sugerindo mil direções
E eu nem quero saber se foi bebedeira louca ou lucidez.

C.113.Cadeira Vazia - Lupicinio Rodrigues/Alcides Gonçalves


Entra, meu amor, fica à vontade
E diz com sinceridade o que desejas de mim
Entra, podes entrar, a casa é tua

Já que cansaste de viver na rua
E os teus sonhos chegaram ao fim
Eu sofri demais quando partiste
Passei tantas horas triste
Que nem quero lembrar esse dia
Mas de uma coisa podes ter certeza
O teu lugar aqui na minha mesa
Tua cadeira ainda está vazia
Tu és a filha pródiga que volta
Procurando em minha porta
O que o mundo não te deu
E faz de conta que sou teu paizinho
Que tanto tempo aqui ficou sozinho
A esperar por um carinho teu
Voltaste, estás bem, estou contente
Mas me encontraste muito diferente
Vou te falar de todo coração
Eu não te darei carinho nem afeto
Mas pra te abrigar podes ocupar meu teto
Pra te alimentar, podes comer meu pão.

C.112.Cheia de Charme - Guilherme Arantes


Quando a vi, logo ali tão perto
Tão ao meu alcance, tão distante, tão real
Tão bom perfume, sei lá
Investi tudo naquele olhar
Tantas palavras num breve sussurrar
Paixão assim não acontece todo dia!

Cheia de charme, um desejo enorme
De se aventurar
Cheia de charme, um desejo enorme
De revolucionar

Me perdi entre os seus cabelos
Pela sua pele, nos seus lábios tão macios
Tão bom perfume, sei lá
Investi tudo naquele olhar
Tantas palavras num breve sussurrar
Paixão assim não acontece todo dia!

Cheia de charme, um desejo enorme
De se aventurar
Cheia de charme, um desejo enorme
De revolucionar

O, o, o, o, ou

Paixão assim não acontece todo dia

Cheia de charme, um desejo enorme
De se aventurar
Cheia de charme, um desejo enorme
De revolucionar

C.111.Cristais do Tempo - Kika/Antonio João


Como são belos esses cristais
Que transparecem como manhãs
Embolam coisas em precipícios
Em cada ofício de suas mães
Eles imperam nos arrebóis
Nas carabinas e furacões
Em cada rosto é tão difícil
Ver o ofício de suas mãos
Nos olhares desses meninos
Há o silêncio que há no fogo
E o clarão das capitais
E eles dormirão nos ventos
Encobertos e atentos
Haverão de sufocar...
Os milhares de venenos
Que situam-se nas fontes
Nos olhares dos pequenos
Que veriam adamastor

C.110.Casinha de Palha - Godofredo Guedes


Eu moro numa casinha de palha
Que fica detras da muralha
Daquela serra acolá
De longe ela nos parece arruinada
Mas perto ela é juncada
De baunilha e manacá

C.109.Curumim - Djavan


O que era flor
Eu já catei pra dar
Até meus lápis de cor
Eu já dei
G.I. Joe, já dei
O que se pensar
Eu já dei
Minhas conchas do mar
Ah! Minha flor
Chega de maltratar
O que mais pode agradar
A você
Eu já fiz de tudo
Cadê que adiantou
Que louco
Que é o amor
Tem graça viver
Quando ele fica de mal
Não quer brincar...

C.108.Camicaze - Claudio Lins


Quando o inverno
Surgir no horizonte
Eu estarei milhas away de você
Contigo não dou bobeira
Você é uma geleira
Pro coração

Talvez El Niño
Te pegue pela proa
Eu quero te ver
Derreter de amor
Efeito estufa quem sabe
Que essa história acabe
No coração

Chega de frio
Eu quero te ter
No braços meus
Verão no Rio
Renovando o céu, que lindo céu

As esperanças
Refrescam o calor
E agora eu estou aqui pra você
Talvez eu seja camicaze
Que meu amor te abrase
O coração

C.107.Cruzada - Tavinho Moura/Marcio Borges


Não sei andar sozinho
Por essas ruas
Sei do perigo
Que nos rodeia
Pelos caminhos

Não há sinal de sol
Mas tudo me acalma
No seu olhar

Não quero ter mais
Sangue morto nas veias
Quero o abrigo
Do seu abraço
Que me incendeia

Não há sinal de cais
Mas tudo me acalma
No teu olhar

Você parece comigo
Nenhum senhor te acompanha
Você também se dá um beijo
Dá abrigo

Flor nas janelas da casa
Olho no seu inimigo
Você também se dá um beijo
Dá abrigo

Se dá um riso
Dá um tiro

Não quero ter mais
Sangue morto nas veias
Quero o abrigo
Do seu abraço
Que me incendeia

Não há sinal de paz
Mas tudo me acalma
No seu olhar

Você parece comigo
Nenhum senhor te acompanha
Você também se dá um beijo
Dá abrigo

Flor nas janelas da casa
Olho no seu inimigo
Você também se dá um beijo
Dá abrigo

Se dá um riso
Dá um tiro

Você também
Se dá um beijo
Dá abrigo

C.106.Copo Vazio - Chico Buarque


É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar.

É sempre bom lembrar
Que o ar sombrio de um rosto
Está cheio de um ar vazio,
Vazio daquilo que no ar do copo
Ocupa um lugar.

É sempre bom lembrar,
Guardar de cor que o ar vazio
De um rosto sombrio está cheio de dor.

É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar.
Que o ar no copo ocupa o lugar do vinho,
Que o vinho busca ocupar o lugar da dor.
Que a dor ocupa metade da verdade,
A verdadeira natureza interior.

Uma metade cheia, uma metade vazia.
Uma metade tristeza, uma metade alegria.
A magia da verdade inteira, todo poderoso amor.
A magia da verdade inteira, todo poderoso amor.

É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar.

C.105.Canavial - Ivan Lins/Vitor Martins


Se no corpo, se nos olhos
Tenho água, tenho sal
Se o vento traz as ondas
Faz maré no meu quintal, oi
Pra viver, e me afogar
Se o verde é igual
Não preciso mais, o ma, oi
Tenho meu canavial

C.104.Cavalo de Pau - Alceu Valença


De puro éter assoprava o vento
Formando ondas pelo milharal
Teu pelo claro boneca dourada
Meu pelo escuro cavalo-de-pau

Cavalo doido por onde trafegas
Depois que eu vim parar na capital
Me derrubaste como quem me nega
Cavalo doido, cavalo de pau

Cavalo doido em sonho me levas
Teu nome é tempo vento vendaval
Me derrubaste como quem me nega
Cavalo doido, cavalo de pau

C.103.Camisa Amarela - Ary Barroso


Encontrei o meu pedaço na avenida
De camisa amarela
Cantando a Florisbela, oi, a Florisbela
Convidei-o a voltar pra casa
Em minha companhia
Exibiu-me um sorriso de ironia
Desapareceu no turbilhão da galeria

Não estava nada bom
O meu pedaço na verdade
Estava bem mamado
Bem chumbado, atravessado
Foi por aí cambaleando
Se acabando num cordão
Com o reco-reco na mão
Mais tarde o encontrei
Num café zurrapa
Do Largo da Lapa
Folião de raça
Tomando o quarto copo de cachaça
Isto não é chalaça

Voltou às sete horas da manhã
Mas só na quarta feira
Cantando A Jardineira, oi, A Jardineira
Me pediu ainda zonzo
Um copo d'água com bicarbonato

O meu pedaço estava ruim de fato
Pois caiu na cama
E não tirou nem o sapato

E roncou uma semana
Despertou mal humorado
Quis brigar comigo
Que perigo, mas não ligo!
O meu pedaço me domina
Me fascina, ele é o tal

Por isso não levo a mal
Pegou a camisa, a camisa amarela
E botou fogo nela
Gosto dele assim
Passada a brincadeira
E ele é pra mim
Meu Sinhô do Bonfim

C.102.Caminhos do Coração - Gonzaguinha


Há muito tempo que eu saí de casa
Há muito tempo que eu caí na estrada
Há muito tempo que eu estou na vida
Foi assim que eu quis, e assim eu sou feliz

Principalmente por poder voltar
A todos os lugares onde já cheguei
Pois lá deixei um prato de comida
Um abraço amigo, um canto prá dormir e sonhar

E aprendi que se depende sempre
De tanta, muita, diferente gente
Toda pessoa sempre é as marcas
Das lições diárias de outras tantas pessoas

E é tão bonito quando a gente entende
Que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá
E é tão bonito quando a gente sente
Que nunca está sozinho por mais que pense estar

É tão bonito quando a gente pisa firme
Nessas linhas que estão nas palmas de nossas mãos
É tão bonito quando a gente vai à vida
Nos caminhos onde bate, bem mais forte o coração

E aprendi ...

Final:
O coração, o coração

C.101.Coisa Feita - João Bosco/Aldir Blanc


F7+/13/9 G7/9/11+
Sou bem mulher de pegar macho pelo pé
Gm7/9 C7/4/13 Eb7/9/4 C7/5- F#7
Reencarnação da Princesa do Dao.....mé
F7+/13/9 G7/9/11+
Eu sou marfim, lá das Minas do Salomão
Gm7/9 C7/4/13 Eb7/9/4 C7/5- F#7
Me esparramo em mim, lua cheia sobre o carvão
F7+/9 Db7/9
Um mulherão, balangadãs, cerâmica e sisal
G7/9/11+ Gm7/9 F#7+
Língua assim, a conta certa entre a baunilha e o sal
F7+/13/9 F7/9/4 F7/9- B7/9/11+
Fogão de lenha, garrafa de areia colorida
Bb7+ G7/9 G7/9/11+ C7/4/13 B7/9/11+
Pedra-sabão, peneira e água boa de moringa
Bb7+/9 Eb7/9
Sou de arrancar couro
Am7 D7/9/4 D7/9-
De farejar ouro
Gm7/9 C7/9/4 C7/9- F7/9/4 F#7
Princesa do Da.....o.....mé
F7+/13/9 G7/9/11+
Sou coisa feita, se o malandro se aconchegar
Gm7/9 C7/4/13 Eb7/9/4 C7/5- F#7
Vai morrer na esteira, maré sonsa de Paque...tá
F7+/13/9 G7/9/11+
Sou coisa benta, se provar do meu aluá
Gm7/9 C7/4/13 Eb7/9/4 C7/5- F#7
Bebe o pólo norte, bem tirado do samo....var
F7+/9 Db7/9
Neguinho assim, ó, já escreveu atrás do caminhão
G7/9/11+ Gm7/9 F#7+
"A mulher que não se esquece é lá do Daomé"
F7+/13/9 F7/9/4 F7/9- B7/9/11+
Faço mandinga, fecho os caminhos com as cinzas
Bb7+ G7/9 G7/9/11+ C7/4/13 B7/9/11+
Deixo biruta, lelé da cuca, zuretão ranzinza
Bb7+/9 Eb7/9
Pra não ficar bobo,
Am7 D7/9/4 D7/9-
Melhor fugir logo
Gm7/9 C7/9/4 C7/9- F7/9/4 B7/9/11+
Sou de pegar pe.....lo pé
Bb7+ Eb7/9
Sou avatar vodu,
Am7 D7/9/4 D7/9-
Sou de botar fogo
Gm7/9 C7/9/4 C7/9- F6/9 F#7+ F7+/13/9

C.100.Coração Aprendiz - Sueli Costa/Abel Silva


Uma criança insegura
Segura a barra do mundo
Uma criança
Aprendendo a ser
O meu olhar sob o teu
E este imprudente suspiro
Um passarinho inocente
Antes do tiro

Amar é ou não é
Cada noite, cada dia
Quero aprender suavemente
Tua real melodia
E quero te dar a esperança
Renovada a cada estação
São tão potentes as fibras
De um amante coração

Não me afasto de ti
Tú já não vives sem mim
Eu acho que amar
É viver assim

C.099.Cara Bonita - Francisc Hime/Olivia Hime


Morena, morena, você me pegou
Você bem que sabia e nem me avisou
Foi me enrolando, enroscando, implorando, roçando
Esse jeito de gato que mia
Alquimia
Chicote tá frio, chicote queimou
Guardei meu amor lá no fundo do poço
E o danado do moço fingiu que não via
Queria
Morena cheirosa da cor do romã
Generosa e dengosa
Essa filha de Iansã
Vira pra cá teu olhar de carbono
Me põe no teu colo e me tira o quimono
E o sono?
Tá quente, tá frio, tá bom meu amor
Visto a cama de seda e de chita
E ficou tão bonita
Que eu quero teu beijo
Desejo
Eu tava sonhando e você me acordou pra assanhar
Me provocar, me arrepiar
Vai me acabar
Mexe que mexe, remexe as cadeiras num S
Pobre do meu coração nesse sobe que desce
Esse suor cheio de mar
Esse gingar eu sei de cor
Trança que trança que eu danço que danço
Me dá de uma vez tua cara bonita
Moreno, moreno, você temperou
Eu que tava acalmando e a pimenta esquentou
Deixa a chaleira chiar no fogão
Escorrega teu corpo e me dá teu cangote
Que dote
Tira o teu pezinho aqui do pé do meu
Num vai dizer que se arrependeu
Se me deu teu amor, teu carinho e teu beijo
Desejo
Eu tava sonhando e você me acordou pra assanhar
Me provocar, me arrepiar
Vai me acabar
Mexe que mexe, remexe as cadeiras num S
Pobre do meu coração nesse sobe que desce
Esse suor cheio de mar
Esse gingar eu sei de cor
Trança que trança que eu danço que danço
Me dá de uma vez tua cara bonita
Morena, morena,
Você me pegou
Você bem que sabia e nem me avisou
Moreno, moreno,
Você temperou
Você bem que sabia e nem me avisou
Morena, morena,
Chicote queimou
Você bem que sabia e nem me avisou
Moreno, moreno,
Você me pegou,
Você bem que sabia e nem me avisou
Morena, morena,
Você temperou
Você bem que sabia e nem me avisou
Moreno, moreno,
Chicote queimou
Você bem que sabia e nem me avisou

C.098.Corisco - Gilberto Gil/Djavan


Na hora em que o céu se abre
No mesmo instante um raio explode
Concomitante um olho vê
E a pedra do corisco pode
Pode se tornar o que for
E tudo o quanto é testemunha
Pode até mesmo ser a dor
Cravada carne pela unha
Telefax mandei
O mapa mundi do meu penar
Ande, mande logo um telex
Me confirmando quando será
Que a necessidade de amor
Lhe trará num raio
A necessidade de amor
Num dia de chuva
E na tempestade você
Fará com que eu saia
No exato momento de ver
O céu se abrir ao comando de Iansã


Que seja o momento em que a luz
Registre meu desejo de ver
Você, meu amor, me traduz
No raio de Iansã, seu poder
Que seja pra mim, meu Xangô
Poder correr correr meu risco
Quiçá ver nascer uma flor
Na lisa pedra do Corisco
Telegrafite de Exú
Leia no muro do seu quintal
Pichada, fixada no azul
A frase diz o essencial
A necessidade de amor
Gritando na rua
A necessidade de amor
Uivando pra Lua
Um lobo faminto de amor
A dor que acentua
A necessidade de ver
O céu se abrir ao comando de Iansã.